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The Letters of Charlie

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Mensagem por PandoraTheVampire Qua Jun 13, 2012 10:44 pm

Pois, desculpe lá, diz ela como quem não quer a coisa! Ai, ai Charlie... é bom relembrar as tuas psicopatiquisses (ROTFL - all hail palavra inventada).

AWESOME!

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Mensagem por Fox* Qui Jun 14, 2012 2:59 pm

Tal como a Pandora, também achei piada ao "desculpe lá"... Estava a brincar com facas e aconteceu!
A minha mãe sempre me ensinou mas... Ah, espera, ela não teve tempo de me ensinar nada xD
Necrofagia... E eu a achar que a miúda já se tinha metido em tudo... Ou não! A curiosidade mata muita coisa, e o polícia foi apenas mais um...
Aconteceu!
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Mensagem por Soph Sáb Jun 16, 2012 4:07 pm

Necrofilia Fox. :)

Minhas meninas, vocês sabem como é a Charlie. Ela é... é mente aberta xD
Literalmente. ;)


Obrigado pelos comentários pessoas.







Bem sei que a juventude de hoje adora ser rebelde e andar por aí a assaltar casas.

Atitudes que reprovo completamente!

Sabes Thomas, roubar é feio, é mau. E tu, com os teus dezoito anos já devias saber isso.

Roubar uma pastilha? Sim, se tal acontecer de vez enquanto e, por amor de Deus, é uma pastilha.

Mas assaltar uma casa?

Uma casa onde vive uma família? Quatro filhos e dois pobres pais a tentar tomar contas dos pequenos?

Devias ter vergonha. Vergonha! Roubas pessoas que mal têm dinheiro para sobreviver sozinhas e, as poucas regalias que ousam ter, tu roubas-lhas?

Um rádio. Era um estúpido e velho rádio! Porque o roubaste? Porque é que lhes tiraste a tecnologia mais evoluída que eles possuíam? Sentiste-te melhor ao fazer isso? Mais homem? Ganhaste muito dinheiro com ele? Ou foi só para mostrar aos teus amigos que consegues ser mau quando queres? Para impressionar uma mulher? Ou simplesmente necessitavas de um rádio que trabalha a pilhas e que nem para ler cassetes dá? Mas, se é essa razão, como raio é que conduzes um Porsche se não tens dinheiro para comprar uma parelho de música?

Fazes-me rir. Ou chorar. Nem sei, sinceramente.

Apenas sei que fizeste com que os pais passassem uma noite inteira a tentar acalmar os quatro filhos pequenos quando estes sentiram falta daquela presença ambiental que era a música que saia daquela pequena caixa.

Thomas, Thomas, Thomas. Deus pode não existir, mas eu existo. Sou a Charlie, a tua vizinha que nunca viste. Tenho dezoito anos e devo admitir que me surpreende bastante o facto de nós, com a mesma idade, vivermos de forma tão diferente: tu ganhas as tuas moedas estando dentro da vida criminal e eu ando sozinha neste Mundo, sem ter feito nada de penoso. E no entanto a idade e a sociedade em que estamos inseridos é mesma.

E eu estou aqui, a escrever esta carta e estou a olhar para a uma linda menina morena.
É muito bonita, ela. Olhos verdes, cabelo castanho, pele escura e corpo esbelto. E muito simpática. Queres saber o seu nome?

Bonnie.

Sim Thomas, é a tua namorada que está aqui, ao meu lado com os braços pendurados ao tecto.

Mas vou ser sincera contigo. És meu vizinho, vives na casa ao lado da minha e o que estou prestes a fazer é em parte devido ao medo de ouvir esse rádio tocar música.

Porque eu tenho uma paranóia auditiva e fico doida, louca, totalmente dominada pela insanidade quando oiço barulho. E eu sei que gostas da música alta. Por isso fica aqui um aviso: não ligues esse rádio ou já não a vais ver com os dois braços naquele seu corpo que eu sei que veneras tanto. Não metas ou vais vê-la muito antes do que eu tinha planeado.

Percebido? Óptimo.

Voltemos então ao assunto que me levou a escrever-te.

Portas trancadas, janelas fechadas até com grades, cabo de ferro debaixo da cama dos pais e tu, mesmo com estas medidas de segurança, conseguiste entrar durante a noite e roubar aquele objecto desprezível?

Acredito piamente que a tua intenção não só roubar o rádio. Mas conta-me, o que aconteceu?
Eles não tinham dinheiro? Sim, porque objectos digitais de grande valor não existiam naquela casa.

Ou acordaste-o? Fizeste demasiado barulho a arrombar a porta e o pai apareceu com o ferro na mau e tu fugiste, deixando os restantes objectos que tinhas?

Não espera, não tiveste coragem! Foi isso não foi?

Tenho vontade de rir, realmente.

És simplesmente ridículo, sabes?

Não, não sabes. És ignorante.

Mas sabes o que vai acontecer agora?

Agora, ou amanhã, não interessa, esse rádio vai desaparecer misteriosamente de tua casa e vai voltar para os seus donos e tu, confuso vais revirar o teu quarto à procura dele e não o vais encontrar.

Mas não vais ligar muito ao seu desaparecimento. Afinal, era apenas um rádio velho.
Não vais estar ciente do perigo que corres.

E depois vais ligar à tua namorada, só mesmo para ter a certeza que ela não o levou com ela.
E ela não atender.

