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100 Capítulos, Uma História

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Mensagem por miaDamphyr Dom maio 20, 2012 11:06 am

1. Introduction

- Já não me lembro qual era, mas sei que era tão fail quanto esta!

Sinopse: Jo reencontra um antigo amor dos tempos de escola, e então a sua vida dá várias reviravoltas.
(Pior ainda)

100 Capítulos, Uma História 15565608



Joanne Silver.


100 Capítulos, Uma História Michaelau



Michael Adler.






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100 Capítulos, Uma História Empty 2. Love

Mensagem por miaDamphyr Dom maio 20, 2012 11:14 am

2. Love


Malditos! Não lhe tinham dito que vinha mais alguém, nem que ele estaria lá. Abriu a torneira de alumínio com um toque, e com água morna humedeceu os cachos dos seus cabelos longos e escuros. Não tinha passado nem sequer um lápis, e diante do espelho enorme a ocupar a parede de azulejos claros, adornado por metal, nunca achou a sua pele tão pálida. Amaldiçoou-se várias vezes por ter usado aquele vestido lilás florido, mas o pior não era isso.. eram os chinelos verdes. Qual primavera colorida qual quê?
Respirou fundo, estava meio tonta. Tinha passado o serão inteiro a beber Long Island ice tea, mistura de vodca, rum, tequila, gin e [...] e coca!
Pestanejou e deixou o quarto de banho, convencida de conseguir se equilibrar nos passos. Passou pelo corredor de paredes cremes, e rodapé castanho de madeira. Escutava os risos masculinos vindos da sala próxima.
Estava a exagerar, não era festa nenhuma e eles não sabiam que ela o conhecia. Sentiu suas mãos transpirarem, mas continuou de peito erguido, nada que lhe valesse, uma vez que possuia os seios do tamanho de duas maçãs.
― Ai estás tu Jo, correste como um furacão para o quarto de banho. Não chegamos de te apresentar o Michael Adler ― disse-lhe Bryan com orgulho, mas é claro afinal qualquer um que o conhecesse, gritava em plenos pulmões. Jo não fez diferente, esboçou um dos melhores sorrisos normalmente ensaiados ao espelho.
― Eu conheço o Michael, estudamos juntos no secundário ― respondeu a tentar parecer firme, e poderia acreditar ter visto algo parecido a um sorriso, no rosto branco de Michael.
Era o único que se evidenciava, vestia-se formalmente e tinha o cabelo preto meio ondulado, bem penteado. Seus olhos pequenos eram claros como cristais e brilhantes.
― Quis dizer.., não na mesma turma, na mesma escola.
― Interessante! ― Bryan sorriu e entregou-lhe outro copo da bebida perigosa. Mas Jo negou com a cabeça, seu coração disparava à mil. Tinha estado apaixonada por Michael durante vários anos, costumava ficar em todos ângulos possíveis, desde que conseguisse vizualiza-lo perfeitamente.
Mas também não se esquecera da vergonha que passara diante dele, rodeado dos amigos e amigas com nomes de familias ricas. A sua amiga tinha lhe dito que Michael desejava conhece-la, e no entanto todos desataram a rir quando Jo se aproximou.
“ É ela?” perguntou Helena, ela também pertencia a aquele grupo dos filhos dos fulanos de X.
Michael na altura olhara para todos, e desataram a rir como se fosse improvável a possibilidade dele querer conhecer uma Joanne qualquer.
― Não tenho mais vontade de beber ― disse Jo por fim, e virou a face a sentir a mesma dor daquele momento. Fora algo que a marcara durante a recém deixada adolescência. Um amor profundo e não correspondido.
― A Jo também vai viajar connosco ― disse Bryan a acender um cigarro, depois de Michael, ele se seguia como o mais apetecível. Talvez pelos lábios cheios e cabelos escuros penteados com gel.
Mais dois estavam sentados no sofá de napa e conversavam baixo. Nenhum deles era algo de jeito ao olhar de Jo, um era escanzelado mesmo á vira lata, e o outro usava uma aliança no dedo anelar da mão esquerda. Nem que fosse o Brad Pitt, ela tinha jurado não se meter com nenhum homem casado, não enquanto vivesse as dores da sua mãe e do seu irmão pequeno registrado por um outro amigo.
Acordou de seus pensamentos, e descobriu a conversa dos rapazes sobre a viagem programada para uma praia maravilhosa. Mas os olhos dela corriam sempre para cair em Michael, era o mais calmo, falava pouco e permanecia quieto. Embora tivesse ar de discreto, por ser quem era, Jo sabia muito bem sobre o essencial da sua vida:
Michael era herdeiro de uma cadeia de hotéis, e dono de uma grande empresa de turismo. Estava noivo de uma modelo, e tinha uma irmã que fora por duas vezes rival de Jo. Era mais do que óbvio que ele sempre roçou o seu destino. Antes de estar noivo, ele tinha saido com três amigas suas, por muito pouco tempo, afinal, todos seus relacionamentos eram fugazes.
― Tenho de ir. ― Os pensamentos de Jo foram mais uma vez cortados, e ela pestanejou. Não, denovo não. Ele não podia deixa-los assim, sem sequer... o quê? Afinal já tinha tratado tudo com seus amigos sobre o que precisava de saber. Ela era indiferente para ele.
― Adeus ― despediu num tom baixo e seu coração apertou-se.
Sentiu um abraço forte de Bryan, estava empolgado e visivelmente feliz.
― Ela daria uma boa cunhada não é? ― perguntou e Jo desviou o olhar agressivamente para ele. Era óbvio! Não era novidade que ele estava interessado, mas não se davam esses golpes baixos.
Michael esboçou um sorriso educado, tal como ele era. Acenou com a mão sem deixar de mostrar o seu relógio Rollex, e saiu a caminhar para fora da sala. Tinha um estilo peculiar, aquele andar a remetia para os anos passados, onde observava quando ele chegava a escola e entrava para o seu piso. Eram os momentos mais felizes, e inclusive tivera um bom aproveitamento, afinal, não faltava nem por doença.
Respirava por Michael Adler, e agora mais uma vez perto, era como redescobrir uma parte adormecida de si. Quando ele se foi, levou uma parte de si.
Talvez aquele amor não tivesse terminado, talvez...

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Mensagem por Fox* Dom maio 20, 2012 11:53 am

Hahahahaha, O Michael e a Joanne chegaram para encantar os teus leitores!
Adoro de sobremaneira as surpresas que tens para nós! Vou fazer aqui um spoiler e dizer que ainda acredito nalguma magia poir parte da mãe... ;)
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Mensagem por miaDamphyr Dom maio 20, 2012 12:00 pm

Tsc! tsc! Fox, vou tirar-te o cérebro a sério que vou. Isso de trabalhares com as pedras do futuro não dá. A sério que não. Já chamo os meus colegas da Al-Qaeda, para explodirem as tuas ideias. ahahahha. Obrigada, ui, cá entre nós, adoro o casal. Beijos.
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Mensagem por CatariinaG' Dom maio 20, 2012 12:15 pm

ja te disse que ADORO o Michael?! :D
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Mensagem por miaDamphyr Dom maio 20, 2012 12:20 pm

Ahahhahaha, o tipo é todo sério e tals, mas também me gusta muito. Mas tem outro personagem que me empolga muito, (o spoiler da fox) enfim, acho que este foi um dos melhores casais que já criei, e o Michael um homem querido. Ohh Lool, brigada, Cata. Beijos.
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Mensagem por PandoraTheVampire Dom maio 20, 2012 3:46 pm

Gosto, gosto, gosto e quero ler até onde já tinha lido, damn u! xD beijokaaaaaaaaaa!!

