My Beloved, Watson.
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PandoraTheVampire
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anokas_03
miaDamphyr
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My Beloved, Watson.
Sinopse: No meio de resolver um crime sobre a morte do Visconde de Snowfell, a única testemunha encontra-se bastante ferida e não se lembra do que aconteceu. Esta ficará aos cuidados do Doutor Watson e protegida por Holmes, o maior detective do mundo. Mas como será essa ligação entre Watson e sua paciente? Irá trair Mary? E como Holmes reagirá ao se aperceber disso?
Classificação: +16
Gêneros: Ação, Drama, Mistério, Romance, Suspense
Avisos: Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Violência
Disclaimer: Esta fic me pertence, mas Sherlock Holmes e o Doutor John Hamish Watson infelizmente não, pertencem a Sir Arthur Conan Doyle, eu só levei emprestado por amor incondicional ao Doutor John Watson. Plágio é crime, e falta de criatividade é triste
- A capa foi copiada do google, portanto os créditos vão para lá.
- Esta é uma história mais de amor do que de suspense,jogos lógicos, e/ou racionais ou sádicos, portanto não esperem muito sobre isso.
- Esta fic foi um desafio aceite para provar o meu amor infinito por Jude Law e seu personagem de Watson.
- Se tiver leitores, agradeço de ante-mão, mas ela é totalmente dedicada a mim. *.*
PRÓLOGO
Assim que os olhos de Holmes enfrentaram o hall de entrada, prendeu a respiração. Os corpos ainda não soltavam um cheiro nauseabundo, mas o sangue espalhado exalava um odor característico que não deixou de o incomodar. Olhou para o agente da Scotland Yard que o espiava de esguelha para tentar decifrar o que estava na cabeça do detective. Holmes deu dois passos para frente, e em seguida dois para trás. Seu ar continuou sombrio.
― Um, dois..
― São onze corpos, Watson. ― cortou-lhe Holmes com ar sério e a mão no queixo. ― Estão dispostos em três filas de três, e uma de dois.
― E o sangue ainda jorra de alguns corpos, o que quer dizer que o crime aconteceu recentemente ― observou Watson com um ar intrigado. ― Todos mortos da mesma forma, uma facada no peito.
― Falta um corpo! ― afirmou Holmes que começou a andar pelo hall com cuidado. Observava os quadros raros, os móveis do estilo vitoriano e conseguia afirmar que estava tudo no lugar. Não tinham tirado nada, nem sequer uma colherinha. ― Vês este rastro?
Watson olhou para o que seria a marca de um chão de azulejos reluzentes, com um brilho incrível. Não conseguiu perceber onde o seu parceiro queria chegar.
― Foi recentemente limpo, está reluzente só no centro. Todo o resto continua igual, banhado de sangue ― explicou e apressou os seus passos a seguir o trilho. Passou por um corredor estreito, com pouca iluminação e seus olhos varriam o lugar a tentar descobrir alguma coisa.
― Recapitulando, o assassíno enviou uma carta para o agente Keller a avisar sobre a chacina cometida aqui no castelo, e deixou uma nota que deverias ser tu a resolver o caso ― comentou Watson que tinha sido apanhado pelo caminho pelo amigo.
― Exato! ― Desceram um lance de escadas de pedra, e adentraram para a escuridão. Holmes parou a fim da sua vista se adequar melhor, mas Watson acendeu uma lamparina por trás de si. O agente vinha por último, escutava atentamente e esperava lá no fundo que eles falhassem na missão. Detestava o petulante Sherlock Holmes e a sua forma de agir.
Encontraram uma grade de ferro, e empurram provocando um barulho ensurdecedor. Foram dar a uma espécie de cave, e Holmes parou a meio metro de um corpo estendido.
― Moribundo ― disse ao ver o corpo desfeito em carne viva e a sangrar. ― Morto por correntes quentes, é só ver as feridas em chagas profundas. Cheira a barbecue. Agora pergunto-me apenas porque será que este foi separado dos outros e trazido para cá.
― Não é Moribundo ― afirmou Watson que empurrou o seu amigo devagar, e aproximou-se do corpo coberto por feridas abertas e profundas. Aproximou os dedos do nariz. ― Respira, muito pouco, mas o faz.
Os olhos de Holmes adquiriram um brilho adicional, e cruzou-se com os de Watson como se estivessem em sincronia nos pensamentos.
― Temos uma testemunha!
― Elementar, meu caro Watson!
Última edição por miaDamphyr em Sex Out 05, 2012 8:57 pm, editado 1 vez(es)
Re: My Beloved, Watson.
OH MEU DEUS
EU NÃO ACREDITO!
COMO É QUE...
OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
TOU TÃO FELIZ!!
São raras as fanfics com o Sherlock Holmes, quanto mais com o Watson!
OMG
ADOREI!!!!
QUERO MAIS!!!!
Desculpa lá o ataque, mas eu sou mesmo uma grande fan dos filmes do Sherlock Holme e ainda não acredito que fizeste uma fic com estas maravilhosas personagens
EU NÃO ACREDITO!
COMO É QUE...
OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG
TOU TÃO FELIZ!!
São raras as fanfics com o Sherlock Holmes, quanto mais com o Watson!
OMG
ADOREI!!!!
QUERO MAIS!!!!
Desculpa lá o ataque, mas eu sou mesmo uma grande fan dos filmes do Sherlock Holme e ainda não acredito que fizeste uma fic com estas maravilhosas personagens
Re: My Beloved, Watson.
Olha, não estava à espera desta... O voodoo não anda a resultar, tenho de tratar disto!
Sabes (se não o fazes, passas a saber!) que adoro Sherlock Holmes e, apesar das minhas preferências recaírem em totalidade para o Sherlock, também me agrada o Watson e estou curiosa para ver o que vais desencantar...
Gostei da forma como entraste logo com "Elementar meu caro Watson..."! Ganhaste-me logo aí :D
Sabes (se não o fazes, passas a saber!) que adoro Sherlock Holmes e, apesar das minhas preferências recaírem em totalidade para o Sherlock, também me agrada o Watson e estou curiosa para ver o que vais desencantar...