E sabes porquê? Porque apesar de não acreditares nisso agora, e eu sei que não acreditas, ela vai estar aqui comigo. Ela ou o corpo dela.

E na pequena hipótese de acreditares nesta carta (sim, porque nunca ninguém acredita!), não vale a pena tentares devolver o rádio à família. Vai ser tarde demais. Para começar, nem o devias ter retirado e depois, mesmo que o entregues o teu destino está traçado.

E fui eu que o tracei.

Mas apesar de achar que as pessoas devem sofrer imenso em saber o seu fim, vou-te desvendar um pouco dessa linha tão desconhecida para ti.

Vais acordar na minha cave, amarrado e confuso e sem saber como foste lá parar.

Depois vais-me ver. Uma rapariga de cabelos castanhos, curtos e de olhos verdes.

E de seguida, vou sorrir, pois vou ver a tua cara quando olhares para a parede que vai estar atrás de mim e verificares que a tua querida Bonnie vai estar lá, pendurada pelos braços. Morta ou viva. Com ou sem o seu cabelo, com a sua ninfa vital ou não.

E aí Thomas, aí tu vais desejar nunca ter roubado o rádio, seja por que razão o tenhas feito, vais desejar ter ficado quieto.

Porque eu vou-te fazer sofrer, mas um sofrimento silencioso porque já sabes que não gosto de ruídos.

Aí vou pensar, mas provavelmente vou continuar a fazer as experiencias inacabadas que fiz em corpos anteriores e continuá-las em ti, nesse teu corpo que gostas tanto de exibir.

Ver quanto tempo aguentas sem o teu coração a bombardear o sangue, ver quanto tempo consegues manter-te vivo sem um pulmão, quanto dor toleras quando te arrancar os rins.

Quando tempo demoras até morrer sem o teu cérebro. Quanto tempo demoras a sufocar, quantos metros te moves sem uma perna, quantas palavras consigo escrever com a faca no teu tronco.

Mas esqueci-me da anestesia. Ainda assim não a iria utilizar, obviamente que não. O meu objectivo é fazer-te sofrer, pagar pelos teus actos. A ti e à tua preciosa namorada que, senão tiver morrido entretanto, irá assistir à tua tortura.

Não, ela não te vai esquecer. Aliás, ela vai logo atrás de ti.

Não deixo testemunhas.

E não faço barulho.

Por isso, tranca bem as portas ou entrarei sem tu te aperceberes.

Charlie




Última edição por Soph em Qua Jul 04, 2012 8:19 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Fox* Sáb Jun 16, 2012 10:35 pm

Exatamente, necrofilia! Mas que coisa disse eu, ah?! xD
"Não, não sabes, és ignorante" -> Ah, Charlie, o teu sentido de humor misturado com ironia toma sempre conta da situação! É por isso que te adoro, pah! :D
Criaste uma personagem sádica, extrema, louca, mas estranhamente adorável! Não sei se a quiseste criar como um "anjo da morte" que vai limpando a sociedade dos parasitas que por lá andam ou se ela simplesmente mata quem aparece por aí, mas é uma personagem muito boa! Gosto muito disso :D
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Mensagem por Mia Angel Dom Jun 17, 2012 7:17 pm

sorry por a minha demora a comentar dear! Mas enfim, cá estou eu!
Portanto:

Hello! Esta Charlie sempre a surpreender! Uau! Acha-se uma justiceira! Ahahah, essa é para rir, certo? Essa miuda precisa mesmo de um psicolgo! Bom, eu já tinha lido uma das cartas que atualizas-te, a do policia que supostamente quer fazer sexo com ela! Opah, ela faz-me rir! Se o homem está morto não levanta o mastro, alguém dê aulas á miuda!
Adorei as cartas novas que aqui pusses-te, seguem o padrão das outras, sanguinárias! Continua com o excelente trabalho, quero mais!
xoxo
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Mensagem por PandoraTheVampire Seg Jun 18, 2012 1:46 pm

Adoro a mente psicopata desta miúda. Castiga o Thomas por assaltar mas acha-se uma justiceira ao fazer justiça pelas suas próprias mãos. Charlie, you're the best gurl! :p

(Isto nunca mais chega ao fim? Estava mesmo curiosa sobre o fim que ias dar à querida Charlie... ai ai a minha sorte! xD)

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Mensagem por Andy Girl Ter Jun 19, 2012 3:22 am

Olá!
Aquela Charlie é demais!
A Matar o homem e deixá-lo na cana! Mas eu tinha alguma razão ela tem problemas de caris afectosexualXD
Agora a sério, uero ver onde ela vai perder a virgindadeXD
A segunda cartaXD Tem piada o facto de ele por vezes pensar que nunca fez nada de mal na vida dela e de as pessoas não acreditarem nas cartas que ela envia. Mas o mais engraçado é nunca ninguém ter encontrado as cartas perdidas nas casas dos supostos desaparecidos!
Quero mais cartinhas eu gosto da Charlie, como gostava do Jerry e no entanto, passava a vida a querer que o Tom o apanha-se XD Mais e beijinhos!
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Mensagem por Nitaa Ter Jun 19, 2012 9:08 am

