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Cupido [+18]

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Mensagem por DeathlessNokas Sex Jan 18, 2013 11:02 am

Incluí esta história nesta secção porque, embora tenha vários "géneros" (como é possível verificar em seguida), o Romance é o que creio estar mais "visível" por estes lados... Também, com um nome como "Cupido", o que seria de esperar?!
Comecei esta história do nada e vou ver onde ela me leva; é levezinha e um pouco ridícula, mas isso talvez mude, talvez não... Nunca escrevi nada com este "registo", mas não sou eu que mando por estas bandas agora: é apenas a minha imaginação.


EDIT: sim, é mesmo uma história ridiculamente pouco desenvolvida XD, admito-o e aprecio-o: consegui! Não vos quero desiludir com a ausência dramática de subplots ou com o número limitado de personagens.
Estão avisados!

EDIT 2: a fic encontra-se, de momento, parada! ^^' Lamento muito, e espero ganhar inspiração divina brevemente... Talvez leve eu com uma seta, quem sabe... XD ...
--- Obrigada pela compreensão ^_^' !






Sinopse:
Maria era a super-modelo perfeita.
Contratada para ser a estrela a desfilar nas passerelles mais cobiçadas no mundo da moda, ganhando prémios e prémios com as fotografias para que posava com uma elegância e paz indescritíveis, Maria tinha a vida que muita gente deseja: tinha fama e dinheiro, tinha beleza e juventude... Mas isso vinha com um preço, que, um dia, Maria se sentiu incapaz de continuar a pagar.
Escapando da gaiola de ouro onde sempre viveu, será ela capaz de compreender o mundo que a rodeia, a inveja nos corações podres de todos os que a conhecem, a luxúria sempre presente nos olhares irados que pousam nela, a ganância na mente de todos os que têm capacidade para tirar proveito desta menina inocente...?
Com o apoio daqueles que não se deixam impressionar por ela, Maria terá de conhecer à força o frio mundo real que existe fora da gaiola e a verdade sobre a sua existência amaldiçoada. Pois mal sabe ela que o Cupido anda à espreita, infiltrado na sua vida, a tentar corrigir, pela segunda vez, um erro que cometeu no passado.
Conseguirá ser bem sucedido?

Classificação: +18.
Género(s): Romance, Fantasia, Drama.
Avisos de Conteúdo: Religião, Paganismo, Violência, Sexo.


NOTA: caso a minha imaginação me pregue uma partida e provoque uma reviravolta extrema nos meus planos - como julgo que irá acontecer... - mudarei os avisos de conteúdo e, possivelmente, também os géneros adequadamente.

Boa Leitura!


Última edição por DeathlessNokas em Dom Jul 21, 2013 3:31 am, editado 5 vez(es) (Motivo da edição : adição de Paganismo aos Avisos de Conteúdo)
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Mensagem por DeathlessNokas Sex Jan 18, 2013 11:16 am

Capítulo I
Penas Pela Cidade



Maria corria desesperadamente rua abaixo, evitando ir contra as pessoas que não tiravam os olhos dela enquanto caminhavam de um lado para o outro na zona antiga da cidade, atarefadas com as obrigações de mais um final de tarde de sexta-feira.

Já só conseguia respirar superficialmente, ao esforçar-se daquela maneira durante tanto tempo; ardiam-lhe os pulmões, os olhos, e tinha aquela dor insistente do lado do tronco a que ela não chamava "dor de burro" só porque não gostava de burros. Ainda assim, ela não podia parar, porque isso a faria ser um alvo fácil para olhares demasiado longos e inquisidores; para além disso obriga-la-ia a pensar e isso traria um problema ainda maior.

Então continuou a correr, evitando pensamentos complexos, fixando a sua mente na velhota que vinha devagarinho na sua direcção, carregada de sacos e de olhar enfadado, e que obrigaria Maria a chegar-se mais para a direita para não lhe dar um encontrão, antes de virar na próxima esquina. Um, dois, um, dois... sem parar.


Numa rua paralela, um jovem andava quase a saltar de felicidade pelo passeio, com vários pães franceses a fazer barulho dentro de um saco de papel que levava nos braços. Tinha uma rapariga morena e muito gira na sua cama; ela era tão simpática que ele pensava, positivamente, que ela iria gostar de repetir algumas coisas que haviam feito juntos na noite anterior, se lhe preparasse o pequeno almoço enquanto ela ainda dormia... Pães quentinhos, acabados de sair do forno, para serem comidos com as deliciosas compotas de abóbora e frutos silvestres que ele tinha no frigorífico. Podiam beber sumo de laranja, talvez com gelo, já que o dia de verão começava a ficar bastante quente.Com sorte, ainda iam brincar com a comida! Ele podia espalhar-lhe a geleia pela barriga e lambê-la sobre a sua carne tenra, para depois a surpreender e arrepiar com a sensação gélida de um cubo de gelo sobre o umbigo... Era uma hipótese a considerar com optimismo.

Contudo, uma miúda ruiva veio contra ele e espalhou-lhe os pães pelo chão. Ele conseguiu agarrá-la e equilibrá-los aos dois contra uma parede de uma antiga casa de pedra antes que se juntassem aos pãezinhos nos azulejos da calçada.

Uma pena cor de esmeralda soltou-se do espalhafatoso vestido preto e verde que ela usava e passou em frente aos olhos azuis do rapaz, que se prendeu nela por vários segundos, até ela desaparecer. Ao mesmo tempo, a rapariga empurrou-o violentamente para trás, escapando-lhe um gemido do esforço. O rapaz foi novamente contra a parede e a rapariga acabou por cair de rabo no chão. Inacreditavelmente, fez um beicinho amuado em seguida.

Surpreendido, e sem saber que mais poderia fazer, ele perguntou-lhe se ela estava bem. Ela fitou-o com os seus enormes olhos verdes, emoldurados por pestanas gigantes. Estavam contornados na perfeição com maquilhagem roxa e preta, o que os tornava ainda mais enigmáticos na sua forma infantil. Franziu as sobrancelhas antes de responder, como se estivesse chateada com ele:

– Não, não estou bem... Nada bem!

E desatou a chorar.
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Mensagem por Fox* Sáb Jan 19, 2013 8:51 pm

Olá Deathless :)
Não sei se cheguei a ler alguma coisa tua no outro fórum mas lamento se assim não o fiz. Tens uma escrita simples e direta mas as descrições estão lá, claras o suficiente para localizar o leitor mas deixá-lo curioso. A forma como apresentaste o rapaz, perdido na sua felicidade, foi bastante criativa.
A tua sinopse deixou-me curiosa e como gosto de fantasia, vou esperar para ver o que nos vais mostrar!
Boa sorte :D
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Mensagem por DeathlessNokas Dom Jan 20, 2013 9:54 pm

Fox !! :)

Spoiler:




Capítulo 2
Saltos Altos



– Ei! Porque é que estás a chorar? - Perguntou o rapaz, ajoelhando-se ao lado dela e colocando-lhe uma mão amigavelmente no ombro.

– Não me toques! - Berrou Maria entre soluços, afastando-se do seu toque.

– Mas eu fiz-te alguma coisa?

Ele estava assustado; podia tê-la aleijado ao encostá-la à parede... No entanto, ela não parecia ferida: parecia magoada – e isso era uma história completamente diferente.

– Ei – repetiu o rapaz, mais calmamente desta vez – está tudo bem, sim? Não te quero fazer mal, está bem?

Maria olhou-o e ele notou-lhe a ponta do nariz vermelha, os olhos super brilhantes, os lábios cor-de-rosa contorcidos pelo choro de uma certa forma adorável... E, sem saber bem como, reconheceu-a de imediato, apesar de nunca a ter visto com expressão semelhante.

– Espera lá, tu és a Maria P., não és?! A super-modelo misteriosa que no ano passado ganhou aquele prémio enorme no Havai e qu...

Ela pôs-se de pé num segundo e tapou-lhe a boca com uma mão pequena e fria.

– Importas-te de estar calado, se fizeres favor? Queres o quê, que as pessoas que estão a passar aqui reparem em mim?

Ele olhou-a de cima a baixo, com uma sobrancelha erguida. Essa era uma expressão que ela sempre desejou fazer mas que nunca conseguiu – mataria quem descobrisse as horas que passara em frente ao espelho, frustrada por não conseguir mais do que um tremer dos músculos da testa. Ele afastou a mão dela da boca e disse, no tom mais desprovido de emoção que Maria já havia ouvido, o que fez com que ela interiorizasse a mensagem mais depressa do que de qualquer outra maneira:

– Se te reconhecerem a culpa não é minha; é por repararem nesse vestido espalhafatoso que tens, do qual ninguém que por aqui passou conseguiu desviar os olhos.

Encolhendo-se com vergonha e por estar demasiado consciente de si mesma, ela espreitou por cima dos ombros, como uma criança num desenho animado que sabe que está metida em sarilhos.

– Bolas. Tens razão. Vamos sair daqui!