Gostei da forma como entraste logo com "Elementar meu caro Watson..."! Ganhaste-me logo aí :D
Re: My Beloved, Watson.
"Elementar, meu caro Watson." EPIC WIN!
Esta pérola ainda não tinha visto Mia! Mas estou a gostar muito :p quero ler mais, portanto! :p beijinhos!!
Esta pérola ainda não tinha visto Mia! Mas estou a gostar muito :p quero ler mais, portanto! :p beijinhos!!
PandoraTheVampire- Administradora
- Localização : Westeros
Histórias Publicadas : Sexteto Macabro
Boulevard of Broken Dreams
Crónicas Sangrentas
Not Dead Yet
Cem Vezes Cem
A Demanda Impossível
Sim ou Não
Os Encantos da Velhice
Viva os Noivos
Floresta de Sonhos
Re: My Beloved, Watson.
Mim gostou muito *-*
Quando me pediste para criar a categoria não estava à espera que fosse sair isto, mas gostei mesmo muito *-*
Adorei, aliás!
Parabéns!!!
Gostei mesmo muito.
Quando me pediste para criar a categoria não estava à espera que fosse sair isto, mas gostei mesmo muito *-*
Adorei, aliás!
Parabéns!!!
Gostei mesmo muito.
CatariinaG'- Administradora
- Histórias Publicadas : -----------
Re: My Beloved, Watson.
Não estava nada á espera de uma fic de Sherlock Holmes... Mas adorei o que li! ^^
Pessoalmente gosto mais do Sherlock, mas tambem gosto do Watson, e quero ver onde isto vai dar.
E essa ultima frase, made of win! xD
É mais do que elementar que continues! xD
Pessoalmente gosto mais do Sherlock, mas tambem gosto do Watson, e quero ver onde isto vai dar.
E essa ultima frase, made of win! xD
É mais do que elementar que continues! xD
Re: My Beloved, Watson.
Eu vi isto e dei um alto *gasp*
Adooooro Sherlock Holmes tanto o filme como a série da BBC! Adoro adoro adoro *.*
Vou tão seguir! Adorei o primeiro capitulo.
Pretty please continua! :D
Beijinhos!
Adooooro Sherlock Holmes tanto o filme como a série da BBC! Adoro adoro adoro *.*
Vou tão seguir! Adorei o primeiro capitulo.
Pretty please continua! :D
Beijinhos!
Re: My Beloved, Watson.
anokas_03 escreveu:Quando postas mais?
Gostei, um clássico, um policial, que adoro.
Next!
Posta, posta.
Gosto.
Beijos, abraços e muuuuuuitos palhaços.
[url=O feliz]Walk. :)[/url]
Re: My Beloved, Watson.
Olá a todos, muito obrigada pelos comentários e pelos votos. A verdade é que ainda não tenho nem o primeiro capítulo escrito, só a metade e como estava a escrever in loco, prometo que vou tentar retomar a isto. Desculpem qualquer inconveniência, e espero que continuem ai. Tenho muito para dar nesta fic, loool.
Bisous e obrigada. :oops:
Bisous e obrigada. :oops:
Re: My Beloved, Watson.
1. Um nome para ti
Sentia como se estivesse estado num abismo profundo, um inferno verdadeiro onde seu corpo ardia em chamas horripilantes queimando a sua pele, desfazendo tudo o que restava de vivo até se transformar em ossos. Gritava de dor, pois doia de verdade e por fim olhava para cima. Do fundo do abismo se via o céu azul, e ela chamava por ele e como por magia as asas eram as primeiras a se fazerem notar, depois vinham os olhos azuis e o cabelo loiro, então ele atirava gotas de chuva que molhavam a sua pele, e lhe aliviavam de tanta dor. Sentia-se protegida como nunca tinha sido antes, e mesmo em destroços, adormecia, mesmo quando acreditava se tratar de um sonho contínuo e sem fim. Como um ciclo que apenas ameniza a dor para voltar a implantá-la no dia seguinte. E foi assim todas as noites, até que um dia a dor não chegou e ela finalmente acordou.
Seus olhos verdes olhavam o tecto, e depois baixaram para ver o quarto a sua volta. Parecia simples, com um criado-mudo, umas janelas amplas com cortinas suaves e a cama onde estava. Tentou mexer-se e sentiu dor, mas já não era lacinante até ao ponto de sentir que morria vezes sem conta de uma maneira cruel. Seus lábios agora acinzentados, estavam secos, pediam avidamente por água, mas teve medo de abrir a boca para tentar dizer algo e falhar. Preferia nem tentar, ao se desapontar por se descobrir num sonho.
A porta abriu-se e escutou um assobio que parou assim que a encarou de olhos abertos e atónitos. Era o anjo, de olhos azuis e cabelo cor de cobre. Trazia uma pequena bandeja prateada com uma tigela, normalmente dizia “hora do almoço”, mas naquele momento não encontrou palavras, apenas ficou a observá-la por longos minutos até decidir se pronunciar.
― Consegues me ver? ― A pergunta de momento soava meio idiota, mas a verdade é que ela já tinha aberto os olhos várias vezes, inclusive tinha olhado para ele e voltado a mergulhar na sua inconsciência. Eram olhos vagos e sem expressão, diferentes daqueles que o observavam.
Ela acenou afirmativamente, e viu Watson correr até ao criado-mudo onde repousou a bandeja e veio apressado até ela. Passou as mãos hábeis pela testa e depois pelos pulsos, puxou a pele debaixo do olho para ver e escutou o seu coração, tanto quanto a respiração. Tudo em ordem. Afastou-se ainda atordoado, por um momento acreditara que aquele momento nunca mais fosse chegar e não resistiu a soltar um sorriso alegre. ― Eu sou o Doutor John Watson, e estive a cuidar de si por várias semanas. Sei que ainda é cedo, mas devo-lhe perguntar se terá alguém que deseja contactar?
― Á-Água ― sussurrou com dificuldade, e Watson primeiro franziu e só alguns segundos depois é que compreendeu. Foi até ao criado-mudo onde tinha uma jarra de água e um copo, e serviu. Voltou para cama e sentou-se do seu lado para ajuda-la a beber do copo. Colocou a sua mão por baixo da cabeça dela para que ficasse inclinada e assim poder beber.