Ahhhh que miúda!
Ela deve acreditar que é um deus a Terra e veio redimir todos os males desta sociedade!
Será que ela não quer vir fazer uma visitinha à Europa, principalmente Portugal e dar uma limpeza à quantidade de ladrões que tem aqui?
Dar-lhe-ia muito trabalho, não é?
Opá esta miúda está cheia de fãs! Ainda se vai abrir um clube de fãs da Charlie! (Eu entro xD)
E não me admira... Juntaste ela um humor negro, ironia e violência.
Magnifique!
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Mensagem por Soph Ter Jun 19, 2012 2:02 pm

Fox: A minha Charlie é mesmo fofa, eu sei. (coff coff) xD Não, eu não cria nenhum anjo da morte porque assim seria justificado... as acções. Eu não quero que sejam justificadas. Apenas mente macabra e sedente. muahah xD

Mia Angel: Levantar o mastro.. haha! Oh dear, thank you :) Acho que o o sarcasmo dela vem associado ao facto de ela pensar que o "seu trabalho" é algo bom. Mas como qualquer rapariga na idade dela, os desejos vêm ao de cima, certo? Obrigada por comentares :)

Pandora: Está quase :) Faltam poucas cartitas e depois terás o teu esperado final :)

Andy Girl: A Charlie destrói todas as provas que existem... ou não? Só saberão no final ;) Tom & Jerry... talvez realize o teu desejo. Ou talvez não. muhaha obrigada por comentares ^-^

Nitaa: Sabes, acho que se a Charlie viesse a Portugal, as mortes seriam tantas e da mesma maneira a pessoas conhecidas/procuradas, que alguém iria desconfiar... Ela é inteligente. Fica a "reinar" o seu pequeno mundinho. Mas não era má ideia de todo ;)




Olhos verdes.

Certo.

Olhos azuis.

Certo.

Olhos castanhos.

Certo.

Olhos cinzentos.

Não. Não está certo.

Não tenho essa cor.

Tenho sim, várias caixas com globos oculares das pessoas a quem os “pedi”
Cada caixa com uma cor.

Mas aquela cujo rótulo diz “cinzento” está vazia.

Vazia, cheia de pó e completamente esquecida num canto do antigo quarto dos meus pais.
Mas lembrei-me dela. Lembrei-me que tenho de continuar a coleccionar olhos. Foi um hobbie que adquiri durante as matanças.

Comecei a olhar para as suas caras enquanto morriam, as pessoas que matava. Por entre os espasmos de dor, por entre os gritos de aflição, debaixo de todo o sangue que salpicava tudo o que de sólido existia, estavam os olhos.

Olhos cheios de dor, cheios de medo. Uns olhos infelizes, outros já sem alma. Olhos na cara ou por vezes olhos a rebolarem no chão.

Enfim, digamos que eu não era lá muito cuidadosa com as partes do corpo que testava.
Já matei pessoas com olhos verdes. A irmã e toda a restante família do Joshua tinham olhos verdes. Nessa noite em que os atraí até casa e os matei, coleccionei logo 5 pares de olhos verdes. E foi início da minha colecção.

A minha mãe tinha os olhos castanhos, tal como o meu irmão mais velho, mas quando os matei não retirei os glóbulos oculares. Era demasiado nova, ainda não tinha interesse nesse tipo de coisas.

O Elliot, o rapaz que matei por ter o mesmo nome do meu irmão e por estar com saudades de cortar gargantas, tinha uns olhos lindíssimos.

Azuis. Retirei-os.

Tal como retirei à Sybil, ao polícia, Thomas e às muitas outras pessoas a quem fiquei com a vida.

Mas sabes, não me importo.

A morte não me provoca medo ou agonia. Não me faz sentir triste ou emocionada. Na verdade, sinto-me bastante calma. Calma e divertida.

Adoro matar, adoro experimentar novos cortes, novas maneiras de sangrar uma pessoa. Fico em êxtase ao ouvir os gritos de dor e agonia da minha vítima.
Mas estou a fugir do assunto, Mark.

Sabes que todas as minhas vítimas receberam esta carta antes de eu lhes retirar a vida? Sabes porquê?

Porque gosto de ser civilizada. Penso que numa guerra devem existir regras de etiqueta e no meu ofício acontece o mesmo: como poderia eu matar alguém sem lhe dizer primeiro o motivo?
Óbvio que não poderia! Eu tenho alguns escrúpulos, por amor de Deus!

Penso que se alguém vai morrer, tem o direito de saber o porquê primeiro.

Excepto a minha mãe que morreu porque fazia demasiado barulho. Pois, Mark, eu tenho uma paranóia auditiva que me faz matar, perder o controlo quando oiço sons muito agressivos.
Mas é para isso que estas cartas servem. Para dizer o porquê.

E bem, Mark, parece que estás a recebe-la não é?

Queres saber o porquê?

Eu digo: Porque tu és filho do médico que ajudou a minha mãe quando o meu pai a levou daqui.
O teu pai ajudou-a depois de eu ter espetado várias facadas na barriga enorme dela.
Sabes como sei isto?

Bem, estava na mercearia a comprar alimentos como faço todas as semanas com o dinheiro que tiro às minhas vítimas e ouvi-te. Ouvi dizer à senhora da loja que o teu pai vira o processo esquecido de uma tal mulher que chegou ao hospital esventrada.

Ele ajudou a minha mãe. Ajudou-a mesmo depois de tudo o que ela me fez, depois de tudo aquilo que ela fez à sua menina.

Não, espera. A sua menina já não era eu. Era o monstro que crescia dentro dela.

Claire.

Só o nome me dá arrepios.