Agarrou na mão dele sem pensar nisso duas vezes, e desatou a correr novamente, cheia de energia graças ao medo que tinha de ser o centro das atenções em público. Ele seguiu-a, achando a situação divertida e questionando-se como conseguiria ela correr tão depressa e tão elegantemente com aqueles saltos super altos...
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Mensagem por Fox* Ter Jan 22, 2013 6:23 pm

Eu também sou mais descritiva e tenho problemas com os diálogos, por isso compreendo perfeitamente o que queres dizer! Mas não acho que os teus diálogos estejam forçados. Ainda não li muito deles mas aqueles em que já pus os olhos parecem-me bem :)!
Ah, também consigo fazer esse movimento da sobrancelha! Mas só com uma :D
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Mensagem por Anne Margareth Qua Jan 23, 2013 6:44 pm

Eu estive a ler a tua original, minha querida @DeathlessNokas, e tenho-te a dizer que tens uma óptima escrita, é uma escrita leve mas que dá conhecer ao leitor o elenco de situações que ocorrem a nível das acções das tuas personagens. Quanto aos diálogos estão perfeitos, mas se os queres aperfeiçoar ainda mais, ou tens dificuldades em estruturares os teus pensamentos para os dialogos tenta pensares neles mais aprofundadamente o quanto possível ou seja escrever o mais tarde possível primeiro tens que escutar aquilo que te rodeia veres como as pessoas falam umas com as outras e depois tenta passares para o papel uma análise. É que eu também tenho tido algumas dificuldades, a trabalhar esses aspectos é um bom exercicio, acho eu... Pelo menos para mim, entrar na cabeça de outras pessoas e pensar o que elas pensam, sentir o que sentem.
Já sabes que tens um óptimo discurso indirecto, sabes pôr a pontuação nos locais certos.
Beijinhos,
Fan Joana Alvarenga.
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Mensagem por DeathlessNokas Dom Jan 27, 2013 4:57 am

Graça- Sim, percebo realmente o que queres dizer. Foi o que tentei fazer aqui mas, ainda assim, soa-me tudo um bocado forçado... Talvez porque fui eu a pensar neles? Não sei... Tentem manter-me a par das vossas opiniões, sim? Agradecia muito; não uso Beta Readers para ter opiniões antes de publicar isto aqui e no Nyah... >///<

****



Capítulo 3
Ironia Ironicamente Irónica






Depois de uns dois minutos de corrida, ele puxou-a violentamente para a entrada abrigada de um prédio, onde pararam para respirar encostados à porta de entrada, ainda não muito longe dos olhares demasiado curiosos dos transeuntes comuns.

– Sabes sequer para onde estás a ir?

Maria pareceu contrariada em responder. Franziu as sobrancelhas, criando uma pequena covinha acima do nariz.

– Não... Não faço ideia. Mas não quero pensar nisso. Preciso de me distrair. Correr ajuda-me a fazer isso.

– E vais correr sempre com vestidos horríveis e tacões gigantes nos pés? Pessoalmente não acho isso nada prático, mas vocês, celebridades, devem ter algumas manias estranhas, não é?

Ela corou. De olhos colados no chão, disse alguma coisa demasiado baixo para ele conseguir perceber.

– O quê?

Novamente um murmúrio rápido, seguido de um brusco cruzar de braços.

– Não percebi. Importas-te muito de falar como uma pessoa normal, se fizeres fav... – pedia ele ironicamente, revirando os olhos, até ela gritar e o interromper.

– Cala-te, eu sou uma pessoa normal! Não quero falar disso, seu estúpido e parvo! – Respirou fundo, procurando acalmar-se. Passou a mão pela cara e olhou-o com uma seriedade que até agora não demonstrara. – Desculpa os insultos... Mas não gosto que as pessoas sejam más comigo. Obviamente, não fui fazer jogging. Estava a tentar sair de um sítio onde tinha um trabalho e não posso andar de táxi, os motoristas reconhecer-me-iam e isso não pode acontecer; eu não sou vista na cidade, sou uma celebridade mistério, lembras-te? – Olhou-o com uma expressão quase de súplica, procurando saber se ele notara o ênfase de desagrado nas palavras dela. Ele acenou. Ela fitou a lâmpada branca pendurada naquele pequeno tecto que os cobria; a seguir, olhou-o novamente, com os olhos muito abertos e de uma inocência quase inacreditável. – Acho que acontecia o mesmo se eu andasse de autocarro; há sempre lá muita gente. Eu sei, já vi nos filmes e nas séries na televisão.

Ela parecia ter uma personalidade bastante estranha; ora agia como uma rapariguinha de dez anos, ora parecia ter alguma maturidade. E parecia nunca ter andado de autocarro – isso foi a informação mais estranha de todas as informações estranhas que ele tinha apreendido nos últimos vinte minutos. Pensava até começar a perceber porque é que ela era mantida sob uma núvem de mistério; a sua verdadeira personalidade chegava a ser bizarra e ela talvez nunca conseguisse vender aquelas fotografias onde pousava com um ar tão sereno que a tornaram famosa, porque não pareciam ter sido tiradas àquela menina de olhos grandes. Completamente perdido e sem saber o que esperar dela, ele defendeu-se novamente com ironia.

– Claro, andar na rua assim vestida a correr desalmadamente, a ir contra pessoas inocentes e tudo... Obviamente, isso não chama à atenção. Obviamente que é a melhor maneira para alguém que não quer ser reconhecido andar de um lado para o outro... Claaro.

– Não gozes comigo, se fazes favor... Ninguém gosta de ser tratado com ironia extrema, sabes? – Lá estava novamente a covinha entre as sobrancelhas, mas sem marca da expressão de bonequinha meia amuada de há pouco – olhava-o de igual para igual. Ele acedeu, mas continuava a sentir-se deslocado naquela cena e naquele cenário.

– Está bem, peço desculpa. Mas, honestamente, não te percebo.

– O cabelo tapa-me a cara. Acho eu. Mas se tu tivesse podido, tinha vindo com o meu motorista, não achas?

Ela fixou a parede feia de pedra preta e branca à sua frente, parecendo considerar a ideia. Depois olhou-o com a cabeça de lado, imitando um gato que olha para algo que lhe parece estranho.

– Mas também não te percebo a ti. Toda a gente sabe que ele é pago pela minha madrasta; ela não ia aceitar que ele me levasse de lá. Ele, e, já agora, tudo o resto na minha vida, é controlado pela minha madrasta. Aquela velhota feia que lida com a imprensa. Não sabes disso?

Piscou os olhos duas vezes, inocentemente admirada.

– Eu não leio revistas cor-de-rosa, sabes? Não sei nada sobre ti a não ser que NINGUÉM sabe realmente alguma coisa sobre ti. Sei que ganhaste um prémio enorme no ano passado, já falei disso... Mas não sei mais nada.

Poderia ele admitir que sabia quem ela era porque ficara encantado com o ar de serenidade e paz tão grande que ela mostrava em alguns cartazes gigantes espalhados pela cidade? Poderia ele confessar-lhe que alguns lhe ficaram realmente presos na cabeça durante meses? E, ao mesmo tempo, ficaria ela ofendida se ele lhe dissesse que até à noite anterior não sabia o nome dela, nem, aliás, nada sobre ela, até que a moreninha lhe dissera quem Maria P. era? Aparentemente, a rapariga era super-fã de Maria. E essa exacta rapariga estava agora a sair pela porta da entrada onde eles os dois se haviam metido.

– Oh que grande merda!
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Mensagem por DeathlessNokas Dom Jan 27, 2013 5:03 am

Capítulo 4
Geleia de Morango






– AH! Disseste uma palavra feia! Agora vais ficar super feio!

E isso era uma pena; ele ia perder aquele cabelo loiro que brilhava quase como ouro quando banhado pela luz do Sol, no qual ela não pudera deixar de reparar, ao vê-lo ajoelhar-se ao seu lado momentos antes. Provavelmente, o cabelo ia cair-lhe. E o nariz tão perfeitinho ia crescer e crescer e ganhar verrugas de bruxa. Yuck, que nojo! Depois quando os dentes lhe caíssem é que iam ser elas...

– Chiu, fica quieta um minuto.

De repente, pôs os braços à volta dela e trouxe-a de encontro ao peito. Abraçou-a fortemente quando ela se tentou debater, surpreendida.

– Espera, já te solto!

Então a porta abriu-se e a rapariga saiu, cruzando-se com eles. Reparou nele, mas depois de o olhar com desprezo, continuou a seguir o seu caminho.

– Porra, parecia muito mais simpática ontem, depois de ter bebido um bocadinho de álcool...

– Quem? - Perguntou Maria, finalmente conseguindo soltar-se. – E pára de dizer palavras feias! Não quero ter de ficar a ver-te ganhar cabelos nas orelhas. Que nojo!

– Não interessa quem. E eu ouvi bem? Eu vou ficar feio se disser palavras feias? Que história é essa?

Ela piscou os olhos, novamente colocando a cabeça de lado, curiosa. Ele era muito estranho.

– Não sabes disso? – Depois, mirando o tecto e de mão no queixo, pareceu falar sozinha – claro, se soubesse ele não dizia nada...

– Isso não acontece, Maria. Ninguém fica feio por dizer palavras "feias".

– Mentiroso! Queres é que eu as diga e fique feia!

Ele riu-se. Ela só podia estar a brincar.

– Está bem; não digas nada, então. Mas eu posso dizer à vontade porque a cara feia será minha, não é?

Completamente atordoada, ela simplesmente acenou, a pequena boquinha formando um "o" cor-de-rosa. Quem é que não se importava de acabar a ser feio?

– Olha, ficar aqui não resolve nada. Queres subir e comer scones com compota em minha casa? Perdi os pãezinhos, mas tenho scones no congelador.

– Oh, eu adoro scones! Mas.. Estás... Oh, estás mesmo a convidar-me para ir a tua casa?

