Ser Escritor

Inicialmente discordei de ti num ponto, mas acabei a dar por mim a acenar afirmativamente a tudo e mais alguma coisa que dizias! Tão certo!
Para mim não é difícil começar (até porque eu sou aquele monstrinho óbvio que só se atira para um projeto quando já tem uma ideia de três quilómetros sobre o que vai fazer) mas sim continuar a partir do meio! Depois nem são bem as desculpas, são mais as dúvidas e dificuldades em, como disseste no fim da tua crónica, encontrar a porta de saída. Ela existe, na minha cabeça, mas passá-la cá para fora é muito mais complicado!
Eu identifico-me muito com este texto, por isso é que gostei tanto dele! Também escrevo para me sentir um Deus (apesar de haver alturas em que são as personagens a mandar em mim) mas o sentimento de ter um texto completo, uma narrativa com cabeça, tronco membros e vontade de falar, toma conta de mim! :D

Hahahahah, Name, não te preocupes que eu percebo bem mixórdias (especialmente porque são assim que ficam os meus textos antes de lhes passar os olhos uma segunda vez!) e a tua nem estava assim tão estranha.
É super normal essas mesmas variáveis mudarem dependendo de cada escritor e do objetivo que tem para a escrita (talvez aqueles que escrevem apenas como uma escapatória e sem qualquer plano a seguir o façam sem objetivos de acabar por escrever um "livro") mas, no meu caso, e a tom de verdade, eu queria mesmo acabar o que estou a escrever porque nunca o fiz (tenho o grave problema de deixar todas as coisas a meio porque já não me apetece pegar nas pontas e continuar xD)!
Ah, ego booster, também gosto muito disso! O teu "eu" escritor pode estar feliz porque a medalha agora é dele!
E eu estou sempre aqui a comentar, a minha vida é mesmo demasiado aborrecida para fazer outra coisa!

Claro que todos os que escrevem, escrevem porque gostam, porque adoram e até porque amam (that's me). E, apesar de amar, ainda sou vítima da preguiça. Escrevo milhares de histórias, completas, incompletas, quase terminadas ou apenas prólogos, arrumo-as em milhares e aí ficam, abrigadas de qualquer olhar crítico que me possa atirar a minha "preguiçite aguda" à cara. Às vezes amaldiçoo-me a mim mesmo.
Na minha opinião, e falo especificamente em mim, o maior prazer de um escritor reside em, além de criar, fantasiar e imaginar, no desconhecido. Naquele momento em que nós mesmos, os escritores de determinada história, não sabemos o que acontecerá a seguir. Lutamos, gritamos, berramos com as personagens, amaldiçoamos o universo e, por fim, voilá acabamos por escrever um maravilhoso - ou às vezes nem tanto - plot twist.
O prazer está também em escrever, por si só. Em saber que podemos distanciar-nos do mundo de uma maneira que nem toda a gente consegue. Porque a palavra não é para todos.
However, guilty as charged, porque às vezes a preguiça impera! XD

Exames à porta dá nestas coisas, Nameless. Mas estou de volta! Ou parcialmente :D
Também acho que morde, na verdade. Ou, como disse o Marfire aqui em cima, que me atire à cara o quão preguiçosa sou para agarrar e continuar as coisas. Eu quero fazê-lo e adoro fazê-lo, adoro imaginar como tudo se irá compor de facto, mas por em palavras bonitas... É que há palavras bastante feias para descrever a nossa imaginação e eu admito que é complicado às vezes embelezá-las...
Shame on us :)