Ele tentou ajudar uma mulher que vivera os últimos meses de vida a fingir que não tinha uma filha, apenas se preocupando com o bem-estar daquela porcaria que crescia dentro dela.
E eu quero vingança! Não me consigo impedir, não consigo esquecer!

Mas obviamente que não me vou vingar no sangue do teu pai.

Não.

Não sou assim tão burra, Mark. O teu pai é demasiado para mim, uma mulher de dezoito anos nada pode perante um homem de quase dois metros e com mais músculos que um lutador de boxe.

Não posso arriscar.

Vou-me vingar naquilo em que ele tem mais orgulho: em ti.

Também estás a estudar para médico não é?

Que bonito, a seguir as pisadas do papá!

Eu nunca tive um pai, sabes? Pelo menos um pai que me amasse como o teu te ama.

Ou amava…

Falta pouco Mark. Vou fazer com que o teu pai sofra bastante.

Afinal de contas, como será encontrar um pedaço do filho espalhado pela própria casa? O sangue a manchar as paredes, pedaços de órgãos espalhados pelo chão, uma pista que leva a membros do teu corpo?

Um braço ali, uma perna aqui, a cabeça noutro lado.

Perfeito.

Não é suposto um filho morrer primeiro que o pai, dizem. Dizem também qua a dor é insuportável. Umas das mais penosas.

O que me faz sorrir. Um sorriso de satisfação por ter provocado essa dor aos meus pais ao matar o meu irmão mais velho.

Talvez seja das poucas boas memórias que tenho da minha família, a sensação de matar o meu irmão.

Sorri quando vi o sangue a espilrar da garganta dele. Senti-me bem.

Eles mereciam, depois de tudo o que me fizeram.

E o teu pai também me fez mal. Por isso vai sofrer.

Ele poderia ter escolhido ignorar a minha mãe. Quero lá saber do juramento de Hipócrates! Também não quero saber do facto de ele não ter maneira de saber quem lhe tinha feito aquilo!
Ele fê-lo! Ajudou-a! E agora és tu que vais pagar!

Estou desejosa de matar, de experimentar novamente, de explorar maneira de matar que ainda não foram descobertas!

Talvez cortar o teu crânio à fatia, seria engraçado. Ou talvez cozer-te os olhos e os lábios, para saber como é. Poderia aprender a coser! Não sei…

Retirar algumas articulações dos dedos das mãos, tatuar-te a ferros quentes…

No fundo apetece-me cortar-te o pescoço, a minha maneira preferida de matar. Só ao imaginar o sangue a jorrar e a manchar o teu corpo que estará nu, a percorrer o peito, a barriga, ouvir as tuas tentativas de respirar, de falar, de parar o sangue com as mãos.

O sangue vermelho e espesso a inundar-te, o cheiro a espalhar-se pela casa.

Não consigo nem imaginar sem me descontrolar. Fico ansiosa, em êxtase.

Logo verei o que farei contigo, Mark. A tua hora chegará, disso não tenho dúvidas.

E olha a coincidência: os teus olhos são cinzentos. Mesmo a cor que me faltava.

Perfeito.

Vingo-me do teu pai, mato alguém e ainda recebo um bónus: olhos cinzentos para preencher a caixa vazia.

Até as minhas bonecas de porcelana têm olhos de diferentes cores! Adoro bonecas de porcelana! São silenciosas, bonitas, perfeitas,

Sabes que a tua hora se aproxima e não vale a pena fugir. Eu encontro sempre quem quero.
E eu quero-te.

Até lá, não faças barulho, ou poderás sofrer mais cedo do que esperas.


Charlie



Shhh, you have to be quite, Dear...
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Mensagem por Nitaa Ter Jun 19, 2012 4:43 pm

OMFG!!!
Cada motivo para matar melhor que o outro.
Bem, um coleccionador fanático faz tudo para completar a sua colecção e a Charlie é assim... Por isso lá vem olhos cinzentos para a colecção.

Porque gosto de ser civilizada. Penso que numa guerra devem existir regras de etiqueta e no meu ofício acontece o mesmo: como poderia eu matar alguém sem lhe dizer primeiro o motivo?
Óbvio que não poderia! Eu tenho alguns escrúpulos, por amor de Deus!
Nada de ironia aqui! Quem achar isto ironia, está completamente errado!! ahahahahah
Opá eu morri com esta parte. Divinal!
Continua por favor!
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Mensagem por Fox* Ter Jun 19, 2012 6:09 pm

Claro que ela foi buscar o "Dead Silence" para esta fic, nem podia ser outra coisa :D!
E os olhos... Hahahaha, eu não me devia rir, mas o motivo dela matou-me (e a outros, mas ok!), preciso de completar a minha coleção! Coleção de olhos, atenção! Sim, faltava-me os cinzentos, não sei se sabes mas isso é um drama!
Quando eu achava que esta miúda não podia ser mais desregulada...!
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Mensagem por Andy Girl Qua Jun 20, 2012 1:50 am

Olá!
De cada vez que eu venho para aqui ler estas cartas fico sempre com a sensação que a Charlie me vai aparecer a frente e decapitar!
Tu arranjas cá cada história para ela matar as pessoas!
Mas é uma personagem muito bem construída e as cartas que ela manda são sempre diferentes e apresentão sempre um quê de surpresa!
Fico há espera da próximaXD
Beijinhos!
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Mensagem por Mia Angel Qua Jun 20, 2012 9:04 pm

Hello!
Ahhh, desta vez a Charlie meio que inventou pretextos para poder matar alguem com olhos cizentos! Coitado o Mark e do pai dele! O pai dele só fez o que achava que estava correcto!
Well, de qualquer maneira, a Charlie voltou a matar! Muito má!
Como sempre, adorei, continua!

