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[Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12

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Mensagem por Ylerinn Sex Out 12, 2012 9:56 pm

Tentei convencer-me a mim mesma de que não tenho tempo para ainda mais um desafio. Maas foi mais forte que eu [Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12 Yaomingfaceplz Entãão, vou usar o desafio como pretexto para desenvolver uma das minhas originais preferidas - e abandonada por incompetência minha.

Um pequeno aparte explicativo, só para melhor compreensão da história:
Spoiler:

E, como a coisa começa a ficar grande, aqui vai um índice de capítulos, só para facilitar a vossa vida, e a minha:



Já chega de encheção, vamos a começar:

1. Visitas
A terra de Ackrila nascia ao crepúsculo. A cidade dormia durante o dia, durante as horas de calor sufocante. As pequenas lojas de singelos comerciantes pachorrentamente abertas, os grilos nas fendas, tecendo um canto melancólico, um e outro trauseunte abrigando-se nos toldos, pedindo alguma coisa e desfiando conversa com o alguém do balcão Despediam-se, os murmúrios triviais cessavam. A brisa ondulante não acalmava o calor, mas fazia tilintar os espanta-espíritos pendurados nas janelas, alguns supersticiosos ainda julgando que os livraria o artifício da maldade.

Infundada e tola crença. Sabiam eles muito bem que o mal não residia nas almas perturbadas.

E sim no âmago do seu próprio lar.

Ao lusco-fusco, nas ruas estreitas e sinuosas, fechavam-se as grossas cortinas das janelas, acendiam-se as velas nas mesas, as chamas bruxuleantes a única e crassa fonte de luz, dando ás salas um aspeto sinitro.

Numa das tavernas de Ackrila, a rotina repetia-se. Um rapaz saía do seu cofiado quarto nas águas-furtadas de um edifício de aspeto antigo, entalado numa fileira de edifícios similares, acordado pela goteira no teto, que o medo das alturas o impedia de consertar. Lavava sonolentamente o corpo e os cabelos loiros, a água fria enregelando-o. Descia as escadas, com cuidado, para que as farpas da madeira negra não lhe perfurassem os descalços. Batia á porta do quarto dos chefes, um casal opulento, o homem arrogante e a mulher condescendente. Descia mais um lanço de escadas até á cozinha, onde uma rapariga mais velha, de pouco mais de vinte anos, já estaria acordada e vestida, cozinhando um lanche-jantar. Julgavam-na muda, pois nunca proferira uma palavra. Não deixava de ser simpática. Sorria muito, tratava-o como “o seu irmãozinho mais novo”, como lhe escrevera certa vez, na sua letra comprida e arrastada.

Normalmente, encontraria a rapariga em frente á bancada de mármore. Por implicância, teimaria em comer apenas um pão, em vez do banquete que preparava.

Mas aquela noite era diferente. A moça não estava na cozinha.

Normalmente, ouviria os pesados passos dos seus chefes a descer as escadas. Eventualmente, o homem picar-se-ia numa farpa, praguejando na sua voz rouca e profunda, queixando-se á esposa que deveriam consertar as escadas. Ouviria a mulher, na sua voz grave e monocórdica, acalmá-lo e dizer-lhe que fossem andando, ou a comida arrefecia.

Mas os seus patrões não tinham saído do quarto. Decidiu regressar ao andar de cima, acordar o casal, contar-lhes que ela tinha desaparecido.

Um barulho na sala principal. Na taverna.

Caminhou a passos amedrontados, as mãos a suarem frio, os olhos azuis arregalados, raiados a sangue. Espreitou.

Um rapaz. De costas. Sentado numa das cadeiras, uma vela acesa na sua mesa.

Abruptamente, sentiu uma mão rodear-lhe a boca. Aterrorizado, viu o rapaz voltar-se, sorrir maliciosamente.

- Ora, o que temos aqui? Esquecemo-nos deste?

- Parece que sim. Não sabia que vivia aqui mais alguém. – O vulto que o segurava falou, uma voz feminina.

- Deixa-o para mim, Adine. Sempre tive uma preferência por loirinhos.

Aí, soube que estava completa e irrevogavelmente desgraçado.


Última edição por Ylerinn em Seg Out 29, 2012 7:47 pm, editado 13 vez(es)
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Mensagem por Fox* Sex Out 12, 2012 10:26 pm

Bem, parece que as 500 palavras entraram em força aqui! E os mundos próprios e realidades alternativas também, o que é ótimo!
Não há muito que possa dizer nestas palavras, mas gosto da tua forma de escrita e da realidade que criaste aqui, dos vários mundos para onde as almas são enviadas e das próprias entidades em que essas almas se transformam. Pergunta, os Clãs são almas ou outra coisa qualquer?
E agora quero saber quem é este loirinho e o que aconteceu à sua família...
E adorei o meme em cima :D
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Mensagem por Ylerinn Sáb Out 13, 2012 11:52 am

Obrigadaa :D É um desafio bem interessante, e uma maneira de me obrigar a escrever regularmente, então atingiu-me bem e em força. E também já tenho ouvido comentários sobre ter aparecido do nada uma horda de escritores de fantasia/fantástico quando antes não havia nenhum :P incluo-me!

