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A Força d'um Amor (+18)

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A Força d'um Amor (+18) Empty A Força d'um Amor (+18)

Mensagem por Anne Margareth Sáb Set 01, 2012 10:13 am

A Força d'um Amor (+18) Aolf
Capa Designer: Izis Costa
Título: A Força d'um Amor
Beta: Fox*
Autoria: Fan Joana Alvarenga & Walk Up Proud
Tomo I: Amor Imortal
Classificação: + 18
Acabada: Não
Volumes: Sete Volumes
A quem quiser ver o elenco de personagens cliquem aqui| Compêndio



Aviso:
Esta Fanfic é imaginária que contém factos reais, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
Contém cenas violentas, que podem ferir susceptibilidades, cenas de sexo, e de exterma violência. Linguagem imprópria.












Preâmbulo


“Não me importo com o que possa vir a acontecer – agora sinto-me amada, sinto que te pertenço mesmo sem saber bem o que se passa. Estou longe, não quero voltar a e enfrentar-te. Não sei; quase morro só de pensar onde poderá estar o nosso filho… Ainda por cima agora, de que meu pai está convencido de que eu devo de estudar contigo. Não sei se dará certo, mas quero que saibas que vou fazer de tudo para sermos amigos. Isto, claro, se o teu pai nos deixar.”

De repente, Lisa acorda. Ela não vê ninguém a seu lado, não vê o seu Pedro ali com ela.

São quatro horas da madrugada e Lisa toma consciência do seu estado. Está mais só do que nunca. Tudo a abandonou. Ela agarra a almofada e chora.














Capitulo 1 – Como tudo começou.
Na cidade de Lisboa, a mais antiga de Portugal estão localizados os pontos históricos mais importantes, com principal destaque para a baixa lisboeta, o famoso Terreiro do Paço, construído por obra do Marques do Pombal, logo após o terramoto de 1755. Ergue-se aí a maior sala de visitas de Lisboa, voltada para o Rio Tejo, local que fica localizado a Praça do Comércio, na qual está levantada a estátua de D. José I, rei de Portugal, imponente em cima do seu cavalo. Aí foi o local em que, durante séculos, se localizavam os palácios de vários reis do nosso país. No Arco do Triunfo, situado na zona Norte, na Praça do Comercio sobre a Rua Augusta, podemos ver as esculturas de Calmels, na parte superior, e as de Vítor Bastos, na parte inferior. A
s de Calmels representam a Glória coroando o génio e o valor, ao passo que as obras de Vítor Bastos representam Nuno Alves Pereira, Viriato, Vasco da Gama e o Marques do Pombal.

O texto inscrito na parte superior do arco, VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS DOCVMENTO. PPD, e que significa “Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas.”, é de facto a maior herança dos descobrimentos.
Passando o arco, entra-se numa rua calcetada, a Rua Augusta, na qual estão localizadas as maiores zonas de comércio de Lisboa. São restaurantes com esplanadas na rua, são lojas de pronto-a-vestir, são centro comerciais, são até elevadores como o da Santa Justa, e inúmeros artistas de rua, que mostram as suas habilidades, bem como o museu de Designer, agora com múltiplos postits com ideias para melhorar Lisboa.
No topo da rua Augusta está a monumental Praça de D. Pedro IV, com a sua estátua equestre. Em frente, existe uma fonte que jorra água e, depois, o Teatro D. Maria II.




:star:
O Sol esconde-se no horizonte e a Lua aparece; os indicadores de que se aproxima o fim de mais um dia. Começa a habitual correria e ouve-se as persianas de ferro dos estabelecimentos comerciais a bater no chão, as luzes da cidade de Lisboa a acenderem, as pessoas que, atarefadamente, vão para os seus carros e se põem nas enormes filas de trânsito. Pelo ar ouvem-se as buzinas insistentes dos que se dirigem apressados, para o Teatro D. Maria II, para verem o espetáculo “Auto da Índia” de Gil Vicente.