Foi a vez dele de piscar os olhos, surpreendido com a admiração dela. E o sorriso.

– Sim... Não devia?

– Eu nunca fui a casa de ninguém assim antes! Só para assinar contractos, fazer sessões, ir a jantares com os clientes e os patrões dos meus trabalhos antigos por cortesia, dos futuros por obrigação... Blá, blá, blá, uma chatisse! A Alice feiosa nunca me deixou aceitar convite nenhum para lanchar com amigos, mesmo quando eu era pequenina... Depois eu deixei de os receber... – A expressão triste abandonou-a, regressando o sorriso de antes. –Mas tu és meu amigo, não és?

Ele sorriu. Ela era adorável, como um gatinho impressionado com o jardim gigante atrás da sua casa... O gatinho protagonista de um livro que ele lera a uma criança no hospital, já há anos atrás...

– Claro que sim. Sou teu amigo.

– Boa! Mas diz-me, tens geleia de morango, não tens? Só gosto de geleia de morango. Se não tiveres, vamos comprar, está bem? – E sorriu inocentemente, como se a sua alma estivesse a brilhar de alegria.

Ele riu. – Claro. Podemos ir.

– Oh, boa! – Maria deu um pequeno salto e riu-se de pura alegria. De olhos brilhantes, perguntou-lhe – Então diz-me: é giro ir ao supermercado?
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Mensagem por DeathlessNokas Dom Jan 27, 2013 5:11 am

Capítulo 5
A Notícia






– Nunca pensei que os supermercados fossem assim... Há tanta luz... De certeza que deve doer nos os olhos... Ainda bem que tínhamos os óculos de sol!

O rapaz encaminhou-se para a cozinha a rir, vendo Maria segui-lo com um sorriso, feliz consigo mesma.

– Sabes que aqui já os podes tirar, pequenina – indicou ele, removendo os seus e pendurando-os no colarinho da sua camisa negra. – E a peruca também.

– Ah, boa, esta coisa faz comichão! – Maria atirou com a peruca de cabelos loiros curtos para o chão e sorriu novamente, achando toda aquela situação divertida. – Mas não tenho de tirar as tuas roupas, pois não? São mais confortáveis do que as minhas...

Ele virou-se para trás, fazendo uma pausa na preparação dos scones, e notou-a sentada num banco alto do pequeno bar que separava a cozinha da sala no apartamento dele; olhava-o esperançada, os olhos verdes brilhantes. Parecia que para ela havia demasiada importância em coisas que, ao olhar dele, eram insignificantes.

– Claro, podes ficar assim à tua vontade. E não me queres vir aqui ajudar com as compotas? Podias pô-las nas tacinhas.

Ela saltou do banco e foi ter com ele ao balcão da cozinha, sempre com o mesmo sorriso feliz no rosto. Parecia que a rapariga brilhava com algum tipo de luz interior muito intensa; chamava muito à atenção, com os seus movimentos dançantes, a risada entusiasmada e pura como a de uma criança, o seu perfume doce e inebriante de mulher adulta... Não era de admirar que tivesse de a cobrir com disfarces para conseguir andar com ela pela rua sem que a identificassem. Ao chegar ao supermercado, ele percebeu que havia sido uma boa ideia; Maria P. era mais famosa do que ele esperara. Ou tinha mais fãs do que ele pensara – fãs obcecados.

Logo à entrada do estabelecimento comercial havia uma papelaria. Junto ao balcão, num papel amarrotado escrito a marcador grosso apressadamente podia ler-se: "ESTRELA MISTÉRIO MARIA P. ENCONTRA-SE COM AMIGO DESCONHECIDO NA BAIXA DO PORTO". O corpo do rapaz arrepiou-se dos dedos dos pés até às pontas dos cabelos; seria ele o "amigo desconhecido"? Deixou os óculos de Sol na cara, assim como indicara a Maria que o fizesse enquanto estivessem na rua, e aproximou-se da mulher que mascava pastilha elástica enquanto folheava uma revista sobre a banca.

– Desculpe, ainda têm mais destas revistas? – Perguntou, apontando com o dedo para o papel.

A mulher levantou vagarosamente o olhar da revista, com uma expressão quase de ameaça no rosto gordo. Ao ver a pessoa que estava à sua frente, esbugalhou os olhos, corou, tossicou nervosamente e tentou alisar e esticar a roupa sobre o corpo mole típico das pessoas que nunca fazem nada durante os seus dias.

– Nãh... Não, não temos mais, não... Esgotaram, sabe? As pessoas gostam muito da Mariazinha P, não é? E pronto, esgotou e 'tá esgotado, esgotadinho, menino...

Ele respirou fundo e olhou por cima do ombro para Maria, que admirava, na montra de uma farmácia, todas as caixas dos medicamentos expostas com um sorriso. Provavelmente estaria a admirar as cores das embalagens; ele já tinha percebido o quanto a encantavam pequenos detalhes que pareciam insignificantes ao resto do mundo.

Era óbvio que as pessoas gostavam muito dela. Ela era linda, mesmo assim disfarçada de menino loiro – parecia quase um irmão mais novo do rapaz. As pessoas que passavam por ela ficavam a olhá-la até se afastarem; algumas sorriam, outras apenas a fitavam de olhos muito abertos. Alguns chamavam à atenção das pessoas que estavam com eles, apontando em seguida para Maria e ficando depois todos a admirá-la em conjunto, de boas entreabertas.

Ela parecia tão feliz... Tão simplesmente feliz. Era impossível não a olhar com admiração.

E alguém assim merecia ser protegida e ter um bocadinho de paz.

– Sim, compreendo – respondeu ele à mulher anafada. Em seguida, sorriu, usando todo o seu charme sobre ela. – Mas a senhora também tem de compreender: eu mesmo sou um enorme fã da Maria. Sei que deve ter consigo mais um exemplar, mais um que guarda para si, para ler quando tiver tempo... Que aposto que já leu, tão excelente seria saber se a notícia é capaz de ser verdadeira ou não...

A sua voz melíflua orquestrava uma magia pura dentro da mulher. Ela sorria sem o saber, os seus olhos não descolavam dos dele e a imagem do rapaz lindo e perfeito ficar-lhe-ia gravada na mente para sempre – ela sabia isso. Deu por si a acenar com a cabeça e os seus braços mexeram-se quase sem ela querer; pegaram na revista que estava em cima do balcão, aquela que ela lia quando fora interrompida por ele, dobraram-na ao contrário e colocaram-na num saco. No final, ela disse apenas "é sua" e ficou a sorrir enquanto ele se afastava com um esgar vitorioso a cruzar-lhe os lábios, os olhos escondidos na sombra dos óculos.
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Mensagem por DeathlessNokas Dom Jan 27, 2013 6:32 am



Capítulo 6
A Solução!

Maria engoliu o último bocadinho do delicioso scone coberto de compota de morango, antes de limpar os lábios cor-de-rosa com o guardanapo que tinha no colo. Havia uma coisa que ela queria saber e que a estava a incomodar há algum tempo.

– Como é que te chamas? – Ela perguntava-se como poderia ele afirmar-se seu amigo, se nem sequer se apresentara como devia ser.

O rapaz parou o que estava a fazer, a pequena colher que segurava escorregando-lhe dos dedos e afundando-se no doce de abóbora. Franziu os lábios, pensando no que lhe responder. Não lhe podia dizer o seu verdadeiro nome, então optou, finalmente, por lhe dizer o que havia dito à rapariga que levara para sua casa no dia anterior.

– Chamo-me Pedro.

E, sem saber bem porquê, sentiu-se culpado quando viu os olhos dela acompanharem o sorriso que a sua boca cor-de-rosa formou.

– És um bom amigo, Pedro – afirmou ela, honestamente. Nunca havia tido um amigo assim, tão estranho e tão bondoso ao mesmo tempo. Encontrá-lo naquele dia havia sido a sua salvação para uma situação que tinha tudo para correr mal.

Ele escondeu a sua expressão, fitando o scone que tinha à sua frente enquanto resgatava a colher lambuzada do meio do doce. Resolveu mudar de assunto e, ao percorrer a sala com o olhar, notou o vestido e os sapatos dela pousados sobre o sofá branco da sala.

– Posso fazer-te também uma pergunta?

– Claro! Diz.

– E respondes-me com a verdade?

Ela franziu as sobrancelhas, confusa. Mentir era outra coisa muito feia que Maria não fazia. Que tipo de amiga pensava ele que ela seria para ter lhe pedir que não mentisse?

– Sim, respondo. O que é que queres saber?

Pedro fitou-a seriamente e falou com lentidão.

– De que é que estavas a fugir?

Maria fitou-o, não sabendo como lhe responder. A opção mais óbvia deixaria muita coisa por dizer e, tendo ele pedido que ela fosse honesta consigo, ela sentiu-se na obrigação de lhe contar mais alguma coisa. Esperava que ele compreendesse, que não fosse como as outras pessoas com quem desabafara antes que apenas lhe diziam que ela deixasse de ser mimada, que tinha tudo o que toda a gente queria e que se devia sentir agradecida por ser feliz... Como se ela o fosse!

Olhou-o de expressão muito decidida. Ele percebeu que ela estava a confiar nele e então nada disse, deixando-a falar a seu tempo.