Sobre os clãs, normalmente têm as três espécies, anjos, demónios e almas: cada espécie tem poderes que as outras duas não têm, então são necessárias para se complementarem. Há clãs só de uma espécie, mas são raros e funcionam pouco. O Clã Aenna tem as três, e as equipas são formadas com uma mistura dos três. Só para casos muito específicos é que formam equipas de uma só espécie. A nossa B-12 do coração tem dois demónios e uma alma em trabalho de campo, e um anjo - que ainda vai aparecer - em trabalho de "laboratório", por assim dizer :)

A única coisa que digo é que o loirinho vai sofrer. Eu gosto de fazer os loirinhos sofrerem [Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12 Icameplz

Memes dão sempre aquele toque especial que as palavras não transmitem xD
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Mensagem por Ylerinn Sáb Out 13, 2012 7:57 pm

2. Noite

Isto não lhe estava a acontecer. Não podia estar a acontecer.

Raptado por dois demónios, a sua irmã-por-afinidade amordaçada e jogada a um canto, os seus chefes imobilizados. A sua família destruída.
Não conseguia pensar em mais nada. Agora que encontrara paz, algo parecido com um lar, uma rotina, uma vida normal…

Isto acontecia.

Sabia que não era uma pessoa corajosa. Parara de se debater sem que o ameaçassem, não lutara contra aqueles demónios, deixara apenas que o levassem para uma carroça coberta, encostada na rua adjacente.

A rapariga atirara-o abruptamente para um canto do veículo, onde descansavam sacos de ráfia vazios. Pregara os olhos no chão, mas ouvira o rapaz, aquele a que chamavam Yhelm, protestar algo, ainda com o bolo cravado nos dentes. Um outro rapaz aparecera entretanto, queixando-se de estarem atrasados, mandando-os entrar para dentro da carroça para partirem imediatamente. Devia ser uma alma, pensou. Não tinha asas ou cauda de anjo, ou marcas nos braços descobertos. Ou era um dos raros tipos que não as tinha, ou era uma alma. Não se importava. Encolheu-se, os braços atados atrás das costas não lhe permitindo uma posição confortável. Virou-se para o canto, resignou-se.

Sentiu a carroça em movimento, notou sombras de dois vultos.

- Não. Já disse que não o desatas. – A voz da rapariga tinha um tom admoestador, algo chateado.

- O que é que ele pode fazer? A carroça está fechada por fora, somos dois e ele não sabe usar magia. – Reconheceu a voz sussurrante do demónio.

- Sabes lá se não pode! Nem sabias que ele vivia lá!

- O Lucas disse-me! Os poderes dele estão ocultos, nunca os usou, não sabe!

A rapariga calou-se.

- É uma alma raptada, Adine. Se ele foi raptado quando cá chegou, o que, já agora, génio, é a única razão por que ele não sabe usar os poderes, então já foi lixado o sufiente.

- Ele sabe coisas.

- Também eu sei muita coisa, e não consigo que tu me amarres e me amordaces.

- Não jogo para o teu lado.

- Nem eu para o teu, mas era engraçado de se ver. Vá, deixa-me desatar o moço.

- …

- Eu dou-te o meu baralho de cartas.

- O dourado?

- Esse.

- …vai desatá-lo, mas não lhe tires a mordaça. Se ele começa a berrar, mando-vos aos dois para o Labirinto.

O demónio levantou-se, dirigiu-se ao rapaz. Tocou-lhe ao de leve nos pulsos, o loiro afastou bruscamente as mãos.

- Pfft. Como se tivesses poder para isso. – Desdenhou, enquanto desatava as cordas.

- O meu irmão tem. Não te estiques.

- Esqueço-me sempre que são irmãos. – Ironizou - Como é que está o Izael, já agora?

- Para que é que foi essa insinuação? Já te disse que não te quero perto do meu irmão.

- Porquê? – A voz soou-lhe falsamente magoada.

- Sabes muito bem.

Terminou de desatar os nós. O loiro recolheu as mãos, encolheu-se mais, nada disse.

Aquela ia ser uma longa noite.
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Mensagem por Fox* Dom Out 14, 2012 5:58 pm

Eu odeio estas conversas!
Não porque estão forçadas ou pobremente escritas, pelo contrário, mas porque deixam a curiosidade aguçada e eu não lido bem com isso! Anjos, demónios, almas raptadas e com poderes desconhecidos... E eu aqui, a tentar descobrir o que se passa...
É, na minha opinião, um ótimo começo, deixares as pessoas curiosas :)
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Mensagem por Ylerinn Dom Out 14, 2012 6:09 pm

Eu odeio estas conversas!
Não porque estão forçadas ou pobremente escritas, pelo contrário, mas porque deixam a curiosidade aguçada e eu não lido bem com isso! Anjos, demónios, almas raptadas e com poderes desconhecidos... E eu aqui, a tentar descobrir o que se passa...
É, na minha opinião, um ótimo começo, deixares as pessoas curiosas

ÓH MULHER MAS NÃO ME ASSUSTES xDDD Assim que li o "odeio estas conversas" só tive tempo de pensar "ABORT MISSION ABORT MISSION I FUCKED UP!"

E depois é que li o resto e deu-se-me um alívio daqueles :3

E ainda bem que estou a conseguir deixar o bichinho. Já que a mim me custa só escrever 500 palavras por dia, ao menos que alguém partilhe a minha dor >:3333 Obrigada :D
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Mensagem por Ylerinn Dom Out 14, 2012 6:20 pm

3. Encontros
Os sacos ásperos picavam-lhe o pescoço e os pés descalços. Doía-lhe o tornozelo, provavelmente tê-lo-ia magoado na taverna. Massajava os pulsos, ainda avermelhados das cordas, mas tentava não se mexer. Não queria fazer nada que resultasse em interação com os demónios.