― Aconselha-la-ia para que bebesse devagar e ― Calou-se ao ver ela dobrar os braços enfaixados com dificuldade e forçar o copo contra a sua boca, bebendo com avidez e molhando-se um pouco. Watson afastou o copo quando ela terminou. ― Não sente dores ao realizar movimentos?
― S-Sinto ― respondeu num tom exausto, fechou os olhos num suplício e voltou a abrir. ― M-Mas acredito q-que o pior já p-passou. Com e-estas consigo lhe d-dar.
Watson pestanejou ao ver que ela nem sequer tinha dificuldades na fala e sentiu uma euforia crescer dentro de si, não via a hora de se dirigir a 221B Baker street, para contar ao seu amigo.
― Me diga o seu nome ― pediu com curiosidade, tinha passado várias noites a tentar amenizar a sua dor e pensava que nome ela teria.
― N-Nome? ― gaguejou e franziu. Ficou em silêncio e pestanejou como se tal acto lhe ajudasse a encontrar a informação que procurava no seu cérebro. ― N-Não sei.
Watson balançou a cabeça afirmativamente, a mulher tinha sofrido em demasia, era de se esperar que o cérebro lhe ocultasse certas informações. Apenas esperava que não fossem todas. Respirou fundo.
― Voltarei em breve ― garantiu e ao tentar levantar-se, sentiu a mão fraca segurar o seu ombro com dificuldades. Viu os olhos chorosos a implorar que não a deixasse. ― Não me demoro.
Watson queria gritar aos plenos pulmões que ela estava viva, viva! Quantas vezes lhe tinham dito que ela morreria? Ele próprio chegara a acreditar que a mulher jamais voltaria a si, mas tinha esperado, inclusive com uma fé que não tinha.
― Mary! ― chamou quase aos tropeções, e a mulher que estava na cozinha concentrada na panela que borbulhava em cima do fogo, virou-se curiosa. Ela era uma jovem loira, pequena e com uns olhos azuis afáveis.
― Sim, meu amor? ― perguntou, reconhecia àquela cara meio preocupada e meio vitoriosa há milhas de distância. Alguma coisa tinha acontecido e já imaginava o quê.
― Vou á casa de Holmes, e quero que cuides da mulher. Ela acordou. ― pediu, deu meia curva e deixou a cozinha sem sequer dar tempo de Mary falar o que fosse, seu coração batia disparado, agarrou na sua bengala e deixou a sua casa sem olhar para trás.
Enquanto Watson andava ocupado com a recuperação da mulher, Holmes viajava a procura de pistas e o que quer que pudesse ajuda-los a resolver o caso. Tinham dado a mulher como morta, para a proteger e Watson, embora não achasse corecto o procedimento, decidira compactuar com tudo aquilo. Agora sentia-se completamente feliz.
Subiu num coche que o transportou até a 221B Baker Street. A cidade estava movimentada como sempre, várias damas com vestidos sumptuosos desfilavam a sua elegância e os homens acompanhavam-nas de perto com fatos, chapéus e bengalas. Mas hoje não apreciava a sua londres, e muito menos o tempo limpo e o dia bonito que nela se espelhava.
Quando o coche se aproximou da casa, ele saltou antes deste parar ao certo e entrou na casa sem bater, visto que morara lá durante muito tempo. Mrs. Hudson estava na sala a arrumar, e virou-se para o médico que passou por ela num ápice, compreendendo que algo superior se estava a passar, afinal Watson sempre fora muito bem educado.
― Holmes! ― Girou a maçaneta do quarto deste de onde se escutava o som horripiliante de um violino, e Watson não resistiu a tossir assim que sentiu o cheiro forte que exalava do cachimbo do detetive. Uma nuvem de fumo pairava no ar.
― Vens com pressa, Watson. ― Apesar de estar junto á janela, esta estava fechada e as cortinas pareciam não ser abertas há vários dias. ― Ansiedade!
Watson queria abrir a boca, mas o detetive fez um sinal de silêncio com o dedo. Virou-se para ele, e deixou o violino de lado.
― Tens as pupilas dilatadas, sinal de que estás a modos que, incrédulo. As faces coradas e o suor revela a tua inquietação e impaciência para chegar aqui, Watson. Saltaste do coche antes deste parar, tens as botas sujas de poeira pelo impacto. Terás passado pela sra. Hudson sem a cumprimentar, caso contrário terias levado tempo até chegar aqui pois ela tem um discurso sobre mim para te contar. E, a tua respiração trai-te! ― Levantou-se com o ar superior e estreitou os olhos. ― A moribunda ressuscitou de certeza.
Watson respirou fundo, caminhou até ao amigo, abriu as cortinas e as janelas, deixando ar passar. Encarou a face pálida do amigo, e as manchas escuras debaixo dos olhos.
― Não preciso de ser o melhor detetive do mundo para saber que não tens dormido e nem deixado o quarto, Holmes. ― afirmou Watson sem deixar de ver a bagunça que enchia o quarto. Holmes apertou o ombro do amigo.
― Como ela está? O que diz? ― Perguntou e suspirou em seguida. ― Os teus olhos perderam o brilho, o que quer dizer que ela não nos vai ajudar em muito.
― Ela não se lembra de nada, por enquanto ― disse Watson sério. ― Sabe-se lá pelo que ela passou. Devemos dar tempo.
― Já passa muito tempo, não posso dar a sorte da Scotland Yard passar a nossa frente. ― murmurou a coçar as têmporas. ― Eis o que descobri: O primeiro grupo de corpos estavam dispostos em três grupos de três, que pode ser o número trezentos e trinta e três, que é a mudança para o calendário Gregoriano, significa transição, mudança, e o acordar físico ou espiritual. Também conhecido como “half evil” por ser metade de seiscentos e sessenta e seis, o número do diabo. Quando a queda do calendário juliano foi trocado, houveram revoltas entre os romanos e sacrifícios de seitas dispostos em corpos arrumados em três três três.