– Hoje eu estava a fazer uma sessão fotográfica. Aquele vestido é da nova colecção de Outono-Inverno da Chanel. Hoje seriam feitas as fotografias da peça, depois eu também a iria apresentar no dia do desfile. O vestido é a peça principal da colecção, eu seria a modelo a entrar no final, seguida do chefe de design da companhia. Era um trabalho muito importante...

Ela não precisava de dizer isso tudo; até mesmo Pedro, completo desconhecido das andanças da moda, percebia que aquilo era algo importante. Chanel? Modelo principal? O trapo em que se baseava toda a colecção? Então porque é que ela fugira de um trabalho assim? O que é que a fizera querer desaparecer? Ou, melhor dizendo, quem?

Ele abstece-se de comentar, aguardando, pacientemente, que ela resolvesse continuar.

Maria, por seu lado, pegou num scone que começou a trocar de mão para mão. Não sabia como lhe explicar o que é que a fizera querer deitar tudo pela janela... Em poucos segundos, esburacava o scone com os dedos, entretendo-se desfazendo-o em bocadinhos pequeninos.

– Estava a correr tudo bem, sabes? A sessão, quero eu dizer. As fotografias estavam a sair bem, estava toda a gente sorridente e feliz com os resultados... Deram-me os parabéns quando acabámos a primeira parte. Estava tudo a correr bem... Mas...

Maria não desviava os olhos das migalhas que iam caindo sobre a toalha branca no bar da cozinha.

– Eu não gosto do meu trabalho, Pedro... Aquilo que eu faço coloca-me sob enormes holofotes e chama a atenção de toda a gente para cima de mim. Eu não gosto disso...

Ela soltou uma leve risada e Pedro reparou no brilho húmido dos seus olhos. Ainda assim, nada disse, deixando-a a falar, concentrando-se apenas em ouvir.

– Gosto das roupas. Algumas não têm nada a ver comigo e toda a gente diz que me ficam bem. Fico a rir-me sozinha, por dentro; não me posso rir realmente ou achariam que sou mal agradecida. Já aconteceu várias vezes... Sabes, as pessoas acham que a minha vida é muito boa. Eu só gosto das roupas; das roupas e da maquilhagem. As roupas são divertidas de usar. Normalmente, são muito estranhas mas, às vezes, conseguem ser absolutamente deslumbrantes. Essas não me fazem querer rir; eu gosto de as usar, gosto de me ver nelas e sorriu contente porque sei que tenho sorte em poder vesti-las. A maquilhagem é outra coisa divertida; havias de ver o que eles conseguem fazer com ela...

Pedro já sabia; ao retirar a maquilhagem a Maria, quando tentou disfarçá-la para saírem à rua, ficou imensamente surpreendido ao notar como o rosto de Maria se ia alterando. No final, ela acabou por parecer ainda mais perfeita – ele não sabia como isso era possível – com feições maravilhosas. Os olhos foram onde ele notou maior diferença: a sofisticação do roxo abandonou-lhe o rosto e o verde esmeralda das íris de Maria brilhava imenso na sua pureza e inocência.

Ele não percebia porque a pintavam toda, se ela era tão magnífica por debaixo da maquilhagem. Talvez quisessem alterar o aspecto final de uma sessão para outra? Então quem teria sido o sortudo a associar a cara inocente e limpa de Maria aos seus produtos?

– Mas corria tudo bem, hoje... Estava toda a gente contente... E eu até nem estava assim tão incomodada, sabes? – Pedro voltou a concentrar-se nas palavras da amiga. – Estava a distrair-me, a pensar que eles poderiam olhar para mim e para as minhas fotografias durante uma vida e nunca chegariam a saber que eu criava histórias na minha cabeça... É isso que eu normalmente faço e é por isso que tirar fotografias não é assim tão mau. Consigo distrair-me, percebes? E divirto-me à custa deles, assim como eles ganham dinheiro à minha custa. É uma troca justa, acho eu; embora me sinta culpada por pensar assim, às vezes.

Ela parou de falar e soltou um suspiro profundo. Pousou o que restava do scone sobre a mesa e pousou as mãos sobre o colo. A sua expressão apenas poderia ser descrita como pesarosa.

– Mas hoje eu fugi porque doía, sabes? Doía estar ali e não querer estar. Doía ter histórias irreais na minha cabeça que eu sabia que jamais se tornariam realidade... Doeu demasiado. Doeu tanto que eu não pensei, apenas corri.

Pedro começou a imaginar Maria na sua mente, assim como ele supunha que ela fazia quando criava as suas histórias. Via-a nitidamente sobre um pequeno palco redondo, com vultos de sombra a toda a volta, olhando-a, admirando-a, desejando-a e invejando-a, tudo ao mesmo tempo. Via-os sorrir, os sorrisos brancos a contrastar com as silhuetas negras que os projectavam, e sabia que sorriam porque Maria era absolutamente bela. Ele conseguia compreender essa reacção; só não compreendia era como eles não notavam que, por baixo de toda aquela beleza, estava uma solidão imensa. A rapariga no palco era iluminada por holofotes de luz dourada, flutuavam pequenos brilhantes à sua volta, como numa cena mágica de um filme de ficção. E apenas Pedro conseguia ver os seus olhos tristes que nada viam, a solidão que neles transparecia que mais ninguém notava... Imaginou-a a inventar situações em que não estivesse sozinha, histórias de vidas alternativas que poderia ter vivido se o destino dela não estivesse tão ligado à sua beleza... Imaginou-a a ver-se como uma princesa numa torre, aguardando um príncipe que nunca mais chegava...

E então ocorreu-lhe: porra, ele era um maldito Cupido! Ele podia acabar com a solidão que lhe corroía a alma...!

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Mensagem por Anne Margareth Ter Jan 29, 2013 2:19 am

Então por dizer palavras feias, ficasse feio :lol: ! Será que estou a ver coisas onde elas não existem mas acho que estes dois ainda vão dar em romance, um grande romance, estarei enganada? Achei que descreveste bem o Supermercado, depois o nome do rapaz, Pedro ouvi nalgum lado esse nome e gosto muito dele, lol!
Acho a Maria um bocado "tapadinha" que nunca percebeu o Mundo, lol! Pode ser impressão minha, nem sei se foi essa a mensagem que quisseste passar, mas é um bocadinho ingénua de mais... Confia em todos, à primeira. Não sei se é só por ser famosa, ou se não...
Beijinhos,
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Mensagem por DeathlessNokas Ter Jan 29, 2013 3:21 am

Hahaha, o nome dos meus personagens não são "inspirados" em nada mais do que um leve pensar "que nome me parece bonito a esta hora?". Raramente têm mais significado do que isso :P , mas agora que vejo a coincidência teve a sua piada hahaha XD .

Mercii pelo comentário e por estares a acompanhar este possível desastre!

Sim, concordo nisso da Maria, mas é propositado, não te preocupes :) . Tem a sua justificação, que será revelada; mas tudo a seu tempo...
O Pedro, por outro lado, é uma coisinha talvez mais estranha do que a própria Maria e não te sei dizer se eles vão acabar juntos ou não. Vamos ver para onde as setas são disparadas :D ! Nem eu sei onde elas querem ir ter...!

Beijinhooos ***
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Mensagem por DeathlessNokas Ter Jan 29, 2013 4:05 am

Spoiler:

Capítulo 7
Filmes


Por outro lado, Pedro sabia que talvez fosse errado interferir com o destino dela. Era apenas um cupidinho. E as coisas precisavam de ser feitas com cuidado, como ele tinha aprendido no passado, quando atirara uma seta a uma pessoa só porque precisava de obedecer aos números que lhe eram pedidos lá de Cima... Depois, fora suspenso por vários anos das suas funções e foi preciso o Poder Superior intervir para remediar a situação insustentável que ele criara por preguiça.

– Mas não vamos falar de coisas tristes, está bem? Não me apetece; estava a divertir-me tanto hoje!

Pedro viu-se distraído pelas palavras positivas de Maria, que o surpreenderam, de uma forma estranha. Decidiu que depois pediria conselhos à irmã e veria o que se podia fazer.

– Sim, tens razão. Desculpa a minha pergunta, não sabia que ias ter de falar de coisas tão desagradáveis...

– Não tem problema! Tu também não podias ter adivinhado. – Maria sorriu forçadamente. Pedro percebeu que ela apenas queria ele não fizesse mais questões, então ela limitou-se a mudar de assunto. Ele deixou. – Diz-me uma coisa... Tu tens muitos canais de televisão, como a minha madrasta tinha no quarto dela?

Pedro riu. – Tenho sim; tenho imensos. Queres ver um filme?

– Quero! Vamos ver um filme romântico, qualquer coisa com um final feliz!

E, novamente contente, Maria saltou para o sofá e empurrou o vestido para o chão com os pés. Pedro seguiu-a, sorrindo divertido.

****

A meio do terceiro filme, quando Pedro já quase que não podia mais com tanta lamechice estupidamente ficcional – que ele sabia por experiência ser ridícula e falsa –notou que Maria estava a dormir. Ressonava levemente, apoiada sobre si. Ele riu – ela era a imagem personificada da pureza infantil: os lábios que nunca o deixavam de impressionar com a sua deliciosa cor rosa, entreabertos de maneira relaxada; as faces coradas; os cabelos ruivos despenteados que brilhavam como finos fios de cobre onde lhes batia a luz que entrava pela janela atrás do sofá.

