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Depois da Meia-Noite

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Mensagem por miaDamphyr Sáb Set 22, 2012 10:40 pm

N/A- Esta foi a primeira fic que postei num fórum. Acho ela bem engraçada, mas estou mais a posta-la porque pretendo dar continuidade a segunda parte "Antes do Amanhecer", que apesar de poder ser lida sem ter lido esta, acho que é melhor seguir a sequência. Espero que gostem, e para quem já leu, que reviva as peripécias dos meus vampiros.

Aviso: Esta fic contém cenas de sexo, violência e palavras impróprias.
Género: Romance, suspense, vampiros.
Rated: +18
Sinopse: Jonathan é um policial que vive uma via conturbada por memórias de guerra, e vê tudo mudar quando descobre a existência de vampiros. Ao cruzar-se com Polyna, ele está a meter-se com um dos maiores vampiros Nobres que já se viu. Damian é sádico, frio e mata por hobbie.


1. Descobrindo uma vampira

"Don't follow me, i can change target any time.."


O posto policial era muito pequeno, com duas celas mesmo de frente a mesa secretária, com papéis abarrotados, um telefone fixo, uma chávena de café fria, e um polícia sentado em frente a um computador.
Escutava-se o barulho dos botões que ele digitava rapidamente.
― Preciso de sair daqui. ― A voz dela era intimidante. Mais parecia um tom ameaçador, do que um apelo. O policial ergueu a face devagar e a olhou, não a conseguia distinguir no escuro da cela.
― Ainda vai ter de prestar umas declarações, mas como é réu primária, penso que em menos de trinta e duas horas estará fora. E terá que pagar uma fiança ― afirmou calmo e parou de escrever, tentava ver a face da dona da voz. Era como se não estivesse ali.
― Não posso, e falo muito a sério quando digo que não posso ficar aqui! Não pelo menos até ao amanhecer. Eu prometo que volto de noite, mas tenho que sair ― disse sem conseguir passar a sua real necessidade de sair. A sua voz era normal, sem angústia, sem medo.
― Parece que na minha testa vem escrito idiota? Eu te deixo sair e tu voltas de noite? ― Riu-se e coçou a testa. ― Todo mundo que vai preso precisa de sair. E já a disse que o seu caso é fácil, vai sair em pouco tempo.
Ela permaneceu calada, não sabia como explicar. Olhou para a janela e viu a lua aos quadrados.
Em poucas horas ia amanhacer.
― Se eu não sair antes de amanhecer, eu morro ― confessou, estava sentada num banco de madeira.
O policial levantou-se. Deu para perceber que era muito alto, pois tudo pareceu pequeno á sua volta. Vestia a farda azul da pequena cidade de Bliton, com uma estrela de distintivo no peito. Caminhou devagar até as grades da cela. Tinha o cabelo preto, um pouco desarrumado, os olhos eram castanhos muito claros e a sua face, angular. A boca pequena, e um ar de poucos amigos.
― Porquê? A droga que tinhas contigo era de algum traficante? Eles vão te matar se não a entregares? ― perguntou e uniu o sobrolho que era grosso e escuro.
Ela riu em uma gargalhada fria, que o arrepiou. Mas não se mexeu.
― Tinha menos de uma grama de coca, acha mesmo que algum traficante me iria matar por isso? ― perguntou impaciente. ― Algo muito menos grave que isso me mata, mas para mim é uma arma letal.
Ele fez uma cara despercebida.
― Poderias ser menos enigmática e ir directo ao assunto? Já deves imaginar que não te posso tirar daqui por mais que quisesse. E confesso não ter a mínima vontade ― afirmou e cruzou os braços.
Ela não se pronunciou. Continuou na penumbra, camuflada.
O policial esperou mais alguns segundos, mas depois voltou-se e virou em direção à sua mesa de secretária.
― Espera! ― disse, percebeu que não teria meios para o convencer, argumentos apenas, eram insuficientes.
Ele voltou-se e aproximou-se novamente às grades da cela.
Ela saiu da escuridão, e aproximou-se dele. Era um pouco alta, e magra. Tinha um cabelo avermelhado, mas curto, num penteado da moda, todo para o lado e quase a cobrir o olho esquerdo. Os olhos esses eram grandes e verdes claros, á contrastar com tudo o que possuía. Começando pela sua pele morena, mas estranhamente pálida. As sombras muito bem feitas, um nariz arrebitado, com um pequeno brinco que cintilava no escuro. E lábios volumosos sensuais, bem pintados de rosa escuro. Tinha seios grandes, e vestia uma blusa de renda, justa, a mostrar um decote como se fosse uma lingerie. Por cima tinha um casaco de leda escuro, usava uma saia curta e justa, e tinha meias de vidros e botas. Seu ar sensual era exagerado, e usava um conjunto caro de jóias, pulseiras e colares. Dava para ver apenas pelo brilho.
Ele a olhava ainda admirado, era a mulher mais diferente que havia alguma vez visto.
― Sim? ― perguntou, tentava não se mostrar desconcertado.
― O sol. O sol é a minha fraqueza ― confessou por fim, parada a olhar para ele seriamente.
Ele pestanejou, e depois riu baixo. Não pareceu convencido.
― Sou uma vampira ― contou mais baixo ainda, e suspirou.
Ele não se conteve e riu alto, em gargalhadas até ficar com os olhos molhados. Olhou para ela fixamente.
― E eu sou o Papa ― declarou com ironia, e voltou em passos largos até a sua secretária. Não acreditava ter perdido o seu tempo de trabalho para escutar uma parvoíce daquelas. Sentou-se muito indignado, e olhou para as paredes rugosas, cheias de recortes de jornais com cara de criminosos, e declarações de tribunais.
Ela andou passos atrás e sentou-se no banco de madeira longo que ali havia.
― Então dás-me uma manta, ou algo que possa cobrir a janela por favor? Não vais querer uma morta aqui ― disse insistindo no assunto, e ele mostrou-se aborrecido.
― Ahmm.. então diz-me lá senhora “vampira” se és o que dizes ser, como é que te deixaste capturar? Vocês não tem super poderes e tudo mais? ― perguntou numa ironia exagerada, cruzou os braços sobre a mesa e as apoiou no seu queixo.
― Sim, mas eram muitos e eu não poderia hipnotizar a todos. Então achei que não seria muito boa ideia matar á todos, e enquanto eu pensava o que fazer, eles deram-me um eletro-choque porque lutava melhor que muitos.. e pff acordei aqui ― explicou calmamente com uma voz sensual.
― E pelos filmes que mostram ai, não deverias ser imune a um “simples” choque elétrico? ― Ergueu a sobrancelha.
― Sou uma vampira nova e criada, ainda não sou tão forte assim.. ― confessou calmamente, e olhou novamente para a janela, estava preocupada com a madrugada, que se desvanecia contra seu favor.
Ele não percebeu nada, mas continuou quieto. Abanou a cabeça negativamente.
― Deves ser mais uma dessas loucas fanáticas por vampiros. Mas quando o dia chegar, e a droga te passar vais ter a incrível sensação que o sol te faz bem à essa pele pálida ― disse calmo, e levantou-se até a máquina de café que estava ali. Aquela era de facto uma boa anedota e conversa da manhã com os seus colegas de trabalho. ― Aceitas um café?
― Meu estômago não digere isso ― respondeu friamente, e ligeiramente abalada. Escutou-o rir mais uma vez com gosto. ― O que queres que eu faça para to provar?
Ele virou-se com um ar irónico e fitou-lhe com um olhar de gozo.
― Que tal se me mostrasses os teus dentes? ― sugeriu, e ela mexeu-se.
Era um pedido óbvio, mas muito pessoal.
― Nenhum vampiro saí por ai a mostrar os dentes. É algo íntimo, como mostrar a intimidade a um desconhecido. Só o faço quando estou prestes a atacar a presa, não era isso que ias querer.
Ele encolheu os ombros, e continuou a beber o café quente, enquanto se dirigia á sua secretária e sentou-se. Tinha muito trabalho por despachar, e não se iria prender naquela conversa absurda.
― E eu não me drogo. Não era minha. ― Seu tom de voz era claro. ― Alguém a esqueceu no meu carro.
― Pois, pois. Sempre a mesma conversa. ― balbuciou sem lhe prestar atenção, e fixou-se no computador. Tinha que trabalhar e acabar até ao fim da noite, a hora que o seu turno terminava.
Ela também não disse mais nada, permanceu sentada e imóvel até quando o dia começou a clarear. Escondeu-se debaixo do banco, e encolheu-se. O céu ficava cada vez mais claro, e a sombra era ocupada por alguns raios de sol que começavam a surgir. Ela tremia debaixo do banco, e era como se de alguma forma parecesse mais fraca a luz do dia.
Ele levantou-se e foi até ao armário velho de ferro, estava num dos cantos, e tirou de lá uma manta.
― Meu turno terminou, o meu colega vem substituir-me. Tens aqui a manta, não quero que tenhas uma dor de coluna ai dobrada. ― Ele esticou a mão entre as grades.
― Não posso sair de baixo. Se me queres ajudar poderias vir aqui e cobrir a janela. ― disse ela num tom baixo.
― E depois das-me um pontapé, e foges pela esquadra fora. ― falou com graça.
― Achas mesmo que arriscaria sair daqui e ir até a janela? Morria antes. E estou fraca não poderia te atacar, sem contar que tem policiais lá fora. Ou pensas que não sei?
Ele respirou fundo. Aquela maluca tinha ideias coerentes, e era muito pequena para o atacar. Não sabia porquê tinha pena dela, mas um pequeno gesto não ia mudar nada na sua vida. Tirou as chaves penduradas na sua cintura, e abriu a cela.
Entrou devagar, e viu que ela não se mexeu. Aproximou-se da janela, cobriu-a com a manta pesada que tapou o sol. A cela ficou ligeiramente mais escura, e ela saiu debaixo do banco de madeira meio partido. Olhou para ele.
― Pronto, está tudo bem agora. Daqui a pouco o teu processo resolve-se e vais para casa ― declarou a afastar-se dela, mas sem lhe tirar os olhos.
Ela abriu ligeiramente a boca, e os seus caninos salientaram-se devagar, até ficarem grandes e pontiagudos.
― Vês? ― perguntou.