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Mensagem por Andy Girl Sáb Jun 09, 2012 4:49 pm

Olá!
Esta história aprece gira fico a aguardar pelos próximos desenvolvimentos.
A Jo deveria era vingar-se do MichaelXd
Beijinhos!
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Mensagem por miaDamphyr Ter Ago 07, 2012 4:57 pm

Olá Pandy e Andy... (Olha que giro os vossos nomes), well, como isto já tinha sido escrito, pretendo atualizar desde já, lool. Espero que continuem aí. Beijos. ;)
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Mensagem por miaDamphyr Ter Ago 07, 2012 5:09 pm

3. Light


Saiu da casa de Bill com a mesma calma, chamou o elevador e desfez-se do casaco. Sentia-se cansado, precisava de descansar. Nem aquela viagem era do seu agrado, mas o faria por Nadi, sua noiva e a bela mulher de quem gostava.
Entrou no elevador, não estava bem, não desde aquela maldita manhã. Lembrava-se perfeitamente, e um medo assombrou-lhe o corpo. A sua imagem assustada reflectia no espelho do elevador, quase não conseguia se reconhecer.
Sempre fora um homem com os pés assentes no chão, dono de si, e controlava ou ao menos tentava, tudo o que pairava em seu redor. Algumas pessoas o achavam estranho, tanto pelos seus princípios como ideais. Mas ele moldara-se, e agora sentia que talvez tivesse sido tudo em vão. Do que adiantava tudo o que tinha sido, e pelo qual tinha passado, se acabava de descobrir a falta de poder da sua própria vida?
Michael Adler, seu nome era bastante conhecido, não só por usar um sobrenome de uma família poderosa mas por ser quem e como era. Seu historial era cobiçado, as pessoas sentiam orgulho de estar ao seu lado. Tanto os amigos, como as mulheres.
Mulheres.., uma coisa sempre usada por si era o facto de nunca andar com uma mulher muito bonita ou deveras atraente. Não era pelo facto de temer ser ofuscado, mas sim porque tinha a consciência dos problemas que isso implicava. As mulheres bonitas tinham demasiados pretendentes atrás de si, e costumavam se achar a modos que, donas do mundo. Antes preferia uma mulher inteligente, simpática e batalhadora. As bonitas tinham sempre mais facilidades, diferente das outras que se agarravam na sorte que lhes era dada. Sem contar que acreditava que beleza era uma questão de opção, ao seu ver uma pessoa poderia se tornar mais bonita pelos seus actos. E se existia alguém com uma grande capacidade de enxergar, era ele.
As portas do elevador se abriram no andar térreo, ele saiu sem pressa, passou pelas portas giratórias de vidro, e sentiu o ar fresco. Atravessou a estrada movimentada, e acionou o alarme do seu Chrysler 300C. Entrou, e dentro do seu confortável carro sentiu denovo um aperto bater no seu peito. Olhou para o lugar de passageiro, e observou o envelope de tamanho A4 - lá dentro continha o seu maior pesadelo.
O celular tocou, e Michael assustou-se! Abanou a cabeça logo em seguida, a rir, e atendeu.
― Michael? ― Era Nadi, sua adorada noiva. Tinha a voz suave e meiga. ― Estás bem?
Ele ensaiou antes de responder, sabia que tinha passado o dia todo estranho, e ela o conhecia bem. Por mais que tentasse se distrair, a mensagem dentro do envelope o assombrava.
― Sim, claro. Estava na casa do Bryan, algum problema? ― perguntou com calma.
― Nenhum, só que te esqueceste do jantar aqui em casa. Estamos a tua espera! ― Era possível sentir uma ponta de ressentimento na voz.
― Desculpa, atrasei-me. Estou a caminho! ― Ligou o carro.
― Hmm, está bem... até já. ― Desligou, e Michael começou a conduzir com pressa. Olhou para o relógio, eram quase nove da noite. Não costumava se atrasar, tinha um quê de perfeição quando o assunto se tratava de compromissos e chegar as horas certas.
A sua condução era prudente, ainda mais com a confusão de estrada ultimamente registrada. As filas do trânsito eram longas, e Michael aproveitou para observar as luzes da enorme avenida onde se encontrava.. luzes! O seu pensamento correu, e seus olhos mais uma vez caíram no envelope. Sentiu outro tremor, e medo. Respirou fundo, e ligou uma música para se distrair.
A casa de Nadi era perto, não usaria o carro se ele não vivesse longe da metrópole. Estacionou em frente da enorme vivenda e desceu apressado. Arranjou os cabelos com os longos dedos, abriu o pequeno portão de ferro, passou pelo jardim e tocou a campainha, outrora branca. Agora sua cor pendia para creme.
― Finalmente! ― A mãe de Nadi era a senhora mais simpática que alguma vez conhecera, e tinha a certeza de seu carinho não ser apenas por se tratar de um Adler. Mesmo que ele fosse Serafim, ela o trataria da mesma forma.
― Como está, Frida? ― cumprimentou com um leve beijo na face.
― Um pouco de dor na coluna, e inchaço nas pernas, mas acendi uma vela para Krishna.― A família da sua noiva era indiana, algo que no início gerou problemas por ambas partes. Mas afim de alguns anos de namoro as famílias se entenderam.
― Mãe, o Michael não é nenhum guru, por isso livra-o das tuas lamentações. ― Nadi era um desenho mais novo de sua mãe, com os mesmos grandes olhos castanhos, cabelos longos, espessos, soltos abaixo das costas. As sobrancelhas muito bem feitas, e maquilhagem como item indispensável. Trabalhava como modelo, e era maquilhadora profissional.
Eles entraram para a sala de jantar onde estavam alguns membros da vasta família, deram-lhe lugar para se sentar, e ele apreciou os pratos indianos cheios. Sempre fora adepto de comidas exóticas. Mas o jantar estava longe de ser perfeito! Michael por uma ou duas vezes foi encontrado distraído sem saber sequer qual era o assunto debatido à mesa. Mal comeu, e só disse meia dúzia de palavras durante o serão.
No fim da noite Nadi estava aborrecida e o acompanhou até a porta.
― Não me vais dizer o que é que se passa? ― questionou pela enésima vez.
― Cansaço, conversamos amanhã. ― Deu-lhe um beijo, e atravessou o jardim, não sem antes escutar a forma brusca que a sua namorada fechou a porta.
Respirou fundo, não poderia pedir compreensão porque não compartilhara com ela o seu problema. De repente sentiu-se irritado! Abriu o envelope pela segunda vez, tirou a folha imprimida e leu:

Para Michael Anthony Adler:

Lamento anunciar que dispõe de mais trinta dias de vida. A sua única solução será encontrar a sua Luz, caso contrário, o fim lhe aguarda.
S.P

Seus olhos encheram-se de lágrimas, o que seria aquilo? Alguma brincadeira de mau gosto? Seus fortes instintos lhe diziam o contrário. Era mais do que sério! Trinta dias de vida...? E quem seria S.P?? As perguntas eram muitas.
― Luz? Mas que Luz?? ― Irritou-se e amarrotou o papel com a mão. Fechou os olhos por um instante, tinha de falar com Nadi, talvez se ela soubesse o que se estava a passar não o julgasse pela má noite. Sim, era isso!
Abriu a porta com força e escutou um grito. Tinha atingido alguém com a porta.
― Desculpa! ― pediu preocupado, apressou-se em ajudar mas reconheceu aquele vestido lilás e os chinelos verdes.
― Michael? ― Ergueu os bonitos olhos azuis.
Era Joanne.
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Mensagem por Fox* Qua Ago 08, 2012 10:46 am

Mia!!!! Olá, bons olhos a vejam! Ainda bem que estás de volta! E para demorar bastante tempo a ir, espero :D!
E voltaste em grande com o nosso mistério de plantão... Será que ele vai morrer mesmo? E porquê? E qual luz?
Eu continuo com as minhas teorias sobre a mãe dele (não vou deixar aqui nada para não criar spoiler) mas ainda tenho aquele bicho atrás da orelha a dizer que talvez tenha alguma coisa a ver com aquela mulher tão peculiar...
Espero mais novidades, querida! E bem-vinda a casa :D
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Mensagem por miaDamphyr Qua Ago 08, 2012 7:14 pm

E tu safada nem sequer te atreves a mudar. Sempre com esse sexto sentido aguçado. Senhora detetive, ihihihihihih. Vamos lá ver se como sempre acertas, lool.