Porém, começava a ficar com frio. Ainda tinha a roupa que usava em casa, de um tecido fino, pois costumavam acender a lareira, e ficava demasiado quente para casacos. Mas a carroça não era, de modo algum, aquecida, e sentia o corpo a entorpecer.

Das duas, uma: ou jogava o orgulho ás favas e pedia uma coberta qualquer, ou arriscava-se a morrer congelado. Nunca saía á noite, esquecera-se do frio cortante que fazia. Mas não queria falar. Aconchegou-se. Perguntava-se se poderia tirar a mordaça. A rapariga-demónio parecia inclinada a matá-lo, se pudesse. Mas era desconfortável.

Ela levantou-se, apoiando-se na parede para não cair. Dirigiu-se á frente da carroça, e abriu uma porta para o exterior, deixando entrar uma lufada de vento enquanto saía para o assento, para perto do rapaz-alma. Era só o que mais faltava. Mais frio.
Sentiu uma mão na sua nuca. Assustou-se e contorceu-se, fazendo resmalhar os sacos de ráfia.

- Sssh. Não faças barulho. – Era o demónio. Este desatou a mordaça, e colocou o pano no bolso – Não grites.

O loiro virou-lhe a cara. Se gritasse, servir-lhe-ia de alguma coisa? Ackrila não era propriamente conhecida pela sua segurança. Os berros seriam ignorados, as pessoas aceitariam que se tratasse de um roubo com a maior das naturalidades. Mas ele só queria voltar para casa.

Algo macio cobriu-o. Olhou, para encontrar uma manta de pêlo a cobrir-lhe o corpo. A rapariga-demónio ainda não voltara, só ali estava… Yhelm, era assim que se chamava? Achava que sim. Estava encostado na outra ponta, com um ar sonolento. Enrolou-se na manta, livrando o corpo da ráfia dos sacos.

Pensou em dormir. Seria melhor. Escapar estava fora de questão, de qualquer maneira. Resignou-se, fechou os olhos.

A carroça parou de repente.

- Mas que… - Yhelm levantou-se de um pulo – Adine! Lucas! O que se passa?!

Nada. Ouvia barulhos indistinguíveis do lado de fora, mas nada que indicasse o porquê de terem parado.

- Lucas! O que se passa?! – Yhelm voltou a gritar. Ouviu vozes do lado de fora, outras pessoas.

A portada da carroça abriu-se de rompante. Dois vultos encapuzados pularam para dentro, outros dois foram assemessados para fora pela demónio e o rapaz-alma, que se engalfinharam com eles numa luta acirrada.

Eram o demónio e o rapaz contra os dois encapuzados. Yhelm aproximou-se do loiro, colocou-se entre ele e os dois vultos.A luz da lua cheia descobriu as faces dos vultos. A expressão assustada do demónio, no entanto, desapareceu. Deu lugar a um sorriso sarcástico.

- Sempre a tentar roubar-nos os trunfos, não é, Julian? – Voltou-se para a figura mais baixa – Quem é o cachorrinho novo? Já te fartaste do outro?

O mais baixo avançou para ele. Julian impediu-o.

- Não vale a pena, Danielle. Ele já se arrepende.
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Mensagem por PandoraTheVampire Seg Out 15, 2012 11:04 am

Bem mas que mundo tão fantasticamente fantástico criaste por aqui!! Estou louca para saber o que vai acontecer ao louro! Que pena ser só quinhentas palavras de cada vez... aff! Isso não dá para nada! xD Estou a gostar muito! Continua!

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[Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12 Empty Re: [Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12

Mensagem por Fox* Seg Out 15, 2012 9:23 pm

Bem, este loirinho deve ser o Holy Graal aí do sítio, porque está tudo a querer deitar-lhe a mão! Agora o quê? Duplos? Mais almas, demónios ou anjos? Outras criaturas quaisquer?
Não acabes aqui!!!
Mas gostei da acção caridosa do raptor em lhe dar um cobertor! Conforto acima de tudo xD

Pronto, não comecei uma mensagem com um ataque cardíaco :D!
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Mensagem por Ylerinn Ter Out 16, 2012 4:33 pm

PandoraTheVampire escreveu:Bem mas que mundo tão fantasticamente fantástico criaste por aqui!! Estou louca para saber o que vai acontecer ao louro! Que pena ser só quinhentas palavras de cada vez... aff! Isso não dá para nada! xD Estou a gostar muito! Continua!
Obrigadaa [Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12 Iloveitplz
E é que não dá mesmo, dá-me um badagaio sempre que olho para o contador do word e já passou das quinhentas, e toca de apagar coisas para caber, e guardar outras para o próximo capítulo... frustração xD



Fox* escreveu:Bem, este loirinho deve ser o Holy Graal aí do sítio, porque está tudo a querer deitar-lhe a mão! Agora o quê? Duplos? Mais almas, demónios ou anjos? Outras criaturas quaisquer?
Não acabes aqui!!!
Mas gostei da acção caridosa do raptor em lhe dar um cobertor! Conforto acima de tudo xD

Pronto, não comecei uma mensagem com um ataque cardíaco :D!
Agradecida por não começar logo a dar ataques cardíacos á coitada aqui xDD O coitado do loirinho nem tem culpa, só teve o azar de ser apanhado no meio de dois clãs rivais a tentarem limpar o couro um ao outro. A importância dele só meeesmo mais para a frente, que com quinhentas palavras não dá para avançar muito
[Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12 Redgwahplz

O pobre do demónio pode ser um preguiçoso inconsequente, imaturo e irresponsável, mas tem de ter alguma coisa de bom x3

Agora? BRUXAS! -brincadeira (...ou talvez não |3)
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Mensagem por Ylerinn Ter Out 16, 2012 4:40 pm

Pronto, ontem consegui escrever na hora do almoço, mas não tive tempo de pôr logo aqui e, de noite nem meti cá os pés. Portanto, aqui vão dois capítulos de arrojo. Ah pois.