Dentro da casa de espetáculos, ouviam-se aplausos e varias vozes a apoiar a atriz Sónia Valentino:

- Sónia! Sónia! – Gritavam os seus fãs entusiasmados por a verem representar tão bem.




:star: :star: :star:
Lisa e John chegam a casa e encontram-na com as luzes apagadas. É uma casa fria, escura, onde não há o habitual calor humano.

- Cheguei! – Anuncia John há entrada. A sua voz volta para ele de ricochete. – Não está ninguém, – afirma tristemente – mais uma vez!

Lisa entristece e sobe as escadas de mochila às costas, acedendo ao segundo andar de uma moradia amarelada situada no luxuoso bairro de Portugal, em Lisboa. John clica no interruptor e ilumina quase todo o primeiro andar da casa, antes de se sentar à mesa da Sala de Jantar. Leva a mão ao bolso e retira um aparelho, marca uma sequência de nove dígitos e ouve pelo emissor da engenhoca. Ninguém atende e John começa a ficar preocupado. Prime a tecla vermelha e pousa o instrumento em cima da mesa. Em seguida, pega numa pasta que tinha poisado à entrada e corre o fecho, retirando de lá um mecanismo e poisando-o em cima da mesa junto ao aparelho. Levanta o tampo do computador preto e liga-o, introduz-lhe uma pen que dava acesso à Internet.
Lisa abre a porta do seu quarto e poisa a mala junto à escrivaninha de madeira, põe o seu CD predileto na aparelhagem e entra na casa de banho com a intenção de tomar banho. Descalça os ténis e desaperta as calças de ganga, regressa ao quarto e abre a porta.

- Pai! – Chama da varanda interna do piso de cima. John para de trabalhar, levanta-se e dirige-se à base da varanda – Pode ligar o esquentador, por favor? – Pede – lhe a filha.

- Posso. – E afasta-se, indo cumprir a tarefa pedida.

- A mãe ainda não chegou, pai? – Pergunta a Lisa, muito preocupada. Eram já quase dez horas da noite e, como parecia estar a tornar-se costume nos últimos tempos, eles continuavam sem saber de Sónia.

- Não, mas não tarda em chegar! – Responde John, convencido de que sua esposa deve estar já a caminho de casa, não atendendo o telemóvel por estar a conduzir. – Vai tomar banho, e depois anda jantar. – Ordena à filha.

- Ok – acede Lisa.

Ela regressa ao quarto e atravessa-o, alcança a porta que dá acesso à casa de banho, roda a maçaneta e entra na divisão, vedando a entrada atrás de si. Na casa de banho luxuosa, Lisa despe as calças e tira a blusa de alças preta, abre a água quente tapando o fundo da banheira, deixando-a encher. Ela acaba de se despir, retira as cuecas e o sutiã.

Lisa Maria Valentino Scott, filha de John Scott e Sónia Valentino, pesa cinquenta quilos e tem um metro e sessenta, o cabelo curto e escalado. Sendo uma rebelde na fase da adolescência, é a maior imagem de marca da mãe, que a procura levar consigo para todo o lado.

John Scott é natural de Los Angeles, no estado de Califórnia, nos Estados Unidos da América, onde ainda mantém domicílio, embora viva em Portugal há algum tempo. Com sessenta e alguns anos, trabalha como realizador, embora pareça que o seu emprego lhe ocupa mais tempo do que normalmente deveria… A sua família ainda parece não se ter adaptado aos hábitos estranhos de John, que ninguém parece compreender. No entanto, ele é-lhe extremamente dedicado, tal como o é ao seu emprego; é audaz e corajoso e, acima de tudo, um bom chefe de família. John está casado há três anos, depois ter vivido doze em união de facto. John tem muitos ciúmes da Sónia devido aos seus fãs e em especial de Afonso Rossi, embora ele tente controlar bastante a esposa.
Sónia Valentino é uma mulher muito conceituada em Lisboa, não só pela profissão que desempenha, mas também pelo marido que tem. Com quarenta e cinco anos, acha Scott um tolo: já não o ama, e está com o sujeito por obrigação, o que chega até ser patético. Sónia interpreta presentemente o papel D. Constança, na peça em cena Auto da Índia da autoria de Gil Vicente. É uma mulher adulta e madura, com o seu estilo diletante, mas no Mundo do Espetáculo não tem sucesso, assim como no casamento. Enfim, tudo uma consequência da crise económica e social que assombra Portugal!