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Mensagem por Fox* Dom Set 23, 2012 12:42 am

Yey, a minha vampira chegou para voltar esta gente toda do avesso! E que grandes coisas se passarão por aqui!
Aconselho toda a gente a ler esta fic que aqui a Mia não brinca em serviço! Estou super ansiosa pela continuação! Sempre dá para rever velhos amigos enquanto as atualizações não chegam :D
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Mensagem por miaDamphyr Sáb Set 29, 2012 9:25 pm

Ei, não digas isso em voz alta que o Damian te escuta e depois não me deixa em paz. Muahahahaha. Obrigada por estar (sempre) ai, e é claro que isto continua. Beijos querida.

P-S- adoro a tua assinatura.
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Mensagem por PandoraTheVampire Seg Out 01, 2012 2:07 pm

Oh que saudades! Lembro-me bem desta história! Acho que foi a primeira que li tua! Fiquei rendida aos encantos da nossa Mia! :p Ora posta lá isto tudo que eu ainda não li a continuação!!

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Mensagem por miaDamphyr Sex Out 05, 2012 7:05 pm

Ohh sim foi a primeira, e lembro de a terem recebido muito bem. Não me esqueço dela, e fico feliz que tu também não, querida Pandy. Vou postar isto logo, porque estou ansiosa para a continuação. Beijos,
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Mensagem por miaDamphyr Sex Out 05, 2012 8:30 pm

“ don´t follow me, i can change the target any time...”

2. descobrindo uma vampira..

