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From Yesterday - 30STM

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Mensagem por CatariinaG' Sex maio 18, 2012 1:53 pm

Calculo que já saibam o que isto é...
A lengalenga é a mesma, quando cabeças não funcionam ou se fecham fóruns ou se escrevem coisas como estas...
Como não me deu para fechar nenhum fórum, acabei por escrever isto ;)

Comecei a ler tudo de novo nestes dias, só para ver o que é que eu mudava se refizesse tudo, gostei tanto que publico tudo de novo por aqui, todos os dias um capítulo :)

Beijinho

____________________________________________________________________________________________________________________

Nope!
Não era a primeira vez que eu os ouvia no meu iPod, e de certeza não seria a última, mas era a primeira que os ouvia no iPod e pensava que os podia conhecer mais tarde ou mais cedo.
Não, também nunca fui a fã perfeita.
Nem sequer me poderia considerar como sendo uma grande fã durante os vários anos que eles estiveram na ribalta. Pouca coisa sabia sobre ele, a não ser que o vocalista tinha uma boa voz, uma boa imagem…
Credo!
Vistas as coisas conhecia-o melhor que todas aquelas miúdas no liceu.
A primeira vez que o vi foi naquele horrendo filme com o Colin Farrell, aquele filme que me fez querer casar e ter um monte de filhos. O problema estava no facto de não saber bem com quem é que eu queria ter os filhos - com o Hefeiston ou com o Alexander. Ou por outra, se queria ser ‘empragnada’ pelo Colin ou pelo Jared.
Grandes dramas os meus durante a adolescência! Parece que não, mas esse foi um dos meus maiores dramas de adolescente, saber quem é que poderia vir a ser o pai dos meus filhos.
Depois de assistir o mesmo filme num só dia, por longas repetições de ver e voltar a ver, e ver novamente os meus futuros noivos, fui para o liceu e contei à minha melhor amiga uma ‘pequena’ biografia sobre o Jared Leto, que a maior parte das raparigas desconhecia. Disse-lhe que Jared tinha uma, até então, uma pequena banda na localidade onde residia, que por acaso tinha ouvido no youtube.
Ninguém parecia conhecê-lo até que um dia, assim do nada, ouvi um monte de raparigas com a revista BRAVO na mão e a cantarolar o The Kill, quando semanas antes eu tinha sido a primeira a ouvir a música, pelo menos no meu colégio. Semanas depois já havia tatuagens ECHELON nos braços, nas pernas do pessoal, por muito pouco que as testas escaparam. Não sei porquê, mas um ódio enorme surgiu nas veias, estava cheia de ciúmes, talvez inveja: Porcaria para a TV Cabo e para as rapariguinhas portuguesas que de repente se começavam a parecer mais vampiras que o próprio Edward Cullen.
Anos mais tarde acabei por me fartar de ver cenas na televisão de miúdas a gritar o nome do Jared, e da sua banda, e com aquelas fantásticas tatuagens ECHELON e a cantar ‘From Yesterday’, quando tinha cada vez mais a certeza que eu tinha sido uma das primeiras a conhecer aquela música.
Mas a mentalidade começou a evoluir e o desejo por ser a melhor e a maior acabou por se definir noutras coisas, em projectos e em trabalhos que ao longo do tempo obteriam o seu sucesso digno, e acabei por deixar a mágoa para trás e por me aperceber de uma coisa: fã não é aquela que foi a primeira a ouvir, mas sim é aquela que será a última a ouvi-los!
E lá se tornou o meu eu! A fã perfeita, a que morria de ciúme deixou de ouvir 30 Seconds to Mars, e se ouvia era porque tinha uma ou duas músicas no seu Mp3. Talvez tivessem sido as fãs mais novas, ou as tatuagens, talvez a maneira como tinha levado até então a minha homenagem por eles, o meu gosto pela banda, talvez as obsessões de crianças, talvez o jeito manhoso de cada menina que rondava o Jared nos seus concertos, talvez o facto de eu me ter encorajado a gostar de uma banda sem ter de a venerar todos os santos segundos… Não sei, qualquer coisa me fez mudar, e radicalmente, sem qualquer piedade, deixei de pôr os CDs deles na minha aparelhagem, ou as músicas deles no meu iPod.

4 Anos depois ali estava eu, à frente do computador.

Uma nova rapariga.
Uma nova pensadora.
Uma menina com objectivos por cumprir e sonhos realizados, que podia resolver qualquer problema sem ter de chorar, uma menina que só sonhava com gente grande que estivesse a poucos quilómetros de si, que não sonhava tão alto de maneira a não cair ao chegar lá acima. Hmm… Bem, isso não é realmente verdade!

Aqui vai o primeiro dia do resto da minha vida!

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Mensagem por PandoraTheVampire Sex maio 18, 2012 1:59 pm

Muahaha awesome. Vou gostar de ler isto outra vez :p Venha daí mais! ^^

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Mensagem por Nitaa Sex maio 18, 2012 2:03 pm

Mas que é isto??? Amei mesmo! Fiquei curiosa desde o principio até ao fim.
Além disso, eu amo 30stm *--* Logo a cereja no topo do bolo xD
Quero mais definitivamente. Quero saber o que vai acontecer. Opá continua por favor!!!
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Mensagem por CatariinaG' Dom maio 20, 2012 9:47 am

Houve mudanças neste capítulo, não na história, mas nos diálogos e na sua composição.

