Carta para Bangladesh
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Carta para Bangladesh
Doze badaladas.Espreito pela janela e observo a noite escura, sem estrelas, vendo a Lua, tão grande e tão redonda, elevando-se sobre nós, tão graciosa e tão pura. O luar entra pela vidraça iluminando o quarto. A luz incide essencialmente sobre a cama onde tu dormes profundamente. Não precisaria de olhar para ti para saber em que posição te encontras: De lado, um braço sob a cabeça e outro estendido sobre o que outrora era o meu corpo; as pernas ligeiramente arqueadas numa pose tipicamente masculina e os teus doces lábios ligeiramente entreabertos. Como sempre, a almofada estaria no chão.Mas mesmo assim olho, movida pela pura atracção que nos une, vendo a luz incidir na tua pele morena dando-lhe um brilho de ouro pálido, tornando os teus cabelos castanhos escuros em prata, pela maneira como reflectem tão pura luz... Tens barba, algo que, senão em ti, nunca achei minimamente atraente .No entanto, isto nunca ouvirás dos meus lábios, o teu rosto ganha outro charme e ficas tão adorável, especialmente ao sol, onde adquire matizes castanho claras, como o chocolate do bombom que todas as tardes me trazes...
Chamaste-me "Miragem" na primeira vez em que falámos..., foi exactamente à trinta dias atrás. Hoje tu embarcas de manhã para Bangladesh e nunca mais me verás...Levantei-me da cama com cuidado para não te acordar e peguei numa camisa que ontem deixara a postos. Virei-te as costas, perdoa-me, e fitei o espelho vestindo-me rápida e eficientemente. A mala já estava pronta à porta. Nunca te falei de mim, do meu passado, de onde vim. Nunca soubeste onde eu moro, quem eram meus pais. Apareci-te como uma simples "miragem" e nessa mesma noite tornei-me corpórea entre os teus lençóis. Todas as manhãs desde essa noite que acordei nos teus braços, e todas as tardes para eles voltei após o teu dia de trabalho. Reclamaste Horas pela misteriosidade que me rodeava, mas facilmente a esquecias quando te beijava... Foste tão feito para mim como eu fui para ti. Volto a pedir-te que me perdoes, desta vez pelas manchas que as minhas lágrimas deixarão. Amo-te, amei-te e muito provavelmente amar-te-ei enquanto me lembrar. Vou ter que me desvanecer como a miragem que sou, mas espero que nunca me esqueças realmente, perdoa-me o egoísmo...
Só vais encontrar esta carta em Bangladesh e espero que após a primeira leitura enraivecida a releias e releias, uma e outra e outra vez, que me lembres e que me ames. Que me insultese que me desejes o Inferno!, se for o necessário para não me desvanecer no teu pensamento... Só não te esqueças que amei cada momento contigo passado, que te amo olhando para ti deitado na cama com o luar a tornar-te num anjo nu, e que amarei cada memória que guardar destes 30 dias. Boa viagem e boa vida, que eu não te traga muitas feridas...
"Miragem". Tua.
Chamaste-me "Miragem" na primeira vez em que falámos..., foi exactamente à trinta dias atrás. Hoje tu embarcas de manhã para Bangladesh e nunca mais me verás...Levantei-me da cama com cuidado para não te acordar e peguei numa camisa que ontem deixara a postos. Virei-te as costas, perdoa-me, e fitei o espelho vestindo-me rápida e eficientemente. A mala já estava pronta à porta. Nunca te falei de mim, do meu passado, de onde vim. Nunca soubeste onde eu moro, quem eram meus pais. Apareci-te como uma simples "miragem" e nessa mesma noite tornei-me corpórea entre os teus lençóis. Todas as manhãs desde essa noite que acordei nos teus braços, e todas as tardes para eles voltei após o teu dia de trabalho. Reclamaste Horas pela misteriosidade que me rodeava, mas facilmente a esquecias quando te beijava... Foste tão feito para mim como eu fui para ti. Volto a pedir-te que me perdoes, desta vez pelas manchas que as minhas lágrimas deixarão. Amo-te, amei-te e muito provavelmente amar-te-ei enquanto me lembrar. Vou ter que me desvanecer como a miragem que sou, mas espero que nunca me esqueças realmente, perdoa-me o egoísmo...