― Vês? ― perguntou ela.
Ele tropeçou sobre as pernas, e saiu da cela ainda a cambalear. Deixou cair as chaves ainda trémulo e nervoso, e a trancou em uma luta conflituosa de susto e curiosidade. Trancou-a apressadamente, embora ela nem sequer tivesse se movimentado. Ele deu passos para trás, e apontou-lhe o dedo acusador.
― Não era o que querias ver? ― perguntou sem compreender aquela reação.
Ele negou com a cabeça, e aproximou-se até a sua secretária. Colocou a mão na boca. tinha o seu coração a bater a velocidade da luz, engoliu várias vezes sem conta antes de voltar a falar.
― Co-como? ― inquiriu baixo sem saber se era verdade o que tinha acabado de ver. Olhou para ela novamente, tinha um ar mais duro. Perguntava-se afinal porque ele a olhava como se ela fosse uma aberração? Vampiros não eram sexy's e tudo o resto.
― Mostrei-te a minha intimidade. ― declarou carregando no tom da última palavra. ― Senti-me em dívida contigo por teres ao menos te resignado a cobrir a janela, e decidi mostrar-te.
― Existem outros como tu? ― perguntou ele que tinha a tez pálida e a face suada. Sentia-se em perigo constante.
Ela sentiu uma aversão a àquele tu.
― Claro que sim, muitos, milhares espalhados por todo mundo. E aqui em Bliton, pelo menos 35% da população é sobrenatural. Entre vampiros, e outras espécies. ― respondeu, sentou-se e passou a mão pelos cabelos lisos como seda.
― Outras espécies? ― repetiu e atreveu-se a aproximar-se devagar sem acreditar ainda no que seus olhos tinham visto. Fechou os olhos e abanou a cabeça como se quisesse visualizar perfeitamente na sua mente o que estava na sua frente. Estava a ficar maluco, isso era mais do que certo.
Ela não respondeu e cerrou os dentes indisposta.
― Tenho que avisar uma comissão. Temos de exterminar isso. ― Deu-se conta visivelmente alterado, e de olhos muito abertos.
― Essas “espécies” vivem entre vocês há mais tempo que possas imaginar. Muito antes dos teus tataravós estarem sequer vivos, e não queiras te internar em um hospício qualquer porque ninguém vai acreditar em ti.
Ele calou-se cético, e raciocinou melhor. Olhou-a de relance, e sentia seu coração acelerado.
― Tenho-te como prova. Atiro-te a luz do sol e prontos.
Ela conseguiu rir-se, mas era um riso frio e o olhou.
― Será exatamente assim. E prontos. Prefiro morrer a que revelar identidades vampíricas e cair nas mãos dos piores seres que podem existir. ― Ela abanou a cabeça. ― É muito mais do que está ao teu alcance. Por isso aconselho-te a esqueceres o que viste e a manteres-te fora disso.
Ele continuou calado, e a olhar para ela anormalmente. Quando o telefone fixo tocou, assustou-se sentindo a sua expressão o trair e acordou dos seus pensamentos para a dura realidade. Caminhou em passos apressados para a mesa secretária, e atendeu o telefone.
― Alô? Sim, o quê? quando? ― exclamava a cada vez que se calava para escutar, e a sua expressão facial mudava cava vez a que lhe era desenvolvido o assunto. Desligou o telefone ainda com um ar sério, mas sem tirar a mão do auscultador. Na verdade tremia ligeiramente.
Ela olhou para ele.
― Meu colega não poderá me substituir, houve uma.. espécie de carnificina. Encontraram vários corpos mortos juntos a um desfiladeiro. ― falava alto e a processar a informação.
Ela levantou-se rapidamente.
― O baile de sangue, Damian não está a medir esforços! ― exclamou e começou a andar de um lado para o outro. Colocou a mão no queixo, e tinha os olhos inquietos.
― Quem? Tu.. sabes? ― perguntou, saiu da mesa mais uma vez, até a cela e aproximou-se.
― Tens que me deixar sair daqui! Se não coisas piores acontecem. ― garantiu, e ele a olhou.
― Seja lá o que for, não poderás sair daqui sem passar pelos trâmites legais. Terás de esperar, e me explicar muito bem que história é essa. ― rosnou num tom ameaçador, e ela nem pestanejou.
― Isso não é para ti mero mortal, cuida desses casos sem solução que são o melhor para ti ― disse-lhe e voltou até ao banco exasperada. Sentia-se fraca, precisava de revigorar as forças com um bom descanso, e de beber um bom sangue quente. Mas ainda tinha um bom percurso para aguentar passar por aquele longo dia. Sentou-se inquieta.
― Deverias comer alguma coisa. Ah, claro que não! Sinto muito não posso fazer nada por ti, mas eu tenho que comer. Vou passar o dia todo aqui. ― Estava sério. ― Talvez se eu comprasse um bife no talho e chupasses o sangue.
― Olha, eu gosto de sangue de verdade. Se me desses um pouco do teu já me dava por agradecida. Mas como não tencionas fazer isso, é melhor ires te refastelar ― respondeu-lhe friamente. ― Essa porcaria de certo que me faria mal.
Ele não respondeu e saiu do posto policial. Ordenou um de seus subordinados para que fossem vigiar a jovem que ali estava. Mas ordenou para que não chegassem perto.
Desceu até um dos carros policiais que ali estavam parados. Eram todos brancos, com barras azuis e sirene no topo. Entrou ainda desconcertado com o que vira, era realmente verdade. Pensava se já havia estado com algum vampiro antes, sem o seu conhecimento. Arrepiou-se por saber que poderia ter estado na mira de algum deles por várias noites em que passava a fazer patrulha.
Bliton não era uma cidade grande, era constituída por muitas casas, a maioria grandes, com muros e portões. Poucas árvores, e muito comercial. Os edifícios que tinham eram hotéis, bares, discotecas, shoppings, restaurantes e casinos muito bem frequentadas e movimentadas. Ali reinava a vida nocturna, onde quase todos os dias as pessoas saíam para se divertir. Ele vivia naquela cidade já há alguns anos, havia sido transferido depois de terminar a academia do exército militar nacional. A sua família vivia longe, em outra cidade onde ele só os ia visitar nas férias, e havia ido exatamente no início daquele ano, o que queria dizer, que não voltava lá tão já. Ele vivia sozinho, e de vez em quando sentia saudades da sua mãe, seu pai que era um militar reformado, e a sua irmã mais nova.
Foi ao restaurante pôr-do-sol, que era simples e caseiro. Com mesas bem organizadas, e toalhas enquadrilhadas. Não estava cheio logo pela manhã, mas ele sempre o frequentava com os seus colegas de trabalho. Viu Verónika, aquela que costumava ser sua companheira de trabalho algumas vezes quando estava de patrulha. Ela era de uma beleza simples, tinha os cabelos espessos, escuros, e longos amarrados em um rabo de cavalo. Os olhos era amêndoados e cinzentos escuros, e era pouco alta, com um corpo bem estruturado e definido. Vestia a farda policial, e tomava um café.
― Ai estás tu! ― disse ela como se já esperasse vê-lo, e sorriu. Ele sentou-se ainda atordoado.
― Como estás, Verónika? ― perguntou com um ar ainda preocupado.
― Cansada, passei a noite na rua como bem sabes. E foi a outra patrulha quem encontrou algo de interessante, os corpos como já deves saber.
― Sim. ― Coçou a cabeça. ― Eu fiquei toda noite no escritório a tentar ver os casos que não tem solução. Nunca tem ninguém a quem culpar, e no entanto mais crimes acontecem. ― comentou e sentiu um arrepio, ao lembrar-se da ocupante que estava na cela.
Ela olhou para ele que não parecia nada bem. Conhecia-o perfeitamente, desde que ele chegara em Bliton. Mas também sabia que ele tinha um caráter introvertido.