4. Anjos

“Era só o que mais faltava. Mas o que é que eu fiz para merecer isto?!”

A pergunta martelava a mente do rapaz loiro, sem encontrar resposta.

- Enfim, é uma pena. O outro era mais bonitinho. – Yhelm virou-se para Danielle - Sem ofensa, boneca.

- Demónio desprezível. Merecias… - Cuspiu a rapariga, sendo interrompida pelo outro encapuzado.

- Danielle, já disse que não vale a pena.

- Julian, Julian, gostava de saber o que é que a tua namorada acharia de andares por aí a fazer emboscadas a pessoas inocentes, ainda mais acompanhado de uma gaja.

- Não fales da Amelia.

- Falo sim. Ela não é como tu, um racista nojento. É boa pessoa, gosta de demónios, almas, gosta de toda a gente, e não se anda a meter com clãs xenofóbicos. Ela havia de achar tanta piada. – Riu-se. O loiro queria abanar o demónio, mandá-lo calar. Aquilo não podia ser bom. O idiota só estava a enfurecer o outro, e não podia acabar bem.

- Ela não acreditava em ti. Se acreditasse, já lhe tinhas contado.

- Só não estou para me chatear. Mas acredita que vou estar sentado na primeira fila para a ver partir-te a cara.

- Cala-te.

Julian avançou para Yhelm, fazendo a Danielle um trejeito para que esperasse.

- Essa alma é minha, Alcantar.

- Nós encontrámo-lo. Ele vem connosco. Desanda.

- Por muito que gostasse de te fazer sofrer, não quero sujar as mãos contigo. Não vou deixar uma alma pura com demónios imundos como tu.

- Deixa-me pensar. – Yhelm pausou, virou a cara. – Ok, já decidi. E que tal se fosses á merda?

Julian arregalou os olhos, desferiu um murro na cara do demónio.

- Yhelm! – O loiro recuou, fitando o encapuzado. Julian olhou-o num misto de desaprovração e pena.

- Pobre alma. Não te preocupes, vais para um lugar melhor. Danielle. – A rapariga avançou para o loiro, mas não passou dos dois passos, antes de Yhelm agarrar no tornozelo de Julian e o arremessar ao chão.

As pupilas do demónio eram apenas um traço negro no meio do vermelho-sangue. Os caninos salientes prolongavam-se até fora do lábio inferior, onde uma ferida aberta rodeada a roxo pingava um fio de escarlate. Os dedos com garras afiadas nas pontas rodearam os ombros do loiro.

- Para um lugar melhor, contigo? Deve ser mesmo isso. – Danielle avançou para ele. Agarrou no colarinho de Julian e olhou-a – Afasta-te. Ou transformo o teu chefe num ralador.

- Porque é que não deixas a alma escolher, Alcantar – Tossiu Julian desdenhosamente, cuspindo sangue o pó – entre os demónios que o raptaram, ou os anjos que o vieram salvar?

Era uma proposta tentadora. Mas algo lhe dizia que os anjos não estavam ali para o ajudar. Não sabia explicar. Olhavam-no como se fosse um troféu, não como alguém que o fora ajudar. Falavam dele como um achado, não como uma pessoa.

Não o iriam levar a casa.

Agarrou-se á blusa de Yhelm.

- A alma já escolheu, estúpido.
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Mensagem por Ylerinn Ter Out 16, 2012 4:44 pm

...e o de hoje.

4. Silêncio

Tinha a certeza de uma coisa, uma apenas: era um idiota.

Um grupo de anjos a querer levá-lo do grupo que o raptou, e o que é que ele faz?

Agarra-se ao raptor.

Só visto, que contado ninguém acreditaria.

O pior de tudo é que não se arrependia. O demónio agarrou-o mais firmemente enquanto, com os seus poderes de demónio, repelia Danielle para fora da carroça com uma onda translúcida, avermelhada, sem que esta tivesse tempo de ripostar. Adine e Lucas rapidamente voltaram para dentro, com cortes nas mãos e na face. Adine agarrou Julian com as garras afiadas, rasgando-lhe a camisa e cortando-lhe ao de leve o peito.

- Cabrão racista. Não desistem, pois não? – Rosnou-lhe Adine, arrastando-o para fora da carroça.

- Não enquanto vocês não estiverem todos encarcerados no Labirinto. – Apoiou-se numa mão e deslizou a perna contra as da demónio, numa rasteira que a jogou ao chão.

Levantou-se de um ápice, virando-se novamente para a alma loira, quando um nevoeiro o cobriu. Os poderes do rapaz-alma arrancaram-no do chão, prendendo-o com correntes diáfanas.

- Quieto. Já estou farto de vocês. – E Lucas parecia, de facto, já farto de toda aquela confusão. Com um gesto, apertou mais as correntes, fazendo-o gemer de dor.

- Nem sabes o erro que estás a cometer, alma. – O loiro estremeceu – Não imaginas o que eles te vão fazer. Vais-te arrepender de não vires connosco. Poderias ter sido…

- Sim, sim, obrigada pela sugestão, não nos contacte, nós contactamos. E manda cumprimentos á Amelia. – Yhelm cortou, jogando-o para fora da carruagem com outra onda.