― Mas eram quatro grupos de três, um último corpo separado dos outros. ― disse Watson, como se precisasse de dizer tal coisa a Holmes, este que acenou afirmativamente.
― Exatamente. A retirada do último corpo servia para deixar o trezentos e trinta e três a mostra. Quando unimos o último corpo encontrado, formando o conjunto de quatro grupos de três, que forma o número doze, exatamente o número de meses imposto pelo novo calendário. ― Holmes virou-se triunfante. ― Sabe o que isso significa, Watson?
O doutor meneou a cabeça e Holmes apontou para o mapa.
― Que vamos á Roma, meu caro. Lá descobriremos que ligação tem o castelo de Snowfell e essas mortes todas. ― afirmou convicto.
― E a nossa testemunha? Se descobrirem que ainda vive pode ser um perigo para os demais.
― Chama-lhe Elena, porque de certo ela é a nossa luz.
Sentia como se estivesse estado num abismo profundo, um inferno verdadeiro onde seu corpo ardia em chamas horripilantes queimando a sua pele, desfazendo tudo o que restava de vivo até se transformar em ossos. Gritava de dor, pois doia de verdade e por fim olhava para cima. Do fundo do abismo se via o céu azul, e ela chamava por ele e como por magia as asas eram as primeiras a se fazerem notar, depois vinham os olhos azuis e o cabelo loiro, então ele atirava gotas de chuva que molhavam a sua pele, e lhe aliviavam de tanta dor. Sentia-se protegida como nunca tinha sido antes, e mesmo em destroços, adormecia, mesmo quando acreditava se tratar de um sonho contínuo e sem fim. Como um ciclo que apenas ameniza a dor para voltar a implantá-la no dia seguinte. E foi assim todas as noites, até que um dia a dor não chegou e ela finalmente acordou.
Seus olhos verdes olhavam o tecto, e depois baixaram para ver o quarto a sua volta. Parecia simples, com um criado-mudo, umas janelas amplas com cortinas suaves e a cama onde estava. Tentou mexer-se e sentiu dor, mas já não era lacinante até ao ponto de sentir que morria vezes sem conta de uma maneira cruel. Seus lábios agora acinzentados, estavam secos, pediam avidamente por água, mas teve medo de abrir a boca para tentar dizer algo e falhar. Preferia nem tentar, ao se desapontar por se descobrir num sonho.
A porta abriu-se e escutou um assobio que parou assim que a encarou de olhos abertos e atónitos. Era o anjo, de olhos azuis e cabelo cor de cobre. Trazia uma pequena bandeja prateada com uma tigela, normalmente dizia “hora do almoço”, mas naquele momento não encontrou palavras, apenas ficou a observá-la por longos minutos até decidir se pronunciar.
― Consegues me ver? ― A pergunta de momento soava meio idiota, mas a verdade é que ela já tinha aberto os olhos várias vezes, inclusive tinha olhado para ele e voltado a mergulhar na sua inconsciência. Eram olhos vagos e sem expressão, diferentes daqueles que o observavam.
Ela acenou afirmativamente, e viu Watson correr até ao criado-mudo onde repousou a bandeja e veio apressado até ela. Passou as mãos hábeis pela testa e depois pelos pulsos, puxou a pele debaixo do olho para ver e escutou o seu coração, tanto quanto a respiração. Tudo em ordem. Afastou-se ainda atordoado, por um momento acreditara que aquele momento nunca mais fosse chegar e não resistiu a soltar um sorriso alegre. ― Eu sou o Doutor John Watson, e estive a cuidar de si por várias semanas. Sei que ainda é cedo, mas devo-lhe perguntar se terá alguém que deseja contactar?
― Á-Água ― sussurrou com dificuldade, e Watson primeiro franziu e só alguns segundos depois é que compreendeu. Foi até ao criado-mudo onde tinha uma jarra de água e um copo, e serviu. Voltou para cama e sentou-se do seu lado para ajuda-la a beber do copo. Colocou a sua mão por baixo da cabeça dela para que ficasse inclinada e assim poder beber.
― Aconselha-la-ia para que bebesse devagar e ― Calou-se ao ver ela dobrar os braços enfaixados com dificuldade e forçar o copo contra a sua boca, bebendo com avidez e molhando-se um pouco. Watson afastou o copo quando ela terminou. ― Não sente dores ao realizar movimentos?
― S-Sinto ― respondeu num tom exausto, fechou os olhos num suplício e voltou a abrir. ― M-Mas acredito q-que o pior já p-passou. Com e-estas consigo lhe d-dar.
Watson pestanejou ao ver que ela nem sequer tinha dificuldades na fala e sentiu uma euforia crescer dentro de si, não via a hora de se dirigir a 221B Baker street, para contar ao seu amigo.
― Me diga o seu nome ― pediu com curiosidade, tinha passado várias noites a tentar amenizar a sua dor e pensava que nome ela teria.
― N-Nome? ― gaguejou e franziu. Ficou em silêncio e pestanejou como se tal acto lhe ajudasse a encontrar a informação que procurava no seu cérebro. ― N-Não sei.
Watson balançou a cabeça afirmativamente, a mulher tinha sofrido em demasia, era de se esperar que o cérebro lhe ocultasse certas informações. Apenas esperava que não fossem todas. Respirou fundo.
― Voltarei em breve ― garantiu e ao tentar levantar-se, sentiu a mão fraca segurar o seu ombro com dificuldades. Viu os olhos chorosos a implorar que não a deixasse. ― Não me demoro.
Watson queria gritar aos plenos pulmões que ela estava viva, viva! Quantas vezes lhe tinham dito que ela morreria? Ele próprio chegara a acreditar que a mulher jamais voltaria a si, mas tinha esperado, inclusive com uma fé que não tinha.
― Mary! ― chamou quase aos tropeções, e a mulher que estava na cozinha concentrada na panela que borbulhava em cima do fogo, virou-se curiosa. Ela era uma jovem loira, pequena e com uns olhos azuis afáveis.
― Sim, meu amor? ― perguntou, reconhecia àquela cara meio preocupada e meio vitoriosa há milhas de distância. Alguma coisa tinha acontecido e já imaginava o quê.