O servente que tão bem conheciam chegou, e atendeu-o. Depois retirou-se, e deixou-os á sós.
― Não me pareces muito bem. ― falou por fim, e ele inclinou-se mais para frente.
― Acreditas em vampiros? ― perguntou de súbito, e Verónika o olhou. De facto ele não estava nada bem, talvez precisasse descansar. Trabalhava sempre mais do que a conta.
― Queres que te substitua no posto policial durante o dia? Poderias descansar um pouco e ficares preparado para a noite. ― sugeriu amigavelmente.
Ele negou com a cabeça, e estreitou os olhos.
― Se eu te provasse que existem vampiros, Nika! ― Quase gritou, mas depois segurou o seu timbre, e encostou-se novamente na cadeira. Não poderia perder o controle, ele nunca perdia. Fechou o punho da mão, e bateu devagar na mesa.
― Bem, seria algo a relevar tendo em conta que.. ― Calou-se. Não encontrou argumentos, afinal achava tudo uma parvoíce.
Serviram-lhe o pequeno almoço, e ele começou a comer os ovos e o pão torrado sem parar. Era como se não quisesse pensar, e nem sequer a olhava.
― Eu também terei a noite de folga hoje, queres que venha fazer um jantar e trago um dvd? ― sugeriu ela baixo, mesmo sabendo que eles sempre faziam aquele plano quando não estavam a trabalhar.
― E esses corpos que foram encontrados? sabes se eles tem alguma informação? ― Ele trocou de assunto sem a responder.
― Não, ainda não. Passei por lá com o Dirk, mas a equipe forense acabava de chegar. ― respondeu desanimada por o ver assim. ― Não pensas que foram vampiros pois não?
Ele olhou para ela vivamente, os seus olhos claros na luz davam um reflexo muito bonito.
― E se fossem? ― perguntou num tom sério, o que não a permitiu rir. Mas vontade não lhe faltou. Segurou-se e bebeu um copo do seu sumo de frutas matinal, para poder pensar o que dizer a um amigo que acreditava que vampiros existiam.
Ele percebeu no olhar de sua amiga que não acreditava nele, não a criticava, afinal até alguns minutos atrás também não achava que aquilo fosse possível. Respirou fundo.
― Esta noite vou sair para dar umas voltas pela cidade, preciso de apurar alguns factos ― disse por fim quando terminou de comer.
― E posso vir contigo? ― perguntou empolgada.
― Acho melhor não. É melhor que descanses. ― decidiu, abriu a carteira e tirou de lá dinheiro para pagar a conta. Deixou em cima da mesa. ― Encontramo-nos aqui como sempre, amanhã para o pequeno almoço.
Ela assentiu com a cabeça, mas não parecia satisfeita.
― Bem, falamos. ― Levantou-se e despediu-lhe com um aceno. Saiu do restaurante devagar, e entrou no carro novamente. Queria a todo custo ter a certeza da nova informação que tinha. Entrou no carro, e conduziu devagar pela estrada agitada. Parecia uma infinita movimentação todos os dias.
Chegou novamente ao posto policial, que era pequeno. Os criminosos piores eram transferidos para outra prisão que ficava fora de Bliton. Desceu do carro, e entrou devagar. Encontrou o guarda policial estacado a olhar para a vampira.
― O que fazes? ― perguntou ele que se apressou até ao guarda que estava inerte.
― Estava a praticar um pouco dos meus talentos, sem contar que ele falava muito e queria vir tirar a manta da janela. ― Ela estava deitada no banco.
― Imagina se entra alguém aqui e o vê assim? Estás louca? ― enervou-se agressivamente.
― Louca estaria se o deixasse tirar essa manta que cobre a janela. Antes ele assim, que eu morta. Sem contar que se ele passasse por essas grades, eu o matava. Isso sim, seria pior.
― Acorda-o já! ― gritou sem se conter, e ela respirou fundo. Olhou para ele e estalou os dedos.
O guarda pestanejou quando voltou a si, e olhou para os lados ainda meio desconectado. Não sabia o que havia acontecido, sentia como se tivesse dormido.
Ela riu com gosto.
― Podes ir, já voltei. ― ordenou o policial firme, e viu seu guarda deitar um olhar para a mulher antes de sair dali para fora.
Ela olhou para aquele homem que a encarava.
― E o que te importaria se alguém entrasse? Afinal não querias mostrar a todos o que eu sou? ― perguntou calma, e com um ar de quem estava a divertir-se com a cena.
― Deixa-te de histórias! ― praguejou agora indisposto e voltou a adquirir o ar ameaçador. Dirigiu-se até a mesa e sentou-se na sua secretária, mas sem tirar os olhos dela que o olhava fixamente. Tinha grandes olhos verdes, que pareciam como os de um gato, de tão felinos que eram. Ele estava calado, sentia algum medo e ela conseguia cheirar isso a correr nas suas veias. De repente teve uma sede de sangue, era como não ter água em pleno deserto.
― Gostava de ouvir uma história na verdade. Como vieste parar aqui? ― perguntou ele que imprimia o que tinha digitado no seu computador, através da impressora que estava por baixo da mesa.
― Se não acreditas em mim do que adianta? ― perguntou ela calmamente e com um ar misterioso.
― Talvez comece a acreditar, se podes me hipnotizar porque nunca o fizeste?
― E porquê o faria? ― Ela colocou outra pergunta sobre a sua. ― Podia te hipnotizar, tirar-te as chaves e depois? Ia para a rua queimar com sol? ― Ele nada disse. Olhou para uma folha mal imprida, e amarrotou com a mão. Depois atirou-a no cesto de lixo.
― Não me vais contar? Ainda é cedo, e vai demorar até que o dia escureça. ― lembrou-lhe sem necessidade alguma.
― Antes quero que me entregues uma coisa. ― disse num tom frio, e ele olhou inquisidor ― Nos meus pertences tem uma caixa muito valiosa e preciso que esteja aqui comigo antes do anoitecer.
― Os teus pertences estão muito bem guardados e ninguém os vai roubar. Garanto-te.
― Eu preciso dela comigo, porque me conforta. É só uma caixa, nada que me faria levitar, ou teletransportar. Isso só os vampiros com mais de um século o fazem, eu ainda sou muito nova. ― garantiu por sua vez.
Ele levantou-se e foi até ao armário que ficava do lado, onde tinham os cobertores. Tirou o molho de chaves e o abriu, viu uma bolsa média e escura de marca. E levantou em direcção a ela, cujos olhos brilharam.
― É esta? ― perguntou num cinicamente óbvio, uma vez que era a única que ali estava. Fechou o armário novamente, e andou de volta a mesa onde abriu a bolsa ao olhar perscrutor dela: tinha um estojo com todo tipo de maquilhagem completa da Avon. Tinha escovas de cabelo, um maço de dinheiro, uma caixa de prata de cigarros, uma garrafa de perfume francês, e outra de creme, e desmaquilhantes, viu também, a carteira de documentos, uma chave de carro com símbolo da BMW. Ele procurou e encontrou a caixa que era simples, de madeira, com uns bordados arcáicos na tampa.
Ela precipitou-se contra as grades, mas embateu-se nelas. Ofegava fundo.
― Da-me! ― ordenou ofegante e com os olhos dilatados. Havia perdido toda sensualidade, e estava mais animalesca. Ele a olhou primeiro, e depois para a caixa que ocupava toda a sua mão, tentou abri-la com a mão livre mas não conseguiu. ― Por favor.
― Dei-me conta de que não sei o teu nome. ― Ele percebeu que mal tinha olhado nas fichas daquela estranha. Apenas sabia o que lhe fora dito pelo seu colega.
― Polyna, meu nome é Polyna ― respondeu sem pausas e com a mão esticada para ele, por entre as grades.
Ele virou-se para ela ainda curioso, e andou devagar.
― Vais me contar a tua história?
Ela respirou fundo.
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Mensagem por Fox* Dom Out 07, 2012 7:54 pm