Ultimamente Sónia arranja todos os pretextos para andar mais tempo na rua e eram cada vez mais frequentes as chegadas tardíssimas a casa Lisa tinha acabado de tomar banho, e já vestida com o pijama e o roupão, encontrava-se a jantar com o seu pai.

- Pai, onde está a mãe? - Pergunta a rapariga muito preocupada.

- Não sei. Mas deve de estar no teatro. - Responde Scott ainda mais preocupado. - Ou presa no trânsito – acrescenta, ainda acreditando mais nesta hipótese. - Vá, come.

- Se eu me despachar depois posso esperar pela mãe? - Pergunta Lisa

- Não sei, amanhã tens que te levantar cedo – Responde Scott angustiado.

- Mas pai, eu já há tanto tempo que não a vejo. - Afirma Lisa, tentando convencer o pai.




:star:
Não muito longe da casa de Lisa e da sua família, habitavam numa outra os Silva Lobo. Já era tarde e Sérgio não chegava e, às tantas, era melhor assim. Pedro, o filho mais novo do casal, estava fechado no quarto, entristecido.

Sérgio Silva Lobo tem quarenta e quatro anos e é o presidente da câmara de Lisboa, e sempre teve grandes aspirações políticas. É casado com Dora Silva Lobo e teve três filhos com ela – Gonçalo, Tiago e o Pedro.

Gonçalo Silva Lobo é casado e vive nos Açores; Tiago é o filho do meio; é membro da Policia Judiciaria, solteiro e bom rapaz, vive no Porto; Pedro, o filho mais novo, ainda vive em casa. Pelo menos nas férias, sim.

Dora Silva Lobo vive para manter as aparências. Não amando Sérgio, vive com ele, amedrontada, temendo também pelo filho mais novo. Como não tem onde cair morta, mesmo sabendo que o seu marido não é flor que se cheire, sabe ao mesmo tempo que ao menos ao seu lado tem um teto. Não arrisca em contrariar Sérgio porque sabe que nem é capaz de o enfrentar sozinha, nem com a ajuda de Pedro. O maior medo de Dora é que Sérgio descubra toda a verdade.

Pedro Silva Lobo é o oposto do pai, um rapaz sensível com carácter em demasia para a sua idade, tem catorze anos mas mais aparenta ter dezoito. Ao mesmo tempo é fraco, deixando-se levar pelas aparências com igual facilidade.

Pedro estava trancado no seu quarto havia horas. Triste, pensava que o seu pai, que não pára de falar no trabalho, e não gostava de si. Dora não aguentou mais ver o seu filho assim e sobe as escadas, batendo à porta do seu quarto em seguida.

- Filho, abre a porta, por favor! – Pede-lhe. – Deixa-me entrar, quero ver como é que estás! Estou preocupadíssima contigo!

Pedro, que estava deitado na cama, com uma mão por baixo da cabeça, e jogava uma bola de ténis para o ar, apanhando-a com a mesma mão, levanta-se, descalço, e caminha até à porta. Encostando-se à ombreira, abre-a e deixa a mãe entrar.

- Filho, como estás?

- Estou bem – responde Pedro, abrindo os braços – Graças a Deus que estou vivo! – Acrescenta ele sem ter noção do seu estado.