Beijos e obrigada.
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Mensagem por miaDamphyr Sáb Ago 25, 2012 12:58 pm

4. DARK

― Estás bem? ― perguntou Michael com os olhos cheios de preocupação. ― Magoei-te?
Jo ainda estava admirada e pestanejou vezes sem conta, abriu a boca e voltou a fechar. Não sabia o que dizer e mal se lembrava de ter sido atingida com uma porta. Seu coração acelerou os batimentos, agora desordenados, e nunca se sentiu tão sufocada, como se todo ar á sua volta não fosse suficiente. Colocou a mão no peito e retirou-a com a mesma rapidez, devido ao olhar desentendido de Michael, ele tinha o sobrolho unido á espera de uma resposta.
― Er.. sim, quis dizer não! ― atrapalhou-se e riu em seguida. Michael estava ainda mais confuso. ― Estou bem e não me magoaste.
― Ah. ― Finalmente entendeu, mas sem libertar o sobrolho. De alguma forma ou de outra, achava que a batida com a porta tinha causado algum transtorno em Jo. Ela agia de forma estranha e os olhos não paravam quietos dentro das órbitas.
Ficaram alguns segundos em silêncio, escutava-se apenas o som dos carros a passarem pela estrada.
― Ahm.. não estavas em casa do Bryan? ― Percebeu de imediato que a sua pergunta era idiota. Se ela estava ali, é porque já não estava mais lá. ― Quero saber para onde vais sozinha a esta hora da noite?
Jo sentiu a sua face a arder, e procurou a sua voz mais aveludada possível. Sabia que não era o caso de interesse da parte de Michael, mas ele não compreendia como é que os seus amigos tinham deixado ela ir embora sozinha a aquela hora.
― Vou para casa, aconteceu um inconveniente. ― Não terminou de falar, e sentiu-se furiosa ao lembrar-se dos últimos acontecimentos. Seus olhos escureceram, humedeceu os lábios num gesto inocente, mas Michael pestanejou.
― Percebo. ― disse sem mostrar nenhuma expressão diferente. Continuava sério. ― Eu te levo á casa.
Ela sentiu seu coração falhar, e quase sorriu, mas conteve-se. Ela sabia que Michael não era má pessoa, mas nunca pensara que algum dia fosse ser prestativo com ela.
― Vivo á uma quadra ― disse mesmo a contra gosto. Mas seria estranho entrar no carro, para percorrer uma distância muito curta.
― Mesmo assim, nunca se sabe o que pode acontecer ― insistiu, mais pelo seu carácter do que por vontade. A verdade é que não se sentiria bem a saber que deixou uma mulher andar sozinha pelas ruas ultimamente perigosas.
Jo quase correu para o carro, mas manteve a compostura. Limpou as mãos suadas no seu vestido, e confirmou com a cabeça. Michael deu-lhe sinal para entrar no carro com um olhar, e ela se dirigiu até o lado de passageiros. Afastou o envelope agora vazio, e viu um papel amarrotado.
Quando ele entrou, lembrou-se da maldita mensagem e que tinha de falar com Nadi. Olhou para a casa da sua noiva, decidiu que seria melhor deixar para a manhã seguinte. Ligou o carro, usou o cinto de segurança e olhou para ela. Jo esboçou um sorriso fraco, e fez o mesmo. Sentia-se mal pela linguagem usada por Michael ― O olhar. Não parecia satisfeito, aliás, seu semblante era quase assustador, por sorte era bem parecido.
Nem o carro luxuoso a deixou confortável, e achou estranho o facto dele não perguntar sobre o que a levara a deixar a casa de Bryan, e se decidir a caminhar sozinha.
O som do celular quebrou o silêncio, e Michael atendeu.
― Alô? ― O seu tom era quase sempre baixo. Ficou segundos em silêncio enquanto escutava o que lhe era dito do outro lado da linha. Jo olhou de esguelha, não acreditou que o pudesse ver mais sério, mas estava! Virou-se para o encarar, quase desejou poder tocar aquela pele, agora pálida. ― Estou á caminho. ― disse por fim e desligou.
Fez uma manobra brusca, e ela agarrou-se sem esconder a admiração, esta aumentou quando o viu pisar no acelerador, e apertar o volante com as duas mãos.
― Desculpa ― disse com um olhar furtivo. ― Aconteceu um imprevisto.
― Aham. ― Não soube o que dizer, e ele atirou-lhe outro olhar. Estranhava o facto dela não perguntar o que se passava. Mas achou justo explicar.
― A minha irmã teve um pequeno acidente, está no hospital. Depois trago-te à casa ― contou num tom crispado de preocupação. Não lhe faltou vontade de estacionar num lugar, pedir desculpas, e lhe oferecer dinheiro de táxi. Mas se tinha dito que a ia levar para casa, era o que faria.
― Foi grave? ― perguntou após pensar. Tinha medo de falar ou fazer algo inadequado.
― Foi um pequeno acidente ― repetiu seriamente, e Jo não soube onde enquadrar a resposta.
Permaneceu calada sem se atrever a olha-lo novamente, a velocidade do carro criava-lhe um pequeno embrulho no estômago. Sentia que a bebida começava a causar outros efeitos.
Chegaram a uma clínica privada, e Michael estacionou com pressa. Olhou mais uma vez para ela, sabia que não teria nexo deixa-la trancada dentro do carro.
― Vamos? ― perguntou impaciente, ela parecia não ter nenhuma reação. Abriu a porta do carro, saiu ás pressas. Ouviu ela segui-lo pelo som dos chinelos contra o chão. Virou-se de rompante para lhe pedir que levantasse os pés ao andar, mas o brilho que viu nos olhos de Jo, o fez hesitar.
Não sabia que aquele mesmo movimento fez Jo lembrar-se mais uma vez dos tempos de escola, voou até ao dia em que Michael a cumprimentou pela primeira vez:
Estavam no corredor que dava às salas de aula, e ele passou por ela á voar como um furacaõ, estava atrasado! Mas de repente virou-se da mesma forma, no seu estilo único, e sorriu.
― Olá. ― levantou a mão num aceno, voltou a virar-se e continuou a andar.