Muahahahah, ainda tenho na cabeça a imagem do Jonathan ao descobrir que a sua prisioneira não pertence à raça dele! Juro que ainda espere que ele abane a cabeça e deixe de fumar coisas menos boas para um polícia... xD
Oh meu Deus, eu quero fazer tantos spoilers e dizer tantas coisas! Isto é uma tortura, gente!
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Mensagem por PandoraTheVampire Seg Out 08, 2012 8:10 pm

Ahh pobre Jonathan... nem sabes bem no que te estás a meter!! xD A tua história ainda agora está a começar! Muahahah! E estou como a Fox, imagino o que não passou pela cabeça do pobre... xD

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Mensagem por miaDamphyr Qui Out 25, 2012 4:55 pm

Ahahhhah pobre Jonathan, ele é um tipo e tanto. Se fosse eu no lugar dele, metia-me num carro direto ao manicómio. Lool. E nada de Spoilers Fox, beijos grandes e obrigada.

Olá Pandy, o homem nem imagina mesmo. Muahahaha. Obrigada por ler e comentar mais uma vez. Beijos.


Terceiro capítulo- A presença de Damian


«FLASHBACK..»

Polyna havia conseguido se afastar levemente da multidão que festejava o baile de sangue do Louis, o vampiro criado por Damian. Este que por sua vez, estivera tão distraído, em se regozijar porque uma de suas criações havia atingido a idade adulta, mal sentira a presença dela.
Sem contar que haviam mais de seiscentos convidados, e como não imaginava que ela tivesse regressado a Bliton meses antes, não a esperava. Ela tinha um traje sensual, mas que não se destacava perante as figuras ilustres que ali estavam, tinha exatamente esse propósito de não chamar atenção.
O salão de festas ficava no primeiro piso da enorme mansão do estilo medieval, tinha as paredes rugosas e escuras, com candelabros espalhados e pendurados. A música era tocada por uma Orquestra habilidosa, e que no final do espetáculo fariam de certo parte do jantar. Serventes deslizavam devidamente trajados com fatos preto e branco e colarinhos de um lado para o outro, e serviam todo tipo de bebidas, inclusive sangue. A festa estava espetacular, cheia de sangue fresco drenada diretamente dos humanos, e com muita música. Ela escolhera o momento certo, quando todos prestavam atenção ao desejo que Louis iria escolher como por direito. Afastou-se das multidões de pessoas, e subiu o lance de escadas de ferro em forma de espiral. Conhecia tudo muito bem. Havia vivido ali durante muitos anos onde partilhara o mesmo leito com Damian, o seu criador. Havia bebido do seu sangue, pertencia a ele por direito.
Chegou ao último andar, onde agora a música se escutava de fundo, e caminhou por aquele corredor mal iluminado. Estava com medo afinal qualquer falha seria fatal. Passara muito tempo longe á procura de saber a localização daquele ítem, e só ha meses atrás é que se dera conta de que Damian o guardava com ele. Não confiava em mais ninguém, a não ser em seus próprios instintos. Abriu a porta pesada de madeira, e encontrou o quarto gigante.
As memórias dela e Damian a fazerem amor e flutuarem pelo ar vieram-lhe a cabeça. Mas as reprimiu, teve medo que ele as tivesse também.
Por incrível que fosse, ele conseguia se conectar à sua cabeça e viajar pela sua mente. Por isso tinha que ter muito cuidado.
O quarto era normal, com uma cama de base baixa e muito grande. Tinham castiçais de ouro com velas do lado, as cortinas eram longas e avermelhadas. E grandes guarda-roupas ocupavam mais da metade de uma parede. Tinham também quadros, de mulheres nuas que ele gostava de as pintar, e aquilo era algo que incomodara Polyna aos longos dos anos. Damian adorava mulheres, e as tinha todas diferentes. Ela ainda tinha algo de humana que havia resistido em si, acreditava no amor sincero e fiel. Não entendia como ele a podia amar, e mesmo assim dormir com tantas outras.
Polyna empurrou a cama devagar, e esta cedeu para o lado, revelando umas escadas de metal que desciam para um buraco a dentro. Exalava ar frio, e ela desceu devagar. Outro imperdoável erro de Damian tinha sido lhe mostrar onde repousava.
Encontrou o santuário daquele ser despresível, nada mais nada menos que terra por todos os lados e ar condicionado ligado na temperatura muito baixa. Ela andou de um lado para o outro, sem saber onde poderia estar o seu túmulo, mas sentia com toda presença que o que procurava estava ali. Confiou nos seus instintos e começou a cavar com as mãos, não precisou de muito, encontrou o caixão negro e brilhante e o abriu: ali estava a caixa. Sentiu-se eufórica por alguns momentos, havia conseguido. Não conseguia acreditar que ele lhe deixara tantas pistas, afinal pelo que se sabia de Damian ele era um vampiro reservado, falava pouco, e não deixava ninguém entrar no seu quarto. Polyna não poderia se dar ao luxo de ter lembranças do quanto fora tratada como especial nos braços daquele homem. Não se deu ao trabalho de cobrir a areia, apenas levou a caixa e saiu apressada para fora dali, subiu os degraus, e empurrou a cama de volta. Tinha as mãos trémulas, e saiu do quarto enquanto deixava areia para trás.
Sacudiu-se, e desceu os degraus rapidamente, sabia que não podia demorar, ou seria o seu fim. Carregar aquele objecto precioso em suas mãos, era a melhor coisa que poderia existir. A cada vez que descia, conseguia sentir o som da música e vozes animadas. Sempre pensava como seria o seu baile, que tipo de festa Damian faria para ela, e que desejo ela iria pedir. Louis era seu irmão por criador, mas ele não tinha partilhado do sangue de Damian, aliás, não se lembrava de ninguém que o tivesse feito.
Abandonou o salão, e saiu agora a correr sem parar. Esbarrava-se com algumas pessoas que ali estavam, e rezava para não ser reconhecida. Saiu dos jardins da casa, e entrou no seu BMW vermelho e preto, que era clássico. Respirou fundo, guardou a caixa na sua bolsa. Procurou as chaves e preparava-se para ligar a ignição, quando alguém bateu seu vidro e ela pela primeira vez em anos, assustou-se. Virou-se e viu um rapaz que estava vestido com um fato comum e simples, não era bonito, nem charmoso. Ela baixou o vidro.
― Podes me levar contigo? Quero sair daqui o mais rápido possível ― pediu calmo e com um ar triste.
Polyna hesitou, não sabia se era boa ideia ou não. Mas decidiu destrancar a porta do carro, ele entrou devagar. Era um vampiro novo, sentia-se pelo cheiro que ainda exalava.
― Obrigada, espero que não te incomodes, meu nome é..
― Nada de nomes! ― cortou-lhe, acelerou o carro a uma velocidade incrível. O rapaz segurou-se, e olhou para ela admirado. ― Apenas diz me onde vais!
Polyna continuou a conduzir em velocidade máxima, e escutava atenta as indicações do rapaz. Embora as ruas cheias de carros dificultassem o seu movimento. Tinha que chegar rápido ao seu esconderijo e tentar abrir aquela caixa. Era difícil saber que tinha Damian em suas mãos.
― Ei!!! ― exclamou Polyna ao ver o rapaz que tentava abrir um embrulho transparente com meia grama de coca, tirou os dentes e rosnou assustando-o. Mas de repente perdeu a direção do carro, bateu contra um poste. Irritou-se ainda mais, mesmo sabendo que o seu carro continuava meio intacto.
― O que?
― Desce do meu carro, agora! ― falou com uma calma assustadora, e ele engoliu em seco. Abriu a porta do carro, e saiu á correr assustado.
Polyna já se arrependia de o ter trazido consigo, aqueles rapazes criados por vampiros, e deixados ao Deus dará, sempre acabavam em um caminho desconcertante. Sentiu uma dor percorrer-lhe o crânio, e a espinha cervical. Era a fúria de Damian. O melhor era ir embora dali o mais rápido possível.
― Minha senhora, parada aí! ― A voz de polícias que vinham na direção dela irritou-a ainda mais. Desceu do carro indisposta.
― Foi um acidente mas está tudo bem, eu pago o poste e todos os danos. Não vou fugir por causa disso ― declarou impaciente.
― Tem droga aqui. ― disse um outro polícia que havia espreitado pelo vidro, e visto a droga no banco do carro.
― Eu não consumo drogas meu senhor, não é minha e de certo não a deixaria assim a vista.
― Terá que vir connosco a delegacia senhora. ― disse o outro, e Polyna tentou reagir. Lutou com um, derrubando-o, e depois com outro.
Mais carros de polícias vieram, e ela lutava com força e habilidade, contra cada que lhe aparecia. Não poderia se dar ao luxo de ir presa naquele momento.
De repente sentiu um choque forte, e sentiu-o bem.