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Mensagem por PandoraTheVampire Qua Jun 20, 2012 11:57 pm

Muahaha eu lembro-me deste dos olhos. Lembro-me de te pedir para não dizeres à Charlie que os meus são castanho esverdeados ou ela poderia ficar com ideias... OnCry3 Como sempre está bestial. Gosto tanto da Charlie Onembarassed

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Mensagem por Soph Sex Jun 22, 2012 12:28 pm

Nitaa: A Charlie é realmente irónica. Mas para ela os olhos são muito importantes, então! Uma coleccionadora nata! xD Thanks :)

Fox: shiiiuuuu. A música está muito bem onde está, olha! Ciumenta, pah. Arrecadei-a first! muahaha Obrigada por comentares trolha :p

Andy Girl: Muito obrigada *-* E nunca se sabe se a Charlie te fará uma visita... ^-^

Pandora: Eu também me lembro disso! hehe, obrigada! :)



Michaela.

Olá, sou a Charlie. Não me conheces, mas também não é necessário, tendo em conta o que estou prestes a fazer.

Sabes, tenho tido imenso tempo livre, desde que o Mark morreu. Não tenho feito mais nada senão levantar-me e ir para a biblioteca municipal, sempre o mais escondida possível para que ninguém me reconheça.

E sabes o que ando a pesquisar?

Métodos de tortura. Especialmente tortura medieval.

Mas bem, passando ao que me levou a escrever-te: Sinceramente, metes-me nojo.

As pessoas como tu dão-me vontade de vomitar, fico doente só de pensar em respirar o mesmo ar que respiras. Nem sei como tens coragem de te olhar diariamente ao espelho.

Existem tantas coisas por este mundo fora que podias escolher para sustentar-te a ti própria e escolhes logo a via mais fácil, mas nojenta, mais vulgar.

Prostituta?

Uma mulher que se veste de forma atrevida e que se entrega a todas as pessoas? Sejam elas homens ou mulheres?

Fazes-me lembrar as cadelas. Esse animal tem crias e ainda é capaz de ter filhos dessas mesmas crias. Uma prostituta não tem filhos mas tem relações sexuais com todos. Sejam eles filhos, pais, netos, avôs, maridos, mulheres.

És deprimente. Repugnante. Ter inúmeros homens a mexerem-se dentro de ti? Abrir as pernas à entrada daqueles que pagam pelos teus serviços?

Tal e qual uma fechadura estragada. Todas as chaves servem para abrir essa porta.

Diz-me, como consegues? Como consegues suportar a ideia de te venderes, venderes o teu corpo a homens que te vêem apenas como algo em que podem retirar o máximo de prazer?

Sabes o que me fazes lembrar? Aquelas bonecas insufláveis. Aquelas que os homens usam para se masturbarem. E sabes porquê? Porque tu te limitas a despir a roupa, abrir as pernas e é sé vê-los a entrarem. É só vê-los a gemer por um corpo que não lhes pertence. Que não se excita com o toque das mãos deles. Que não sente nada.

Vi na internet, eles costumas pedir para gritares não é? Costumam pedir para que finjas que estás a adorar, quando na verdade não vês a hora de te livrares daquela hora que és obrigada a passar naquele quarto com aquele tal homem.

Compreender-te-ia e, talvez não te julgasse se tivesses pressa para saíres daquele quarto para te ires embora daquela casa, daquela orgia.

Mas não. Tu contas os segundos enquanto balanças ao ritmo do desconhecido que está em cima de ti apenas para passares para outro.

E tudo para quê?

Para abrires as pernas e mostrar os seios a outro que talvez até te pague mais.

Já tentei por mais de uma vez imaginar como será ter um, dois até três homens numa única noite, a balançarem-se dentro do teu corpo, a beijarem o teu corpo, a beijarem a tua boca que foi milhares de vezes beijada anteriormente, a explodirem dentro de ti. Sim, porque pelo que eu sei, mais de metade dos homens com que tens sexo não utiliza preservativo.

Nojento.

Em parte, invejo-te.

Tenho dezoito anos e nunca estive com um homem. Nunca senti aquele toque meigo na minha pele. Aquele toque que faz uma mulher arrepiar. Nunca senti o cheiro de um corpo suado colado ao meu enquanto me ama. Nunca senti os lábios selvagens de um homem na minha boca, no meu pescoço, no meu peito, no meu ventre.

Bem, vistas bem as coisas, nem tu.

Sei bem que esses homens para quem te vendes não têm essas atenções contigo.

Ah! Para que haveriam de ter? Não passas de uma puta! Eles sabem bem disso. E tratam-te como tal. Tratam-te como deves ser tratada: um animal que existe apenas para servir. Tal cavalo que se compra, monta, serve para ganhar algumas horas de prazer durante a corrida e depois abandona-se com umas míseras, no teu caso, notas.

És falsa. És repugnante. És mentirosa.

Tens uma vida dupla.

Sim, Michaela. Eu sei.

Tu fazes uma vida de rica durante o dia. Compras, passeios, conversas com várias pessoas.
E dizes que não tens outra alternativa que não continuar com a vida que tens? Que não tens outra opção senão continuar na prostituição?