- Estou cansado para cacete. – Lucas apoiou-se na parede de madeira, o nevoeiro em volta de si desaparecendo.

- Estamos todos. Mas temos de ir, antes que eles recuperem e ataquem outra vez. – Adine levantou-se, as garras tendo desaparecido, assim como as presas afiadas. Limpou o pó das feridas com a manga do casaco. Virou-se para Yhelm – Obrigadinha pela ajuda lá fora, já agora.

Sem paciência para discussões, Lucas dirigiu-se á fronte da carroça, para continuar caminho.

- Se tivesse ido lá para fora tinham-no apanhado. – O loiro notou que só agora o demónio lhe soltava os ombros – Sei que não te importas muito com as almas que recuperas, mas eu preferia que o puto escapasse desta sem uma perna partida na rixa. Além do mais, vocês deram conta de um cada um. Eu dei conta da gaja. Nós os três demos conta do Julian. Está equilibrado.

- Não tenho paciência para discutir contigo. Vou dormir, acorda-me quando chegarmos. Quando fores também, ata-o. Não, não quero saber de desculpas. Já chega de problemas por uma missão.

Deitou-se, virada para a parede da carroça, e adormeceu imediatamente. Yhelm olhou para o loiro.

- Sinceramente, também tenho sono. E também estou farto de porcaria por uma missão. – O rapaz virou a cara, esperando que o outro o atasse. Talvez tivesse errado. Talvez devesse ter ido com os anjos.

- Mas tu não tens culpa. Boa noite. - E adormeceu também.
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Mensagem por Ylerinn Qua Out 17, 2012 7:22 pm

5. Despertar

Não se lembrava de ter saído da carruagem. Não se lembrava sequer de ter adormecido.

Mas agora acordava num sítio diferente.

Olhou em volta. Um cubículo de pedra. A luz forte, o calor abrasador das manhãs em Ackrila entravam por uma pequena janela gradeada.

Ainda havia esperança. Ainda não tinha saído da terra. Ainda podia voltar.

Virou o pescoço, um latejar desconfortável alastrando-se pelos ombros. Se tivesse adormecido na carroça, provavelmente não fora numa posição muito confortável. As mãos finas tatearam, encontrando um colchão fofo por baixo de si, uma manta fina a cobri-lo. Os lábios estavam secos.

E á sua frente, uma porta de grades enferrujadas.

Levantou-se, ainda trôpego, procurando qualquer sinal de que tudo aquilo fosse um sonho. Apoiou-se na pedra fria, sentiu-lhe a textura áspera por entre dos dedos, os pés descalços e calejados aquecidos pelo cobertor.

Não. Não era um sonho.

Á sua frente estava uma cela aberta. Um par de pés de alguém deitado numa cama semalhante á sua.

Aproximou-se cautelosamente da porta da grade, espreitando para a outra. Conseguiu ver um cobertor, levemente mais surrado que o seu, um respirar constante. Apoiou-se na porta para ver melhor.

Um ranger abrupto, esganiçado. A porta ferrugenta guinchava com o seu peso. Saltou para trás, batendo com o pé na cama. O vulto acordou também de um salto.

O demónio. O rapaz dirigiu-lhe os olhos de cobra vermelhos, uma ferida no lábio. Não parecia zangado, antes aborrecido Mas mesmo assim, temia o que estivesse para vir.

- Não tinhas uma maneira mais silenciosa de me acordar?

Não respondeu. O demónio levantou-se, esticou os braços, fazendo estalar os ombros. Aproximou-se da cela do rapaz loiro.

- Bom dia, já agora.

Não lhe voltou a responder. Como podia confiar numa pessoa que ajudara ao seu rapto? A sua vida estava uma confusão graças também a ele. E os anjos… continuava sem certeza de que decidira bem.

- Achas que posso ao menos saber o teu nome? Chamar-te “gajo” ou “puto” deixa de resultar depois de algum tempo.

Podia confiar nele? Não, raptara-o. Mas parecia boa pessoa. Tinha feito mal á sua irmã. Não confiava nele. Ou confiava? O demónio era o único que parecia importar-se com ele. Não sabia. Não conseguia decidir.

- Pois, deixa estar. Desculpa lá aquilo. A gente logo te explica, mas por agora tens de ficar por aqui. A Adine acha que podes matar alguém, ou coisa parecida.

Não conteve um esgar de riso, do qual logo se arrependeu. Sentou-se na cama e voltou a deitar-se.

- Tenho de ir andando. Se precisares de alguma coisa, chama que eu oiço.

Ouviu os passos a afastarem-se. Já iam longe, quando se aproximou das grades.

- Yhelm? – Chamou. O outro pareceu confuso. Talvez não pensasse que ele cedesse.

- …Eridin. – A voz falhou-lhe. O outro sorriu.

- Obrigado. – E subiu as escadas.

O loiro perguntava-se se teria feito bem.

- Já agora, vou trazer-te alguma coisa para comer. – Yhelm gritou ainda.