***
Polyna olhava para ele que não mostrava se estava convencido ou não. Mas aquela era a verdade.
― E foi isso que aconteceu. ― concluiu sempre impaciente. ― Agora dá-me a caixa.
Ele andou devagar mas não se aproximou o suficiente, ainda parecia com dúvidas.
― Polyna é teu nome de nascença?
Ela respirou fundo para segurar os nervos.
― O Damian me deu esse nome. ― respondeu num tom forçosamente calmo.
― E isso aqui, pode destruir o tal de Damian?
Ela revirou os olhos.
― O que isso te interessa? Dá-me apenas.
― Estava a ponderar guardá-la para mim. ― provocou-lhe.
― Não podes! Porque é meu. E sem contar que não te traria nenhuma utilidade, nem sequer a saberias abrir. E pior ainda, se te encontrasse ele te mataria de uma forma muito triste.
Ele ainda revirou a caixa. Era muito normal para ser algo com tamanha importância, e ter sido achado por ela tão facilmente.
― Bem, vamos fazer o seguinte: A caixa não passa entre as grades, e é contra as regras que eu ta entregue antes de seres solta. Então a vou guardar novamente na tua bolsa. ― Colocou-a dentro da bolsa, e fechou-a. ― Está segura aqui. Vou guardá-la no armário.
― O quê?! ― Não acreditou e bateu com as mãos nas grades zangada. ― Contei-te a minha história.
― Não poderei abrir a cela novamente, sinto muito. ― Ele foi guardar a bolsa no armário, e o trancou.
Ela afastou-se e foi se sentar no banco. O dia ainda mal havia chegado ao meio. O bom de tudo era que Damian agora estava a repousar, e ela corria menos riscos.
Ele sentou-se novamente na secretária, e recebeu alguns telefonemas, inclusive de Verónika que queria saber se estava tudo bem. Na hora do almoço, um de seus guardas trouxe o almoço, e ele comeu ali, enquanto trabalhava. Dois de seus colegas passaram para levar alguns materiais precisos e documentos, e mal olharam para Polyna que permanecia quieta de olhos fechados, e tentava se recordar como era dormir daquela maneira, sem terra á sua volta.
― Tenho uma curiosidade óbvia, como ocorre a transformação de humano para vampiro? É exatamente como nos livros? E a tua vida antiga, não sentes falta? ― perguntou ele á dada altura, enquanto enviava alguns faxe's com a ficha criminal de alguns dos mortos que haviam sido encontrados pela manhã.
― E você? Como se sente? Tendo feito parte do exército, ido à guerra em nome de uma população, e agora está aí, sentado por trás de uma secretária a redigir documentos e passear na pequena cidade de Bliton?
Aquela pergunta o atingiu diretamente, e ele estreitou os olhos olhando para ela friamente. Embora Polyna parecesse não se incomodar.
― Como sabes disso?
Ela soltou um risinho pragmático e continuou calada e de olhos fechados. Ele cerrou os punhos das mãos devagar, e encostou-se na cadeira. De facto, aquele era um assunto que assombrava a sua cabeça desde que começara a viver em Bliton.
A noite finalmente caiu em Bliton, e ele conseguiu ver pelos olhos dela que já não se sentia ameaçada. Tinha a escuridão á seu favor.
― Capitão Jonathan Marshall. ― Àquela voz fez Polyna saltar de alegria e virou-se. Correu até as grades e seus olhos brilharam de alegria.
O homem que até então estava a dormitar naquele posto policial monótono, acordou. E olhou para o homem que estava na sua frente: era magro, e menos alto que ele. Tinha a pele pálida, os cabelos aos caracóis leves, e uns olhos escuros. Vestia-se muito bem, á antiga moda inglesa, e tinha inclusive uma corrente que se prendia ao relógio de ouro que ficava no bolso do seu fato.
― Sou eu. ― Levantou-se, e recebeu o aperto de mão.
― Meu nome é Jason, e vim buscar a Polyna. ― disse este com um ar elegante, e delicado.
― A senhorita Polyna ainda não se pode retirar. ― disse Jonathan sério, e viu Jason sorrir-lhe com agrado.
― O juíz não concorda com o senhor. ― Jason esticou a mão muito branca, e entregou uma folha a Jonathan que lêu tudo devagar ― A fiança está paga, e o júri a liberou.
― Como isto é possível? Como o juíz assinou isto? ― perguntou Jonathan sem acreditar no que seus olhos estavam a ver. O papel timbrado e assinado pelo juíz era verdadeiro.
― Duvido que goste de saber ― disse-lhe Polyna com um ar duro e confiante. ― Agora abra a porta, já passei muito tempo aqui.
Jonathan mesmo contra vontade, desfez-se do molho de chaves que estavam na sua cintura, e abriu a cela. Polyna correu para os braços de Jason e abraçou-o feliz.
― Tive medo que tivesses queimado na cela, quando me ligaram daqui a avisar já era quase manhã. Não daria tempo de vir e voltar sem me cruzar com o sol. ― sussurrou ele baixo ao ouvido dela.
― Não te importes, ele sabe. Como achas que aquela manta foi parar ali?
― O quê?! ― protestou Jason, virou-se para o policial que abria um armário e tirou a bolsa dela, deixando-a eufórica novamente.
― Explico-te depois. Foi muito bom teres vindo. ― Ela recebeu a bolsa, e a agarrou contra o peito, como se fosse seu maior tesouro. Conseguia sentir a presença de Damian ali.
― Por favor, assinem aqui. ― pediu Jonathan, entregou papéis, e eles assinaram rapidamente. ― Obrigado, até um dia.
Era visível na face do policial que não aceitava aquilo de bom agrado, mas não tinha outra forma de a reter ali.
― Onde estão os outros? ― perguntou ela.
― Estão em casa e te esperam, agora temos que ir e sabes porquê. ― lembrou-lhe Jason e ela acenou para o policial, que os viu sair ainda juntos e a conversarem.
Ele abanou a cabeça. Detestava sentir que as coisas lhe fugiam do controle. Arrumou suas coisas, e esperou até o seu colega chegar para trocarem de turnos. Passou-lhe as informações e saiu dali exausto. Era mais do que certo que precisava descansar, mas não tinha sono e os seus problemas de insônias o dominavam cada vez mais. Evitava dormir por causa dos pesadelos, apenas descansava em cantos que achava confortável.
Entrou no carro, e foi para a sua casa. Ainda tinha muito que pensar.

Dirk era o policial que havia substituido o capitão Jonathan Marshall no escritório. Ele havia passado a manhã a tentar resolver o caso dos corpos encontrados no desfiladeiro. Na verdade fora sua proesa encontrar aqueles corpos que agora estavam na morgue para investigação. Ele sentou-se na cadeira, e acomodou-se. Não gostava de estar ali, fora das ruas e da ação. Olhou para os trabalhos de seu colega haviam sido bem feitos como sempre. Jonathan era sempre excepcional em tudo o que fazia. Embora não falasse muito, a não ser com a sua amiga Verónika.
Desligou o computador, não ia passar a noite a cuidar de papeladas. Outra pessoa que fizesse isso. Cruzou os braços e as mãos atrás da cabeça, e esticou as pernas em cima da mesa. Fechou os olhos, precisava de descansar.
― Boa noite.. ― Aquela voz arrepiou o inspector Dirk, o fez abrir os olhos e recompôr-se rapidamente. Olhou para o homem que estava na sua frente. Era muito branco, com o cabelo preto bem arrumado para trás a chegar quase no colarinho da camisa. Tinhas uns olhos castanhos esverdeados claros, como se brilhassem e acendessem. Tinha um nariz recto, lábios finos e barba proeminente a sombrear parcialmente a face. Vestia um longo casaco preto, da cor do resto da sua roupa, e usava sapatos clássicos.
― Sim.. em que posso ajudá-lo? ― perguntou Dirk, olhava atentamente e apesar da calma daquele homem, sentia-se incrivelmente assustado.
O homem fechou os olhos, e respirou o ar a sua volta.
― Procuro pela mulher que pensei estar aqui na cela, o seu nome é Polyna. ― respondeu, andou devagar até as grades da cela, passou as mãos e conseguiu sentir a recente presença dela.
Dirk atrapalhou-se e vasculhou os papéis que Jonathan havia arrumado em cima da mesa.
― Po-Polyna Grimhood? ― perguntou sem conseguir pensar, e o homem virou-se ironicamente olhando-o de forma assustadora. ― Ah sim claro, ela saiu em menos de uma hora.
O homem caminhou com estilo e elegância até Dirk, cuja face estava vermelha.
― E sabe para onde ela pode ter ido? ― perguntou, mesmo já sabendo da resposta.
Dirk negou com a cabeça, e começou a transpirar.
― O senhor queira identificar-se por favor. ― ordenou este. Tentou parecer seguro, mas deslizou a mão para debaixo da mesa, e tirou a arma de fogo que ali estava encaixada. Levantou-a em um movimento, mas o homem foi muito mais rápido. Uma rapidez inexplicável, e segurou a mão dele bruscamente batendo-a com a mesa.
― Não grite se não quiser morrer. ― advertiu com a voz sempre rouca. ― Meu nome é Damian, bem agora já podes gritar!
Dirk olhou para os olhos daquele homem, mas arrependeu-se, pois este sorriu e ele viu os dois caninos que eram os maiores dos dentes que estavam na sua boca. Antes sequer de poder gritar, sentiu dentes se cravarem em seu pescoço e seu sangue ser sugado fortemente. Dirk estremeceu, sentiu dor quando o seu sangue secou pelo seu corpo, e caiu morto para o chão, com a jugular totalmente aberta.
Damian sorriu com o sangue a escorrer dos cantos da boca, tirou um lenço do seu bolso e limpou-se. Saiu a andar devagar para fora do posto policial, e acenou para os guardas.
De noite aquela cidade era sempre animada, mas ele estava decidido a instalar o caos. Colocou as mãos nos bolsos e saiu a andar devagar.
Apesar de ter muitos, ele não gostava de carros. Se tinha tantos poderes de que lhe serviria? Poderia voar, teletransportar-se quando bem entendesse. Sem contar que corria á uma velocidade avassaladora.
Polyna achava que havia conseguido escapar dele, mas na verdade ele apenas divertia-se com aquelas brincadeira de persseguição. Mas qualquer dia se cansaria, e então ela se iria arrepender de um dia o ter abandonado.