― Michael!! ― Àquele grito quebrou os olhares trocados pelos dois, até então. Era Marcy, sua única irmã e um ano mais nova. Estava na na entrada, com uma perna engessada e uma muleta. Os cabelos espessos voavam contra o vento, e tinha os olhos escuros.
― Marcy ― A voz dele saiu acompanhada por um suspiro de alívio, por pouco não a abraçou num aperto forte. Ele não era um homem muito alto, mas Marcy era pequena. ― Como é que isso aconteceu?
― Estava a jogar xadrez ― ironizou, mas pelo olhar frio que recebeu em troca, ela apontou para uma moto de marca Yamaha e sorriu em seguida. Michael abanou a cabeça negativamente.
― Eu proibi a minha secretária de confirmar os recibos dessa moto, como a compraste? ― questionou irritado. Passou os dedos pelas têmporas.
― Ora, sabes que eu não aceito um não ― disse e mordeu o lábio inferior. ― Cai, e parti a perna. Pelo menos não foi assim tão grave. ― O irmão arqueou a sobrancelha.
Marcy ignorou o rosto ameaçador do irmão, e reparou na presença de mais alguém. Seus olhos baixaram para os pés de Jo, e então ela sorriu.
― Conheço-te? ― perguntou curiosa. Tinha os braços raspados e um penso rápido na testa. Outra coisa que chamou atenção de Michael, pois afirmava as suas suspeitas de sua irmã não ter usado nenhuma protecção para andar de moto.
― Ela é a... ― Ele deu-se conta de que não se lembrava do nome dela.
― Joanne ― disse á contra gosto, aproximou-se deles. ― Estudamos juntas no sétimo ano.
Jo lembrava-se de tudo, tinha uma memória incrível, mas também quem não se ia lembrar da rapariga popular, namorada do rapaz popular, e de quem ela gostava? Mas Marcy fez questão de dar um chute no rapazinho, e ela teve a sorte de conseguir namorar com ele.
Anos mais tarde, como ironia do seu grande karma com os irmãos Adler, Jo namorou com um jovem bonito, e então veio a descobrir que o mesmo tinha sido noivo de Marcy. Pelo menos desta vez, ele é quem a tinha deixado.
― Ahm. ― Balbuciou Marcy e virou-se para o irmão como quem pede uma explicação.
― Ela é.. uma amiga do Bryan. Ia levar-lhe á casa ― explicou.
― Aham.., então leva-me a casa. Preciso de medicar-me e descansar, ainda tenho algumas dores. ― resmungou e fez uma cara feia.
― Importaste se..
― Sim, importo-me! ― Franziu as sobrancelhas. ― Se quiseres vou de táxi, mas não estou para dar voltas. Quero ir para casa diretamente.
Michael respirou fundo, sabia que tinha uma irmã muito chata. Mas era a única que lhe tinham dado, e já não ia a tempo de trocar em nenhuma loja. Virou-se para Jo com uma cara indisposta.
― Eu posso ir a pé ― adiantou ela sem graça, agora estava mais longe de casa, mas não ia aceitar nenhum dinheiro dele para o táxi. Ele percebeu.
― Importas-te se formos deixar a Marcy em casa, e depois trago-te de volta? ― Seu tom era neutro, mas por dentro já se arrependia de ter oferecido boleia para ela. Agora sentia aquilo como uma obrigação. Lembrou-se de não cometer o mesmo erro.
― Está bem ― concordou e cruzou os braços numa tentativa falhada de se proteger do ar frio. Ele ajudou a irmã a ir até ao carro mas sem deixar de reparar que Jo concordava sempre com tudo. Marcy sentou-se no banco de trás, e Jo sentou-se á frente com Michael. Observou-o, já não estava pálido, tinha a face muito vermelha. Recostou-se assim que ele começou a conduzir em silêncio.
― O que fazes agora, Jo-an-ne? ― perguntou, deu ênfase ao soletrar o nome dela. ― Te formaste?
As perguntas que mais detestava, tossicou antes de responder.
― Sou bailarina, e não me formei ― Sua voz saiu baixa, mas estava firme. Não quis demonstrar o quanto estava arrependida de ter deixado a universidade.
― Bailarina de quê? ― O tom de Marcy era curioso.
― Do programa “Domingo em casa” ― respondeu rapidamente, e fixou os olhos azuis na estrada cheia de carros. Escutou um riso baixo de Marcy.
― Ficas ali em pé durante cinco horas e a dançar a cada música? ― Sua voz soava divertida e com tom de gozo, já pensava em assistir o programa apenas para a ver dançar de um lado para o outro.
― Sim. ― Sentiu uma dor por dentro, não queria que Michael a olhasse como uma mulher qualquer. Sem estudos e exposta em plena televisão, aos saltos.
Era fácil para Marcy julgar, uma vez que tinha nascido em berço de ouro. Tanto ela, como Michael, tinham estudado em escolas públicas por escolha do pai.
A casa deles ficava à uma hora da metrópole, numa zona cheia de casarões e muitas árvores. Jo abriu os olhos quando viu um enorme portão deslizar, para o carro entrar. Só o jardim chamava atenção, estava repleto de rosas vermelhas. A casa era branca, cheia de janelas mas estava escura.
Michael sentia-se completamente cansado, desceu do carro e ajudou Marcy a entrar em casa. Acenderam as luzes, e Jo veio atrás. Não deixou de reparar na decoração à preto e branco do lugar, era tudo muito sofisticado e moderno. Só depois que Marcy foi encaminhada por dois empregados, é que ele se atirou no sofá preto de veludo, e suspirou exasperado.
― Hum! Hum! ― Jo tossiu propositadamente para chamar atenção, e só então ele lembrou-se da sua presença.
― Mil desculpas. ― murmurou, seus olhos estavam cansados. ― Não tenho condições de te levar para casa. E não te posso meter num táxi sozinha.
Ela não disse nada, conseguia perceber onde ele queria chegar.
― Podes dormir aqui, amanhã vamos logo cedo. Mas se tiver problemas, terei de te levar. ― A sua cara estava estampada de fadiga, e ela não queria dar trabalho, não a ele. Se fosse um outro qualquer, teria feito um baile para que a levasse a casa.
― Podemos ir amanhã.
― Obrigado.
A empregada veio mostrar a Jo um quarto de hóspedes, onde ela tomou banho e vestiu um pijama que lhe foi entregue. Mas não conseguiu apanhar sono, não acreditava que estava na casa de Michael Adler. O destino talvez começasse a conspirar ao seu favor, mas não podia se empolgar para não correr o risco de se dececionar mais uma vez.
Levantou-se da cama, e saiu do quarto descalça. Desceu as escadas, e passou pelo corredor escuro até chegar a sala. Apesar de nenhuma luz estar acesa, Jo distinguiu Michael entre a escuridão, dormia sentado. Ficou a observá-lo com admiração, de repente sentiu uma pancada na cabeça, e tudo ficou escuro.
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Mensagem por Fox* Dom Ago 26, 2012 10:15 pm

Ah, eu gosto de ver as pessoas assim, preocupadas. E o Michael, mesmo tendo tanto stress e drama em cima, consegue sempre olhar pelos outros. Gosto disso na tua personagem :).
E adorei a forma como eles ficaram quando descobriram a profissão dela... Priceless!
E achas que a vidente se vai embora? Ainda não :D!
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Mensagem por miaDamphyr Ter Ago 28, 2012 5:11 pm

Não sei que ligações fazes a Mãe do Michael mas já vi tudo, só pode ser ela quem anda a revelar-te as coisas, unf!! Ihihihihihi (riso vibrante) :)

Ohh o nosso Michael, ele lá tem os seus defeitos, mas gosto mesmo dele. Já te disse que ele foi inspirado numa pessoa da vida real? Só inspirado mesmo... Lool. E que bom que continues a gostar dele, esta história já está tão avançada e tão enrolada que vou precisar mesmo de ti para a desfazer. Lool. beijos
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Mensagem por PandoraTheVampire Dom Set 09, 2012 10:48 pm

Mia! Estás mesmo de volta? Espero que sim que já cá fazias falta xD Bem, deste cap ainda me lembro! Que venha o resto! :p

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Mensagem por miaDamphyr Qua Set 12, 2012 5:11 pm

Olá Pandy, estou mesmo de volta. E que bom que te lembras deste capítulo, acho que este que vem á seguir foi o último que postei lá N'O falecido. Beijos e obrigada.