Capítulo I

Nope.
Não era a primeira vez que os ouvia no iPod, muito menos seria a primeira que via posters deles espalhados em cada esquina.
Fui pelo corredor acima.
Casais mostravam-se felizes, ou escondiam por detrás uma qualquer mentira, enquanto assinalavam e rabiscavam e apontavam qualquer coisa nuns quantos panfletos que estavam na recepção.
Tinha-me finalmente licenciado em Ciências da Comunicação na vertente de jornalismo. Tinha conseguido há pouco tempo um estágio numa revista de música e moda, que tinha parceria com a MTV. Não era o meu emprego favorito, muito menos o ideal, e menos era aquele que eu queria ter prosseguido, mas era o que tinha.
O meu sonho era outro.
Ser repórter de guerra, embora em certas bandas os seus próprios concertos se tenham, de facto, tornado pior que guerras, com miúdas de 12, 13, 14 anos a berrar o nome de cada um dos elementos da banda. Apena faltava nisso uns quanto assassinatos aquando de tentarem apanhar o lenço de papel onde o Nick Carter se tinha assoado.
Não tinha a melhor das chefes, sendo que a criatura tinha a mania que era melhor que eu, embora só andasse envolvida com o director da revista, Diogo Sant’Ana.
Judite Martinez, o nome dela.
Loira falsa, que pior que isso tinha a mania que era loira de nascença, antes fosse, talvez a burrice não tivesse descido tão baixo. Tinha um sobrenome espanhol inventado, que desde sempre que toda a gente sabia que aquele não era o apelido original dela. De espanhola não tinha nada, talvez o peito que era enorme, mas isso não era devido à sua falsa identidade espanhola, mas sim aos trocos que o ex-marido lhe tinha dado durante a lua-de-mel que concorreu a divórcio logo de seguida. Desde a minha estadia na redacção que ela fazia questão de me mostrar todos os santos dias que era ela quem mandava enquanto o seu queriduxo estava fora em trabalho.
O meu telemóvel despertou-me dos pensamentos, e quase deixei o dossier cair.
– Fogo! Isso assustou-me! – queixei-me.
Atendi o telemóvel com um olho no corredor e com o outro torto ao ver o nome que surgia no visor. Coitadinha da menina Judite, estava tristinha com saudades do seu cutxy-cutxy! Só eu é que não tinha um cutxy-cutxy com dinheiro nos cofres nas ilhas Caimão, como se realmente u fosse desse jeito. Não era, e não sou! Muito dinheiro faz buracos na carteira.
– Tens a certeza que vais estar lá a horas? – indagou com a mais rude maneira possível.
– Sim, sim. Estou no hotel. Só me falta…
– Só te falta? O que é que te falta? Tu não em digas que não levaste o dossier que te dei com a informação.
Dossier? Claro que levei a porcaria do dossier que ela me tinha dado, mas aquilo não tinha lá informação nenhuma que eu desconhecesse, aliás tinha tanta informação como a cabeça dos paparazzis e dos obcecados.
– Sim, levo sim. Estou mesmo a chegar, só…
Indaguei se não devia desligar imediatamente a porcaria do telemóvel. O Blackberry era lindo, branco e com a borda dourada, completamente personalizado, mas a voz que constava do outro lado dele era terrivelmente assombrosa, uma achega-dinheiro que exasperava por mais ainda, e pelo conteúdo do dossier estava à procura de um novo marido, este com a idade mais perto da dela, mas mesmo assim, um homem que na volta nem o cheiro dela aguentaria, caça-tesouros de um raio!
Lá arranjei uma desculpa esfarrapada para desligar.
– Ehh, já sei onde é que estou… – pausa. – Já sei onde é que eles estão – menti.
– Onde? – perguntou curisosa.
– Ora, então… no hotel. – disse. – Já os vi!
– Já os viste?
– Já sim! – menti com todos os dentes que tinha na minha boca.
Menti, menti mesmo. E soube tão bem mentir, mas maldito do karma que na volta me cairia em cima. Que se lixasse o Karma, Karma era ela, e um dos piores, o quanto desejei que me tivessem posto numa jaula com leões lá dentro, sempre eram mais bonitos e simpáticos que ela, embora mordessem e muito provavelmente me matassem, mas queria eu lá saber da morte por dentes dos leões, ela punha-me mais louca que a doença da raiva de um cão, bem que perguntei ao director se tinha vacinas contra a raiva, ele riu-se e mandou-me ir buscar o casaco, íamos os dois ver o concerto dos Red Hot Chilli Peppers em Chicago nessa noite.
– Tenho de desligar – disse por fim.
– Mas…
– Telefono-lhe assim que terminar.
– Mas…
Nem me dei ao trabalho de ouvir o resto que ela tinha para me dizer. Na volta pedir-me-ia para fazer uma chamada de vídeo, ou assinar as minhas meias para lhe depois dar quando chegasse a Lisboa. Desliguei o telemóvel com um grane sorriso na cara, e verdade fosse dita, eu não fazia a mínima das ideias onde é que raio eu estava. Tinha seguido o hall de entrada para um corredor que tinha uma quantidade de indicações que se comprometiam a resumir que aquele hotel tinha mais salas de conferência que o parlamento Europeu.
Entrei numa sala branca com um design super brilhante.
Era uma das mais bonitas salas que tinha visto naquele hotel.
Desconhecia aquele hotel, era a primeira vez que ali estava, e não era ali que estava alojada, estava no Mariott, bem perto do Ground Zero, enquanto aquele era o Hilton New York.
Uma sala gigante com uma vista tremenda para a baixa de Manhattan. Ao longe via-se a grande torre da liberdade, assim como se via a própria estátua da liberdade. Aquele azul-marinho contratante com a cidade do prazer, a cidade mais bela e mais viva, a cidade que nunca dorme.
Tinha janelas num meio da sala, e a outra parte estava pintada de branco com traços pretos que davam a sensação de se conseguir ler liberdade, ostentação e amor, não sei se era uma piadinha para mim visto que estava num dos países mais livres, ou se ostentava poder subir na carreira, e que estava em fase de namoros acabados. Fosse como fosse, tinha de sair da sala, pois estava completamente vazia.
Aquando de sair da sala lancei um olhar para a sala enorme que se encontrava à minha frente, mais uma vez não fazia a mais completa ideia de onde é que estava. Tentei procurar outra indicação que me levasse de novo ao hall de entrada, mas sem qualquer resultado.
Quando estava finalmente a ganhar coragem para me pôr a telefonar para a recepção do próprio hotel para me alguém vir buscar, vi um rapaz a vir até mim. O meu coração disparou. Realmente não estava pronta para aquilo. Um homem alto, não muito mais alto que eu, que sou bem baixinha, devia ter perto dos seus 1.70, bonito e com uns olhos que faziam inveja aos modelos masculinos.
“Ai Catarina, no que te foste meter, agora nem os teus pés consegues mexer.”
– Profissionalismo, profissionalismo acima de tudo – sussurrei para mim própria.
– A fugir do chefe?
– Ahm? – estava hipnotizada. – Sim, não… Sim!
Senti corar.
Sim, sabia perfeitamente quem é que estava à minha frente.
– Qual é a história? – perguntou rindo-se.
– A história? – gaguejei. – A… a… Porquê?
– A tua história?! Porque é que também estás a fugir do chefe? – perguntou. – Demasiado em cima de ti, o marido?
Ri-me.
Olhei para as minhas mãos.
Já não tinha aliança, nem sequer a de comprometida. Tinha-a tirado assim que tinha posto os pés nos Estados Unidos, o meu namorado tinha decidido que era tempo de dar tempo e espaço. Espaço já ele tinha, tempo apenas quatro dias, que era o tempo da minha estadia em Nova Iorque, mas isso logo se tinha tratado, queria um tempo? Muito bem, a Catarina dava-lhe o tempo, todo o tempo do mundo, dei-lhe o tempo, dei-lhe as flores que ele me tinha comprado, dei-lhe os CDs, as camisolas, as t-shirts…
Levou com os pés e só não levou as botas Timberland que me tinha comprado porque eu as adorava.
– Não sou casada – disse.
– Ah! Trabalho mesmo?
– Sim, estou literalmente a fugir do chefe – ri-me. – E tu?
– Eu? – indagou. – Eu o quê?
– Tu?! A tua história. Quando vieste ter comigo perguntaste-me se eu ‘também’ estava a fugir do chefe. Calculo que casado não sejas… Não sei, ainda não recebi nenhuma actualização sobre isso – garanti-lhe com um sorriso e com as minhas bochechas coradinhas. – Além disso pensei que não tivesses nenhum chefe…
Ele riu-se e acenou.
– Nã… É só o meu irmão. Às vezes consegue ser mais doloroso que um pontapé no rabo.
– Posso escrever isso na revista? – brinquei.
Ele olhou para mim e atirou as mãos dele à cara.
– Oh! És a jornalista. – comentou com um ar admirado.
– Oh! Desculpa! – disse rapidamente. – Sou, sim...
O rapaz coçou o cimo da cabeça e riu-se.
– És jornalista... não parece...
– Mas sou... – ri-me. – Mas estava a brincar quando te perguntei se...
Tinha encarado a conversa como uma brincadeira e pouco me interessei se ele ia descobrir ou não se era jornalista. Nem sequer me tinha lembrado que por norma, se previamente ele soubesse que eu era jornalista, provavelmente nem teria metido conversa comigo. Lancei as minhas mãos ao alto, na minha mente, como é lógico, não me ia pôr a fazer lamúrias, a porcaria já tinha sido feita, não ia poder, de maneira alguma, voltar atrás. Por isso, mais valia pôr-me a andar.
– Estava a gozar… – disse ele por fim. – Não precisas de ficar tão incomodada – apurou. – Já agora, como é que te chamas?
Tanto alarido para depois me dizer: ‘estava a gozar contigo’. Olhei para ele com cara de quem não tinha achado piada nenhuma à brincadeira, tinha 21 anos, não parecia, mas queria manter-me o mais profissional possível, e… Bem, na verdade até achei bastante engraçado ele ter feito aquilo. Pregou-me um susto dos diabos, já me estava a fazer pensar que ia chamar a polícia por tentativa de descobrir ‘segredos’ por meios privados e estranhos. Ele riu-se descaradamente e acabei por me rir também, talvez uma das melhores memórias que tenho com ele, o facto de ele num segundo parecer super irritada e no outro mostrar que estava a gozar na minha cara. Deu para ver que ele pouco quis saber se eu era jornalista, ou se pertencia ao FBI. Ao contrário dele, já o tinha visto milhões de vezes, e só não o tinha visto mais vezes porque a MTV passou de Music Television para algo que é melhor não explicitar, e claro, porque eu desisti de os ouvir, e de os ver, mas na verdade não o conhecia, não mais que isso.
– Finalmente! – um homem mais velho que o outro disse ao surgir de relance. – Onde é que raio estiveste tu? – por milésimos de segundo não percebi para quem é que ele estava a falar. A verdade é que ainda hoje acho que ele estava a dirigir-se a nós os dois.
O homem olhou para mim e cumprimentou-me sem ter a melhor das intenções, parecia que me ia comer ali viva e que não queria, de longe, que eu ali estivesse.
Richard Simmons era o nome dele, um homem visivelmente sem paciência, e que odiava groupies até dizer ‘mais não!’. Comparando os dois, devo dizer, com total liberdade, que o Shannon era de longe bem mais simpático e atraente que o seu manager. Não que o manager fosse feio, mas era antipático até dizer chega, e eu estava a ficar sem paciência para pessoas mal-humoradas, ou talvez ele fosse pago para ser assim aquando de não haver qualquer segurança por perto.
Não demorou muito para o Richard insinuar que eu não devia estar ali, e que não devia enganar o Shannon a fingir que era uma rapariga ‘normal’, segundo as suas palavras, para conseguir qualquer tipo de informação viável e inviável, pública ou secreta, como se realmente eu quisesse saber alguma coisa secreta, não me meto na vida das pessoas assim desse jeito. E não era o caso do Shannon ser um pobre coitado inocente que não sabia distinguir uma caça-tesouros de uma pessoa normal como todas as outras com quem apenas meteu conversa, e que não lhe ofereceu um anel de diamantes e um pedido de casamento logo no primeiro encontro, sendo que aquilo nem sequer tinha sido um encontro e nunca se tornaria num encontro, nem no primeiro, nem no último.
Com medo de ter de cancelar tudo o que estava marcado, comecei uma gentil discussão com o Sr. Sou Rude Até Dizer Chega e Mesmo Que Diga Chega Eu Não Paro!
– Estou meio perdida no hotel. Mr. Leto apenas me falou de forma a ajudar. Não tive qualquer intenção de o massacrar com perguntas… A minha entrevista é apenas sobre a banda em si – disse constrangida.
Por momentos os dois entreolharam-se, pelo menos deu essa sensação.
Uma rapariga tão mais nova que quase não respirava no meio das frases que dizia enquanto falava e que rapidamente dizia tudo o que achava sem qualquer tipo de problema.
Nem sequer dei um soluço com falta de ar, pura e simplesmente respirei novamente e esperei que algum deles desse por resolvida a situação.
– Peço desculpa se dei a entender o contrário – disse rapidamente.
– De certo, os dois estavam a falar sobre o tempo.
– Não! – disse inocentemente. – Claro que não, porque raio haveríamos de… oh!
Shannon deu uma gargalhada e olhou para mim. Só passado uns segundos é que percebi o que significava aquela pergunta. Os dois riram-se, um mais que o outro. Senti a minha cara queimar de cada vez que sentia os olhos deles em cima de mim. Ora bem, resumidamente, estava à frente de um dos membros de uma banda que era mais amada em Portugal do que o próprio Pastel de Belém.
– Bem, o Tomo deve estar à minha procura. Estamos os dois a fugir do chefe…
– Chefe? – indagou Richard.
– Sim, coisas nossas! – sorriu Shannon. – Prazer em conhecer-te…
– Catarina. O meu nome é Catarina.
Com alguma dificuldade em repetir o meu nome, acenou e foi-se embora com um sorriso espalhado na cara. Num instante desapareceu, e eu por segundos pensei ter visto o relance de alguém, que tal como ele, eu reconhecia bastante bem.
– Mais uma vez, – comecei depois de o Shannon ter saído – peço desculpa, não tinha intenção de invadir…
Richard olhou para mim, e de repente, sem qualquer aviso levantou o dedo indicador dele e fez um sinal para o seguir. Finalmente ia sair dali, já não era sem tempo.