― Vou á casa de Holmes, e quero que cuides da mulher. Ela acordou. ― pediu, deu meia curva e deixou a cozinha sem sequer dar tempo de Mary falar o que fosse, seu coração batia disparado, agarrou na sua bengala e deixou a sua casa sem olhar para trás.
Enquanto Watson andava ocupado com a recuperação da mulher, Holmes viajava a procura de pistas e o que quer que pudesse ajuda-los a resolver o caso. Tinham dado a mulher como morta, para a proteger e Watson, embora não achasse corecto o procedimento, decidira compactuar com tudo aquilo. Agora sentia-se completamente feliz.
Subiu num coche que o transportou até a 221B Baker Street. A cidade estava movimentada como sempre, várias damas com vestidos sumptuosos desfilavam a sua elegância e os homens acompanhavam-nas de perto com fatos, chapéus e bengalas. Mas hoje não apreciava a sua londres, e muito menos o tempo limpo e o dia bonito que nela se espelhava.
Quando o coche se aproximou da casa, ele saltou antes deste parar ao certo e entrou na casa sem bater, visto que morara lá durante muito tempo. Mrs. Hudson estava na sala a arrumar, e virou-se para o médico que passou por ela num ápice, compreendendo que algo superior se estava a passar, afinal Watson sempre fora muito bem educado.
― Holmes! ― Girou a maçaneta do quarto deste de onde se escutava o som horripiliante de um violino, e Watson não resistiu a tossir assim que sentiu o cheiro forte que exalava do cachimbo do detetive. Uma nuvem de fumo pairava no ar.
― Vens com pressa, Watson. ― Apesar de estar junto á janela, esta estava fechada e as cortinas pareciam não ser abertas há vários dias. ― Ansiedade!
Watson queria abrir a boca, mas o detetive fez um sinal de silêncio com o dedo. Virou-se para ele, e deixou o violino de lado.
― Tens as pupilas dilatadas, sinal de que estás a modos que, incrédulo. As faces coradas e o suor revela a tua inquietação e impaciência para chegar aqui, Watson. Saltaste do coche antes deste parar, tens as botas sujas de poeira pelo impacto. Terás passado pela sra. Hudson sem a cumprimentar, caso contrário terias levado tempo até chegar aqui pois ela tem um discurso sobre mim para te contar. E, a tua respiração trai-te! ― Levantou-se com o ar superior e estreitou os olhos. ― A moribunda ressuscitou de certeza.
Watson respirou fundo, caminhou até ao amigo, abriu as cortinas e as janelas, deixando ar passar. Encarou a face pálida do amigo, e as manchas escuras debaixo dos olhos.
― Não preciso de ser o melhor detetive do mundo para saber que não tens dormido e nem deixado o quarto, Holmes. ― afirmou Watson sem deixar de ver a bagunça que enchia o quarto. Holmes apertou o ombro do amigo.
― Como ela está? O que diz? ― Perguntou e suspirou em seguida. ― Os teus olhos perderam o brilho, o que quer dizer que ela não nos vai ajudar em muito.
― Ela não se lembra de nada, por enquanto ― disse Watson sério. ― Sabe-se lá pelo que ela passou. Devemos dar tempo.
― Já passa muito tempo, não posso dar a sorte da Scotland Yard passar a nossa frente. ― murmurou a coçar as têmporas. ― Eis o que descobri: O primeiro grupo de corpos estavam dispostos em três grupos de três, que pode ser o número trezentos e trinta e três, que é a mudança para o calendário Gregoriano, significa transição, mudança, e o acordar físico ou espiritual. Também conhecido como “half evil” por ser metade de seiscentos e sessenta e seis, o número do diabo. Quando a queda do calendário juliano foi trocado, houveram revoltas entre os romanos e sacrifícios de seitas dispostos em corpos arrumados em três três três.
― Mas eram quatro grupos de três, um último corpo separado dos outros. ― disse Watson, como se precisasse de dizer tal coisa a Holmes, este que acenou afirmativamente.
― Exatamente. A retirada do último corpo servia para deixar o trezentos e trinta e três a mostra. Quando unimos o último corpo encontrado, formando o conjunto de quatro grupos de três, que forma o número doze, exatamente o número de meses imposto pelo novo calendário. ― Holmes virou-se triunfante. ― Sabe o que isso significa, Watson?
O doutor meneou a cabeça e Holmes apontou para o mapa.
― Que vamos á Roma, meu caro. Lá descobriremos que ligação tem o castelo de Snowfell e essas mortes todas. ― afirmou convicto.
― E a nossa testemunha? Se descobrirem que ainda vive pode ser um perigo para os demais.
― Chama-lhe Elena, porque de certo ela é a nossa luz.
Re: My Beloved, Watson.
Maluco do Holmes a saber isto tudo de uma rajada só! Quando crescer, quero ser como ele :D
Mas as deduções e toda a história dos crimes estão fantásticas! E quem será esta misteriosa mulher que acorda do mundo dos mortos? Será mesmo uma vítima ou alguém metido nestes crimes todos...?
Mia, não te atrevas a demorar este tempo todo a atualizar :D
Mas as deduções e toda a história dos crimes estão fantásticas! E quem será esta misteriosa mulher que acorda do mundo dos mortos? Será mesmo uma vítima ou alguém metido nestes crimes todos...?
Mia, não te atrevas a demorar este tempo todo a atualizar :D
Re: My Beloved, Watson.
tu continua-me isto que se nao eu mato-te!
ouviste?!?!?!?!?!?!
ouviste?!?!?!?!?!?!
CatariinaG'- Administradora
- Histórias Publicadas : -----------
Re: My Beloved, Watson.
Muahahah Fox, se tu fores o Holmes eu aceito ser o Watson. Mbora lá brincar de faz de conta!! Tive um pouco de trabalho para criar as deduções e tals, tive medo que não ficasse bom. Obrigada por gostares sim? As respostas ficam para depois. Lool. Beijokas.
Cataaaaa, olha tu aí. Se tu me matares, eu não continuo na mesma, Lool, mas prometo tentar me apressar nisto. CHuac. Thanks.