5. SEEKING SOLACE




Michael estava sentado no divã, tinha os dedos unidos por baixo do queixo e seu olhar fixo em Jo. Ela dormia profundamente, os longos cabelos cacheados espalhavam-se pela almofada branca, e sua boca de lábios vermelhos estava um pouco entreaberta. O pequeno peito subia e descia lentamente. Era bonita, teve de reconhecer.
Lembrou-se do susto que tivera, quando escutara o barulho desta a ir de encontro ao chão. Por sorte só tinha desmaiado, e o médico chamado urgentemente para a ver, garantira que não tinha nada de mais. Em breve ia acordar.
Bateram a porta, e uma empregada entrou.
― Senhor Adler, tem uma chamada. ― Ela mostrou o telefone.
A primeira reação dele foi procurar um de seus celulares no bolso das calças, encontrou-o desligado. A segunda foi a de olhar para o relógio, eram cinco horas da manhã. Não tinha dormido mais, estava a espera de Jo acordar.
― Quem é? ― perguntou com calma, seu olhar ainda estava fixo em Jo.
― A senhora Khan.
Michael desviou rapidamente o olhar, e levantou-se num pulo.
― Vou atender no meu escritório ― disse a dirigir-se para a porta. ― A minha mãe?
― Dorme.
― Ótimo! ― Abriu a porta e saiu seguido da empregada.
Jo não sabia há quanto tempo estava a dormir, mas o bater da porta a fez acordar. Pestanejou uma, duas ou três vezes até conseguir distinguir tudo á sua volta. Levantou-se de rompante ao lembrar-se onde estava, e sentiu uma dor na nuca. Mordeu o lábio inferior para reprimir a dor, e respirou fundo. À sua lembrança também veio a noite anterior, a bebida, Bryan a tentar agarrá-la a força, a sua fuga pelas escadas do edifício, o seu encontro com Michael. Tudo vinha como imagens de um filme, no entanto terminava até o momento em que o espreitava na sala de estar. Depois disso, tinha um negro.
Desceu da cama, e sentiu o chão gelado. O céu clareava aos poucos, por isso conseguia visualizar os detalhes do lugar onde se encontrava. As paredes pintadas de branco, a cama quadrada com lençóis listrados. Um corredor que dava ao quarto de banho e ao enorme guarda-roupa. Do outro lado uma pequena sala com divãs, um plasma. Tinha também uma mesa cheia de livros, e pelo menos dois portáteis.
Ela dirigiu-se até um pequeno armário de alumínio, abriu-o apenas por curiosidade. Encontrou uma caixa velha de soldados verdes, e carrinhos de guerra. Tudo muito antigo. Observou os brinquedos infantis, e por um momento recordou-se da sua infância.
A porta abriu-se, e a luz acendeu-se.
― O que fazes a mexer nas minhas coisas? ― perguntou Michael, mesmo de costas, ela já imaginava que ele estivesse com o sobrolho unido.
― Estava á procura de algo valioso, e que coubesse na minha bolsa. ― Virou-se para ele indignada, e foi a tempo de ver, ele libertar o sobrolho.
― Não pensei que fosses acordar agora. ― Sua voz ganhou outro tom. Fechou a porta, e olhou para os soldados na mão de Jo. A lembrança de seu pai ganhou vida. ― Estás bem?
Ela assentiu com a cabeça, e voltou a guardar a caixa no armário. Sabia que não deveria ter mexido nas coisas dele, nem de ninguém, sem pedir autorização antes.
― Eu..
― Está tudo bem ― cortou-lhe. ― Vou pedir que tragam algo para comeres.
― Não obrigada! Ainda estou meio.. enjoada. ― Voltou a sentar-se na cama, e só então pensou que ele e a noiva costumavam dormir ali.
Michael também sentou-se, fechou os olhos, suspirou fundo e abriu-os novamente.
― A minha mãe é maluca.
Jo amarrou a face sem compreender o que seria aquilo, mas como Michael não dizia mais nada, ela sorriu.
― Todas mães são malucas ― Tentou, mas não conseguiu arrancar nenhum sorriso dele.
― A minha é maluca no sentido literal. ― Levantou-se e andou até a enorme janela. Preferia observar o horizonte em vez daqueles olhos azuis fascinantes. ― Ela agrediu-te ontem, está convencida de que és um anjo e que te capturou.
― Devo sentir-me honrada nesse caso, mas acredito que foram das roupas brancas ― Referia-se ao pijama. A verdade é que não sabia o que dizer.
Ele permaneceu calado, tinha as mãos nos bolsos e respirou fundo mais uma vez.
― Quando o meu pai morreu, a minha mãe ficou desolada. Tivemos que a internar num hospício durante algum tempo, afirmava ver anjos, falava com o vazio, o facto da casa estar sempre ás escuras é por causa dela, exige que assim seja ou então surta! Agora vejo que não melhorou, e fico a pensar o que fazer? Que filho quer deixar a mãe num.. hospital para malucos por toda vida? ― Virou-se, tinha o rosto fechado. ― Minha irmã também sofreu muito, virou uma rebelde sem causa. O noivo dela terminou o compromisso devido a pessoa em que ela se tornou. Tive que cancelar todos cartões de crédito de Marcy, porque qualquer dia acordavamos na falência.
Jo abriu a boca, e voltou a fecha-la. Estava a tornar-se frequente aquele movimento na presença de Michael. Desejou ter palavras para o amparar.
― Eu ainda mal tinha deixado a adolescência, e tive que aprender a gerir negócios e tornar-me o homem da casa. Meu pai sempre foi rígido na nossa educação, tanto que, como bem sabes nos mandou para escolas públicas, para termos um ensino “duro”. ― Fez sinal de aspas com os dedos das mãos. ― A minha vida não foi difícil, no momento em que deveria me divertir, aproveitar a juventude, eu tive que trabalhar, aprender certas coisas da noite para o dia. Cuidar de Marcy e da minha mãe. Hoje posso me vangloriar por ter conseguido, mas.. não me sinto de todo, feliz. Sinto que me falta alguma coisa.
― Como o quê? ― Não resistiu a perguntar. Ele deu de ombros e acabou por se sentar do seu lado.
― Não sei. ― disse por fim, afinal tinha dinheiro, uma noiva de quem gostava e amigos fiéis.
Virou-se para ela. ― Diz-me algo Joanne, acreditas no “para sempre”?
― Talvez.
― Talvez não é concreto.
― Para sempre também não.
Michael levantou-se, não se importava de estar a falar sobre aquilo com uma estranha, até porque não era segredo. Mas sentiu a necessidade de explicar as coisas, antes que ela pudesse tirar julgamentos precipitados.
― Se quiseres meter queixa pela agressão, compreendo, e estou disposto a pagar indemnização pelos danos ― disse sem olhar para ela. Jo não acreditou no que ouviu.
― Choraste com a morte do teu pai?
― Como? ― virou-se bruscamente para a encarar. Encontrou os olhos azuis fixos nele.
― Não choraste pois não? ― constactou Jo. ― Estavas tão preocupado com o que se seguia pela frente, que nem sequer tiveste tempo para sentir as tuas dores, Michael. Uma parte de ti também morreu com a morte do teu pai, e tiveste que dar consolo. Mas não recebeste nenhum, é isso que procuras.. consolo.
Ele ainda ficou alguns segundos quieto, mas de repente apressou os passos e saiu do quarto, deixando-a sozinha.
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Mensagem por Fox* Qui Set 13, 2012 12:57 am

Oh, ela tocou num ponto sensível dele... Muito sensível!
Mas é bom ver que as coisas não são a preto e branco e que ele é capaz de sentir, mesmo que esconda essas emoções pelo bem dos outros!
E a mãe! Oh, eu adoro a mãe! Adoro pessoas loucas! E adorei que a loucura (tu sabes o que acho disto!) dela tenha aproximado o "suposto" casal!
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Mensagem por miaDamphyr Sex Set 14, 2012 9:20 pm

Ohh sim, a Jo é boa em tocar nas feridas do nosso Michael. Ahhh eu também adoro a loucura, e desta senhora ainda mais. Ela me levaaaaaa para longe a sério que sim, hihihihihi. Muito boa mesmo, e sempre que escrevo uma parte dela lembro-me de ti. bisous
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Mensagem por miaDamphyr Sáb Set 22, 2012 9:53 pm