Mas já não estava muito preocupado.
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Mensagem por Fox* Qua Out 17, 2012 7:32 pm

Eu ri-me tanto com os diálogos do primeiro capítulo... O final, quando ele se agarra ao demónio simpático, e o outro diz "ele já escolheu, estúpido." - Fantástico! Ri-me durante o capítulo todo, o que é ótimo :D!
E agora ele está preso... Mas, mais uma vez, e acreditando nos pensamentos da personagem, não me parece mal. Pelo menos o demónio é preocupado!
E já me estava a perguntar quando iríamos saber o nome deste loiro! :D

E, em 500 palavras, conseguires descrever uma luta e uma discussão assim e ainda nos deixares com macacos na cabeça e situações a discutir é obra... Uma ótima obra, desde já! :D

PS: Neste último capítulo, as mudanças abruptas de humor dele divertiram-me imenso! xD
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Mensagem por Ylerinn Qua Out 17, 2012 7:49 pm

Fox* escreveu:Eu ri-me tanto com os diálogos do primeiro capítulo... O final, quando ele se agarra ao demónio simpático, e o outro diz "ele já escolheu, estúpido." - Fantástico! Ri-me durante o capítulo todo, o que é ótimo :D!
E agora ele está preso... Mas, mais uma vez, e acreditando nos pensamentos da personagem, não me parece mal. Pelo menos o demónio é preocupado!
E já me estava a perguntar quando iríamos saber o nome deste loiro! :D

E, em 500 palavras, conseguires descrever uma luta e uma discussão assim e ainda nos deixares com macacos na cabeça e situações a discutir é obra... Uma ótima obra, desde já! :D

PS: Neste último capítulo, as mudanças abruptas de humor dele divertiram-me imenso! xD

Ohmygoodness, acho que acabei de acordar a vizinhança inteira com os meus "SQWEEEEE" de alegria xD Nunca imaginei sequer que conseguisse provocar reações tão intensas com as minhas tentativas de projeto de escrita *sobs of happiness* [Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12 Iloveyouplz OBRIGADA SO MUCH

O demónio nem queria prender o coitado, mas é um pobre de um subordinado. E andava com problemas com o nome dele, que parecia que nenhum nome encaixava bem o suficiente... depois mandei ás aranhas a preocupação excessiva e tadaa~ Eridin, peepz.

Muuuito obrigada outra vez, fico tão idiotamente feliz [Desafio 500 Palavras] Crónicas do B-12 Desireyouplz
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Mensagem por PandoraTheVampire Qui Out 18, 2012 12:53 pm

Ora desvio o olhar por uns tempos e já tens aqui uma data de capítulos novos! Mas ainda bem! Senão a minha curiosidade matava-me. Okay... também convenhamos que não explicaste grande coisa! Sabemos que o puto louro tem nome e tendências suicidas. Afinal escolher ficar com os tipos que o raptaram não deve ter sido a decisão mais esperta. Mas como eu sei que ainda tens muito que nos contar, acredito que até é capaz de ter sido a decisão mais acertada... não fosse isto uma história de fantasia, correcto?? :p

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Mensagem por Ylerinn Qui Out 18, 2012 7:29 pm

PandoraTheVampire escreveu:Ora desvio o olhar por uns tempos e já tens aqui uma data de capítulos novos! Mas ainda bem! Senão a minha curiosidade matava-me. Okay... também convenhamos que não explicaste grande coisa! Sabemos que o puto louro tem nome e tendências suicidas. Afinal escolher ficar com os tipos que o raptaram não deve ter sido a decisão mais esperta. Mas como eu sei que ainda tens muito que nos contar, acredito que até é capaz de ter sido a decisão mais acertada... não fosse isto uma história de fantasia, correcto?? :p

Tenho tentado escrever 500 palavras por dia, a ver se me vou obrigando a ser regular. Uma espécie de preparação para o NaNoWriMo, que vai ser puxado :P
Tenho esse problema, de enrolar demasiado. E com 500 palavras, não consigo sequer sentir o cheiro do avanço, e vou enrolaaaando até mais não.
O loirinho anda a dever á inteligência e não é pouco. A ver vamos se lhe serve de alguma coisa daqui para a frente. Talvez tenha acertado, talvez não xD
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Mensagem por Ylerinn Qui Out 18, 2012 8:12 pm

6. O quarto

- E então? Como é que ele está?

Yhelm olhou para a rapariga morena. Finalmente, juntara-se á equipa o último elemento, depois de qualquer problema com o Clã Aenna, que a levara a enganar-se nas direções do seu esconderijo.

Irina Levtae. Nascida um anjo, formada uma feiticeira, embora preferisse o termo “cientista”, chegara agora á pousada recôndita nos subúrbios de Ackrila, a arfar e suar graças ao calor do sol da manhã.

Tinha sido posta ao corrente da situação logo que chegara á sede, e solicitada pelos altos cargos de Aenna a juntar-se á sua equipa. A presença do clã de anjos era um imprevisto drástico, que tornava a missão mais difícil.

- Está bem. – O demónio respondeu, puxando uma cadeira. Irina não parecia acreditar – Dentro do possível, pronto. Não está ferido, mas está assustado, confuso, e matava-nos se pudesse.

- A ti não. A Adine disse-me que ele simpatiza contigo.

- O quê- está maluca! Para todos os efeitos, nós raptámo-lo, como é que é suposto ele simpatizar com algum de nós?

- Escolheu ficar contigo em vez de ir com os anjos.

- Era eu ou o Julian. Com uma cara daquelas, não admira que tenha ficado.

- Deixa-te de criancices. Estou a falar a sério.

Irina dirigiu-se á bancada de pedra negra, despejou café fumegante para duas chávenas. Entregou uma a Yhelm antes de se sentar, fitando-o numa interrogação.