Cataaaaa, olha tu aí. Se tu me matares, eu não continuo na mesma, Lool, mas prometo tentar me apressar nisto. CHuac. Thanks.
Re: My Beloved, Watson.
Bem minha cara Mia!
Continua, por favor... Quero mais! E mais rápido.
Bisus
O Feliz
Walk.
Continua, por favor... Quero mais! E mais rápido.
Bisus
O Feliz
Walk.
Re: My Beloved, Watson.
Bem meu caro Walk, vamos ter mais para já. Obrigada por ler e comentar, beijos. Até breve,
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2. Sinais
Ir para Roma não estava nos planos de Watson, não agora que “Elena” tinha acordado, mas travar uma discussão com Holmes acerca do assunto não estava em seus planos. O amigo agora mexia-se de um lado para o outro sempre com um ar pensativo e a habitual mão apoiada no seu queixo cuja barba estava proeminente.
― Tenho de ir vizitar a nossa testemunha. ― disse a arranjar os cabelos com as mãos rapidamente e em busca de um casaco. Watson não gostava que ele apenas olhasse para a mulher como um objeto de investigação, afinal se tratatava de um ser humano.
― Acredito que tomar um banho não seria uma má ideia, meu caro. ― sugeriu, seu nariz estava torcido e tinha as duas mãos apoiadas na bengala. Holmes virou-se com um sorriso torto, e aproximou-se do seu amigo.
― Quem deixaste em casa? ― perguntou de súbito, e quando o doutor balbuciou um simples “Mary”, os olhos do detetive arregalaram-se como dois pires. Saiu disparado do quarto, e ouviu quando o outro veio á correr a sua trás. ― Não avisaste ninguém da Scotland Yard, nem ao senhor das limpezas?
― Não. Vim direto para aqui. ― respondeu e quando passou por Mrs. Hudson, levantou as mãos quando a viu protestar com o olhar por ver Holmes caminhar em direção á porta. ― O que se passa?
― Há quanto tempo não me vens fazer uma vizita de cortesia? ― indagou e enquanto o amigo tentava contar os dias, Watson abriu a porta da frente e seus olhos arderam ao contato com a luz do dia. Tinha estado muito tempo trancado no seu quarto a pesquisar e a fumar que mal se lembrava o cheiro do ar puro. ― Nós temos a testemunha de uma chacina, e passaste a maior parte do tempo empenhado em cuidar dela e alguns afazeres. Quando sais de casa e vens diretamente apressado para cá, isso só pode significar uma coisa.
― Com certeza estavamos a ser espionados. ― Watson chegou a conclusão do amigo, e sentiu sua tez ficar pálida. ― Não podemos perder tempo!
― Eu já me adiantei ― O detetive acabava de mandar parar um coche, e já se apressava a se empoleirar para dentro dele. Watson ainda reavia o seu chapéu e o casaco pendurados na entrada e veio com o coração apertado para dentro do coche que já começava a se movimentar.
― Acreditas que? ― O doutor não quis terminar a frase, e apenas sentiu o peso da arma que o amigo lhe depositou no colo. Virou-se para ele que olhava para uma londres agitada.
― É claro que quem tenha feito aquele massacre deixou uma mensagem, mas esta não era dirigida á nós e por isso não nos é completamente clara ou fácil de decifrar, mas de certeza não queria deixar uma testemunha. E se não atacou antes é porque acreditava que a foribunda não fosse acordar, na verdade nem eu. Confesso estar admirado, levemente é claro. ― Aquilo era um elogio pelos esforços do jovem médico. O detetive inclinou-se para frente e cutucou o cocheiro. ― Poderia apressar-se?
O coche aumentou a velocidade mas não deixou Holmes satisfeito, por algumas vezes ponderou empurra-lo e tomar o seu lugar, mas limitou-se a aguardar com uma paciência que não tinha até avistarem a casa onde Watson vivia. Pararam um pouco antes e desceram á correr. Holmes fez o sinal de silêncio quando encontrou a porta aberta, e entraram devagar pela casa. Estava silenciosa, e o doutor destrancou a arma. O detetive apontou para uma cadeira que estava torta e para as marcas que tinha deixado no chão envernizado como se tivesse sido arrastada a força.
― Cheira á rum. ― sussurou, mas Watson já tinha sentido o bafo fetido que pairava no ar. Precipitou-se contra ás escadas, enquanto o amigo apanhava a moldura caida ao lado da mesinha como se algo ou alguém tivesse se esbarrado nela. Subiram silenciosamente, e quando chegaram ao corredor foram recebidos por um silêncio constrangedor. Mary nunca saia de casa sem deixar um bilhete para o marido, e muito menos deixaria a doente sozinha. Era mais do que certo que algo estava errado. Quando Holmes abriu a porta, a visão que se seguiu a sua frente era assustadora. Mary estava desmaiada e inconsciente no chão, o criado mudo estava virado e a bandeja tinha ido ao chão espalhando peças partidas, e um homem vestido de negro com um capus na cabeça preparava-se para descer uma adaga sobre o corpo assustado de “Elena”, que tremia sem parar em estado de choque. O detetive voou contra o intruso empurrando-o de encontro ao chão e tentou a todo custo arrancar-lhe a adaga da mão. Dançavam numa luta de encontrões, pontapés e um coro de grunhidos enquanto mediam força. Holmes desferiu um murro com a sua mão direita acertando o outro diretamente no queixo obrigando-o a expelir sangue pela boca. Rebolavam, o intruso sem se dar por vencido e Watson tentava com dificuldades mirar-lhe o gatilho da sua arma.
― Dispara! ― gritou o detetive quando sentiu o gume da adaga roçar-lhe a garganta, o homem em cima de si cheirava a uma longa jornada de dias e noites a beber, e era capaz de morrer só pelo mau cheiro. ― Droga, Watson, dispara! ― Deu-lhe uma joelhada forte, e mais murros com a mão livre, e apesar de ficar atordoado ele não deixava de tentar furar Holmes com toda força que possuia. Escutou-se um tiro alto e cheiro de pólvora no ar, e então o homem de negro caiu para o lado.