Com cuidado, tentou afastar-se dela sem a acordar. Viu uma mancha húmida no tecido da sua camisa, mas apenas sorriu, achando toda a situação adorável. Maria era como um cachorrinho perdido que lhe tinha aparecido à porta de casa. O problema era o cachorrinho ter seios cheios e mamilos endurecidos que se notavam contra a t-shirt, agora que ela tinha tirado o casaco largo.

Pedro tentou concentrar-se no que o fizera sair do sofá... Ele queria ajudá-la, não aproveitar-se dela. Tinha de tentar ver se podia fazer alguma coisa por aquela rapariga estranhamente pura e adulta, que dormia sensualmente no sofá. E o facto de alguém poder ser sensual durante o sono tinha de lhe passar ao lado, obviamente. Não podia ligar-se a Maria, ou deixaria de poder fazer fosse o que fosse por ela.

Rapidamente se pôs a andar até ao quarto, fugindo da rapariga que dormia sem saber o que estava a provocar.

Pedro abriu as portas do armário das roupas e entrou lá dentro, fechando-as atrás de si. Avançou decidido até à parede do fundo, onde fez deslizar as camisas no varão até as amontoar nos dois cantos. Ficou à vista um pequeno rectângulo recortado no papel de parede, que Pedro pressionou na parte de baixo, fazendo-o cair para a frente. Uma espécie de corredor escuro esticava-se lá dentro, até se ver uma luz ligeira, a um metro de distância da abertura. Ele ajoelhou-se e atravessou-o de gatas. Sentia-se como uma espécie de agente secreto de um filme de acção, sempre que entrava no seu quarto secreto.

****

Na sala, Maria mexeu-se desconfortável. Abriu os olhos devagarinho e esfriou por dentro ao ver-se sozinha. Onde estaria Pedro?

Sem saber que mais poderia fazer num lugar que não conhecia, levantou-se e foi procurar o seu amigo.




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Mensagem por Fox* Ter Jan 29, 2013 5:10 pm

Bem, enchente de capítulos aqui! Mas como são pequeninos, não se leva muito tempo a ler! Ok, cá vai!

Capítulo 3
Houve uma altura do diálogo, mesmo no fim, que me perdi. Não sei se a culpa foi minha (bastante possível) ou se realmente te esqueceste de escrever qualquer coisa, mas perdi-me totalmente! O resto está normal e deu para ver um pouco, muito pequeno, de quem é esta Maria na realidade (olha, dupla personalidade aqui faria um sucesso!).

Capítulo 4
A miúda tem uma atitude tão estranha! E, devo acrescentar, levemente irritante! Talvez seja de mim (eu tenho uma tolerância muito baixa a pessoas com maneiras "infantis" como gritinhos e pulinhos e etc) mas não consigo deixar de torcer o nariz cada vez que ela diz ou faz qualquer coisa! Quem é que anda a implorar a um estranho para comprar compota de morango? Já nem digo aceitar o seu convite para comer na sua casa (totalmente normal, aliás!), mas comprar compota? A sério?
Cada vez acho que ela tem mesmo um distúrbio qualquer! Ela e a madrasta, que nem sequer deixava a miúda ir lanchar com os amigos! 'Tadinha da criança!

Capítulo 5
Acho engraçado que os teus capítulos sejam tão pequenos e se debrucem sobre pormenores que uma outra pessoa não prestaria atenção nenhuma. Um jornal, ou a compra de um, passaria totalmente ao lado!
E pronto, a miúda é uma espécie de Mary Sue que, quase de certeza, tem um passado traumático (isto sou eu a mandar ideias ao ar, acho bastante divertido fazê-lo só porque sim!) e que gosta das coisinhas pequeninas porque, sendo mais inteligente que o comum dos mortais, já passou muito tempo sem elas! A minha apreciação até agora.
No entanto, estou mais curiosa com o rapaz porque nenhuma das atitudes dele faz sentido. Desde o inicial convite para casa até à mini-épica sedução para ter uma revista, nada do que ele fez até agora foi "normal" e "aceitável". Acho isto muito estranho!
Vai na volta e é um stalker...

Capítulo 6
Bem, talvez não fosse um passado traumático, mas eu acertei no rapaz *Fox faz dança esquisita da vitória*! Não faço ideia do que é um Cupido, mas ele não é o que aparenta, e isso é super divertido (eu estou a escrever à medida que leio os teus capítulos, por isso é perfeitamente compreensivel que aches este comentário uma "rebaldaria". Como dizia não sei quem e que virou modinha agora, YOLO).
Não vou dizer que gosto ou desgosto desta personagem feminina, porque ainda estou muito dividida quanto a ela, mas este momento em que ela revelou o que a assustava e magoava e a fazia detestar o seu trabalho (consigo compreender em parte porque também não é algo que me fascine, os holofotes, a fama e a pressão a eles associados) alterou-me um pouco a opinião. Tenho de ver a continuação, mas deste ponto gostei.

Capítulo 7
A sério? Um cupido é literalmente aqueles das setas e do amor? Eu tenho de admitir que estava à espera de uma criatura monstruosa e mitológica mas um bebé (passo a expressão) de asinhas a dominar os sentimentos das pessoas é uma coisa divertida de tratar (e nunca li algo sobre ele). Queres ver que foi ele a fazer asneira com a vida dela em primeiro lugar? *Novamente Fox a inventar, ignora*
Depois, uma pessoa sensual a dormir... 'Tá, a minha auto estima foi-se um bocadinho, mas nada de especial! Na boa, não te preocupes com isso! Não foi o suficiente para eu ir lamentar-me para um canto, por isso ainda deu para ver o que ele anda a fazer com o dinheiro *Passagens secretas... Cool, man!*
Pronto, e a Maria acordou e vai à procura dele e começa a confusão de novo!

Ok, talvez não tenha sido percetível nesta amálgama *apeteceu-me* de palavras, mas eu estou a gostar e a achar muita piada à tua história. Não vais muito avançada e eu ainda acho estranho que ambos se tenham encontrado e etc (acho que o destino ou qualquer outra coisa parecida teve um papel muito importante nisso), mas achei engraçado toda a continuação, desde as ideias dela até aos sentimentos dele. Fico à espera de mais!

PS: Eu pedia desculpa pelo tamanho do comentário mas, se fores como eu, quanto mais, melhor! :}
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Mensagem por DeathlessNokas Ter Jan 29, 2013 7:35 pm

Hahahahah, mercii pelo comment, Fox :D ! Sim, quanto mais melhor! XD E os detalhes foram muito apreciados; já para não falar da tua interpretação das coisas "passo-a-passo", que apreciei imenso e me ajudou agora a perceber o tipo de imagem, mais ou menos, que ando a criar para quem lê e que não tem acesso à minha cabeça XD

Merci :DDD !!

**vou tentar editar o capítulo 3. Pôr as frases mais elucidativas. Tantos determinantes só podem causar confusão numa parte que mistura pensamentos do passado, ideias e acções presentes num só bocadito de texto... u_u' --shame on me!-- já devia ter feito isso XD **


Sobre a Mari-Mari: ela é uma rapariga estranha. Bastante peculiar. Original. Única e singular. Etc, acho que já percebeste XD . No entanto, nada disto é "ah, apeteceu-me escrever coisas parvas então pronto, toma, toma toma!". Há seeempre justificações para tudo no que eu escrevo e, mais tarde, ficará tudo claro. Na vida real também há sempre uma causa para cada consequência, verdade? Mesmo com cupidos à mistura, tem de haver um mínimo de "real" aqui no meio... XD

Não sei se devo dizer ou não... Mas cá vai: arranja mais teorias para ela, hahaha xDD ! Se eu tivesse deixado o capítulo 7 como o escrevi ontem, provavelmente já perceberias tudo. Mas isso não tinha piada, não é verdade? x) Graças a Deus que tive um momento de sobriedade livre de sono e mudei as coisas!

O Pedro... Obviamente não é um bebé e vestir camisas quando se tem asas desde sempre que me pareceu uma coisa bastante complicada... XD Mas é outro que é estranho. Acho que a personalidade dele se pode ligar a um trauma de infância. Ou, talvez, simplesmente, seja um bocado psicopata e não tenha sentimentos e não sabia bem como reagir com as coisas? A Maria poderia mudar isso... Talvez ele tenha cadáveres no armário secreto e a Maria os encontre e aceite a situação toda muito calmamente, já que ela é outra coisa muito bizarra?


Não sei... Honestamente, tenho uma ligeira ideia global de tudo, mas pormenores, não sei dar XD ! Tudo terá uma justificação lá para a frente, mas, agora, não sei qual é e não sei como a vou arranjar... Mas vou!!!!

E as personagens também costumam evoluir e mudar naquilo que escrevo.

Ainda assim, esta história, no fundo, é uma "historinha"... Não há sub-plots super desenvolvidos como, normalmente, eu arranjo porque me apetece ter uma super-história. Não há muitas personagens, não há nada de muito especial por aqui... É apenas uma coisita divertida e pequenina. Espero não desiludir...

Beijinhos ***
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Mensagem por DeathlessNokas Sex Fev 01, 2013 4:55 am

Spoiler:
Capítulo 7
Setas e Magia



– Sónia, preciso de ti!

Passaram vários segundos até que, no meio do quarto, surgiu uma pequena bola de luz. Depois, um clarão ofuscou Pedro, e, quando finalmente os seus olhos se habituaram novamente à luminosidade do local, a sua irmã estava à sua frente, sorrindo-lhe.

– É raro chamares-me ao mundo humano. O que se passa?