Última edição por CatariinaG' em Dom maio 20, 2012 10:05 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por anokas_03 Dom maio 20, 2012 10:02 am

OMG!
CATARINA!
Como é que eu ei de por isto em termos seguros para a tua saúde mental...
OMG!! ADOREI ADOREI E ADOREI!!!
Escreves tão BEM!
Eu já tinha lido um pouco no outro fórum, mas tinha muito pouco tempo, e tive de parar de ler, mas agora, prometo, que vou ler isto até ao fim!
OMG
Estou-me a passar neste momento.
30 SECONDS TO MARS :cheers:
Quero mais!
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Mensagem por Nitaa Dom maio 20, 2012 11:19 am

OMG!! Que Maravilha!!
Vou seguir de certeza, ainda por cima eu que amo 30stm e a protagonista tem o meu nome :P
Continua *--*
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Mensagem por Fox* Dom maio 20, 2012 11:56 am

Catariina, nem sabes como gostei desta história, de todas as aventuras e desventuras deste casal!
E sem dúvida que me vai saber muito bem entrar e rever algumas das minhas personagens (e momentos!) preferidos!
Tenho a certeza que os teus leitores vão adorar a tua original! :D
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Mensagem por CatariinaG' Seg maio 21, 2012 4:25 pm

Capitulo II

Depois de ter ouvido um raspanete horrível sobre não poder estar com ninguém da banda sem ter alguém a assegurar que não perguntava nada que os pudesse, e não pelas palavras dele, tramar, acabei por apanhar boleia do meu próprio pé e fui até ao Starbucks almoçar.
O almoço não foi grande coisa, talvez porque não tinha companhia, ou mesmo porque o Wrap vegetariano me tinha caído mal no estômago.
Enquanto dava os últimos retoques aos meus rascunhos de perguntas, olhei pela janela e vi Shannon sair do hotel com o Tomo, enquanto ia enfardando um muffin de mirtilos.
Perguntei-me se ainda estariam a tentar esconder-se do chefe, pareciam demasiado descontraídos para continuarem a fugir do irmão de Shannon.
Vi os entrar dentro da Luis Vuitton. Ainda me admira como é que o Shannon se veste tão desportivamente e consegue entrar numa loja daquelas...
Estava acordada desde as 6 da manhã, e vê-los caminharem por entre as esquinas de Nova Iorque fazia-me bocejar cada vez mais. Olhei para o relógio e vi as horas, não era tarde, mas devia-me despachar, a entrevista estava marcada para as 4, faltava uma hora e meia.
Quando entrei no hotel de novo, as horas pareciam ter parado de passar, estava com tanto sono que nem a música do meu iPod me conseguia acordar.
Sentei-me num sofá vermelho no hall da recepção.
– What the hell! Mas porque é que… A sério, Damn it! Aqueles dois estão feitos… Não se safam. RICHARD!
A voz dele despertou-me a atenção, percebi perfeitamente quem é que estava nas escadas do hallway. Para minha sorte Richard não estava ali. Quem ali estava, estava a chamá-lo e não estava feliz.
Mr. Carter não andava por ali, na volta devia estar a dar um raspanete a mais alguma rapariga sobre o que ‘Não se faz’ quando se está com a banda.
Quem estava ali era eu e não me estava a sentir tão bem quanto esperava.
Vi o rapaz descer as escadas.
– Ai que...
– Damn it! Quando os apanhar juro que… – dirigiu-se ao hallway com o telemóvel na mão.
A rapariga que atendia rapidamente os hóspedes lançou um repentino olhar para o rapaz que tinha acabado de descer as escadas. Baixou a cabeça quando o viu dirigir-se ao balcão, mas lançou-lhe um olhar meio escondido quando se apercebeu que ele parecia querer saltar para o outro lado do recepção. Ao sentir os olhos dele embaterem-lhe na cara, corou de repente e respirou bem fundo, parecia querer enfiar-se num buraco.
Suzz, a recepcionista de cabelos castanho-claro, não era a única na sala a querer esconder o que parecia ser uma aventureira e teimosa paixão de adolescente, nem eu mesma me escapei, o meu corpo tinha entrado num caótico furacão de excitação e calor, de um momento para o outro quis sacudir as minhas roupas, largá-las no chão e saltar para cima dele. Sentia a minha cara arder, estava corada e empolgada e parecia que me tinham pegado fogo ao corpo tal foi a forma que me levantei do sofá não fosse a tamanha excitação.
Senti os meus braços tremerem... E tive uma espécie de epifania:
'Isso é que vai ser... conseguir aguentar a entrevista toda com ele...' Ouvia a minha voz lá atrás a dar-me cabo da canastra, mas ele era tão...
Respirei fundo, não fosse o caso de ele olhar para a zona dos sofás e reparar na rapariga morena que ali estava no sofá vermelho.
Mudei o meu olhar de direcção, se continuasse daquele jeito tinha de ir correr para a casa de banho tomar um duche, e ele pouca atenção me deu, a mim e às outras que o bajulavam.
Os olhares alcançavam-no.
'Profissionalismo… Profissionalismo!' pensei. 'Profissionalismo acima de tudo!'
Estava a ser tudo menos profissional, e estava-me a meter nojo o facto de ainda não ter escondido e esquecido uma paixão de secundário que deveria ter desaparecido quando eu ainda andava no secundário.
Um Photoshop autêntico, e graças a deus, ou graças ao cabeleireiro dele, o cabelo desta vez não estava pintado de rosa como da última fotografia que constava no dossier que Judite me tinha dado, isso seria bastante degradante, sem dúvida que em vez de me estar a espernear por vê-lo, estaria a rir-me da cara dele.
Mas o sacana era lindo.
Aqueles olhos, bem… mal lhe vi os olhos, sinceramente, estive mais interessada em olhar para o rabo dele.
Sou jornalista, mas não deixo de ser mulher!
O pobre nem deu conta, deu meia volta e foi-se embora danado com Shannon e com Tomo.
Tinha os rascunhos na mão, mas não conseguia fazer mais do que já estava feito, e a tremer daquele jeito, nem com ameaças conseguia acabar.
Fui até ao balcão, quando o rapaz desaparecera e perguntei se havia alguma sala livre para onde eu pudesse ir acabar de escrever as perguntas, embora na verdade devesse ajoelhar-me e pedir a Deus para me dar sorte, muita muita sorte!
– Obrigado! – respondi rapidamente com um sotaque um tanto ou quanto estranho.
A rapariga acenou, ainda corada e voltou-se de novo para o computador.
Peguei no dossier e fui para outra sala. Uma sala preta e branca. Se bem sabia era em frente, e logo depois direita, esquerda, subir as escadas e…
Pronto lá estava eu perdida novamente no hotel. Já começava a ficar cansada de tanto corredor e escada, elevador e janelas que me levavam à completa das completas vertigens.
Nova Iorque era bonita, mas vista de cima dava tonturas.
Finalmente!
Entrei na sala sem bater à porta, estava vazia – utilizando as palavras da recepcionista.
Sentei-me num cadeirão junto da mesa das bebidas.
Pus os phones nos ouvidos.
Kanye West in the house!
Durante o refrão todo da música fui assimilando ideias e preenchendo num papel rabiscado de letras e números, as várias ideias que tinha para o começo da entrevista. Com os olhos fechados, a música foi-me conquistando devagarinho, bem devagar, como se eu nunca a tivesse ouvido anteriormente. Além de escrever ia cantando, escrevendo e dançando com as minhas pernas. O meu laptop tinha ficado no hotel, sorte a dele…
A parte da música que mais gostava tinha chegado e lá fui eu, enterrando-me na música, conquistando cada nota pela minha boca, pelos meus lábios. Parei de escrever por um instante e fechei os olhos e cantei:
You say you wrong, you wrong, I'm right! || I'm right, you're wrong, we fight. || Ok, I'm running from the light, || running from the day to night || Oh, the quiet silence defines our misery || The riot inside keeps trying to visit me || No matter how we try, it's too much history || Too many bad notes playing in our symphony || So let it breathe, let it fly, let it go || Let it fall, let it crash, burn slow || And then you call upon God || You call upon God!
Um toque repentino fez-me arrepiar a espinha.
Mesmo muito antes de ter coragem de abrir os olhos senti um perfume doce no ar, Dolce & Gabbana for man.
O meu estômago contorceu-se e eu, com dificuldade, respirei.
Abri os olhos numa rápida tentativa de ver quem é que ali estava, que raio de parvalhão me tinha assustado daquela forma.
– What the… – nem terminei.
O resultado, embora inesperado, foi desagradavelmente interessante.
Senti um novo arrepio na espinha, bem mais doce que o anterior, mais compensador, mais enérgico. Demasiado enérgico, demasiado encantador, demasiado embaraçoso, quase lancei uma náusea no segundo em que vi aqueles olhos azuis-claro.
Corei!
Good lord! Eu… Assustaste-me! – disse forçosamente enquanto procurava descanso longe dos olhos dele que me pareciam hipnotizar.
Cantas… Hmm, como é que te posso dizer isto de maneira a não te magoar... Cantas… Curtes Kanye West?
– Não tens que…
Levantei-me enquanto ganhava algum equilíbrio.
– Sim, gosto de Kanye, e tu...
'Que pergunta foi essa?! A música é da banda...'
Esquece, entusiasmei-me…
– Entusiasmaste-te e bem. Sim, eu vi. Aliás, ouvi – disse enquanto me olhava de cima a baixo.
Senti-me tão embaraçada.
A música era dele.
Que mania a minha de pôr os phones no nível mais alto.
Quem é que eu pensava que era?
Afastei a franja dos olhos e levantei o olhar.
– Para tua informação não canto assim tão mal.
– Pois não, mal é fav... Quem sou eu para saber o que é desafinar, não é?!
Ooh… Pois claro… Como é lógico, Jared Leto acha que me pode dar lições de canto…
Querida, tu nem com lições de canto lá vais! – disse.
Fiquei frustrada.
Sabia perfeitamente que não tinha o mais belo dos dons, mas também não precisava de ouvir aquele homem a dizer que berrava em vez de cantar.
No fundo, bem lá no fundo, fiquei com vontade de gozar um pouco o momento, mas tinha de ser profissional, profissional.
Que se lixe o profissionalismo! – berrei em português.
Ele olhou para mim espantado.
– Não és inglesa? – indagou.
Não, sou turca – sarcasmo ao mais alto nível.
Olhou para mim e torceu o nariz.
Sen güzelsin! – disse.
– O quê?
– Turca não és – constatou.
– Jura?!
– Espanhola?
A sério? – indaguei. – Achas que tenho cara de espanhola?
Olhou-me de cima a baixo e acenou com um sorriso que me fez arrepiar novamente.
Aqueles olhos, os olhos mais simples do planeta, iguais a milhões de pessoas.
Os olhos, a boca…
Oh!
Os lábios dele.
Cocei atrás da orelha como se fosse uma gatinha com pulga, e ri-me.
Senti-me novamente corada, não conseguia resistir, e não conseguia esconder.
Esticou-me o braço e apresentou-se.
– Jared – disse.
– Não fazia a mais pequena das ideias, sabes?! – comentei com ânsia.
Riu-se.
– Não és mesmo espanhola?
– Não, que eu saiba não, mas nos dias de hoje nunca podemos tomar nada por garantido – pisquei o olho e ri-me. – Bem, tenho de ir embora, tenho uma reunião às 16h30.
– Interessante, eu também. Vamos juntos.
– Ehh… Não!
O nome do Richard soava-me bem alto na cabeça. Tinha de ter aquela peça, tinha de conseguir aquela entrevista, nem que tivesse de subornar o raio do manager, precisava daquela entrevista, mostrar à Judite que eu sabia o que fazia, mostrar ao meu director o quanto ele tinha acertado ao me ter escolhido entre as outras candidatas todas.
– Não? – indagou.
Não – repeti. – Não dá. Já estou atrasada.
Fugi da sala como se fosse a correr esconder-me do príncipe, apanhar a carruagem antes que o feitiço da fada-madrinha se desfizesse, só não deixei o sapatinho cair. Levei a porcaria do dossier comigo, se fosse o caso do Jared o abrir quem acabava por sair condenada era eu e não a Judite, e na volta tinha sido por isso que ela tinha feito tanta questão em fazer-me levá-lo para Nova Iorque.
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Mensagem por PandoraTheVampire Seg maio 21, 2012 4:28 pm