― Mary! Mary! ― O médico correu até a sua mulher que tinha acordado com o barulho da arma a disparar. Tinha uma ferida na testa e ao levantar-se resmungou de dor na coluna. Holmes revistava o homem. ― Estás bem?
― Estou assustada, este homem entrou aqui e me arrastou com força até encontrar o quarto da tua paciente. Lembro-me de lutar e ele respondeu a altura. Desmaiei ― contou enquanto seu marido levantava a cadeira caida para ela se sentar.
― Francis Lobottom, um covarde que mata e bate mulheres ― disse Holmes a ler o passaporte que tinha encontrado no casaco dele, e também tinha dinheiro. ― Ia fazer o serviço e fugir. O que cobrou não foi barato, o que deve significar estar sob o comando de alguém rico.
A testemunha na cama tremia sem parar, lágrimas caiam de seus olhos e Watson correu até ela acalmando-a e acariciando-lhe os cabelos desgrenhados.
― Tudo ficará melhor, não tenha medo. ― disse e ela mesmo com dificuldades inclinou-se para esconder a face no peito do médico. Ainda não tinha parado de tremer. ― Está traumatizada.
― Obviamente, meu caro. Ninguém gostaria de ser assada viva. ― anuiu a revirar o corpo sem modos. ― Não precisavas de tê-lo matado.
― Disse Lobottom? Esse é o nome do nosso carteiro. ― Mary ergueu a face e fixou o olhar no detetive que franziu. ― O outro foi trocado. Sempre vinha trazer as correspondências e o jornal.
Assim que retiraram o capus da face do homem, Watson não escondeu o horror por ter matado o seu próprio carteiro, mas percebeu logo pela cara do amigo que todas as suas correspondências estavam a ser vigiadas, tanto quanto ele.
― Deverás ficar aqui em Londres com Elena. ― disse Holmes seriamente. ― Eu vou á Roma, arranjarei um método eficiente para falar contigo.
― Mary, deverás ir para casa da senhora Cecil Forrester. Ela ficará feliz pela sua presença, só até este caso terminar. ― disse o doutor com o maxilar cerrado, a mão ainda deslizava automaticamente pelos cabelos de sua paciente que se tinha acalmado em seus braços.
― Mas John, o caso é do senhor Holmes e..
― E eu sou o seu companheiro!
― E eu a sua companheira! ― redarguiu, enquanto Holmes olhava pela janela indiferente a discussão do casal.
― Então fará o que lhe peço. Virei visita-la, espero que esteja mais segura lá. E prometo que não trarei nenhum outro caso para dentro de nossa casa. ― Fitou Holmes, que sentiu o olhar do amigo na sua nuca mas continuou a ignorá-lo. ― Eu ficarei com Elena.
― Ótimo, vou chamar alguém da Scotland Yard. É preciso retirar este corpo daqui. ― Holmes deitou um último olhar para a marca com o formato de chave no pescoço do morto. Elena tinha uma igual.
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2. Sinais
Ir para Roma não estava nos planos de Watson, não agora que “Elena” tinha acordado, mas travar uma discussão com Holmes acerca do assunto não estava em seus planos. O amigo agora mexia-se de um lado para o outro sempre com um ar pensativo e a habitual mão apoiada no seu queixo cuja barba estava proeminente.
― Tenho de ir vizitar a nossa testemunha. ― disse a arranjar os cabelos com as mãos rapidamente e em busca de um casaco. Watson não gostava que ele apenas olhasse para a mulher como um objeto de investigação, afinal se tratatava de um ser humano.
― Acredito que tomar um banho não seria uma má ideia, meu caro. ― sugeriu, seu nariz estava torcido e tinha as duas mãos apoiadas na bengala. Holmes virou-se com um sorriso torto, e aproximou-se do seu amigo.
― Quem deixaste em casa? ― perguntou de súbito, e quando o doutor balbuciou um simples “Mary”, os olhos do detetive arregalaram-se como dois pires. Saiu disparado do quarto, e ouviu quando o outro veio á correr a sua trás. ― Não avisaste ninguém da Scotland Yard, nem ao senhor das limpezas?
― Não. Vim direto para aqui. ― respondeu e quando passou por Mrs. Hudson, levantou as mãos quando a viu protestar com o olhar por ver Holmes caminhar em direção á porta. ― O que se passa?
― Há quanto tempo não me vens fazer uma vizita de cortesia? ― indagou e enquanto o amigo tentava contar os dias, Watson abriu a porta da frente e seus olhos arderam ao contato com a luz do dia. Tinha estado muito tempo trancado no seu quarto a pesquisar e a fumar que mal se lembrava o cheiro do ar puro. ― Nós temos a testemunha de uma chacina, e passaste a maior parte do tempo empenhado em cuidar dela e alguns afazeres. Quando sais de casa e vens diretamente apressado para cá, isso só pode significar uma coisa.
― Com certeza estavamos a ser espionados. ― Watson chegou a conclusão do amigo, e sentiu sua tez ficar pálida. ― Não podemos perder tempo!
― Eu já me adiantei ― O detetive acabava de mandar parar um coche, e já se apressava a se empoleirar para dentro dele. Watson ainda reavia o seu chapéu e o casaco pendurados na entrada e veio com o coração apertado para dentro do coche que já começava a se movimentar.
― Acreditas que? ― O doutor não quis terminar a frase, e apenas sentiu o peso da arma que o amigo lhe depositou no colo. Virou-se para ele que olhava para uma londres agitada.
― É claro que quem tenha feito aquele massacre deixou uma mensagem, mas esta não era dirigida á nós e por isso não nos é completamente clara ou fácil de decifrar, mas de certeza não queria deixar uma testemunha. E se não atacou antes é porque acreditava que a foribunda não fosse acordar, na verdade nem eu. Confesso estar admirado, levemente é claro. ― Aquilo era um elogio pelos esforços do jovem médico. O detetive inclinou-se para frente e cutucou o cocheiro. ― Poderia apressar-se?