Só vais encontrar esta carta em Bangladesh e espero que após a primeira leitura enraivecida a releias e releias, uma e outra e outra vez, que me lembres e que me ames. Que me insultese que me desejes o Inferno!, se for o necessário para não me desvanecer no teu pensamento... Só não te esqueças que amei cada momento contigo passado, que te amo olhando para ti deitado na cama com o luar a tornar-te num anjo nu, e que amarei cada memória que guardar destes 30 dias. Boa viagem e boa vida, que eu não te traga muitas feridas...
"Miragem". Tua.
MarisPinus- Camões
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Re: Carta para Bangladesh
Inicialmente achei que a narradora era um espírito que voltava para e encontrar com o amado. De certa forma não falhei muito pois ela considera-se uma "miragem", não de carne e osso.
Gostei (acho que gosto sempre) porque, e mesmo por isso, ela deixar expresso que sabe que lhe vai causar feridas e que ele a vai odiar durante algum tempo.
Dava um bonito romance a tratar em mais capítulos, se quisesses.
Opinião pessoal (não é um erro, não está mal, é mesmo o que eu achei): a descrição inicial está um pouco "pesada". Não tenho bem a certeza do porquê (talvez a repetição do "tão") mas achei um início não tão bom. Mas é só a minha opinião, desde que gostes, está tudo bem :D
Gostei (acho que gosto sempre) porque, e mesmo por isso, ela deixar expresso que sabe que lhe vai causar feridas e que ele a vai odiar durante algum tempo.
Dava um bonito romance a tratar em mais capítulos, se quisesses.
Opinião pessoal (não é um erro, não está mal, é mesmo o que eu achei): a descrição inicial está um pouco "pesada". Não tenho bem a certeza do porquê (talvez a repetição do "tão") mas achei um início não tão bom. Mas é só a minha opinião, desde que gostes, está tudo bem :D
Re: Carta para Bangladesh
Quando li o titulo pensei que fosse outra coisa... Mas acabei por ficar de boca aberta quando li. Fui apanhada de surpresa.
Terei de concordar com a Fox sobre a descrição inicial. A utilização de tantos "tão"s pesa mais as frases e acaba por tornar monótona e como se a narradora estivesse "frustrada", o que nem é mal pensado, porque a moça demonstra, ao longo da carta, que está tristonha por aquilo ter terminado.
Agora a Fox fez-me pensar... Ela é real? o.O
Eu sempre associei a miragem ao facto daquilo ser passageiro, mas a cabecinha pensadora da Fox deu-me que pensar.
Olha que isto era bom para uma historinha... (;
Gostei! (:
Terei de concordar com a Fox sobre a descrição inicial. A utilização de tantos "tão"s pesa mais as frases e acaba por tornar monótona e como se a narradora estivesse "frustrada", o que nem é mal pensado, porque a moça demonstra, ao longo da carta, que está tristonha por aquilo ter terminado.
Agora a Fox fez-me pensar... Ela é real? o.O
Eu sempre associei a miragem ao facto daquilo ser passageiro, mas a cabecinha pensadora da Fox deu-me que pensar.
Olha que isto era bom para uma historinha... (;
Gostei! (:
Re: Carta para Bangladesh
Obrigada pela vossa opinião (:
Tenho a mesma opinião que vocês relativamente à parte inicial, mas no momento não encontrei uma forma de transmitir a dor associada à personagem. Não é de facto um dos meus textos que mais goste mas resolvi colocar aqui para ter uma opinião externa. Relativamente à personagem... bom, eu deixo sempre uma parte de mim nas personagens que crio, o difícil é descobrir o quê xD
Tenho a mesma opinião que vocês relativamente à parte inicial, mas no momento não encontrei uma forma de transmitir a dor associada à personagem. Não é de facto um dos meus textos que mais goste mas resolvi colocar aqui para ter uma opinião externa. Relativamente à personagem... bom, eu deixo sempre uma parte de mim nas personagens que crio, o difícil é descobrir o quê xD
MarisPinus- Camões
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