Muahaha ainda mais awesome do que aquilo que estava, se é que isso é realmente possível! Apesar de já saber o que vai acontecer, vou continuar a ler, pois claro! :p kissu

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Mensagem por Nitaa Seg maio 21, 2012 4:38 pm

GOD!!! AMO AMO AMO AMO AMO AMO!!!
Já disse que amava??
Quero mais!
Please!!!
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Mensagem por CatariinaG' Qua maio 23, 2012 3:06 pm

Pandora, isto vai mudar...
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Mensagem por PandoraTheVampire Qua maio 23, 2012 3:24 pm

Ai é? Ainda mais awesome! Toca a postar! :p

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Mensagem por Fox* Qua maio 23, 2012 4:44 pm

Eu não sei se isto mudou muito, mas a verdade é que me deixou a rir como da primeira vez, com o sarcasmo dela e o encanto dele! E, tal como da primeira vez, deixou-me na pele da personagem, na paixão e no desejo dela por ele! Adorei a cena levemente "histérica" no átrio do hotel e mais ainda quando ele lhe disse que não sabia cantar! Super divertido, mais uma vez!

Beijinhos
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Mensagem por CatariinaG' Seg maio 28, 2012 9:29 pm

Capitulo III

Não corri, embora os meus All-Stars mo tivessem permitido, assim como o facto de não estar a usar nenhuma saia. Nunca fui grande pessoa de andar de saltos-altos, quando uso saia tem de ser mini, que saias até ao joelho não me permitem correr, muito mini também não, há sempre o perigo de mostrar o que não quero.
Andei o mais rápido possível, enquanto via Jared a olhar para mim.
Não consegui ver a expressão da sua cara, mas não devia ser de grande felicidade.
Não fiquei enervada de me ter dito que cantava mal, já o tinha ouvido da boca de todo a gente, ou seja, naquela altura, o sonho de fazer um dueto com o Bruno Mars tinha-se desvanecido, talvez fosse convidada para limpar a bateria dos 30 Seconds… Who knew?!
Finalmente tinha encontrado o elevador que me levaria à esplanada onde ia entrevistar a banda.
Sentei-me num cadeirão que estava bem na ponta da esplanada onde se via: VIP only.
Não que fosse alguma pessoa importante para ali estar sentada, não que eu realmente achasse que os 30 STM eram um grupo de pessoas importantes, porque, para mim, importantes não eram, Pronto, naquela tarde eram… eram eles que me iam dar uma peça para a revista. De resto, a importância deles resumia-se a… nada?!
Pedi uma 7UP com limão, sem gelo. Odeio gelo!
Encostei-me para trás e olhei para a bela extensão de edifícios que ali se mostrava.
– Ali! – ouvi uma voz familiar.

Shannon alcançou-me com o olhar e acenou para mim como se já me conhecesse há séculos. Richard fez o mesmo, e eu levantei-me.
Ao contrário do que pensava, Jared vinha atrás a falar com o Tomo.
– Hello! – cumprimentei com um sorriso. A minha cara não corou muito, felizmente.
– Olá de novo – disse Shannon.
– Estou a ver que o chefe te encontrou – disse baixinho.
– Ainda me vão explicar o que raio é essa treta do ‘chefe’.
Nem um nem outro fizemos comentários seguintes.
– Bem, vamos lá as apresentações – disse Richard, como se eu precisasse que ele me apresentasse os membros da banda.
– Olá… sou o Tomo – sussurrou e riu-se.
Oh! Fofura, o rapaz que parece mais tímido foi o único que me deu um beijo…
– E este é…
– Oh! És tu! – disse ele.
– Sou – sugeri.
– O quê? – indagou Richard indignado. – Vocês os dois conhecem-se?
– Não, eu… – comecei.
Fui interrompida.
Mas será que aquele homem não se calava?!
– Encontrei-a numa…
– Bem, vamos lá começar a entrevista – lancei.
Tinha de impedir que aquele homem me arruinasse a entrevista.
Jared acenou, o ar dele transmitia um certo segredo.
Percebia-se bem que estava surpreendido.
Não me tinha tomado com uma jornalista, muito provavelmente tinha pensado, por segundos, que eu era uma groupie.
Sentei-me de novo no cadeirão.
Shannon sentou-se ao meu lado, Richard do outro lado.
Tomo sentou-se à minha frente.
Jared ia olhando para mim com uns olhos que pareciam-me querer atacar, tinha passado de enervante a espectacularmente decadente. Nem eu o via bem, nem ele me via como deve de ser.
Não foi rude, até foi bastante simpático e divertido quando era a parte dele responde.
Mas aqueles olhares de quem queria saber mais do que já sabia começavam a mostrar-se cada vez mais inquietantes.
Quem devia estar a olhar para ele daquela maneira era Richard, que na verdade estava mais interessado em olhar para as minhas pernas e para o iPhone dele, do que propriamente a ter atenção aos olhares que o cliente dele me mandava. Não eram olhares de gozo, muito menos eram olhares de quem me queria levar a dar uma volta, não eram olhares de sedução, antes fossem. Ele estava indignado, bem indignado.
Fiz mais umas quantas perguntas até Richard se intrometer e dizer que a entrevista já tinha chegado ao fim… e eu a pensar que era a jornalista a decidir. Não quis levantar pó, por isso, saudei-os com um aceno, disse obrigado e fui-me embora. Tinha lá chegado primeiro, e tinha sido a primeira a sair de lá. Dirigi-me ao bar para pagar a 7Up. Irra! Uma 7Up na esplanada custava o triplo. Engoli em seco e pousei o meu cartão de débito em cima do balcão. Vi o rapaz do balcão lançar-me um olhar extravagante, devia ser a primeira vez que via um cartão de débito e não um cartão visa, ou de crédito.
– Porque é que estás a olhar desse jeito?
– Eu? – indagou estupidamente.
– Não, o teu tio… – disse indignada. – Nunca te ensinaram que num balcão deves guardar essas caretas para quando o cliente já se tiver ido embora?
– Ahh, pois, eu…
– Tu nada. Já trabalhei atrás de um balcão dois anos e aprendi bem. E tu não tens nada que me olhar desse jeito, é um cartão de débito – disse enquanto tirava o cartão da máquina. – Não é um cartão de crédito, talvez porque os meus pais me ensinara a gastar apenas o que tenho, e não o que não tenho. É por isso que o mundo está virado do avesso, as pessoas usam dinheiro que não é delas. E tu, com a idade que deves ter já devias ter idade suficiente para pensares um pouco na porcaria de vida que deves ter – disse e fui-me embora.
Quem agora ficava indignada era eu. Palhaços àquela hora não. Nunca tive grande paciência, e se tivesse com disposição tinha-lhe dito mais umas quantas coisas.
Como normalmente, o meu tom de voz subiu durante aquela resposta longa, o que fez com que as pessoas do bar tivessem ouvido, assim como aqueles que estavam na secção VIP. Naquele instante pouco me interessou se alguém mais tivesse ouvido, talvez fosse bom ouvirem, talvez se tivesse tornado numa epifania.
Desci no elevador com a porcaria do dossier na mão.
Quando saí do hotel olhei lá para cima, como se me tivesse esquecido de alguma coisa.
– Quatro dias, Catarina! Quatro dias em Nova Iorque. Este é o primeiro. O que é que vais fazer? Ficar a olhar para um arranha-céus ou prender a vista noutros sítios?
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Mensagem por Fox* Ter maio 29, 2012 3:23 pm