- Pedro, tu não estás bem! O que se passa? – Insiste Dora novamente.

- Mãe, eu sou um homem… – Pedro limpa uma lágrima e não consegue continuar.

- E os homens não choram. – Completa a mãe por ele. – Mas não há problema nenhum em chorar, às vezes deitar tudo cá para fora faz bem; desabafas!

- Mãe, porque é que o pai não gosta de mim?

- Da onde é que tiras-te isso agora? – Admira-se Dora – O teu pai gosta de todos vocês de igual forma, não há distinções.

- Claro, deve ser por isso que, faça eu o que fizer, ele não repara em mim – justifica-se tristemente o rapaz.

- Não digas isso, filho. – Nega Dora – Eu e o teu pai amamos-te, e muito. – Adianta.

- Se o diz – acede Pedro, pouco convicto. – O pai, já chegou? – Pergunta, com falta de interesse.

- Não, julgo que não – responde Dora, com uma expressão totalmente diferente no rosto. Depois, volta-se e dirige-se para a porta.

- Mãe. – Chama Pedro. A mãe retorna ao seu lado. – A mãe acha normal que o pai me esteja sempre a dizer que o Gonçalo não fazia tantos disparates? E que o Tiago era exemplar na escola? Que só comigo é que existem tantos despropósitos assim? – Pergunta verdadeiramente angustiado – Será que ele já se deu conta de que eu sou o Pedro? Que sou diferente de todos os outros?

- Tens que lhe dar um desconto, Pedro – apazigua-o Dora – Afinal, ele é teu pai.

- Antes preferia que não fosse – diz Pedro, deixando a mãe, um pouco sem saber o que dizer.

- Bem, tu vens jantar, vou avisar a Joana! – Declara Dora, saindo em seguida do quarto.
Pedro fica só e deita-se na cama, pensando há quanto tempo precisava de algo diferente na sua vida, alguma coisa que lhe desse a paz necessária e o tornasse feliz, um motivo pelo qual o fizesse sorrir e o modificasse totalmente. O rapaz carece de afecto.

Ouve uma música repentina; um aparelho preto salta no chão.

- Que chatice!

Ele levanta-se e apanha-o, premindo depois a tecla verde e encostando-o ao ouvido.

- ‘Tou.

- Olá Pedro! É o Tomás! – Dizem do outro lado da linha – Olha fui à net e ver se estavas online e como…

- Não estava, resolveste chatear! – Conclui, Pedro. – Vá, diz rápido!

- Era para te convidar para sair, hoje.

- Ah, e onde?

- Ao Bauhaus. Tentávamos arranjar umas miúdas.

- Pode ser. Mas umas miúdas? Deixa-me ir ver a minha agenda…

- Oh, ok. Já passo aí apanhar-te. - Não dá! – Pedro faz uma pausa. – Espera, talvez possa sair mas ninguém pode saber, cá em casa! Trazes o carro da tua mãe?

- Levo.

- Óptimo, então eu posso conduzir! – Informa Pedro.

- Sim, se quiseres.

Alguém bate à porta do quarto de Pedro e ele desliga o telemóvel.

Tomás Bettencourt era o melhor amigo do Silva Lobo. Tendo os dois a mesma idade, andam juntos para todo o lado e não vivem um sem o outro. Tomás é parceiro de todas as loucuras de Pedro, para além de seu cúmplice.


- Ai! Que susto! Queres matar-me do coração? – Exclama Pedro.

- Desculpe, menino Pedro. Era só para lhe dizer, que o jantar está servido e que sua mãe o espera na sala.

- Ok, Joana, eu vou já. – Diz o rapaz, saindo do quarto e descendo as escadas atrás da empregada, ao mesmo tempo que alguém toca à campainha. Atravessa a sala, um homem com calças pretas com finas riscas claras, camisa branca de laço preto e um colete a condizer com as calças, com um monóculo encravado no olho, e com os sapatos tão envernizados que alguém poderia ver o seu próprio reflexo, dirigindo-se à porta no seu passo lento. Abre-a e deixa entrar Sérgio.