- O que queres que te diga? Sei lá porque é que ele ficou. O Clã Esskim é meio agressivo com as almas que recupera, talvez tenha sido a maneira como o olharam, ou alguma coisa que disseram… sei lá! Devias era estar contente por ele não ter querido ir. É difícil tirar almas a outros clãs quando elas não querem. Os recuperados passam a odiar-nos e dá chatices com os Altos Cargos.

- Como se tu te importasses com os Altos Cargos.

- Eu não, mas a Adine sim. E se lhe saltam ao couro quem paga sou eu.

- Tu e o Lucas.

- Nah. O Lucas não dá chatice, não ouve.

Deu um gole no café. Lamuriou-se quando o líquido quente tocou na ferida do lábio, pousou a caneca na mesa e desistiu. Irina ainda se ocupava de forrar o seu a colheres cheias de acúcar amarelo e em tentar dissolvê-lo com a colher.

- De qualquer maneira, já sabes alguma coisa sobre ele?

- Só o que o chefe de missão nos deu: alma raptada á chegada, vendida a um taberneiro da rua Mor'inge, Ackrila Inferior. Trabalhava na taberna, vivia lá. Ah, notei que não tem feridas ou cicatrizes recentes ou profundas. Teve sorte, não era escravizado.

- Um daqueles que vivem como inquilino?

- Iep. Mais para família. Não parecia ansioso em sair de lá.

- Poderes?

- Trancados, nunca os usou. O Lucas suspeita de poderes atmea, eu estou mais virado para a psicanálise.

- Idade?

- Uns desassete, não sei.

- Nada? E o nome, ao menos?

- ...Também não. Desculpa.
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Mensagem por Fox* Dom Out 21, 2012 11:19 am

Ele mentiu sobre o nome? Mentiu? Ou é mais lento do que eu pensava e não percebeu que aquela palavra estranha era mesmo um nome?
Mas, do mal o menos, conseguimos muitas coisas novas aqui... Altos Cargos, clãs, raptos e traficantes de almas, cientistas mágicos...
Grande mistela que para aqui vai!
Pergunto-me o que a alma vai achar quando vir o que lhe está a acontecer... Ou quando perceber que não é só mais um humano (se é que este termo tem espaço nesta realidade) e que tem alguns poderes dentro dele!
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Mensagem por Ylerinn Dom Out 21, 2012 6:31 pm

Iep, mentiu. Ohh, ele não é assim tão lento xDDD (...acho eu. Ok, eleé muito lento, anyway.)
Isto está a ser muito uma experiência, daí a salganhada xD a ver vamos, se consigo fazer alguma coisa fazer sentido aqui :3

Aqui o está o novo :D

7. Lucas

Lucas não se importava com as almas recuperadas. Não fazia intenções de o esconder, não tentava convencer ninguém do contrário. Para ele, cada uma das almas que o Clã os mandava recuperar era apenas mais uma missão. Com estrategista, importava-lhe apenas que conseguissem entrar e sair inteiros. Como curandeiro, já se tornara normal e rotineiro tratar feridas, contusões, queimaduras e hematomas. Mas com a alma enquanto pessoa, não se ralava demasiado.

E era aí que Yhelm e ele discordavam acesamente.

- Não há outra maneira?

- Não.

O demónio remexia-se desconfortavelmente na cadeira, sob o olhar impaciente do rapaz-alma.

- Era só para te avisar. A Adine deu-me permissão, esta noite vamos ter de tratar disso.

- Só para me avisar?! Obrigada pela preocupação, Lucas! E eu a pensar que era só com as almas que tu eras um cu!

- Olha aqui, é por me preocupar que só te aviso! Sabes muito bem que os Esskim se estão a aproximar, quanto mais depressa soubermos qual é o poder do moço, mais depressa voltamos á sede.

- Que graaande problema! Voltamos á sede primeiro, e lá perguntamos a algum dos séniores se sabe de outra maneira! Essa dói que se farta, não achas que ele já sofreu o suficiente?

- Nem penses que vou meter na sede uma alma de poder desconhecido. Já pensaste se ele for um twister, a confusão que era? Ou um telecinético? Mais, ele pode estar a esconder o poder. Pode não ser tão inocente quanto…

- Tu estás-te mesmo a borrifar, não é?

Lucas bufou, batendo um pé no chão ruidosamente. As orbes acinzentadas encontraram as do demónio.

- Sim. Estou-me a borrifar para as almas.

- Só não percebo como. Tu és uma. Aliás, já foste uma alma resgatada…

- Cala-te.

- É isso, não é? Alguma coisa que aconteceu quando foste resgatado? Agora andas-te a vingar nas almas todas?

- Nunca pensei que pudesses ser tão desprezível.

Yhelm estacou. Não tinha o direito. Lucas estava a fazer o seu trabalho o melhor que conseguia. Porque é que o havia de censurar por não se preocupar? Poupava-lhe chatices, isso era certo. Mas mais do que isso, era seu amigo. Levantou-se e aproximou-se dele.

- Lukie, desculpa. Eu não… é só… - respirou fundo – desculpa por estar a ser um estúpido. Não queria dizer aquilo. - O rapaz-alma assentiu.

- Vai convencendo a alma do que lhe espera. Esta noite, sem desculpas, temos de descobrir qual é o poder dele.

- Não há mesmo uma forma mais suave?

- Eu não me preocupo com as almas. – Dirigiu-se a uma secretária de canto, atulhada de papéis amontoados e pequenos cristais translúcidos – Mas preocupo-me com a tua opinião. Se houvesse, eu dizia-te.

- Eu percebo. Obrigada.