O coche aumentou a velocidade mas não deixou Holmes satisfeito, por algumas vezes ponderou empurra-lo e tomar o seu lugar, mas limitou-se a aguardar com uma paciência que não tinha até avistarem a casa onde Watson vivia. Pararam um pouco antes e desceram á correr. Holmes fez o sinal de silêncio quando encontrou a porta aberta, e entraram devagar pela casa. Estava silenciosa, e o doutor destrancou a arma. O detetive apontou para uma cadeira que estava torta e para as marcas que tinha deixado no chão envernizado como se tivesse sido arrastada a força.
― Cheira á rum. ― sussurou, mas Watson já tinha sentido o bafo fetido que pairava no ar. Precipitou-se contra ás escadas, enquanto o amigo apanhava a moldura caida ao lado da mesinha como se algo ou alguém tivesse se esbarrado nela. Subiram silenciosamente, e quando chegaram ao corredor foram recebidos por um silêncio constrangedor. Mary nunca saia de casa sem deixar um bilhete para o marido, e muito menos deixaria a doente sozinha. Era mais do que certo que algo estava errado. Quando Holmes abriu a porta, a visão que se seguiu a sua frente era assustadora. Mary estava desmaiada e inconsciente no chão, o criado mudo estava virado e a bandeja tinha ido ao chão espalhando peças partidas, e um homem vestido de negro com um capus na cabeça preparava-se para descer uma adaga sobre o corpo assustado de “Elena”, que tremia sem parar em estado de choque. O detetive voou contra o intruso empurrando-o de encontro ao chão e tentou a todo custo arrancar-lhe a adaga da mão. Dançavam numa luta de encontrões, pontapés e um coro de grunhidos enquanto mediam força. Holmes desferiu um murro com a sua mão direita acertando o outro diretamente no queixo obrigando-o a expelir sangue pela boca. Rebolavam, o intruso sem se dar por vencido e Watson tentava com dificuldades mirar-lhe o gatilho da sua arma.
― Dispara! ― gritou o detetive quando sentiu o gume da adaga roçar-lhe a garganta, o homem em cima de si cheirava a uma longa jornada de dias e noites a beber, e era capaz de morrer só pelo mau cheiro. ― Droga, Watson, dispara! ― Deu-lhe uma joelhada forte, e mais murros com a mão livre, e apesar de ficar atordoado ele não deixava de tentar furar Holmes com toda força que possuia. Escutou-se um tiro alto e cheiro de pólvora no ar, e então o homem de negro caiu para o lado.
― Mary! Mary! ― O médico correu até a sua mulher que tinha acordado com o barulho da arma a disparar. Tinha uma ferida na testa e ao levantar-se resmungou de dor na coluna. Holmes revistava o homem. ― Estás bem?
― Estou assustada, este homem entrou aqui e me arrastou com força até encontrar o quarto da tua paciente. Lembro-me de lutar e ele respondeu a altura. Desmaiei ― contou enquanto seu marido levantava a cadeira caida para ela se sentar.
― Francis Lobottom, um covarde que mata e bate mulheres ― disse Holmes a ler o passaporte que tinha encontrado no casaco dele, e também tinha dinheiro. ― Ia fazer o serviço e fugir. O que cobrou não foi barato, o que deve significar estar sob o comando de alguém rico.
A testemunha na cama tremia sem parar, lágrimas caiam de seus olhos e Watson correu até ela acalmando-a e acariciando-lhe os cabelos desgrenhados.
― Tudo ficará melhor, não tenha medo. ― disse e ela mesmo com dificuldades inclinou-se para esconder a face no peito do médico. Ainda não tinha parado de tremer. ― Está traumatizada.
― Obviamente, meu caro. Ninguém gostaria de ser assada viva. ― anuiu a revirar o corpo sem modos. ― Não precisavas de tê-lo matado.
― Disse Lobottom? Esse é o nome do nosso carteiro. ― Mary ergueu a face e fixou o olhar no detetive que franziu. ― O outro foi trocado. Sempre vinha trazer as correspondências e o jornal.
Assim que retiraram o capus da face do homem, Watson não escondeu o horror por ter matado o seu próprio carteiro, mas percebeu logo pela cara do amigo que todas as suas correspondências estavam a ser vigiadas, tanto quanto ele.
― Deverás ficar aqui em Londres com Elena. ― disse Holmes seriamente. ― Eu vou á Roma, arranjarei um método eficiente para falar contigo.
― Mary, deverás ir para casa da senhora Cecil Forrester. Ela ficará feliz pela sua presença, só até este caso terminar. ― disse o doutor com o maxilar cerrado, a mão ainda deslizava automaticamente pelos cabelos de sua paciente que se tinha acalmado em seus braços.
― Mas John, o caso é do senhor Holmes e..
― E eu sou o seu companheiro!
― E eu a sua companheira! ― redarguiu, enquanto Holmes olhava pela janela indiferente a discussão do casal.
― Então fará o que lhe peço. Virei visita-la, espero que esteja mais segura lá. E prometo que não trarei nenhum outro caso para dentro de nossa casa. ― Fitou Holmes, que sentiu o olhar do amigo na sua nuca mas continuou a ignorá-lo. ― Eu ficarei com Elena.
― Ótimo, vou chamar alguém da Scotland Yard. É preciso retirar este corpo daqui. ― Holmes deitou um último olhar para a marca com o formato de chave no pescoço do morto. Elena tinha uma igual.
Re: My Beloved, Watson.
E que é que esconde essa marca de chave? E porque é que o "carteiro" está metido nisso? E porque é que eu tenho de esperar tanto para saber o resultado das minhas dúvidas?
Um Holmes a chegar a tempo... Será que essa tendência se vai manter para sempre? Ele pode não estar "lá" quando for mais preciso... Watson, não falhes ao nosso detetive! :D
PS: Não reviste o texto, pois não? Tens alguns erros e repetições, mas como é anormal na tua escrita, assumi que fosse falta de uma segunda leitura :)
Um Holmes a chegar a tempo... Será que essa tendência se vai manter para sempre? Ele pode não estar "lá" quando for mais preciso... Watson, não falhes ao nosso detetive! :D
PS: Não reviste o texto, pois não? Tens alguns erros e repetições, mas como é anormal na tua escrita, assumi que fosse falta de uma segunda leitura :)
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