Tretas.

Já por várias vezes te vi a recusar uma proposta de emprego.

Como é que tens a lata de recusares um emprego decente, um emprego que não te envergonha essa cara já desformada pelos pecados que já comeste na sombra da noite?

E para esses pecados já não tens perdão.

Quem poderia perdoar uma pessoa que gosta de ser comprada a toda a hora da noite? Qual é a pessoa que conseguiria perdoar uma pessoa que faz com que os maridos de outras mulheres, certamente muito mais dignas que tu, as traiam?

Achas que elas merecem?

Gostarias de estar no lugar delas?

Ah, sim, é verdade. Nunca nenhum homem olha para ti de outra maneira que não a de uma puta onde pode descarregar todo o stress do dia de trabalho, controlando os seus movimentos, pagando para a ter onde, como e quando quer.

Eles não te querem para outra coisa que não uma fonte de prazer. Não serves para mulher, não serves para esposa, não serves para mãe, filha ou irmã.

És apenas mais uma pessoa que ocupa lugar neste mundo já tão cheio de gente indesejável.

És apenas mais um descartável.

Por isso não vejo porque não acabar com essa tua vida miserável.

É aqui que entra a biblioteca.

Estive lá a estudar tortura medieval porque sabes, quero tornar-me mais sofisticada no meu trabalho. É um trabalho que ninguém me paga, mas eu não me importo. Antes trabalhar sem receber do que trabalhar como tu.

Bem, na biblioteca municipal descobri lá um livro com torturas medievais muito curiosas. A que mais gostei foi a Empala. Um pau que funciona tal e qual o pénis de um homem: penetra.
E já arranjei um pau parecidíssimo a esse.

Entra por qualquer um dos buracos onde me apeteça metê-lo e só sai numa outra extremidade.

Aquele pau de madeira não faz curvas. É sempre a direito. E eu estou desejosa por utiliza-lo em ti.

Mas antes quero ir fazer uma visita a tua casa porque sei que guardas uma colecção imensa de bonecas de porcelana.

E eu adoro bonecas de porcelana!

Tenho uma que me acompanha para onde quer que vá. Tem uns lindos cabelos cumpridos morenos.

Adoro-a.

Ganhei-a matando uma menina cujo irmão fez muito mal, anos mais tarde. Devo dizer que me orgulho bastante de ter morto a irmã do Joshua antes mesmo de ele violar a Caddy. Não sei, foi uma espécie de coincidência que pude controlar.

E isso tudo foi depois de matar o meu irmão, a minha mãe e a criatura que viria ser minha irmã, se eu tivesse permitido tal tragédia. Tudo porque fizeram demasiado barulho. E eu não gosto de barulho. Odeio barulho. Onde ele existe, acabo com ele.

Como vês, eu faço boas acções, impeço pessoas como tu e como a coisa que crescia dentro da barriga da minha mãe de viverem pois apenas iriam poluir o Mundo.

Mas não considero nenhuma Santa, atenção.

Aliás, uma vez roubei um chocolate numa loja. Fiquei zangada comigo própria durante dias.
Mas antes roubar um chocolate que me prostituir.

Por isso, querida Michaela, peço-te que limpes bem e arrumes bem a tua casa, pois nos próximos dias deverás receber uma visita…

Até lá, tenta não gemer…

Charlie


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Mensagem por Mia Angel Sex Jun 22, 2012 2:20 pm

ahaha, tão perversa esta carta! Pobre Mikaela! Espera-a uma morte violenta! E talvez bem merecida! Ok, foi fantástica esta carta. Mostra a indignação da Charlie para com a prostituta, para com a profissão dela. Ela é interessante, a Charlie né. Observa bem as coisas, informasse de tudo, depois escreve uma cartinha e zás! Dá cabo deles! Adoro a forma como ela costuma dizer que vai a casa deles buscá-los, é... teatral!
Continua, gostei bastante!
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Mensagem por PandoraTheVampire Sex Jun 22, 2012 2:42 pm

Ah este também me lembro! Especialmente por causa dos métodos de tortura! Imagino que já não faltará muito até eu ler capítulos novos, não?? Oh estou tão curiosa sobre o que vai acontecer!!! OnCry2

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Mensagem por Fox* Sex Jun 22, 2012 7:01 pm

"Até lá, tenta não gemer" -> a ambiguidade desta frase é espetacular!
Bem, inicialmente não gostei da ação da Charlie porque achei que aquela prostituta não tinha outra hipótese de sobrevivência que se vender, mas quando cheguei ao fim, a modos que gostei (a modos que xD) do que ela disse e de como vai livrar o Mundo de pecadoras como a Michaela...
Se bem me lembro, só faltava um capítulo para acabar a coleção de cartas... Oh dear!

(Admite lá que criaste estas cartas baseando-te nas bonecas que eu tenho! A da Claire é a descrição perfeita da minha :D)
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Mensagem por Nitaa Sáb Jun 23, 2012 8:51 am

Até lá, tenta não gemer…
Esta frase foi a cereja no topo do bolo muahahahah
A Charlie arranja sempre diversos motivos para estudar as suas técnicas.
Se formos a ver, ela é como um estudante a fazer um estudo... Mas ela é mesmo aplicada xD
Até vai à biblioteca!
Ao inicio não estava a gostar desta escolha, porque nem todos tem a opção de escolher outra vida, mas a Michaela não é assim tão santa...
Bem, força nisso Soph... Estou curiosa pela próxima vitima.
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Mensagem por Soph Ter Jun 26, 2012 8:41 pm

Mia: Owww gostei muito do teu comentário *-* Obrigadaaa
Sim, a Charlie é uma watcher! Ela sabe tudo ^-^

Pandora: Mais um par para o final. Oh yeah Baby xD

Fox: As tuas bonecas são horrorosas, medonhas! Feias! E se me baseei nelas, é para tu veres o quão más elas são, pois uma psicopata idolatra-as!