A explosão dela foi espetacular! Não me lembrava desse episódio (só do momento em que o Jared fica absolutamente estupefacto por encontrar uma jornalista XD!), mas gostei do que "lhe" disseste!
Foi um ótimo timming para uma mini lição de moral! :D
Sério, mesmo sabendo o final disto (ou não!), continuo a gostar de ler!
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Mensagem por anokas_03 Ter maio 29, 2012 6:11 pm

Gostei tanto *-*
Quero mais!
A maneira com que ela se chateou com o rapazinho do balcão foi o must!
QUERO MAIS PLEASE :D
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Mensagem por CatariinaG' Sáb Jun 02, 2012 9:38 pm

Capitulo IV


O relógio batia nas 20h quando subi para o quarto do Mariott Hotel.
Tinha acabado de jantar.
Era a primeira vez em muito tempo que jantava sozinha, e ver tudo pintado de acordo com o dia de S. Valentim só me trazia nojo, raiva e sabe-se lá mais o que.
Levantei o ânimo quando fui para o quarto.
Fui ver as ideias que tinha tirado da entrevista, assim como as respostas de cada um dos elementos da banda… Tirei os phones dos ouvidos e liguei o iPod ao computador, e sentei-me em cima da cama com o Laptop no colo. Liguei a televisão, maldito DirecTV, um canal que existe na televisão americana que nos ajuda a mexer no comando, e etc. … É estúpido, resumindo. Meti música, a única que naquele momento me ia conseguir animar – Dog Days Are OverFlorence and the Machine. FoxNews foi a estação que mais me interessou, pela primeira vez ouvia-se falar de Portugal, mal, mas ao menos falaram…
Não sei até que horas aquilo durou, pois acordei com um pé para um lado, os braços para outro e com o Laptop literalmente virado ao contrário em cima da cama, por volta das 9h da manhã. Do bloco de notas, nem sinais dele.
O meu telemóvel continuou a tocar irritantemente. Levei as mãos a ele, sorte a minha que tinha enviado a última SMS antes de ter adormecido, e o telemóvel tinha ficado em cima da cama, debaixo da almofada, enigma, até hoje não percebi como ele ali foi parar.
– Que horas são? – perguntei. Mais parecia um ganir de cão que a voz de uma pessoa. Como é lógico ninguém me respondeu.
Atendi o telemóvel sem ver que o visor aparecia ‘desconhecido’.
– Sim? – respondi ao mesmo tempo que abria a boca num bocejo.
Hello, senhora jornalista portuguesa.
– Esse não é o meu nome – indignei-me. Ainda estava meio a dormir, não percebi bem quem é que estava do outro lado da linha.
Descobri a tua nacionalidade, não é espectacular?
Bocejei um pouco mais enquanto atirava a minha cara para o meio das almofadas.
– O que é que queres? – perguntei.
Dizer-te uma notícia.
– Que notícia?
A notícia! És portuguesa! – disse numa voz absolutamente feliz.
– Isso só foi notícia no dia em que os meus pais me fizeram – comentei rudemente.
Mau humor logo pela manhã?
– Sim, acontece quando alguém que me acorda sabe-se lá que horas são – resmunguei.
São 9h! – exclamou.
Levantei a cabeça e olhei em volta, estava um óptimo dia. O céu estava azul…
'Como é que raio deixei as persianas abertas? Ahh, o meu portátil…'
Bzz… alguém por aí? – perguntou.
– Sim, estou aqui. O que queres?
És assim tão mal-humorada a falar com actores?
– Não! Sou assim apenas quando um actor ‘barra’ cantor ‘barra’ Acho Que Sou Melhor Que Todo O Mundo me telefona enquanto estou a dormir.
A sério? É essa a tua opinião sobre mim?
– Que opinião?
Pestanejei enquanto ia ligando o portátil à corrente. Deus quisesse que eu não tivesse deitada à rua a peça que já estava terminada, ao menos lembrava-me disso, de terminar a peça no computador, tinha terminado, não sabia como e porque tinha adormecido, mas sabia que tinha acabado.
Acabaste de dizer que sou um Sabe Tudo.
– Não! O que eu disse foi que tu és um Acho Que Sou Melhor Que Todo O Mundo.
A sério? Achas que me acho?
– Sei lá! Mal te conheço.
Então, porque essa súbita observação?
– Sei lá! Fiquei chateada por me teres olhado daquela forma na entrevista. Não nos conhecemos de nenhum lado, e tu parecia que…
Que…
– Olha não sei… Não estás a gastar dinheiro demasiado nesta chamada?
Nã… É gratuita. Tenho um pacote de chamadas grátis.
Bolas! Um moche americano, ou um TAG, ou um raio que o partisse. Sim, era bastante interessante ter um despertador com a voz do Jared Leto.
Maldito o dia em que os teus pais te fizeram, Jared Leto!
A sério que achas que sou convencido?
– Não acho, porque não sei! Pareceste-me simpático, mas desceste novamente nos pontos ao acordar-me desta forma. Tenho mais três dias para aproveitar, e tu…
Aproveitar?
– Sim, aproveitar, não sou daqui, pensei que a ‘notícia’ te tivesse dado a entender isso.
Mas não és de cá?
‘Oh cabeça dura! É lógico que não sou de cá, achas mesmo que se fosse de cá me tinha escondido naquela sala a cantar? Se fosse de cá, na volta, não te estava a entrevistar, estava nas ilhas Caimão a comer o dinheiro dos meus pais. Ai, Jesus!’
– Não sou de cá. E tu já devias ter entendido…
Ok, não me massacres mais. Sou anti-guerra, sou mais do tipo make-love.
– Yah, comigo é que não vai haver disso.
Do quê? – indagou.
– Nada. Não vai haver nada!
A conversa aguentou-se por mais uns valentes minutos.
Então quando é que voltas para Portugal?
– Dia 17.
Só 3 dias em Nova Iorque?
– Já te tinha dito – zumbi.
Ok, ok, é verdade. Mas… Uma pergunta…
– Rapaz, tenho de ir tomar banho.
Até perguntava se querias ajuda para lavar as costas, mas possivelmente desligar-me-ias o telemóvel na cara.
Pausa, segundos, minutos, horas, momentos, dias, meses, anos, décadas. O quê?! Não, eu não devia ter ouvido aquilo bem. O que é que aquele homem me tinha acabado de dizer? Dei dois beliscões na minha perna para ver se eu estava a sonhar ou se aquilo estava verdadeiramente a acontecer. Não acreditei nos beliscões, porque tenho grande tolerância à dor normalmente. Levantei-me e olhei-me no vidro das janelas. ‘E se eu me atirasse lá para baixo? Sempre podia ficar a sangrar e ver se era realmente verdade’. – pensei – ‘Bolas! Afinal não tens ar de groupie… né, Catarina?! Pois… a queixares-te das outras e agora até te atiravas lá para fora para ver se tudo isto é real. É real sim, agora responde ao rapaz que na volta já deve ter adormecido com o teu silêncio.
– Hmm… Não preciso de ajuda a lavar as minhas costas… – disse eu.
É pena – comentou rapidamente.
Nem sequer comentei.
Mordi o lábio só de imaginar, mas ri-me ao mesmo tempo, tinha a certeza que ele só estava a gozar comigo. Era mais comum uma pessoa ficar apaixonada por ele, do que ele ficar apaixonado por mim. Tinha a percepção de que o dia tinha, na verdade, começado melhor do que podia. Não havia outra forma de ter acordado, embora de uma maneira ou de outra, tinha de acordar, não ia ficar durante o dia todo na cama.
– Vá, diz lá o que me querias perguntar, tenho de me despachar.
Demoras muito?
– Demoro muito o quê?
Demoras muito? É que estou aqui há uma boa meia hora há tua espera…
– Mas…
O quê?
‘Catarina acorda. Acorda, tens de acordar, Catarina acorda! Por favor, tu faz-me esse favor, tu acorda! Miúda…’ – o meu outro lado pensou. – ‘Eh pah! Cala-te tu!’ – respondeu o outro lado. Não sei que lado começava a ganhar. Tinha acabado de acordar, e aquilo tudo parecia um sonho demasiado irreal.
– Como é que raio soubeste que estava no Mariott?
Não sabia – disse ele.
– Então como é que…
Ah, foi a minha forma de descobrir. Já aí vou ter.
– What the… Mas… Não quero que venhas para aqui – disse eu.
Não queres?
– Não… Não sou tua groupie – respondi.
Yah, ‘tá. Ainda melhor, não gostaria de convidar uma groupie para sair.
‘És tão mentirosa? Desde quando é que Não ÉS UMA GROUPIE? Se não fosses não ficavas desse jeito quando ele te disse aquilo, idiota!’
– Sair? Mas…
Vá, vou para aí agora, até já…
Ouvisse o som exasperante do telefone a desligar. Olhei para o telemóvel e, talvez porque o nervoso era tanto, ao ver a duração da chamada, comecei a pensar. Era praticamente impossível ele ter um pacote de chamadas para telemóveis internacionais… Holy hell! Ele deve ter gasto uns bons 6 dólares naquela chamada, se não mais. Abanei a cabeça, que raio de pensamento era aquele? Eu ia sair com o Jared Leto e estava mais interessada no dinheiro que ele tinha gasto a telefonar-me? Porque raio…
Esperem! Ahm?! Ia sair com o Jared, com o Jared… okay, que se lixasse o profissionalismo… E por falar em profissionalismo, tinha-me esquecido de ligar a Judite. Olhei para o telemóvel e vi os registos de chamadas, 7 chamadas não atendidas, duas das quais do director, e 10 mensagens. Suspirei para o telemóvel, mas decidi só abrir as mensagens depois de tomar um bom banho, e de me vestir.