Pedro contraiu a cara num esgar de incerteza. Como havia de contar à irmã a situação em que se havia metido? Quer dizer, a situação era, no seu todo, muito estranha. Afinal, o que devia ele à miúda adormecida no sofá? Nada. Não lhe devia absolutamente nada e, no entanto, queria ajudá-la.

Maria talvez parecesse uma criança feliz, mas, ao mesmo tempo, ele tinha visto uma solidão tão grande nos seus olhos verdes, que algo no seu interior o levava a querer ajudá-la. Era quase instintivo; queria protegê-la. No entanto, não sabia era bem de quê...

– Sim, passa-se alguma coisa. Não é comigo, podes estar descansada. É com alguém que eu conheci.

Sónia sorriu.

– Conta-me lá! O que foi? Tu nunca tens problemas, irmãozinho; se te posso dar conselhos agora, então quero saber de tudo!

– Estou preocupado com uma rapariga, sabes? Conheci-a hoje e...

– Hoje?! Uma rapariga?! Bolas, e já estás nesse estado?

A irmã de Pedro soltou uma forte gargalhada, achando toda aquela situação bizarra. Contudo, adorava o irmão mais novo e a curiosidade feminina também tinha um papel importante no momento.

– Quem é ela e o que é que ela tem de especial para a quereres ajudar em vez de andares a brincar com ela? Normalmente é isso que fazes aqui pela Terra, não é?

– Pára de tentar adivinhar. E fala baixo, ela está a dormir no sofá... Não quero que ela acorde e descubra isto!

Pedro gesticulou, enconpassando toda a sala num único movimento. Apontou para o enorme arco de madeira escura pousado numa mesa de apoio, ao lado de um armário com portas de vidro, cheio de setas afiadas e de ar sombrio. Indicou os livros grossos e antigos, de lombadas inscritas a latim; os papiros velhos empilhados uns contra os outros nas prateleiras. A secretária do outro lado, o computador rodeado de folhas de papel no topo. Aquilo parecia o covil secreto de um maníaco qualquer com graves problemas mentais.

– Se ela vier à minha procura aqui, o que é que ela vai achar? Que sou um assassino em série maluco que tem um arco como arma predilecta?

– E és? – Perguntou uma vozinha pequenina, atrás de Pedro.

Ele não queria fazê-lo, mas tinha de olhar por cima do ombro. Sabia o que ia ver, mas, ainda assim, encolheu-se ao vê-la. Atrás de si estava Maria.


********

– Merda! - Sónia saltou para cima dela e cobriu-lhe a testa com a mão direita, que brilhava em tom magenta. Os seus lábios mexiam-se rapidamente, entoando cânticos em grego antigo, chamando a si uma magia poderosa e difícil de controlar.

Pedro estava petrificado, olhando a irmã de olhos muito abertos, os punhos cerrados com força, mas ainda tremendo ligeiramente. O que é que tinha acabado de acontecer? O que é que estava a acontecer? Como é que Maria tinha ido ali? Ela tinha visto Sónia? Tinha ela ficado com medo dele, no momento em que entrara naquela divisão escondida? Merda! Merda, merda merda! Porque é que ele se metia sempre em situações horríveis e acabava sempre a precisar da ajuda de outras pessoas para lidar com elas?!

Com um suspiro pesado, Sónia deixou-se cair no chão, arrastando Maria atrás de si. A menina tinha os olhos fechados e as faces muito pálidas. Os lábios estavam quase sem cor. Sónia transpirava e estava muito corada.

– Só me arranjas problemas, porra! Tu não tens mesmo noção das coisas, pois não?!

– Cala-te! Eu disse-te que ela estava lá dentro e tu desataste a rir e também não fizeste nada!

A irmã de Pedro ficou contente ao ver o irmão, finalmente, a reagir. No entanto, aquela situação não tinha nada de positivo e rapidamente o mau humor voltou a tomar conta dela.

– Não me mandas calar, criança! Vê se te recompões e pegas na tua amiga para a tirarmos daqui e fecharmos isto como deve ser. Ela não se vai lembrar do que viu quando acordar, mas não podemos voltar a ser desleixados; o feitiço do esquecimento não funciona duas vezes na mesma pessoa.

– Eu sei. Obrigado por isso. Se não estivesses aqui, não sei o que teria feito...

– Vá, chega de conversa e faz o que te mandei. Até já. – Sónia desapareceu noutro turbilhão de luz, mas Pedro sabia que não tinha escapado ao sermão final. Provavelmente, ela esperava-o na sala...

Ele olhou para Maria no chão, branca como a neve, estática, e sentiu-se culpado por a ter arrastado para aquela situação. Aproximou-se dela, devagarinho, como se ela estivesse a dormir um sono leve; embora ele soubesse bem que estava sob o poder da magia da irmã e que não ia acordar tão facilmente... Ajoelhou-se a seu lado e fez-lhe uma festa no rosto; afastou-lhe o cabelo da testa e beijou-a por um segundo. Parecia uma menina perdida, vítima de um mundo demasiado cruel para a sua inocência poder aguentar.

Mas poucos segundos depois, Pedro voltou a si. Que ridículo, um cupido ajoelhado ao lado da Bela Adormecida, tentando protegê-la do mundo mauzinho que lhe queria fazer mal... Bah, ridículo. Ridículo!

Rogando-se de pragmatismos, pegou nela e atirou-a por cima do ombro. Ao chegar ao pé do buraco que servia de porta para aquele quarto, percebeu que seria praticamente impossível atravessá-lo carregando alguém inconsciente. Quase que teve a audácia de pedir ajuda à irmã; ela podia teletransportar Maria até à sala sem problemas... Mas não quis abusar dela e dos seus poderes mágicos. Sónia devia estar esgotada após se ter teletransportado até ali tão rapidamente, depois ter enfeitiçado a memória de Maria e, ainda para mais, ser orgulhosa o suficiente para querer retirar-se dali dramaticamente, recorrendo aos poderes novamente.

Pedro suspirou pesadamente. Teria de arranjar uma maneira.

Pousou Maria no chão e entrou no buraco de joelhos, de rabo virado para a saída. Estaria a fazer uma bela de uma figura, mas, graças aos deuses, não estava ali ninguém para ver...

Esticou-se e agarrou Maria por debaixo dos braços. Com cuidado, começou a puxá-la atrás de si, enquanto saía dali em marcha-atrás. Nunca antes havia de ter pensado que aquilo seria muito pouco prático no caso de haver acidentes no quarto secreto. Mas também, que raio haveria de acontecer ali? Tinha de aparecer uma miúda esquisita para fazer acontecer o inimaginável naquela casa...

***********

– Demoraste, hum?

Sónia estava sentada no bar da cozinha, comendo os scones que haviam sobrado. Pedro sentiu-se melhor sabendo que agora estariam gelados.

– Espero que não te importes que esteja a atacar a tua comida, mas precisava de açúcar.

Ele não lhe respondeu, carregando Maria até ao sofá e pousando-a delicadamente sobre ele. Demorou-se a pentear-lhe o cabelo, aguardando que a irmã começasse a falar.

– É essa a miúda que te fez chamar-me até cá?

Pedro anuiu com a cabeça, mas manteve-se em silêncio.

– Irmaozinho, sabes que agora tens de falar comigo. Anda cá, vamos conversar como pessoas normais.

– Nós não somos pessoas. Andas a habituar-te demasiado ao fraseado humano, com todo o tempo que passas aqui...

Sónia sorriu ao ouvir a voz do irmão. Ele levantou-se e sentou-se à beira dela, fitando a toalha sobre a mesa.

– O que é que se passa, menino?

Pedro suspirou pesadamente, antes de olhar a irmã nos olhos azuis.

– Não sei. Não faço a mínima ideia – e esse é que é o grande problema aqui...



Última edição por DeathlessNokas em Sáb Fev 02, 2013 3:10 am, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : adicionei o spoiler lá em cima)
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Mensagem por Fox* Sáb Fev 02, 2013 5:01 pm

Ainda bem que gostaste, Deathless, fico contente por ter ajudado! :D\
Oh, não precisavas de me ter explicado tudo das tuas personagens, posso bem aguentar até publicares aqui outro capítulo (mas fico contente que partilhes as ideias que usaste para criar a Maria e o Pedro!). Eu acredito que até a cor do verniz dela seja pensado ao pormenor e gosto disso, principalmente de não perceber muito ao início mas ficar tudo claro e transparente no fim. Nos entremeios vais ficar com as minhas teorias e ideias sem sentido!
E não sei se perceberia tudo ou não... Eu ainda acho que este cupido fez asneira com ela numa outra vez e agora está a tentar ajudá-la por consciência pesada mas até pode ser outra coisa qualquer! Ele pode simplesmente ser muito boa "pessoa"!

Hahahah, eu também gostei das tuas teorias! Cadáveres são sempre bem vindos! Ou então quartos de tortura, também podes escrever qualquer coisa sobre isso!

E eu percebo o que queres dizer com ideia geral sem pormenores, porque é assim que escrevo. Inicialmente é tudo muito bonito mas depois nunca sei como lá chegar!

Quanto a este capítulo, fiquei interessada na irmã dele (sei que disseste que não irias desenvolver outros plots nem outras personagens e que, muito provavelmente, vou ficar com um novelo de perguntas quanto a esta Sónia, mas estou à espera de, pelo menos, algumas respostas!) e no poder que ela tem! Não pode ser uma simples "cupido" (cupida?!). Eles existem no feminino?
E será que a magia resultou mesmo ou a Maria não é assim tão fácil de manipular? Ou, melhor, esta foi a segunda vez que a sua memória foi apagada e, por isso, não resultou?