Olá Claude.

Sou a Charlie.

Não me conheces mas também não é necessário. No teu destino, como dizes existir, eu não estou prevista, pois não? Não me viste certo? Na tua bola de cristal, nas tuas cartas, nesse teu mundinho espiritual, tu não me viste chegar.

E ainda bem. Eu gosto de surpresas. Gosto de surpreender.

É tão bom aparecer à frente das pessoas com facas, cordas, arames seja lá o que for e ver na cara delas o horror e o espanto. Vê-las deixar transparecer através do olhar a dúvida que lhe povoa a mente naquele momento.

“Quem é ela?” “O que é que lhe fiz eu?” “Porque é que está com aquilo nas mãos?”

É hilariante! Divirto-me bastante.

E elas sem saber quem sou eu, quase que fogem de mim. Ou tentam. Porque ninguém consegue fugir de mim. Só o fazem quando eu quero que assim seja. Quando eu quero algo eu tenho.

E sei o que vai acontecer porque eu quero que aconteça.

Porque eu faço o meu futuro. Não o deixo nas mãos daquilo a que tu chamas destino. Isso não existe. Cada um faz as suas opções e são essas opções que os levam a um determinado lugar, que não está predestinado pois se as opções fossem outras, iriam acabar de outra maneira.

Mas eu sei que para ti isto que eu disse não faz sentido, pois tu, estupidamente, acreditas que existe uma tal de força maior a controlar as tuas escolhas.

Tretas digo-te eu.

Se isso fosse verdade, então porque é que tu, com os dons que dizes ter, dons que te permitem ver o futuro, ver o destino, não me viste chegar? Como não sabias que eu te iria escrever?

Como não sabes o que te vai acontecer daqui a umas horas? E se viste que isto ia acontecer porque não fugiste? Porque não fizeste nada? Se bem que se tivesses feito algo ou mudado nem que fosse de planeta eu iria encontrar-te na mesma e fazer-te o que tenho planeado. Porque eu é que sei.

Não sei, sinceramente. Estou na dúvida. Preferes então aceitar o teu “destino”? Esperar e deixar tudo acontecer porque “é assim que está escrito e não podes fazer nada para mudar porque é o destino que controla a tua vida?”

Ah, nisso que tu acreditas… ridículo.

Completamente parvo e falso.

Tal como tu. Tu que ganhas a vida a enganar as pessoas, a fazê-las acreditar em coisas que não existem.

Lá porque tu acreditas, não quero dizer que toda a gente tenha de o fazer também.

Então porque andas a pregar nas ruas? Porque interrompes as pessoas que andam atarefadas apenas par lhes perguntar se acreditam no destino ou se te querem visitar.

E quando não estás a incomodar estás a extorquir dinheiro!

Sim, porque os poucos que te visitam pagam enormes quantias apenas para ouvir falsos conselhos e quebra-cabeças.

Sim, Claude, eu tenho-te observado.

Eu tenho-te perseguido, espiado.

Tenho visto tudo o que fazes e como o fazes.

E não gosto.

Odeio.

Desprezo.

Primeiro porque enganas as pessoas e depois porque fazes demasiado barulho ao pregares o teu trabalho, se é que se pode chamar isso.

Tu não sabes, obviamente, porque é que não gosto de barulho. Como é que o poderias fazer?

És uma fraude!

Não gosto de barulho, não o suporto porque tenho uma espécie de paranóia auditiva que me faz perder o controlo de mim mesma com um som um pouco mais elevado.

Na verdade, os médicos que me diagnosticaram disseram que tinha morto os meus animais e o meu irmão por essa razão mas isso é apenas uma desculpa. Eu mato porque gosto de o fazer.

Gosto da maneira como o sangue jorra lento e quente do corpo cada vez mais frio das minhas visitas. Gosto de testar novas formas, gosto do som que imitem quando as torturo.

Apesar de ser um barulho por vezes elevado, é o único que tolero: o som das minhas vitimas a morrer.

Não, não sou sádica. Sou uma mulher de dezoito anos que arranjou um hobbie diferente e original.

Mas como não viste isto tudo quando te fui visitar, Claude?

Sim, eu já estive contigo, nesse teu espaço mal cheiroso a que tu chamas de escritório. Onde tu dizes adivinhar o futuro e aconselhares pessoas desesperadas.

Fui ter contigo porque queria saber quem eras e como trabalhavas. Estive sentada em frente a ti, agarraste-me na mão e fechaste os olhos e disseste-me para me concentrar.

E em vez disso, eu sorria.

Gozava contigo sem tu saberes.

Disseste-me que algo de muito trágico tinha acontecido comigo e que isso me persegue.

Errado Claude, errado. Sei do que estavas a falar e enganaste-te redondamente.