Tomei banho muito rapidamente, não tivesse sido a porcaria do telefone do quarto a tocar como se não houvesse amanhã. Sai da banheira com o cabelo encharcado, e peguei numa toalha. O telemóvel tocou outra vez e outra vez. Ignorei a chamada, era a Judite. Estava com muito pouca disposição para aguentar com ela, nunca a tinha aguentado, não era agora que ia começar. Graças a deus, enquanto falava com o Jared, reparei que o computador tinha guardado automaticamente a entrevista, e que eu só tinha de dar uns retoques para ficar perfeita, queria que tivesse sucesso, já que o director já me tinha dito que se continuasse como o habituei ele acabaria por me convidar a trabalhar como efectiva.
Sentei-me em cima da cama enquanto ia olhando para o espelho para ver o meu reflexo. Meti umas quantas gostas de perfume, enquanto me via. Perdi-me em pensamentos monótonos. Jared Leto tinha-me convidado para sair, tinha-o ouvido há uns 10 minutos. O meu coração encheu-se de calor, a minha espinha agitou-se com tanta excitação, a minha cara ficou completamente vermelha… O Jared tinha-me convidado para sair. Naquele segundo era segredo de anjo, momento de Deus, e sonho meu. Não tinha imaginado sequer aquilo acontecer, lembro-me de pensar que me queria casar com ele e ter filhos do Colin Farrell, mas era uma ideia tosca, uma coisa de miúda, algo que eu sabia que era impossível, não pensei em imaginar mais que isso, já tinha sido louco tê-lo imaginado, quanto mais ter achado que podia haver uma esperança. Não podia, não era o que eu queria, anos mais tarde acabara por conhecer o homem, que antes de partir em viagem para os Estados Unidos, achava ser o homem do resto da minha vida. E não era, acabou comigo como se aquilo tivesse sido a coisa mais fácil que ele até hoje tinha feito.
Agitei a cabeça porque uma lágrima acabou por descer da minha face. Não me ia apaixonar pelo Jared Leto, era praticamente impossível viver um romance com ele, mas porquê dizer-lhe que não? Só íamos sair. Na volta, íamos até ao hotel onde ele estava hospedado, fazer sabe-se lá o quê, e depois voltava ao meu, arrumava a mala e voltava para Portugal. E era impossível ele apaixonar-se por mim, eu não ia deixar, e mesmo que não o deixasse, era impossível, não por ele ser uma estrela, não o era para mim, não por ser um anjo, que isso é que ele não era mesmo, mas porque tinha demorado uns quanto meses a que o meu ex se apercebesse que gostava de mim.
Passado era passado, o que interessava era olhar para o futuro. Levantei-me e finalmente fui-me vestir. Vesti uns calções brancos e um top preto de decote, um conjunto Pull and Bear e Bershka, que a vida não era barata para se estar a comprar coisas na Massimo Dutti, e como é claro, calcei os meus All-Stars de caveiras e passei lápis preto nos olhos. O mais simples que conseguia ficar, passei lápis porque normalmente é a única coisa que faço para me fazer sobressair os olhos, e já que o Jared usava, porque raio não haveria eu de usar? Fiz a cama, embora não precisasse, guardei o Laptop no cofre, assim como a entrevista que tinha feito em papel, e o que tinha em demasia na minha mala de mão.
O telemóvel tocou. Pensei directamente que devia ser a Judite, mas não era. ‘Número desconhecido’ foi o que apareceu no visor do telemóvel. Respirei bem fundo, não era um sonho, era bem real, aquele rapaz que as fãs pediam para conhecer estava a tentar falar comigo, mais uma vez.
– Já estou a descer – avisei.
Ahm?
– Ohh, Rita… és tu, desculpa, pensei que…
Quem é que tu pensaste que era? O meu número não apareceu no visor outra vez?
– Não, não…apareceu desconhecido.
Oh pá! O Zé disse-me a mesma coisa, porcaria de telemóvel. Bem, não interessa… Quem é que tu pensavas que era? A Judite?
– Não, essa está farta de me ligar, mas não é em privado.
Então, espera! Alguém te anda a ligar em privado e não sou eu… tu quando atendeste disseste que estavas a descer. Catarina, com quem pensavas que ias falar?
– Ninguém… – menti. – Enganei-me.
Sabes que podes confiar em mim…
– Eu sei, Rita. Não é nada, a sério. Não pensei que fosse ninguém em especial.
Hmm, essa história está muito mal contada – comentou. – Mas está bem, quando chegares dizes o que é, certo?
– Sim, claro – confirmei.
Não se passava nada, só um sonho – constatei.
Então, sempre conseguiste a entrevista com os 30?
Enquanto disse que sim acenei com a cabeça, e mais uma vez olhei para o espelho e vi o reflexo que ele mostrava. Estava entusiasmada e um tanto ou quanto inquieta.
E eles são o que parecem ser nos vídeos e nos concertos?
– Não sei, Rita… Nunca fui a um concerto deles.
Pois, uma coisa que eu nunca percebi em ti, mas está bem… Mas bolas! Já deves ter alguma opinião formada, pelo menos com o pão do Jared.
– Sim, tenho, é um convencido… – comentei.
Não acredito, ele parece ser espectacular.
– E é… canta bem, tem um corpo maravilhoso, e é super divertido, mas não significa que não seja convencido, aliás, nada disto significa que ele apenas não esteja a fazer algum acto, ele é actor, bem capaz disso era ele, vistas as coisas, até que podemos considerar que…
A Rita não me deixou terminar.
Cat?!
– Sim?!
Tu não acreditas nisso que acabaste de dizer, pois não? – perguntou um tanto ou quanto desiludida.
– Não! – disse furtivamente. – Não acredito mesmo. Ele parece ser impecável, sinceramente. – disse. – Mas não deixa de ser convencido – comentei entredentes com os meus dentes bem cerrados, não fosse o tiro sair pela culatra.
A sério Catarina, ele não é. Quando o Matheus lhe pediu para assinar o iPod ele pareceu ser um rapaz impecável, tirando aquela questão de que ele pede sempre luvas de látex para assinar autógrafos, mas segundo o mesmo…
– Eu sei, é por causa da tinta permanente. Ele parece ser simpático, e a entrevista correu super bem.
Sorri para mim própria quando lhe disse aquilo., fez-me descer à terra novamente. Tinha estado com uma banda, mesmo quando o emprego que tinha não era aquele que eu tinha em mente, mesmo não sendo o emprego de sonho que eu sempre tinha desejado.
Vês? Foi preciso chamar-te à atenção para perceberes que esse teu feitiozinho de durona não funciona comigo. Sabes perfeitamente que gostavas dele quando éramos mais novas. Vá lá! Lembra-te do dia em que chegaste ao liceu com o telemóvel cheio de imagens dele… e não era só isso, até encheste a porcaria do Hi5 com as fotos dele e do Colin. Vê, é um sonho tornado em realidade, podes não te casar com ele, sei perfeitamente que não o amas, mas é um sonho teu desde que te conheço, ao menos tiveste o privilégio de falar com ele e trocar umas ideias, mesmo que essas ideias tenho sido bem pequenas. Diverte-te e não te ponhas com pensamentos negativos sobre ele, vais ver que até te vais divertir… quer dizer, ainda se vão encontrar, certo? A entrevista deve durar uns dois dias, não?
Quis lhe dizer a verdade, e mordi as unhas e o lábio ao tentar aguentar para não lhe dizer nada. Era minha amiga, mas não lhe podia mostrar a verdade toda num instante acelerado. Tinha de guardar, sabia perfeitamente que era muito má publicidade para mim se o director da revista imaginasse que eu andava a sair com o vocalista da banda. O director não era uma pessoa sem escrúpulos, ele preferia pouca gente a ler a revista porque era algo real e que não arranjava mentiras e formas nojentas de descobrir uma verdade, do que escrever mentiras, e vender mentiras e criar mentiras. Era o único lado bom de trabalhar ali, embora houvesse a doninha pestanejante da Judite, que se fosse preciso passava em cima de todos só para mostrar ao seu namorado o quanto ela era importante para a revista. Sorte do homem é que além da revista, era sócio de uma empresa de renome de cosméticos.
Mandei um beijo à Rita e desliguei a chamada.
Olhei de novo para o espelho. Por uns vagos segundos que meti o pé para trás… Não devia sair com o Jared, como ela tinha dito era um sonho que se estava a tornar real, não me ia casar com ele, como era lógico, só nos íamos conhecer. As estava a acontecer demasiado rápido, nunca gostei de coisas que aconteciam rápido demais, nunca davam resultado esse tipo de coisas. Era complicado para mim dizer um sim sem pensar, e naquele momento, embora tivesse pensado, estava imensamente indecisa se devia ir ou não… algo que não durou muito tempo. O telemóvel tocou. ‘número desconhecido’ apareceu novamente no visor.
– Sim? – respondi.
Onde estás?
– No quarto – respondi.
Estou na recepção à tua espera, despacha-te! – disse.
– Não tem piada… – resmungou. – Desce… C’mon!
Okay, okay… Estou a ir.
Agarrei na minha bolsa e no cartão e fechei a porta. Respirei fundo.
Porque é que suspiras tanto quando falamos? Tens algum problema respiratório?
‘Irra! Não desliguei o telemóvel, porquê?!’
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Mensagem por Nitaa Dom Jun 03, 2012 9:23 am