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Mensagem por Fox* Qui Out 25, 2012 6:37 pm

Welcome back, Damian! We've missed you!
Oh, esta personagem! Ele é obviamente mau mas tão apetitoso na mesma! E não desiste da Polyna! Uma noite fugida e ele já anda atrás dela... Ou do que ela traz!
E o John no meio, esperando resultados!
Isto vai ser bonito... Fantástico, até :D!
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Mensagem por PandoraTheVampire Sex Out 26, 2012 2:17 pm

Ah... Damien, Damien... prova de como o mal consegue ser tão sexy...! xD Continuo a adorar isto!

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Mensagem por miaDamphyr Dom Jan 27, 2013 2:11 pm

Olá Pandy e Fox, agrada-me ver-vos aqui (apesar de já passar muito tempo) mas é igualmente encantador, uma vez que já a tinham lido e o voltam a fazer. Pretendo dar continuidade a isto e mais algumas coisitas que cá deixei. beijos queridas e muito obrigada.

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Capítulo quatro- Cativeiro

" Don't follow me, i can change the target any time"

Jonathan havia conseguido dormir durante algum tempo, adormecera no sofá da sala com a televisão e luzes acesas pois aquilo lhe dava certo conforto. Tivera pesadelos como sempre, dos seus tempos de guerra, e acordara de seguida, assustado. Verónika ligara, e lhe contara a terrível notícia que Dirk fora encontrado morto no posto policial, com o corpo seco e sem sangue.
Até dias atrás seria mais um mistério, mas agora ele sabia de que se tratava. Nunca gostara muito daquele seu colega, mas não desejava nada de mal, e muito menos uma morte precoce.
Não fora chamado para ajudar a resolver o caso. Devido aos resultados de suas consultas ao psicólogo, haviam-no proibido de participar em casos daquele tipo. Ele não sabia como se sentir em relação á isso, na verdade expressar sentimentos que não fossem negativos não era o seu forte. A única pessoa com quem ainda conseguia conversar era Verónika, que lhe arrancava tudo á força, inclusive os pensamentos. Ela era como uma psicóloga, uma vez que ele tinha abandonado as consultas que costumava frequentar no hospital.
Era obrigado a fazer trabalhos calmos e discretos por causa de seu nível elevado de estress, e para evitar acentuar os seus pesadelos e problemas de insônias.
Mas àquela vida calma, de prender pequenos delitos, rever papeladas, não eram de seu agrado, havia se tornado militar para exercer, e não para ficar a passear por uma pequena cidade e ficar atrás de uma secretária. Sabia que muitos colegas falavam mal e o injuriavam pelas costas, e sentiu que se pusesse em causa a questão de vampiros, seria enviado direto para um hospital psiquiátrico onde muitos achavam que deveria ser o seu lugar.
Procurou seus comprimidos em cima da mesa cheia de coisas, tinha uma caixa de pizza que estava pela metade, café, uma garrafa de sprite, bolachas, entre mais coisas. Encontrou o remédio para estress e controle de seus batimentos cardíacos, e tomou dois. Sentia-se sempre mais calmo depois de os tomar, levantou-se.
Saiu da sala apertada, cheia de livros amontoados, e foi até ao quarto de banho onde lavou a sua cara, e humedeceu os cabelos.
Não tinha mais sono, raramente o tinha, essa era a verdade. Levou as chaves, usou o casaco e saiu de casa.
Lá fora o ar estava fresco e agradável. Todas as casas seguiam-se rua abaixo, diferentes uma das outras, e com luzes acesas. Entrou no carro que ficava estacionado mesmo em frente e começou a conduzir. Ligou a rádio que tocava Broken dos Lifehouse, e aumentou o volume enquanto conduzia pelas ruas agitadas. As ruas estavam sempre muito iluminadas, e cheias de carros e pessoas, deu algumas voltas e descobriu que não sabia onde ir, ainda era cedo, o relógio marcava ainda vinte e três horas e meia. Faltava pouco para a meia-noite. Jonathan sentia a música que lhe preenchia o coração, dedicara-se muito tempo ao exército, e as guerras pelo mundo. Não tivera tempo para amor e paixão desde que era adolescente e se alistara no exército para agradar o seu pai. As mulheres todas que conhecia eram mulheres rápidas, de uma noite e para satisfazer seus desejos, talvez por isso não tinha aprendido como criar laços verdadeiros ou talvez tivesse medo, receio de se apegar a alguém e depois perder.
Pensar naquilo não lhe fazia bem e decidiu mudar o rumo e tentar pensar o que fazer em relação ao seu conhecimento sobre vampiros, e outras espécies? Por mais que tentasse ignorar, aquilo amargava-lhe a alma, queria saber mais, sentia que precisava de mais. Tinha que descobrir algo, uma brecha que fosse. Mas não sabia por onde começar e nem o que fazer. Teria sido sorte ou azar ter-se cruzado com àquela mulher que lhe revelara algo de género? Decidiu que procuraria qualquer que fosse a luz no fundo do túnel, mas ele tinha que saber.
Estacionou diante de um bar que se chamava Platina, era pequeno com luzes á laser azuis do lado de fora. Ele desceu devagar, e aguardou a sua vez na fila de pessoas que se estendia desorganziada para entrar no bar.
― Não pode entrar com uma arma de fogo! ― advertiu-lhe um dos seguranças que era grande e forte, com uma cara de mau, e um punk skinhead na cabeça.
― Na verdade posso. ― afirmou Jonathan, tirou o distintivo e mostrou ao homem que recuou ao ver a sua patente de capitão do exército nacional. Deu sinal ao outro guarda que deixou Jonathan passar.
Ele entrou devagar nos seus passos sempre certos. O lugar era pequeno, com música muito alta e fumo. Tinham sofás em lugares estratégicos e distantes da pista onde tinha um pequeno palco no meio, onde mulheres com corpos maravilhosos dançavam com pouca roupa. Tinham pessoas de todos os tipos, bebiam e conversam, outras dançavam ou fumavam. Jonathan inrrompeu pela multidão até conseguir alcançar o bar, e pediu um duplo de vodca. Olhou a sua volta, tentava em vão conseguir distinguir um vampiro por aqueles lados. Mas na noite era difícil, pior as mulheres, todas pareciam vampiras. Riu com o seu pensamento, mas era verdade, toda mulher, qualquer que fosse na noite, era uma vampira. Bebeu a sua vodca e sentiu o calor queimar-lhe a garganta, soltou um suspiro profundo. Sabia que devia se manter afastado do alcóol, tivera problemas, pois dantes bebia muito para poder dormir, e viciara-se.
Jonathan decidira ir-se embora quando viu alguém que destacava-se entre a multidão. Era muito branca, com um cabelo loiro curto meio desarrumado com gel, em um estilo muito sensual. Era muito magra, com lábios pintados de vermelhos, e olhos escuros bem pintados. Trajava um vestido colado, sem alças, e botas muito altas de bico. Aquele ar confiante o fez de algum modo lembrar-se de Polyna.
Ele saiu do seu lugar, e andou rapidamente até ela que estava sentada do outro lado do bar extenso com a base feitas de metal e vidro.
― Desculpe. ― pediu, e ela o olhou sem nenhum interesse. ― Meu nome é Jonathan.
Ela não tinha nenhuma expressão facial, virou a face ignorando-o.
O facto de ver que ela nada bebia fez-lhe suspeitar ainda mais. E as jóias, o brilho, e a classe. Era mais do que óbvio.
Viu ela observar tudo á sua volta menos a ele que pouco lhe fazia diferença.
― Eu sei o que você é. ― declarou Jonathan com precisão, e ela voltou a olhar para ele desta vez com mais intensidade, mas nada disse, apenas sorriu.
« merda!» pensou ela para si, pensava que ele a poderia atrapalhar na sua caça nocturna. Mas depois pensou melhor, ele a olhava com curiosidade, e poderia ser uma presa fácil.
Levantou-se e saiu a caminhar para fora do bar no seu estilo sensual, sentiu a brisa que tanto gostava e os raios da lua se adequarem a sua face como se fosse uma segunda pele. Andou pela rua, e sentiu que aquele humano á seguia.
― Preciso de falar contigo. ― pediu Jonathan, andava apressadamente para a poder alcançar.
Ela virou o pescoço para trás devagar mas sem parar de andar. Entrou por uma rua, e ele a seguiu apressado. Entrou na rua, e não viu ninguém. ― Merda! ― praguejou, e correu para tentar alcançá-la.
― Ei! ― Ele seguiu a voz femenina e vlevantou a cabeça, surpreendeu-se por vê-la sentada em cima do galho de uma das inúmeras árvores.
Jonathan não soube se era azar, ou sorte encontrar duas vampiras em pouco tempo.
― Porque me segues? ― perguntou calmamente, e acendeu um cigarro.
Ele pigarreou, e coçou devagar a cabeça ainda a olhar para cima.
― Quero algumas informações. ― disse pausadamente, e ela riu alto.
― Achas que é seguro perseguir uma vampira durante a noite? ― perguntou com certa ironia, o que o deixou sem compreender. Mas de repente sentiu uma pancada de uma cabeça forte contra a sua, e caiu no chão desmaiado.
A vampira desceu da árvore com um riso, abanou a cabeça negativamente e olhou para o outro vampiro que havia atacado á Jonathan.
― Vamos leva-lo. ― disse e deitou fora o cigarro. ― Vai nos servir e muito, tem um sangue maravilhoso e fresco.
O vampiro a olhou.
― Tiveste uma boa colecta esta noite. ― disse a carregar Jonathan que era pesado, mas nem tanto para ele.
Levaram-no no carro para uma casa que ficava do outro lado da ponte. Era grande, com quatro quartos, e apenas um andar. Muito bem mobilada, com acessórios electrónicos de última geração á contrastar com a mobília de estilo renascentista.
Foram atirar o corpo pesado de Jonathan na cave, e prenderam as suas mãos e pernas com correntes grossas, velhas e enferrujadas. A cave era escura, húmida, cheirava a putreficação e estava cheia de corpos secos espalhados pelo chão frio. A vampira levou uma seringa com uma grande bolsa para armazenar sangue, introduziu em uma das grandes mãos dele, e sangue vermelho começou a sair, passava pelo tubo, e caía devagar na bolsa, pingo por pingo.
Os dois vampiros observaram-no atentamente como se estivessem a presenciar uma obra de arte. Olharam-se com sorrisos confidentes, deram meia-volta e deixaram-no ali, subiram os degraus partidos feitos de pedra e fecharam a grande porta de madeira da cave que ficava debaixo da cozinha, e que fez um som ensurdecedor.
Jonathan abriu os olhos pesados, tinha a cabeça ferida e a doer. Ainda pestanejou antes de se recordar de tudo o que tinha acontecido e assustou-se, tentou se mexer mas estava muito bem preso, nada cedia, só se escutava o barulho das correntes que baloiçavam com seus movimentos contínuos.
Estava escuro, e quando seus olhos habituaram-se á visão, assustou-se! Tentou em vão se soltar enquanto via os corpos que ali estavam. Seguiu a sua mão com o olhar, e viu a seringa que lhe estava espetada no braço e lhe drenava sangue. Virou a cabeça para o lado e vomitou sem conseguir reter o que comera, no seu estômago.
― Socorro! ― gritou e sentiu seu grito rouco ecoar pelas paredes apodrecidas da cave. Mas breve deu-se conta que estava destinado á morte. Sentiu-se estúpido por achar que um vampiro era um ser com quem se poderia conversar, e depois ir embora como se nada tivesse acontecido. Eram seres desprezíveis, viviam no seu mundo, e viam os humanos apenas como alimentação. Sentiu-se nervoso, e tentou novamente soltar-se dos grilhões, mas devagar seu coração começou a bater com força pelo, e perdeu o controle de si e entrou em desespero, de nada adiantou.
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Mensagem por Fox* Seg Jan 28, 2013 5:16 pm