A morte da minha mãe e a partida do meu pai não foi trágico. De maneira nenhuma! Foi a melhor coisa que me aconteceu! Sem eles aqui, pude finalmente sair de casa e começar a praticar. Consegui aperfeiçoar e tornar-me cada vez melhor a fazer o que faço sem ser descoberta.

Vês Claude? Uma prova em como tu não sabes nada.

Tentaste ler-me e conhecer-me mas falhaste.

E eu não posso deixar de querer proteger as restantes pessoas que pensam que és alguém.
Que posso eu dizer? Sou uma alma caridosa!

Tenho de as proteger dessa tua fantasia a que chamas destino.

Apesar de ter visitado algumas das tuas “clientes”, com o intuito de saber o que elas pensavam sobre o que aconteceu durante as suas sessões contigo, e muitas disseram que acreditavam, senti-me obrigada a matá-las.

Pobres mulheres, enganadas e roubadas por um rapaz. Mulheres cheias de dinheiro, é certo, e por isso pergunto-me porquê?

Porque visitar-te? A ti, que não vales nada, és apenas um impostor, um ladrão.
Mas enfim, a vida está difícil para todos e tive de lhes retirar o pin dos cartões multibanco antes de lhes cortar o pescoço.

Tenho despesas!

Mas tu não. Já não. As tuas despesas vão chegar ao fim, tal como o teu trabalho, tal como as tuas mentiras, tal como a tua relação.

Oh, essa já acabou.

Encontrei a Zahara e senti um forte impulso em conhecê-la.

Falamos durante bastante tempo e bem, posso dizer que nos tornámos amigas.

E imagina o que eu descobri durante o desabafo chorosa dela: anda a foder com um cabrão qualquer enquanto tu andas a enganar as pessoas.

Puta.

Uma puta e um ladrão.

Bem, é o caso ideal para dizer que são perfeitos um para o outro.

Mas, ainda assim, não concordo com a traição e, mesmo mostrando-se arrependida, matei-a. Levei-a para um chá em minha casa e matei-a com aquilo que ela mais gosta: um pau.

Adivinha onde.

Tive esta ideia quando pesquisava tortura medieval na biblioteca municipal, para uma outra vitima minha.

"A gota da angústia", é o nome. Servia como instrumento de tortura, principalmente nas mulheres, por estas andarem a ter orgasmos com quem não deviam.

Tal como a tua Zahara.

Por isso, sim, a tua relação já está acabada.

Também quem raio quereria estar ao lado de um falhado e ladrão?

Ninguém.

É por isso que não vale a pena viveres.

Acabarás sozinho.

Porque não poupar-te a esse sofrimento?

Sabes como vou acabar com ele?

Vou começar por te cortar as mãos. As mãos com que tu agarras as das outras pessoas para fingires que sabes algo sobre elas.

Depois vou-te arrancar os olhos. É com eles que dizes conseguir ver o futuro, quando estão fechados. Se é assim, eu tiro-tos e assim poderás ver o teu.

Morrer a fazer o que se pensa que se sabe fazer.

Magnifico.

Provavelmente cortar-te o pescoço depois, no fim.

Um corte suave e pouco profundo, para que possas sentir o sangue a jorrar para fora do teu corpo. Para que possas presenciar a tua própria morte.

Senti-la.

Já te disse que adoro cortar pescoços?

Agora diz-me, já tinhas visto isto tudo?

Já sabias que irias morrer desta maneira?

Claude. És patético.

Mas alegra-te! A tua vida acabou, assim como as tuas mentiras.

Logo à noite, encontrar-nos-emos novamente.

E não vale a pena fugires.

Até lá, não faças barulho.


Charlie

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Mensagem por Nitaa Ter Jun 26, 2012 9:51 pm

UOU esta rapariga é demais!
Tanta ironia nas suas palavras.
Não, não sou sádica. Sou uma mulher de dezoito anos que arranjou um hobbie diferente e original.
Realmente, o hobbie dela é muito original. Pergunto: é cortar pescoços, colecionar olhos ou matar pessoas? xD
Que posso eu dizer? Sou uma alma caridosa!
Acho que não quero uma alma caridosa destas perto de mim. Os meus olhos não são propriamente comuns xD
Posta mais Soph! Please!
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Mensagem por Fox* Qua Jun 27, 2012 2:31 pm

Oh Charlie, tu darias tanto gozo aos alunos de psicologia... Tanto, todos eles adorariam tentar perceber esse cérebro. Sim, porque, e apesar do que dizem, eu acho-te mais génio que monstro. Não sei, acho piada como escolhes as vítimas e como as decides matar... Torna-se divertido :D
Acho que gostarias de conhecer o Hannibal!

PS: Adorei os elogios que deste às minhas bonecas! E elas também aliás, estão a pensar agradecer-te pessoalmente...
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Mensagem por PandoraTheVampire Qui Jun 28, 2012 1:44 pm

Upa acho que este não tinha lido. Pelo menos não me recordo dele, mas adorei! Adoro como ela gosta de torturar as vítimas antes de as matar. Não, ela não é sádica, só tem um hobbie! Há quem goste de fazer potes ou ponto-cruz. A Charlie gosta de mutilar, tortura e matar. Nada de mal! É um hobbie!

Ahahah awesome. My Gawd, estamos perto do fim??? Acho que vou ter saudades da Charlie... Onscared mesmo que ela me assuste um bocado xD

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Mensagem por Fox* Qua Jul 11, 2012 6:34 pm

Camela, não abres isto?! Quero ler mais xD
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