AMEI!!!
Tem momentos muito hilariantes xD
Agora quero saber o encontro!
Actualiza rápido sff!
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Mensagem por Fox* Dom Jun 03, 2012 10:57 am

Ok, eu lembro-me de dizer isto, mas a última frase, a do problema respiratório, matou-me!
Adorei a tua coerência de diálogos, conseguia imaginar mesmo toda a conversa a decorrer (principalmente entre a Catarina e o Jared, soou totalmente real!), e os pensamentos que lhe iam pela cabeça enquanto realizava as multi tarefas que tinha pela frente! Não me lembro muito bem do encontro em si, mas acredito que vá ser inesquecível! É o louco do Jared e a cética da Catarina, que poderá correr mal? xD
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Mensagem por PandoraTheVampire Seg Jun 04, 2012 1:11 am

Muahaha já não me lembrava das conversas fantásticas que estes dois tiveram ao telefone. É bom recordar!! Beijinho :p

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Mensagem por CatariinaG' Sáb Dez 01, 2012 9:11 pm

Capítulo V

A certa altura, a meio do caminho para apanhar o elevador, senti-me como uma miúda pequena que ia receber o seu Winnie, the Pooh quando acabasse de descer as escadas.
Não me apercebi que os All Stars estavam meio rotos até entrar no elevador.
Pus-me a olhar para os pés não fossem os pensamentos totalmente absurdos e vi aquele disparate nos ténis. Achei ridículo, uma saída e aquilo estava naquele estado, que horror! Ao menos que levasse os mais novos, tinha 5 pares deles e aqueles tinham sido os escolhidos.
Via-se ao longe que estava com as pernas a tremer, não necessariamente porque ia ter com o Jared, mas porque era um homem, e se eu mal me dava com raparigas, pior me dava com rapazes, pelo menos quando eles me convidavam para sair, isto porque só tinha sido convidada para sair umas 6 vezes, duas das quais cancelei. Esta era a quarta que não cancelava…
Piso Zero… O meu coração rebentou por segundos. Era um homem, um homem igual a todos os outros… Havia homens mais bonitos, o Leonardo DiCaprio, o Jared Padalecki, o rapaz do SmallVille, o Tom Felton… ‘Quem é que raio estou a enganar?’ – perguntei a mim própria. – ‘Ele é giro, mas não significa que…’
Acabei logo com os pensamentos assim que saí do elevador.
‘Talvez tivesse sido uma boa ideia pôr base nas bochechas, não se notariam tanto se… Eh pá! Cala-te!’ – uma troca de pensamentos rápidos tinha voltado, e eu assegurei-me que pelo menos durante uns bons minutos eles estariam bem escondidos no fundo da minha testa.
Era tudo tão contraditório. Tinha acabado um namoro de um ano e um mês, tinha ido para os Estados Unidos em trabalho, não ouvia 30 Seconds to Mars como uma fã obcecada há séculos, tinha mentido à minha melhor amiga, a Judite era obcecada pela banda, o meu chefe não desejava que eu ficasse a desejar alguém da banda mais do que devesse. Não era o caso de estar a desejar alguém, até ali apenas o Shannon se tinha mostrado realmente simpático.
Fosse como fosse, o hall de entrada estava à minha frente e não havia maneira de voltar apara trás e cancelar o encontro, tanto porque o Jared estava à minha frente, como porque eu não tinha o número dele, e não era do meu feitio deixar um homem espetado à minha espera. ‘Não que não era. Quantas vezes é que deixaste alguém à espera sem dizeres nada? Ainda na semana passada o fizeste…’ – pensei.
Ao longe vi um homem com um cabelo muito estranho. Alguém era careca, ou andava a fazer figura de palhaço no hall do hotel. Era visível que aquele cabelo não lhe pertencia, mais parecia uma espécie de peruca do que de cabelo normal, ainda para mais, a peruca estava mal posta. Tinha uns óculos de sol na cara como se o sol estivesse muito proeminente na sala. Estava com bermudas e com uma t-shirt dos Guns ‘n’ Roses, a banda favorita do meu irmão. E tinha uns AllStars reconhecivelmente lindos. Apaixonei-me pelos AllStars. Virei a cara à procura do Jared mas não o vi.
– Mas… – sussurrei. – Ele disse que…
Como é lógico não foi preciso olhar duas vezes. O homem da peruca era o homem que me tina convidado para sair. Dei uma gargalhada súbita, deu-me mesmo muita vontade de gozar com ele, tirar uma fotografia, e mostrar a Rita como é que o nosso ídolo se vestia quando andava por hotéis em Nova Iorque. Andei calmamente até ele e fiz-lhe uma vénia apressada, ele olhou para mim ao tirar os óculos sorrateiramente. Os olhos dele mostravam um azul acentuado.
– Não estás a pensar usar essa peruca o dia todo, pois não? – perguntei.
– Hmm, já me estava a acostumar a ela – riu-se.
Ri-me também. Muito rapidamente, quase sem dar conta deu-me um beijo na face. Respondi-lhe com um sorriso, e senti a minha face ficar sensivelmente rosada, dei-lhe um beijo na cara também e afastei-me muito rapidamente.
– Quais são os planos para hoje? – indaguei.
– Primeiro de tudo tirar esta porcaria de peruca. Assim que vir o Shannon mato-o. Estou com uma comichão enorme na cabeça – disse ao sairmos do hotel.
– Mas porque é que vieste assim? Pensei que estavas habituado a ser apupado por fãs todos os dias.
– Eu sei, mas é que hoje à noite vamos dar um concerto em Nova Iorque, e o Richard quer que volte vivo antes da actuação, não convinha nada que o vocalista ficasse sem voz ou sem um braço.
– Sim, tenho a certeza que perderias logo uma mão cheia de fãs se aparecesses sem um braço, ou meio rouco – anotei.
Fomos quase um metro afastados um do outro. Nem eu falei nem ele falou. O olhar continuava, aquele olhar dele, sentia-o quando ele virava a cara para o meu lado. Não falámos durante uns dois minutos, não queríamos dar a entender que aquele palhacinho com uma peruca ridícula era o rapaz que metade das raparigas no mundo desejavam casar, embora ele tivesse bem mais idade do que elas todas. Jared Leto é como o Leonardo DiCaprio e como o vinho do Porto, quanto mais velho melhor fica.
Deu-me uma súbita vontade de lugar o iPod, não fosse o silêncio atenuante entre nós os dois durante aqueles minutos. Tinha-me dado uma vontade repentina de ouvir Never Say Never do Justin Bieber, não é que fosse grande fã dele, mas gostava de algumas músicas, principalmente essa que dava uma grande vontade de deixar de dizer: NUNCA DIGAS NUNCA! Esperei que ele falasse, e de repente…
– Que silêncio, ein…
– Estava mesmo a pensar nisso – ri-me.
– É às vezes tenho esta mania de manter silêncio, é raro, mas acontece…
– O que é que vais fazer quando tirares a peruca linda que tens?
– É linda, não é? Agora imagina feita em farrapos na cabeça do meu irmão, ficava uma obra de arte completa.
– Vá, não sejas mauzinho… Queres um chupa-chupa para parares de manar vir com o Shannon? Ele não é mau de todo – disse.
– Ah, ‘tá! Então queres sair com ele?
– Eu não disse que queria sair contigo, pois não? – perguntei-lhe.
– Pronto, ok, percebi o teu ponto de vista… – comentou. – Não me mates, okay?
– Okay, fica prometido, espera só um bocado para eu ir deitar fora o revólver que tenho na mala – disse.
Ele olhou para mim boquiaberto.
– Estou a gozar! Ou queres ver a minha mala?
– Dava-me imenso jeito, sim – comentou com uma gargalhada. – A sério, não me assustes dessa forma.
– Estava a brincar, desculpa, tens razão…
Ele riu-se e deu-me um pequeno carolo no pescoço.
– What the… Pronto, okay, mereci… – comentei.
No ar, apesar do barulho que se fazia notar na praça de Times Square, conseguia-se ouvir a música que as colunas da praça transmitiam. ‘Kings and Queens’ dos 30 STM. Perguntei-me baixinho como é que ele se sentia quando ouvia a voz dele ecoar constantemente pelos vários recreios, pavilhões, ruas, praças, feiras… tudo!
Eu odeio a minha voz, e não era a primeira vez que lia alguma entrevista de algum cantor que dizia que não gostava de se ouvir, e que muito pouco música dele ouvia. Provavelmente ele era um desses casos, que não gostava de ouvir-se depois, eu não gosto de me ouvir, a primeira vez que li um texto na rádio, quando me ouvi quase tive uma náusea. O meu professor de rádio disse que gostava da forma como eu lia, com naturalidade, com expressão no rosto e na voz, eu achei que aquilo era um monte de pieguice e que na verdade a minha voz era tão boa como a da Britney Spears ultimamente sem auto-tune, nada contra ela, até hoje ainda gosto de algumas músicas, lembro-me de estar sentada nas escadas da minha casa a cantar uma música dela quando eu era mais pequena.