6. BREAK AWAY

O tempo traiu. Várias gotas de chuva fustigaram todos os lugares possíveis, e Jo nunca se arrependeu de ter se decidido pelo famoso vestido lilás. Tinha tomado um banho quente, enrolou o cabelo prendendo-o na nuca, e saiu pelo corredor. A dor da batida na cabeça ainda latejava, por sorte tinha sido a mãe de Michael, se fosse Marcy, Jo não hesitaria em pedir uma indemnização. Riu com o seu pensamento, e parou no início das escadas.
― [...] Não acho que isso seja justo! ― gritou Marcy num tom mais do que irritado. Jo não sabia em qual dos quartos eles estavam, mas as vozes eram completamente audíveis. Sentiu-se mal por estar a escutar a conversa, mas a curiosidade falava mais alto.
― Se não te sentes confortável arranja um trabalho ou o que fazer. Porque ficares uma autêntica boémia, não me agrada.
― O dinheiro não é só teu, Michael! Eu também sou herdeira.
― Sim, mas até o nosso pai conseguiu prever as tuas ações e deixou-me como tutor de tudo. Só to vou dar, quando mostrares juízo.
― Tu.. estás maluco, queres que viva a sofrer? ― Desta vez reduziu o tom, tornando-o mais suave e piedoso.
― Tens comida, roupa, carro e ainda conseguiste me extorquir uma moto.
― Graças a minha inteligência ― Orgulhou-se.
― Vê-se, uma perna partida é muito inteligente.
Marcy soltou um grito exasperado, e escutou-se ela bater a mão na porta.
― Estou mesmo farta, tu não és o meu pai, e nunca serás. Já não te suporto com esse ar todo sério, e de bom samaritano. Nem a ti, nem a tua mãe maluca. Sabes que mais? Vou-me embora.
― Fala baixo que a mãe ouve-te! ― Pela primeira vez ele perdeu o controle. ― E não vais embora para nenhum lado, eu não vou deixar.
A porta abriu-se, e Jo ficou corada ao dar de caras com Michael. Ele estava bonito, com os cabelos bem penteados, tinha uma camisa azul com as mangas dobradas até ao cotovelo, e umas calças cinzas.
― Er.. b-bom dia ― cumprimentou Jo, como se eles não se tivessem visto pela manhã.
― Sentes-te bem para ir para casa? ― questionou com o ar sério, seu olhar transparecia amargura. Jo assentiu com a cabeça, e acenou para Marcy que passou apressadamente com a muleta a embater contra o chão de madeira envernizado. Mas esta deitou-lhe um olhar azedo, e dirigiu-se para o quarto.
Michael passou por ela e desceu as escadas com pressa, Jo seguiu-o apreensiva. Estava tensa, não sabia como se comportar, o que fazer ou dizer. Seu coração batia sem parar, e um frio pairava na sua barriga. O perfume dele impregnava dentro de si, e ela deu por si a sorrir.
Apesar de ser dia, o céu estava escuro carregado de nuvens cinzentas e a chuva era grossa e intensa. Dentro de casa também estava semi-escuro, tinham poucas luzes acesas.
― Aqui! ― Alguém chamou-lhe empolgada, e Jo travou numa porta por onde ia a passar. Viu Michael sentado meio incomodado, e uma senhora sorridente. Fazia lembrar Marcy, com os mesmos cabelos espessos, embora pincelados de fios prateados, e olhos escuros. Tinha um vestido longo e cor de vinho, assemelhava-se a um pijama.
― Bom dia. ― disse Jo com o seu belo sorriso tímido, e entrou na sala. Era ampla, com o soalho de madeira, um tapete persa a cobrir um bom pedaço e por cima deste uma mesa de madeira bem trabalhada com bordados feitos á mão, e perto da janela tinha um piano de cauda. Os olhos dela brilharam.
― Toca, toca. ― insistiu a senhora como se a conhecesse, mas não era nem preciso, para ver os olhos desejosos da jovem ali parada.
― Ah mãe, achas que ela sabe tocar? Está só a apreciar a peça ― disse Michael a beber um café amargo e fumegante.
Jo jamais se ia atrever a tocar em frente dele, mas depois de escutar aquilo caminhou em passos largos directo ao piano. Sentou-se no banco de madeira com forro de veludo vermelho, e tirou o pano que cobria as teclas do piano. Respirou fundo, torceu os dedos e começou a tocar devagar. Escutou Michael se engasgar, e a senhora bateu palmas animada.
― Todos anjos sabem tocar, Miki ― afirmou e virou-se para a ver tocar.
A melodia era suave, encantadora e acompanhava o som da chuva a cair, Jo errou uma ou duas notas musicais, mas nada que eles pudessem perceber. Quando terminou, levantou-se com um sorriso e a senhora aplaudia euforicamente.
Trés jolie!
Michael por sua vez tinha as sobrancelhas levantadas, mas não disse nada, apenas olhou para o relógio de pulso. Ela arrumou o pano sob as teclas, e andou até a mesa recheada. Sentou-se e sentiu-se meio perdida no meio de tantas coisas.
― Posso te servir um chá? ― ofereceu-se a senhora feliz. ― Vais sair com o Miki?
― Mãe. ― resmungou aborrecido, e abriu o jornal como se não quisesse olhar para nenhuma das duas.
― Obrigada. ― Jo agradeceu pelo chá. ― Vou para casa.
A senhora pestanejou seriamente, e depois desatou a rir em gargalhadas histéricas. Michael baixou o jornal, e espreitou com os olhos fulminantes.
― Não podes ir! ― Quase gritou. ― Eu capturei-te, tens que ficar aqui.
― Mãe. ― Desta vez ele carregou no tom.
― Mas tu não vais mesmo, não, não vais.. não vais, não, não. ― disse sem parar de repetir o não, e a mexer a cabeça num gesto negativo. Jo olhou para Michael em busca de auxílio, o qual não teve, e virou-se para a senhora.
― Eu não vou! ― Mentiu, apenas para acalma-la e ela acalmou-se, inclinou-se para frente.
― Assim pensas que me enganas? Ele te disse que sou maluca, não é? ― Fez um movimento giratório com o dedo indicador perto da cabeça. ― Mas eu digo-te que não vais mesmo.
Jo recostou-se na cadeira sem saber o que dizer, e inventou outro sorriso mal feito. Bebeu o chá, tinha um sabor estranho, mas não retrucou. Quando chegasse a casa, ia comer algo de que gostava.
A empregada entrou com um envelope na mão, cumprimentou-os e deixou de lado de Michael. Este deixou o jornal dobrado em cima das pernas, e abriu o envelope com calma, mas quando leu o que estava escrito seu semblante mudou: os olhos escureceram, e a face empalideceu. Jo não deixou de se sentir preocupada, ainda mais quando o viu trémulo a guardar a mensagem de volta ao envelope. Levantou a face, e encontrou o olhar dela.
― Vamos? ― perguntou já a levantar-se, a sua respiração estava entrecortada.
― Senhor Adler! ― Um dos seguranças entrou apressado, e assustado. ― A menina Marcy, entrou num táxi.
Michael tornou-se ainda mais sombrio, cerrou o punho das mãos até os nós ficarem brancos como papel.
― Pensei ter enviado um alerta para impedirem dela deixar a casa. ― As palavras eram quase imperceptíveis, uma vez que tinha os dentes cerrados.
― Ela disse que ia fazer um pagamento, não levava nada, nós pensamos que..
― Não vos pago para pensar!! ― gritou afastando o pobre homem bruscamente, e abandonou a sala sem olhar para trás. Escutou-se quando subiu as escadas à correr.
Jo virou para a senhora que não parecia preocupada, bebia o seu chá com gosto e era como se a notícia não a incomodasse. Aguardou ele voltar, estava ainda mais nervoso.
― Ela fugiu, levou o passaporte e deixou os telefones. ― Meneou a cabeça. ― Liga para o nosso contacto no aeroporto, e para as rodoviárias. Qualquer coisa, avisa-me.
― Sim, senhor. ― A empregada saiu apressada.
― Arranjem carros de busca, eu vou correr até ao aeroporto para ver se a encontro ― ordenou para o segurança, e olhou para Jo ainda sentada. ― Acho melhor que venhas comigo, passo deixar-te em casa.
Ela assentiu, levantou-se e deu um beijo na testa da mãe dele. Era um gesto simples, afinal, se tinha simpatizado com a senhora, mas os olhos dele arregalaram-se.
― Até logo ― despediu a senhora sorridente, e Jo sorriu.
Michael não deixou de reparar que ela estava sempre à rir, como se tivesse uma vida boa, ou fosse demasiado feliz. Era certo que o sorriso era bonito, mas também não precisava de exagerar. Quando acordou dos seus pensamentos, Jo estava ali, mesmo à sua frente.
― Vamos?
Ele assentiu e como sempre foi a frente, e com pressa. Duas notícias más ao mesmo tempo, era dose. Seu coração batia, Marcy era muito inconsequente, e só queria chamar sua atenção. Talvez devesse deixa-la apreciar a vida lá fora, e esperar que voltasse por si mesma, o que de certo não demoraria a acontecer. Mas Michael era protector demais para conseguir colocar a cabeça na almofada sem saber da sua irmã. Respirou fundo ao alcançar a garragem e abriu o carro. Escondeu o envelope no porta luvas, e esperou por Jo se sentar e acomodar.
― Se a tua empregada vai ligar para o aeroporto, não era melhor ires até a estação? O primeiro comboio sai agora as oito ― sugeriu Jo, e Michael ponderou. Parecia ter mais nexo afinal eles tinham jactos no aeroporto, e seria mais fácil para Marcy ser descoberta.
― Importas-te se.. ― pediu ele a olhar para o relógio.
― Claro que não! ― Jo arrependeu-se de imediato por ter sido tão expontânea, e virou a face para a janela por onde escorria água sem parar.
Michael ligou o carro, e deixou a residência. Conduzia à velocidade, e deitava água por onde passava. Chovia torrencialmente, mal dava para visualizar as estradas.
― Achas que.. posso ter sido, de algum modo rude com a Marcy? ― perguntou mesmo sem saber porquê, mas de uma certa forma, queria ouvir a opinião dela.
― Alguém tem de o ser ― disse sem se atrever a olhar para ele. ― Desafiaste-lhe, mas ela apenas encarou a parte errada, que era a de te provar que podia fugir, ao invés de te mostrar que podia crescer, trabalhar e fazer com que sentisses orgulho de a ter como irmã.
Michael esboçou um sorriso torto, e assentiu com a cabeça. Resistiu olhar para ela, mas não deixou de pensar que era uma bailarina do “Domingo em casa” a falar.
Estacionaram o carro na estação, havia uma confusão de carros e falta de lugares para estacionar. Deixaram o carro perto de um depósito, e correram pela chuva até ao balcão de informações. Michael tinha o cabelo molhado corrido e colado na testa, estava estranhamente sexy, e o cabelo de Jo estava agora solto, muito encaracolado e volumoso.
― Bom dia, queriamos obter uma informação ― disse ele todo molhado, e o homem vestido de vermelho e dourado, assentiu. ― Seria possível saber se Marcy Rose Adler, comprou um bilhete de comboio esta manhã?
O homem começou a procurar na lista e nos computadores.
― Sim, acaba de embarcar num, em direcção à Vanuse ― confirmou, e pela primeira vez Michael virou-se e esboçou um sorriso largo para Jo. ― O comboio partiu às oito, e até as dez chega.
― Obrigado! ― agradeceu Michael sem esconder sua empolgação, por alguns momentos esqueceu-se da mensagem do envelope. Virou-se para ela. ― Com o meu carro, chegamos à tempo.
Jo concordou sem esconder a felicidade estranha que a invadia. Sairam à correr novamente pela chuva, mas quando chegaram ao destino encontraram outra surpresa: O carro tinha sido rebocado por estar estacionado num lugar impróprio.
Michael passou as mãos pelo cabelo num movimento involuntário, não pela multa, mas porque nunca fora desleixado até aquele ponto, pensava que seria só entrar e sair, e que nenhum carro de reboque passaria por ali com aquele tempo.
― Os telefones, documentos, dinheiro.. tudo ficou no carro. ― Foi mais um desabafo, uma vez que Jo sabia disso, afinal também tinha deixado seus pertences lá.
Tentaram encontrar um táxi, mas com aquele tempo era quase impossível. Estavam todos cheios, e nenhum parava para os levar. Estavam todos molhados, debaixo da chuva.
― Vamos voltar para a estação, faremos uma ligação de lá para virem nos buscar. ― O seu tom de voz era decepcionado. Marcy estava a adiantar-se na sua fuga.
Entraram, e fizeram a chamada na recepção. Foram sentar-se num dos bancos de ferro e ficaram a ver as pessoas que iam e vinham sem parar, algumas molhadas, a maioria a carregar malas e guarda-chuvas. O barulho era intenso, mas os dois estavam em silêncio.
Jo espirrou, não uma, mas três vezes. Tremia de frio, e então Michael respirou fundo antes de estender o braço para a abraçar.