"Sentiu-se estúpido" e com razão! Quem raio persegue uma vampira assim, no meio da noite, sem esperar uma emboscada?! És mesmo novo neste ramo, John! Dou-te uns tempinhos com certas companhias e já te vais habituar a todas estas artimanhas!
Admito, mesmo já tendo lido e conhecido os caminhos que as tuas personagens vão percorrer, ainda estou curiosa e ansiosa pelo caminho que elas vão seguir! E é tudo por tua causa! :D
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Mensagem por PandoraTheVampire Seg Fev 04, 2013 1:33 am

Ai, ai Johnathan... e pensares um bocadinho antes de agires? N era uma boa? lol. Continuo a gostar disti, apesar de saber o que vai acntecer ;p

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Mensagem por Convidado Ter Jul 02, 2013 5:11 pm

― Nenhum vampiro saí por ai a mostrar os dentes. É algo íntimo, como mostrar a intimidade a um desconhecido. Só o faço quando estou prestes a atacar a presa, não era isso que ias querer.
Ele não acreditava nenhuma das palavras dela, apesar dela dizer-lhe a verdade e dizer que não iria escapar pelos policias lá fora, ele não acreditava.
Teve ela que mostrar os dentinhos para ele tropeçar nos seus passos e cair que nem um moxinho assustado xD
Olha lá, os vampiros são muitos sexys, óh! ò.ó

― Mostrei-te a minha intimidade. ― declarou carregando no tom da última palavra.
HA HA HA, adorei! Adoooorei! Onevilsmile 
Uh... Se ela referiu os piores seres que pode haver, cuidadín, que si la niña lo dice es por que algo sabe! E sim, é melhor ficares fora disso, não vá algum desse ser estar esperando-te depois do trabalho e te atacar sem algum testemunho justsayingò.o
Pois, a Verónika acredita que não existem vampiros... Pois é, se ela visse aqueles dentes, as maneiras deles, a forma como eles hipnotizam e manipulam os meros mortais...
Hahahaha, muito boa, a vampira dominando o guarda x'D!
É só uma caixa, nada que me faria levitar, ou teletransportar. Isso só os vampiros com mais de um século o fazem, eu ainda sou muito nova. ― garantiu por sua vez.

HUh?! Então... quantos poderes têm os vampiros? o.O
Oh! Afinal havia maquilhagem, desmaquilhantes, cigarros, documentos etc naquela mala... E eu pensando que era bolsas de sangue ou isso X'DDDDDDDDDDDD


Li minunciosamente o flashback, a tua forma de detalhar é magnífica!
Ohhh, I see... Damian, a Polyna te ama, e mesmo assim dormes com outras mulheres e ainda por cima tens a lata de colocares quadros de mulheres nuas no quarto? (sim, poderá ser "arte"... mas mesmo assim)
Epah, isso tá mal, entrar no carro de alguém e fazer aquilo... como se nada. E ainda por cima foi presa por algo que nao fez (E o Damian soube!!) oO
Que morte a do pobre guarda... Omg, bem dizia a Polyna que o Damian matava de uma maneira triste... por sorte não foi ao Jonathan!

Hm... eu no lugar do Jonathan, tinha pensando antes de agir, melhor dito, nem tinha ido para aquele lugar!


Maravilhosa história, fantástica imaginação e agora queria mais um capítulo, espero que atualizares soon!
ADOREI!
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Mensagem por miaDamphyr Seg Mar 10, 2014 2:16 pm

Ohhh, nem sei se vou a tempo de responder. Mas fiquei agraciada com o comentário, é tão bom ter alguém que leia o que nós escrevemos e que goste. Obrigada Convidado, tenho sofrido de um bloqueio crónico. Há meses que não tenho escrito nada. Sniff sniff e a última coisa que queria era abandonar os meus leitores. Fox e Pandy saudades vossas.
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