Encontrámos um pequeno beco onde ele tirou a peruca rapidamente e a atirou para o caixote do lixo.
– Pronto, finalmente livre deste ninho de pulgas.
– Ehh, tenho a certeza que o teu irmão a desinfectou antes de ta dar – sugeri.
Ele olhou para mim e riu-se.
– Bem, onde é que queres ir? – perguntou.
– Sei lá… Tu é que me convidaste para sair. E já agora não tinhas que usar a peruca?
– Bolas! Estou-te a dizer que aquilo é um ninho de pulgas, a minha cabeça está…
– Se pintasses o cabelo novamente de cor-de-rosa choque talvez conseguisses ver as pulguitas a andarem felizes na tua cabecinha.
– Não gostaste?
– Não! Nem tenho que gostar.
– A sério? Tipo, tu não tens papas na língua, pois não?
– Nope… – disse honestamente.
Parou a meio do caminho e olhou-me sem os óculos.
– Que idade é que tu tens? – perguntou.
– Porquê? Achas que tenho 15?
– Hmm, pensei nisso ontem, mas não acredito que…
– Tenho 21, vou fazer 22 daqui a 15 dias…
Ele olhou para mim e sorriu.
– Ah! Okay, fico mais descansado.
Olhei-o de esgueira. O que é que ele queria dizer com o ‘fico mais descansado’?
– Queres ir visitar o Empire State Building? – perguntou-me.
– Hmm… Por mim… e podemos lá entrar?
– Bem, se tiveres aí mesmo o teu cartão de identificação, acho que sim, não quero que me achem teu pai – comentou.
– Estamos a começar bem, estamos sim… – resmunguei. – Ontem disseste que eu cantava mal, hoje dizes que tens idade para ser meu pai. Não percebo, começo a deixar de perceber porque raio queres sair comigo.
– Porque gostei de ti, do teu carácter – disse rapidamente.
Parei no meio do passeio enquanto pessoas atarefados andavam e outras corriam para os empregos, era meio de Fevereiro, era certo que havia muita coisa a ser feita numa segunda-feira às 11 da manhã.
– Gostaste de mim? Mal falaste comigo ontem! Quando me viste mandaste logo a boca que cantava mal… além disso não me largaste os olhos e as pernas durante toda a entrevista. Eu sei que tenho umas pernas bonitas, não preciso de comentários e olhares… Não curto muito é do meu rabo, é pequenino…
– Eu acho que até é bom – comentou.
– What the… Andas a olhar para o meu dito cujo? – indaguei. – A sério que não tiveste mais nada que fazer desde ontem, se não olhar para o meu ‘behind’?
– Estive… quer dizer…Vê, quero sair contigo, tens algum problema? Tenho a certeza que se convidasse metade das miúdas que me vêem todas elas aceitavam.
– Mas eu não sou uma ‘miúda’ – acentuei na palavra ‘miúda’. – Sou uma mulher. Além disso, eu aceitei sair, não tenho nenhum problema. Só acho estranho…
– Estranho o quê?
Vi uma parte do Jared que nunca ninguém num concerto, num vídeo, numa entrevista ou mesmo num filme tinha visto. Ele tirou os óculos para o lado, tipo Horacio Caine do CSI Miami, e olhou para mim com a face rude. Olhei para ele com os meus olhos normais, a pensar o que tinha eu activado para ele ficar daquele jeito com aquilo que eu tinha acabado de dizer. Nunca pensei que ele tivesse levado aquilo daquela forma, nem quando o disse pensei que ele pudesse imaginar que eu o estava a insultar, não estava, no meu mundo eu não o estava a insultar, no meu mundo a única pessoa que me tinha insultado naquela hora tinha sido ele, porque me tinha dito que eu cantava mal, mas até deus sabe que eu canto mal.
– O que é que tu achas que é estranho?
– Ehh, desculpa, não…
– Não o quê? – indagou. – Já deu para ver que achas que sou um Sabe Tudo, e já deu para ver que tu tens um feitio um pouco para o duro, mas se há coisa que eu não admito é que tu digas que é estranho eu pedir a alguém para sair.
– Vê, mas eu…
– Catarina, – disse o nome com dificuldade – sou um ser humano como todos os outros, tenho pernas, braços, olhos, tudo o que naturalmente um ser humano tem. E tu também és, acho eu – olhou-me de cima abaixo. – Porque raio, então, te é estranho eu convidar-te para sair? Somos os dois seres humanos, ninguém tirou a humanidade em mim só porque sou actor e cantor, aliás, lá por ser famoso não significa que não tenha uma mente e um coração no lugar dele. Se não queres sair comigo, dizias que não…
– Eu disse! – comentei rapidamente.
– Pois, se calhar o problema foi meu, que achei que talvez podíamos passar um bom dia juntos. Gostei da Catarina que conheci ontem e hoje de manhã, mas sinceramente, depois de dizeres que é estranho… se calhar é isso mesmo, és assim porque sou famoso, actor… Essa porcaria toda não me trás felicidade, ser feliz é saber que tenho fãs porque há pessoas que gostam da música que faço, não porque há groupies que literalmente gostariam de casar comigo, e ter filhos só porque eu sou a cara do anúncio da Hugo Boss. Para tua informação não sou o menino lindo que aparece na porcaria da televisão, tenho sentimentos, e magoou-me imenso o facto de estares a agir como se eu fosse apenas mais um. Eu convidei-te porque acho que tu és linda à tua maneira, tens um feitio estranho, tens algo em ti que me chamou à atenção. Não estou apaixonado, está descansada, este pedaço de dia fez-me mostrar que se calhar mais vale aproveitar-me de todas elas, e esquecer que sou humano.
– Jared, eu…
Fiquei despoletada para começar a chorar.
Eu e a minha grande, enorme boca, que na verdade não era assim tão grande, mas que falava muito, demais. A minha cara ficou vermelhíssima, consegui sentir a cara arder imenso. Nunca pensei que ele pudesse ficar chateado com aquilo, e agora que me lembro disso roo as unhas e tremo de pensar que realmente o magoei sem qualquer razão e intenção. Ele era um humano como todos os outros, e aquilo que ele estava a sentir era igual a todos os outros que são agradáveis mas que são recebidos com extremo ódio, ou desprezo. Sinceramente, nunca quis magoá-lo, até então pensava que aquilo que eu dizia era apenas um desabafo deselegante que não tinha qualquer tipo de ódio infiltrado ou dedicado. E não tinha, mas ele levou a mal, e levou muito a mal mesmo.
Que ódio que eu ali sentia naquele momento. Ele tinha razão, ele não tinha qualquer diferença, tinha tudo o que um ser, normalmente tem, se não houver um problema. Que ódio! Não o queria tratar como uma estrela, mas tinha acabado por tratá-lo, e ele tinha percebido, e tinha odiado. Senti-me tão mal naquele segundo, por instantes senti a raiva dele na minha pele, na minha boca sentia aquele sabor amargo, e os meus olhos abriam-se repentinamente para não começarem a chorar. Odiei-me tanto naquele momento, jurei para nunca mais. Mas como nunca mais? Ele nunca mais me quereria ver à frente. Ele tinha sido uma pessoa espectacular, não me tinha desrespeitado, tinha sido sincero, tinha-me convidado para sair, como uma rapariga normal que eu era, como um homem normal que ele era.
Antes disso sempre me tinha perguntado como seria se algum famoso me convidasse, eu fiz o plano na cabeça, ia ignorar o facto de ele ser famoso, estrela, ia imaginar outra pessoa ali. E era isso mesmo que eu não tinha feito! Tinha agido como uma groupie, pior, ao menos as groupies ficariam excitadas ao vê-lo, eu desprezei-o, ignorei-o como famoso e como humano que era, e agora a desgraça era minha porque eu ia querer estar com ele, sentia, sabia, mas ele jamais quereria voltar a estar comigo.
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Mensagem por Fox* Qui Dez 06, 2012 11:16 pm

Não sei se mantiveste esta parte ou não, sinceramente não me lembro, mas o discurso dele sobre igualdade entre pessoas com ou sem fama foi engraçado. Saiu num momento esquisito porque, ou ele estava há muito tempo para dizer isto, ou ferve em pouca água (até porque a surpresa dela poderia vir de milhares de outros motivos!) mas foi interessante ver a sua perspectiva sobre fama e o mundo em que ele vive!
Não me lembro bem da continuação mas tenho uma ideia... Uma boa ideia :)
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