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Mensagem por Fox* Dom Set 23, 2012 1:28 am

Este é novo? Lol, não tenho a certeza! Acho que não, porque me lembro que tinhas escrito um chamado "Innocence" (yup, eu decoro esses xD!) mas não tenho a certeza!
De qualquer forma, adoro a mulherzinha fofinhas e maluca que alegra aquela casa! Talvez seja por ela que o Michael é assim, mas é divertido ver como 2 pessoas tão diferentes vivem numa espécie de harmonia táctica! Que até resulta se não fosse a intempestiva da Mercy!
E falas de temporal quando aqui está exatamente assim, chuva e vento :D
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Mensagem por miaDamphyr Sáb Set 29, 2012 9:27 pm

Sabes que quando eu estava a postar também perguntei-me se era novo, mas depois percebi que não. O Innocence foi o último, e espanta-me que ainda te lembres. Lool.

A mulherzinha maluca, um contraste grande com um filho tão sério, lool. É uma querida ela, sim. Beijos.
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Mensagem por miaDamphyr Sex Out 05, 2012 7:45 pm

7. Heaven

Talvez fosse um karma, mas ali estava Jo, deitada mais uma vez na sua cama, tremia de frio e algumas gotas de suor pairavam na sua testa. De vez enquando murmurava palavras imperceptíveis as quais Michael tentava sempre captar o que quer que fosse. Mais uma vez a culpa era dele! Enquanto esperavam pelo carro que os ia buscar à estação, Jo desfalecera em seus braços.
― Ela está fraca, alimentou-se direito? ― perguntou o médico levemente aborrecido, em menos de doze horas tinha se dirigido à mansão para atender a mesma pessoa. Mas Michael achou melhor ligar para ele, porque da estação para a sua casa era mais perto, em relação a um hospital na metrópole. As desvantagens de viver longe eram essas.
― Er.. ― Não a tinha insistido para jantar mesmo a saber da quantidade de alcóol por ela ingerido, tanto quanto não a deixara ter um pequeno almoço decente. A tinha arrancado da mesa sem se preocupar com sua saúde.
― Mande alguém comprar estes medicamentos, e tragam algo decente de se comer. Vai recuperar em breve. ― O médico não o deixou responder, passou a receita e saiu ainda furibundo.
Michael ordenou um de seus empregados, e ficou no quarto a olhar para Jo. Ela era muito fraca ou algo de género. Falhar duas refeições não era justificação para cair naquele estado, mas depois lembrou-se da chuva fria, de certeza não tinha contribuido a seu favor.
Também estava preocupado com Marcy, tinha de esperar cerca de uma hora para saber se os carros de busca iam chegar a tempo de encontra-la. E depois abriu mais uma vez o envelope na sua mão, respirou fundo:

Para Michael Anthony Adler:

Lamento anunciar que dispõe de vinte e nove dias de vida. A única solução será encontrar a sua Luz, caso contrário, o fim lhe aguarda.

Atenciosamente,
S.P

O bilhete estava igual, salve o número dos dias e o “atenciosamente”. Meneou a cabeça, e apressou-se em amarrotar o papel na mão quando sua empregada entrou com uma tigela de papa de aveia.
O celular tocou, ele tirou do bolso para ver, era Bryan. Saiu do quarto e espirrou antes de atender.
― Alô? ― Atendeu indisposto, estava com uma roupa quente e seca, mas a lembrança da chuva fria e do seu Chrysler ainda ocupavam a sua mente.
― Eh yoh man, como estás? ― respondeu a voz de Bryan do outro lado da linha, e Michael franziu por àquela falta de formalidade.
― Na medida do possível, e tu?
― Também, aliás, um pequeno probleminha.. lembras da Jo? A tipa do vestido lilás que ia viajar connosco hoje?
Michael desejou bater a cabeça contra parede. Tinha se esquecido completamente da viagem, tanto quanto que Jo era amiga de Bryan.
― Er.. sim, porquê? ― Começou a andar de um lado para o outro no curto espaço do corredor.
― Olha, ela sumiu. A mãe está a procura dela, não sei onde a encontro. Deixei ela ir sozinha outro dia.. e...
― E então porquê? ― Michael não era de todo curioso, mas estava a ganhar tempo para pensar. Afinal Jo tinha dormido fora de casa, e ele não imaginara que ela não tivesse avisado a ninguém.
― Ahh olha, eu tentei agarrar-lhe e ela fugiu, coisa de mulheres percebes?
― Não, não percebo. E agarrar uma mulher a força não é coisa de homens!
Bryan soltou um suspiro exasperado.
― Olha Michael, preciso da tua ajuda para encontrar a tipa. Os teus contactos e..
― A Joanne está aqui na minha casa ― respondeu sem pensar, sentia-se irritado com a atitude do amigo e agora compreendia porque ela estava a andar sozinha e de noite. Aliás, chegava a admirar-se por não ter-lhe dito nada, e nem manchado o amigo diante dele.
― Na.. tua casa? ― repetiu como se as palavras lhe custassem a sair. ― Como?
― Isso não interessa muito Bryan, a verdade é que não precisas de te preocupar mais. ― Dito isso, ele desligou ainda com o cenho franzido e o nariz vermelho.
Voltou para o quarto ainda indignado e a respirar fundo. Encontrou a empregada a dar de comer Jo, e quando terminou aconchegou-a novamente na cama.
― Precisa de alguma coisa senhor Adler? ― perguntou a segurar a tigela vazia na mão.
Ele negou com a cabeça e ela saiu fechando a porta com delicadeza. Eram tantas empregadas que lhe faziam confusão, as vezes não sabia quem era quem.
Olhou para Jo de olhos fechados, e sentiu falta de vê-la sorrir expontâneamente. Estava a menos de um dia com ela, mas conseguia apreciar o seu jeito desenvolto e alegre de encarar a vida. “E ela nem sequer tem um carro!” pensou.
Lá fora a chuva caia sem parar, as gotas batiam no vidro e deslizavam para a direita. Michael aproximou-se da janela e observou tudo fustigado pela chuva, pelo menos tinha a certeza de não falhar no seu compromisso da viagem, afinal ninguém ia a uma praia com aquele temporal. Fechou as cortinas do seu quarto, deixando-o ligeiramente mais escuro e sentou-se na cama. Esticou o dedo polegar hesitante, e limpou um bocado de papa que estava no canto dos lábios agora rosados, de Jo. Parecia angelical a dormir, sem aqueles furiosos olhos azuis.
Mesmo com o cobertor ela não parava de tremer, e ele não soube o que fazer. Precisava de a ajudar de alguma forma ou de outra, e na sua inocência intelectual nada mais lhe veio à cabeça, do que tirar a camisola, e de tronco nú entrou nas mantas. Abraçou-a com o seu corpo quente, e Jo como por magia parou de tremer. As suas faces estavam frente a frente, e ele quase conseguia sentir a respiração acelerada. Ela também estava quente, e ao sentir o corpo masculino agarrou-o por instinto mais para si, comprimindo os seios contra o seu peito.
Por um momento Michael pensou soltar-se, mas quando se atreveu novamente a olhar para ela, a mesma sensação de paz o invadiu. Era estranho, não sabia explicar, mas o sentia. Aconchegou-a nos seus braços sem deixar de sentir os cabelos macios e a pele suave. Arrependeu-se de imediato, seus sentimentos eram contraditórios. Maldito filme que ele tinha visto onde o homem aquecia a mulher com o calor do corpo, e no meio de tantas pragas dirigidas tanto ao filme como a si próprio, aos poucos um certo cansaço se abateu sobre ele. O som da chuva, os corpos envoltos. Pelo menos ele não se lembrava de se sentir assim, como se estivesse no paraíso. Adormeceu.
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Mensagem por Fox* Dom Out 07, 2012 7:55 pm

