Cidade

A cidade está calma,
Adormecida,
Enquanto as pedras da calçada choram,
Por aqueles que já partiram.

Cidade fantasma,
Teu nome é.
Percorrida por quem a alma já morreu,
Procurada por que a deseja perder.

Não tens futuro, cidade,
E coração à muito que o perdeste
E eu percorro-te as ruas
À procura do esquecimento.

Mas cidade que é fantasma
Tudo recorda,
Não passo de mais uma alma
Pelas pedras chorada.

Eu adorei a tua metáfora das pedras, a maneira como (e agora é a minha interpretação) as únicas coisas que sentiram a falta de uma alma entre a azáfama da cidade e o correrio daqueles que já não vivem são as pedras que pisas e nem dás conta.
Porque a cidade, como disseste, dorme mas as pedras ouvem tudo...
Muito bonito :)

mercii :D