Pronto, mas teorias bem vindas! :D
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Mensagem por DeathlessNokas Seg Fev 04, 2013 4:18 am



Capítulo 8
Decisões e Consequências


Sónia suspirou pesadamente. Queria ajudar o irmão, não sabia era porque é que ele precisava de ajuda ou porque é que a tinha chamado tendo aquela miúda ali com ele.

– Porque é que precisaste de mim?

Pedro fitou-a por um breve momento. Estava contente por ela estar interessada na situação e ainda não lhe ter pregado um sermão pela confusão anterior. Resolveu tentar pôr a irmã a par da situação toda, tentar explicar-lhe melhor o que havia sentido e em que havia pensado.

– Eu queria saber se podia ajudá-la... Ajudá-la daquela maneira, percebes?

A sua irmã anuiu. Pedro falava das setas mágicas.

– Ela estava a falar comigo e eu percebi que ela tinha uma vida que muitos invejariam... Ela é aquela modelo Maria P., provavelmente já ouviste falar nela.

– Sim... – Sónia suspirou. – Achei que ela seria apenas parecida com a super estrela mistério, nunca imaginei que pudesse ser mesmo ela...

– Pronto, então poupas-me explicações.

– Mas ainda não percebi nada...

– Sim, eu sei. Ela veio contra mim hoje de manhã; esbarrou comigo quando eu estava a sair de uma padaria aqui perto. Atirou-me os pães ao chão, caiu e desatou a chorar.

Foi a vez de Pedro suspirar.

– Fiquei super atrapalhado, achei que ela podia estar magoada ou assim. Só que depois percebi que ela estava só magoada por dentro, confusa e assustada. Trouxe-a para aqui instintivamente. Ela nem achou que receber o convite de um completo desconhecido fosse uma coisa estranha; a princípio pensei que fosse o meu charme de semi-deus... Mais tarde, percebi que ela é uma criatura inocente ao ponto de não conseguir ver mal nas acções dos outros.

Sónia não sabia o que dizer. Abriu a boca um par de vezes, mas não conseguia falar. Ela continuava a achar a situação toda bastante bizarra - achava a rapariga imensamente bizarra também. No entanto, limitou-se a fazer um gesto para que o irmão continuasse.

– Acabámos por ir ao supermercado comprar doce de morango... E dá para acreditar que ela nunca tinha ido a um supermercado antes?

Novamente, a irmã de Pedro ficou sem saber o que dizer. De olhos muito abertos, repetiu o gesto anterior, antecipando mais detalhes estranhos.

– Bem, lá descobri que o nosso encontro matinal já tinha saído na imprensa. Nem uma hora se passou, mas, não sei como, já havia fotografias nossas numa revista. Fui tentar comprar uma, e estavam esgotadas. Esta gente humana é mesmo maluca...

– E conseguiste arranjar alguma noutro lado? – Sónia ficou contente ao perceber que conseguira formular uma ideia coerente e deu umas palmadinhas nas suas costas, mentalmente, por sentir que colocava uma pergunta que ia directa ao que ela achava ser mais importante.

– Não foi preciso, seduzi a mulher da papelaria para ela me dar a que ela tinha. Está ali pousada em cima do balcão da cozinha, ainda nem lhe peguei.

– Porquê? Não estás curioso para ver o que lá vem?

– Estou, mas não tive tempo... Começámos a comer e a conversar... E ela contou-me parte da história dela, sabes? Uma história de conto de fadas para muitas miúdas... Mas a Maria é infeliz. Vive sozinha e eu suspeito até que seja absolutamente controlada pela madrasta ou algum menager meio obcecado ou paranóico.

– Ah? Controlada? Em que sentido?

– Não ouviste quando te disse que ela nunca tinha ido a um supermercado? Isso parece-te uma coisa normal?

– Bem... Não, não parece. Mas pode haver outra explicação.

– Ela é uma celebridade mistério, irmã. Nunca ninguém a viu por aí; por isso é que uma revista qualquer deve ter feito o impossível quando soube que ela tinha aparecido em público. Garanto-te: não deve ser coisa que aconteça muito frequentemente! Por exemplo, a Maria nunca andou de autocarro na vida, só para tu veres aonde é que isto chega... A miúda teve uma vida super limitada e eu ainda não percebi todos os detalhes disso, mas começo a acreditar que crescer assim a moldou de uma forma única, à falta te melhor palavra. Ela é quase demasiado inocente para ser real. É bizarro!

Sónia sorriu ao ver que não estivera de todo errada. Aliás, estava absolutamente certa e o seu irmaozinho parecia concordar com ela.

– Sim... Isto é tudo quase surreal. Mas o que é que tu querias fazer, afinal?

– Queria saber se seria possível ajudá-la. Queria saber se, tendo alguém que a amasse e respeitasse do lado dela, ela poderia ser mais feliz daqui em diante. Ela bem tenta sê-lo sozinha, vê só aspectos positivos nas sessões fotográficas e nas coisas das passagens de modelo... Mas acho que ela tem um destino infeliz pela frente. E acho também que uma seta poderia mudar o destino dela!

Sónia manteve-se em silêncio por algum tempo. Não sabia se havia de respeitar o entusiasmo do irmão em querer fazer bem por outra pessoa ou se havia de lhe dar um sermão por se estar a tentar meter em coisas que envolviam outros departamentos lá de cima.

Ela sabia que se Pedro fosse avante com a sua nova ideia, provavelmente ia fazer muita gente ficar chateada. As setas tinham poder para contornar o Destino Final de alguém, mas não era esse o seu propósito: elas existiam para ajudar o destino a concretizar-se. Não era suposto o poder de um deus ir contra o de outro... Ou o de um semi-deus ir contra o dos outros deuses completos – esse era um dos piores cenários possíveis e Pedro já o havia enfrentado uma vez... Tinha tido sorte por o Conselho não o ter castigado muito severamente; eles achavam que ele deveria ter aprendido a lição. Mas Sónia quase que podia adivinhar que o irmão se ia meter em problemas outra vez.
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Mensagem por DeathlessNokas Ter Fev 05, 2013 3:01 am



Capítulo 9
Regras Bem Regradas



– Sabes bem que não é suposto usares os teus poderes para mudares o destino de alguém.Com o Destino não se deve brincar, irmão. Tu, melhor do que ninguém, devias saber bem isso!

No fundo, Sónia reconhecia que o irmão estava tão decidido a fazer algo por aquela humana que seria muito improvável que ela o conseguisse demover fosse do que fosse. Mas nada a impedia de tentar fazê-lo ver a razão, pelo menos uma vez.

– Sim – Pedro relutantemente admitiu. Os seus olhos vaguearam pela sala, enquanto ele pensava nas palavras da irmã. – Então talvez seja possível arranjarmos uma alternativa.

Ele estava contentíssimo por tê-la chamado ali. A princípio, queria apenas saber se seria possível atirar uma seta a alguém sem ela estar preparada para isso, ou se seria novamente castigado.

Normalmente, os humanos que gostavam mesmo de alguém, emitiam um pequeno sinal que somente os cupidos sentiam. Indicava-lhes que estavam prontos para Amar Verdadeiramente e, então, eram atingidos com uma seta e o pequeno amor que já nutriam por alguém tornava-se em algo mais intenso e mais puro, que durava para sempre, unindo suas almas para a eternidade.

As setas, quando apontadas a alguém, sussurravam ao cupido o nome da pessoa amada pelo humano, e verificavam se a vibração era real ou se o cupido se havia enganado.

Pedro não pôde evitar lembrar-se do seu passado, quando passara vários anos sem atirar uma única seta. Isso, obviamente, prejudicou o Destino Final de muita gente, pôs as Fiadeiras contra ele e, graças a isso, o Conselho avisou-o do seu desleixo e ameaçou puni-lo, caso ele não começasse a cumprir o seu dever condignamente.

Mas ele, embriagado na ociosidade que as pessoas sem obrigações e rotinas vivem, ocupava os seus dias aproveitando a companhia de várias raparigas humanas – para ele, ficar na Terra era maravilhoso apenas por isso: sexo.

Lá em Cima não havia com quem o fazer - ou os seres mágicos eram da sua família ou estavam comprometidos com os seus familiares... E Pedro, filho ilegítimo de Afrodite e Baco, adorava indulgir nos prazeres da carne e admirar a sensualidade de um corpo feminino, corado de êxtase, tal como a sua natureza genética ditava. Para ele, os prazeres sensuais e sexuais eram como uma droga, uma droga da qual ele nunca se fartava.

Só que, como aquilo não era um verdadeiro vício, ele sabia que na sua vida havia prioridades. Cumprir os seus deveres era uma das mais altas na sua lista e, assim, Pedro retomou as suas obrigações. O problema foi ele tê-las começado a cumprir desleixadamente... E cometeu pequenos erros que, a princípio, foram ignorados, porque, graças a alguma sorte mística, tudo acabava por correr bem: o Tempo estava do seu lado, e fazia o Amor acontecer tal como estava previsto no Destino Final das pobres vítimas de Pedro, mesmo ele atirando setas quando os humanos não estavam preparados para as receber. Mas, no fim de contas, o casal acabava por se unir e por ter um final feliz.