- Não tens de agradecer. É o meu trabalho.

- Não é o teu trabalho preocupares-te comigo.

E saiu. Era uma amizade estranha, não deixava de notar. Nenhum dos dois o pronunciava, mas confiavam plenamente um no outro. Apesar das diferenças.
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Mensagem por Fox* Seg Out 22, 2012 5:08 pm

Mais uma vez, os teus diálogos estão muito leves e bem feitos. É ótimo ler algo que parece real, e soa a real, que não seja forçado.
Mas continuo com muitas questões sobre estes rapazes/demónios/anjos/almas... Estão mesmo todos às escuras sobre o que esta pobre alma pode fazer ou há algo mais? :D
Ah, e o facto de não saberes bem o que escrever torna tudo mais divertido :).
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Mensagem por Ylerinn Seg Out 22, 2012 7:01 pm

Fox* escreveu:Mais uma vez, os teus diálogos estão muito leves e bem feitos. É ótimo ler algo que parece real, e soa a real, que não seja forçado.
Mas continuo com muitas questões sobre estes rapazes/demónios/anjos/almas... Estão mesmo todos às escuras sobre o que esta pobre alma pode fazer ou há algo mais? :D
Ah, e o facto de não saberes bem o que escrever torna tudo mais divertido :).

E obrigada mais uma vez :3 Pois, até aqui está tudo ás cegas sobre o loiro, até ele mesmo. Hão-de descobrir, quando conseguir fazer as 500 palavras render x_x
E não sei mesmo, começo e vejo como é que sai xD *canta* I have no idea what I'm doing heeeere~~~
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Mensagem por Ylerinn Ter Out 23, 2012 9:39 pm

8. Descobertas

- É assim tão mau?

- Não é insuportável. Mas é desconfortável. Estranho. E dói um bocado. Já levaste uma cotovelada nas costelas?

A alma assentiu, entrelaçando os dedos dos pés descalços. Sentado no colchão da cela aberta, olhava intermitentemente o demónio encostado á pedra desgastada da parede. Este abriu um meio sorriso débil.

- É mais ou menos isso. Mas pelo corpo todo e durante algum tempo.

- Quanto?

- Isso depende de ti.

- Ainda nem sei porque é que estou aqui, e já me estão a avisar que me vão torturar. Obrigado.
Yhelm lembrou-se de repente. Ah. Claro. Ainda não lhe tinha explicado, pois não? O loiro comportava-se com ele com tamanha naturalidade, que o moreno esquecia-se que falava com uma alma resgatada. Ou, no ponto de vista do outro, raptada.

- Eridin… sabes que foste vendido á tua… família, na taberna, não sabes.

- Sei. Mas não é assim que funciona?

- Que funciona…? Explica isso bem.

- Quando cá cheguei, lembro-me de estar numa floresta…

Isso era normal. A Floresta Além-Andari, a floresta que rodeia todo o mundo plano de Andari Zeie, e onde as almas aparecem. Depois disso, normal seria andarem pela floresta, desgovernadas, até encontrarem os Portões. O anjo e o demónio que os iriam levar, ou para o castigo do Labirinto, ou para o seu novo lar em Andari.

-…e apareceu um anjo.

Mas ser o anjo a aparecer á alma estava longe de ser normal.

- Andaste até encontrar um anjo?

- Não. Não sabia onde estava, fiquei quieto. E o anjo é que apareceu.

- E depois?

- Ele disse-me para o acompanhar. Que me ia levar para um sítio. Que seria vendido, e o meu teste seria ser obediente, e sobreviver. Só assim é que merecia a Além-Vida.
O demónio sentiu-se a gelar.

- Notaste alguma coisa sobre esse anjo?

- Era moreno. E alto.

- Reparaste se tinha um colar? Ou um fio no pulso com um pendente?

- Sim, tinha um colar.

- Lembras-te de como era?!

- …para que é isso tudo? O que se passa?

- Responde-me só, Eridin, como era o colar?

- Tinha… acho que era uma chave com asas de anjo.

O demónio levantou-se abruptamente, sem dizer uma palavra, precipitando-se para as escadas.

- Yhelm?! O que se passa?! – A alma gritou do corredor.

- Já te explico, espera um bocado!

Subiu o vão de degraus a passos largos, o coração a bater descontroladamente, para quase esbarrar com Lucas no cimo.

- Para que é essa pressa toda?

- Lucas! Isto é mau!

- Acalma-te. Respira. Não morras. – Esperou que o amigo recuperasse o fôlego, antes de prosseguir – Vá, explica.

- A… a alma. Ela diz que foi vendida por um anjo.

- Sempre é mais informação.

- Não, Lucas! Ele diz que foi levado por um anjo com uma chave.

O rapaz-alma empalideceu.

- Ele… foi…

- Ele foi raptado por um guardião. Há um anjo guardião corrupto a traficar almas!
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Mensagem por Fox* Qui Out 25, 2012 2:23 pm

Corrupção além vida... Bem, parece que até no paraíso existem pecadores e gananciosos.
E a pobre da alma ali perdida sem nada, nem sequer consciência do que lhe aconteceu e vai mesmo acontecer... Acho que ainda se arrepende de ter ficado!
Estou cada vez mais curiosa com o que vai sair daqui! :D
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Mensagem por miaDamphyr Qui Out 25, 2012 5:03 pm

A tua criação é mesmo boa, e um mundo de crime entre almas e anjos também é diferente e bom de ler. Está muito bem, continua logo. Beijos.
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