Oh Mia, claro que me lembro do capítulo! Eu lembro-me das coisas de que gosto xD
E ainda me lembro deste! Afinal os cavalheiros ainda existem! E adoro ver o Michael ingénuo, cheio de boas intenções e sem pensar nas consequências, apenas no bem dos outros. Mesmo afectado pela carta (que simpatia de mensagem, btw) e pela irmã (que simpatia de família xD), ele precisou de ajudar a Jo!
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Mensagem por miaDamphyr Qui Out 25, 2012 5:20 pm

Olha cá entre nós, quando eu pensava que cavalheiros só estavam em histórias deparei-me com um tipo da espécie do Michael. (Sorte a minha) A pena é que só está cá a trabalho. Snif snif. Devo continuar a contentar-me com este homem gentil que cá se apresenta. O capítulo que se segue e todo teu Fox, apesar de curto e de ter sido o último que leste. Beijos e obrigada.

8. Innocence

Quando Jo abriu os olhos quase não acreditou no que estava a ver! Michael Adler dormia profundamente com o corpo junto ao seu. Perguntou-se várias vezes o que teria acontecido, e o porquê dele sempre a levar para a sua cama, quando a mansão tinha tantos outros quartos. Sentiu um gosto amargo na boca, parecia de comprimidos e mexeu-se devagar.
Michael abriu os olhos claros com rapidez, sentindo-se logo intimidado pelos olhos dela. Afastou-se bruscamente, e saiu da cama meio transtornado.
― Que horas são? ― perguntou a procura do seu celular. ― Já passa da uma da tarde!
Jo admirou-se ainda mais, o dia continuava escuro e a chuva não parava. Viu-o discar os botões do celular com força e começar a andar de um lado para o outro. Catalogou aquilo como um tique dele.
― Alô? Então? ― A voz era dura, e em seguida sua feição suavizou-se. Quase sorriu. ― Ela está bem? ― Outro longo silêncio da parte de Michael. ― Ótimo! Fiquem num hotel, mas de olhos abertos. Adeus.
Mesmo já a desconfiar do que se tratava, Jo estava curiosa.
― Encontraram a Marcy a sair do comboio, as estradas estão bloqueadas devido a chuva torrencial, mas ela está bem. Assim que as rodovias forem liberadas, eles regressam ― contou e respirou fundo, sem deixar de pensar no sermão que ia dar a sua irmã pela atitude.
― Acredito ser a hora de parar de guerrear com a Marcy, e arranjares uma solução para os vossos problemas, porque já percebeste que nem uma perna partida a pode parar ― aconselhou Jo, que ao levantar-se sentiu tonturas e Michael correu ao seu apoio.
― Estás bem? ― perguntou baixo, estivera tão entretido nos seus assuntos e se esquecera de perguntar sobre a saúde dela. ― Caiste de febres lá na estação.
― Estou sim, parece que só te trago problemas. ― Sorriu, aquele mesmo sorriso contagioso que o fez sorrir. Jo pestanejou, mas já era tarde.. ou cedo, Michael inclinou-se e uniu os lábios aos dela sem sequer pensar. Outra coisa perigosa a se ter em conta quando estava com ela, não pensava antes de fazer algo, tornava-se impulsivo. Agarrou-a para junto do seu corpo, e aprofundou o beijo, quase pareciam não combinar, uma vez que os lábios dela declaravam urgência e os dele suavidade. Quando queria se afastar, ela o puxou mais para si e soltou um gemido abafado. Nunca esperara que aquilo fosse algum dia acontecer, não com o homem que tanto desejara. Seu beijo era ávido, passou de presa à caçadora, enterrando os dedos nos cabelos e descendo as mãos para as costas. Michael sorriu, não era nenhum santo e muito menos feito de ferro. Cairam na cama sem parar de se beijar, já deveria imaginar que ela estava desejosa de o ter, pelo menos pelo olhar intenso que lhe era dirigido a cada instante.
Passeou as suas mãos pelos seios, e depositou-lhe beijos no pescoço. Já não tinha a cabeça de cima a pensar, a de baixo comandava tudo. Tirou-lhe a roupa de dormir, e parou para olhar para ela mais uma vez. Tanto um como outro sabia que sexo não era compromisso, um momento que esperavam que nenhum deles se fosse arrepender, mas a questão não era essa no momento.
― Michael ― murmurou Jo de olhos semicerrados, tinha as faces rubras e um meio sorriso. Sabia que talvez não teria outra chance como aquela, e deveria aproveitar o máximo que pudesse. Abraçou-o enrolando-se ao corpo dele como uma cobra. Mal se lembrava que ha poucos minutos se desequilibrara e sentira tonturas, agora sentia o mundo inteiro girar dentro de si, ainda mais quando ele a deitou mais uma vez e veio sobre o seu corpo. Estava sem roupa, acariciou-lhe os cabelos e devagar afastou-lhe as pernas para se introduzir dentro dela. Aproximou o seu membro, pressionando-o contra o canal e após duas tentativas, parou.
Olhou para Jo que tinha os olhos fechados de medo e mordia o lábio inferior.
― T-Tu, tu ― Ele não encontrou palavras, e procurou os olhos dela mas não encontrou, muito pelo contrário. Estava mais vermelha ainda do que poderia ser possível. ― Eu..
Ele não devia ter feito aquilo, tinha sido tomado por um momento fugaz de prazer. Jo não merecia aquilo, muito menos a sua noiva Nadi. Afinal o que lhe estava a acontecer? Seria devido as ameaças recentemente recebidas? Estaria a a proveitar a vida de tal modo que quase tirara a inocencia de uma mulher de vinte e seis anos.
― Sim. ― Jo facilitou o trabalho dele, e o viu assentir levemente. Levantou-se sem bem saber para onde ir.
― E deixaste que e-eu.. ― Engoliu em seco virando-se para ela.
Jo então esboçou um sorriso fraco e baixou a cabeça. Seu coração batia a mil por hora. Não sabia que Michael a olhava de uma forma diferente apartir daquele momento. Agora tinha a maior certeza do mundo, que as aparências enganam, uma mulher a modos que vulgar, mas que sempre tinha palavras certas e observações certas para e sobre ele, uma dançarina de um programa de televisão, que bebia a torta e a direita num grupo só de homens, essa mesma poderia ser a mais inocente das mulheres.
― Não penses que eu não quero estar contigo agora, mas não seria justo, não contigo. Precisas de estar com alguém que vai ficar contigo e.. ― Jo puxou-o para si mais uma vez e o beijou. Poderia até ser virgem, mas talvez não fosse tão inocente assim.

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