Porém, ser desleixado com alguma coisa acaba sempre por se parecer com o rebolar de uma bola de neve monte abaixo: a bola vai aumentando de tamanho à medida que desce... Tal como o desleixo de Pedro foi crescendo, já que ele percebeu que, sem grande trabalho, se ia safando na mesma e continuava a ter tempo para se divertir com humanas belíssimas.

Então, um dia Pedro cometeu um enorme erro, ao juntar duas almas que jamais se teriam juntado de outra maneira, arruinando o Destino Final de várias pessoas por causa disso, irreparavelmente. O Conselho foi obrigado a intervir para tentar evitar que mais Destinos fossem arruinados. Agora, Pedro sabia bem que sempre devia ouvir as setas e o seu instinto atentamente, assim como as regras à risca, para não arriscar ficar preso lá em Cima para sempre – ideia que ele repudiava com todas as suas forças e que seria o seu castigo caso voltasse a cometer qualquer tipo de erro.

– Chamei-te porque tu é que tens a mania de ler e respeitar os regulamentos à letra. Sabes as regras dos Cupidos melhor do que eu, e tu nem és um. Preciso da tua ajuda: preciso que me digas o que é que eu posso fazer pela Maria!


Última edição por DeathlessNokas em Ter Fev 05, 2013 3:24 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por DeathlessNokas Dom Fev 10, 2013 5:51 am

Capítulo 10
Piadas Sem Piada


Maria sentia a cabeça muito pesada, mas achou que isso se devia ao stress daquele dia interminável e ao sono que sentia. Teria adormecido no sofá?

Espreguiçou-se como um gato e levou um punho cerrado aos olhos, esfregando-os. As pálpebras pesavam-lhe estranhamente. Não achava que estivesse assim tão cansada, mas, se estava, então ainda bem que adormecera. O seu impulso seguinte foi olhar à sua volta e tentar averiguar onde estava Pedro. Tinha-a deixado sozinha ali porquê?

- Então, dormiste bem?

Maria forçou os olhos e a vista ligeiramente embaciada a olhar na direcção daquela voz.

- Dormi, obrigada.

Pedro evitou o riso, pensando que tinha um ar de gato rabugento ao acordar. O cabelo estava todo despenteado, por ele a ter arrastado até ali e por ela se ter afundado no sofá no seu sono profundo. Tinha as faces muito coradas e os lábios cor-de-rosa estavam avermelhados e cheios, esboçando um beicinho amuado que ele começava a adorar ver no seu rosto.

- Anda cá, quero apresentar-te a minha irmã.

Maria acordou totalmente ao ouvir as palavras de Pedro. Foi então que reparou numa mulher lindíssima atrás dele, sentada no bar da cozinha.

Tinha cabelos loiros até aos ombros, que flutuavam no ar à sua volta, embora ali não houvesse qualquer tipo de corrente de ar. Os olhos dela eram azuis, muito brilhantes, como um lago num desenho animado colorido, e contrastavam com a sua pele morena. As mãos repousavam em cima da mesa, uma sobre a outra.

Como Maria também estava nervosa, não notou a rigidez no corpo de Sónia. As costas doíam-lhe de estarem hirtas desde que Maria se mexera pela primeira vez, pouco antes de acordar. Pedro apenas rira do seu súbito pânico, mas ela, embora tivesse quase a certeza de que o feitiço funcionara, não podia estar completamente segura até que Maria acordasse. Às vezes os humanos eram imprevisíveis e os poderes não funcionavam muito bem. No entanto, aquele não parecia ser o caso.

Muito obediente, Maria levantou-se e andou delicadamente até ao lado de Pedro. Sónia notou que ela se apoiava nele para se sentir segura. Contrariou um sorriso divertido e cumprimentou-a.

- Olá, Maria. Chamo-me Sónia, sou a irmã mais velha do Rafa.

Ela percebeu instantaneamente que tinha cometido um erro. Maria franziu as sobrancelhas, criando uma covinha entre elas, e olhou Pedro com suspeita, afastando-se um passo dele ao mesmo tempo. Pedro chegou-se para a frente e abriu muito os olhos à irmã, em pânico.

- Pedro, Sónia! Já te disse para não me chamares Rafa!

Maria afastou-se mais alguns centímetros dele, sentindo-se, pela primeira vez, confusa ao lado do novo amigo.

- Ah... - Sónia apercebeu-se do seu erro. Aparentemente o seu irmão trocara de nome português novamente e esquecera-se de a avisar. Típico! - Não ligues, Maria - apressou-se a acrescentar com um sorriso. - Ele agora odeia que o tratemos pelo segundo nome. Quando era miúdo ninguém lhe podia chamar Pedro e o hábito pegou. É um rapaz cheio de manias, o nosso Pedrinho Rafael...

Pedro sorriu friamente para a irmã, odiando a situação em que ela o colocava. Aquilo só ia criar confusões, ou então Maria iria rir-se dele... Oh, já estava a rir-se: os ombros sacudiam-se para cima e para baixo, embora ela tapasse a boca com a mão e os olhos estivessem escondidos pelo cabelo. Até que não aguentou mais e atirou a cabeça para trás, rindo a bandeiras despregadas.

Sónia também riu, uma gargalhada seca e sem interesse, enquanto olhava, assustada para Pedro. Qual era a piada, afinal?

Ele tinha ar de quem queria morrer naquele momento. Se ao menos não fosse imortal...
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Mensagem por Fox* Dom Fev 17, 2013 3:44 am

Ah, ele afinal também achou a situação muito estranha, todo aquele aceder do convite e assim... Ótimo, não estou sozinha nas minhas teorias! :D
A única coisa que consigo pensar ao ler todas estas descrições sobre a Maria e a vida dela é aquela nova tendência de parecer uma barbie (não sei se sabes do que estou a falar). Esta ideia já existe há muito, mas agora, com as cirurgias plásticas e a falta de discernimento, tomou proporções demasiado grandes. Basicamente, as raparigas querem tornar-se barbies e, de tão perfeitas que as suas figuras são, tornam-se quase mecânicas, robóticas, irreais. É assim que vejo a Maria, não só por dentro mas um pouco no exterior também. Acho que todas as barreiras e limitações que lhe foram impostas limaram igualmente o seu aspeto, por isso a imagino como uma boneca.
Pronto, tenho de admitir que todo o cenário de ele a tentar ajudar é romântico e ternurento! Ainda bem que vai acabar mal, é muito mais divertido assim... *Oo

Toda a explicação que deste, desde a organização dos cupidos ao próprio trabalho deles, incluindo a vida do nosso protagonista, tem tanto de útil como de curioso. Não estava à espera de , numa história tão "simples" como disseste, ver um "submundo" e uma realidade assim tão planeada! Ainda bem que o fizeste, torna toda a narrativa mais interessante!
Agora, será que a infelicidade da Maria advém dessa junção de duas almas que nunca poderiam ter ficado juntas mas que o fizeram por causa do desleixo dele? Serão essas duas personagens os pais dela?
Oh, teorias...

E continuo curiosa quanto a quem é esta irmã... Se não é um cupido, o que é afinal? Ninfa? E será que ela vai ajudar a Maria ou será que ela sabe mais sobre esta celebridade secreta e não nos vai dizer?

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Mensagem por DeathlessNokas Dom Fev 17, 2013 10:37 pm

Hahahah, merci pelas teorias :D ! É bom saber que não damos as cartas todas enquanto vamos escrevendo, ou então que as vamos dando pela ordem certa ^_^ !

Sim, história pequenina e não sei quê, mas nunca escrevo nada simplesmente por escrever, sem qualquer nexo, sem uma linha que a oriente, por muito ténue e levezinha que seja essa linha XD .

Hmmm... Gostei dessa ideia da Maria que criaste :) . Se estás certa, não demorarei a dar-te razão e a fazer sentir-te como um gatinho que recebe festinhas ao provar-te que estiveste sempre correcta :P . Se estás errada e não foi essa a ideia que eu enfiei debaixo da pele dela, gostava de saber se te aperceberás das minhas intenções primárias ou não :P , e se mudas de opinião ^_^ .

De qualquer maneira, é uma boa teoria e muito bem justificada! Aceito que seria plausível usá-la, hahaha, já que concordo imeeeenso com ela e é super interessante... ^_^ ... *cof*


Agora uma pergunta mais directa: isto não está muito aborrecido ou muito "Clube das Amigas"? É que ando interessada em ESCREVER EM QUANTIDADE, não em ESCREVER MUITO, MUITO BEM, porque quero meeeesmo acabar uma história.

Posso sempre reescrever isto ou criar algo mais interessante com ela depois :P .
Mas sê honesta, que não me vais magoar XD . E podes apontar defeitos ou partes que não tenham funcionado bem para ti à vontade :) . até te agradecia!XD


.....
E não respondo (parcialmente) a mais pergunta nenhuma! Só te digo que quando disse "levezinha" seria "não me vou alongar muito, não vai haver subplots no presente, etc" , mas para haver uma "linha guia" tem de haver um passado, non :DDD ?
E já se sabe parte do do Pedro. Falta o da Maria! :)
E talvez da Sónia, ainda não sei. Mas se não lhe puser grande coisa em cima, ao menos não vou deixá-la sendo uma "personagem mistério" que eu odeio isso XDDD . Vai haver algumas respostas, oui oui !

Mas estou curiosa quanto à tua reacção (que és a única leitora, hahaha XD) relativamente ao passado da Mariazita :P !


Beijinhos!!
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