- Boa noite, Doutor – cumprimenta o empregado.

- Onde estão a doutora e o Pedro? – Pergunta Sérgio, enquanto dava a pasta ao seu fiel empregado.

- Estão na sala. Vão agora jantar – declara o empregado




:star: :star:
Lisa está no quarto, deita-se na cama e tenta dormir, já que o seu pai não a tinha deixado esperar pela mãe. Ela ouve uma porta a abrir-se e as luzes da sala acendem-se de repente.

- Tu não tens vergonha? – Pergunta Scott, incrédulo, ao ver Sónia a entrar em casa.

- Scott, eu estava a trabalhar – desculpa-se ela.

- Do you know what time is it, Sónia? – Pergunta Scott, quase fora de si. - Are you insane? This house is yours, but I pay for your bills, so it’s my home too! Therefore, I think I can whatever I want!

“”” – Estás maluca? – Pergunta Scott, muito sério. – Isto é teu, mas eu pago as tuas contas, então também é meu! Portanto eu acho que posso falar como quiser.”””

- Oh, meu querido, se não estás bem, muda-te – reponde-lhe a mulher muito tranquilamente.

- You have a daughter with me, you are married to me and I don’t accept the consequences of your career, the attention you raise among other men! – grita Scott.
“””- Tu tens uma filha comigo, tu és casada comigo, e eu não aceito as consequências da tua carreira, a atenção que despertas nos outros homens! – grita Scott”””

No andar de cima, Lisa aperta a cabeça contra o colchão e tenta tapar os ouvidos.

- Eu não estou para ouvir isto, John! Eu sou uma mulher que trabalha, para sustentar a minha família, enquanto tu ficas para aí o dia todo ao computador – acusa Sónia.

- You ought to, or I’ll return to New York! – Grita John Scott.
“””- É melhor que o faças, ou eu volto para Nova Iorque!”””

- Então vai! O que é que está aqui a fazer? Vai para Nova Iorque, vai, escusavas é de ter vindo, para cá. – Retorque Sónia.

Na cama, Lisa dá voltas, sem conseguir adormecer com os gritos dos pais que não diminuem. Ela levanta-se sem ligar a luz, o luar bastava para que visse dentro do seu quarto. Caminha devagar até à cómoda, e pega num jarro tenta deitar água num copo, mas o jarro não tem nada. Lisa move-se novamente, circunda a cama, e assim consegue chegar à porta ainda fechada. Depois de agarrar e de vestir o seu roupão, abre a porta do seu quarto e sai, apoiando-se no varandim interno.

- O que é que se passa aqui? Vocês já viram que horas são?! – Exclama, quando se decide a descer as escadas. – Daqui a nada vem cá a policia, outra vez! Acho que já chega! – Lisa vai directamente até à cozinha, onde consegue saciar a sua sede.

- Vês o que fizeste?! – Acusa John ao mesmo tempo que cruza os braços, trémulos de nervos.

- Ai! Eu; é que fiz? Eu? John, eu farto-me de trabalhar e tu ultimamente… É que andas com uns ciúmes doentios. – Compõe a mãe de Lisa.

- Sónia, tu és uma mulher de família! Devias de estar aqui quando nós chegássemos. E não ficar no Teatro… – começa a dizer John tentando-se acalmar, para não sentir que deixa Lisa traumatizada.
- E já agora queres ter o jantar feito, não? – Reclama Sónia – John, eu nunca fui uma dona de casa exemplar aliás, tu sabes disso muito bem.

- Olhem, eu desisto! Vocês façam o que entender, mas deixem-me dormir! – Roga Lisa ao passar novamente pelos pais no caminho de regresso ao seu quarto.

- Deixa-me ver as tuas mãos, please. – Pede John ao mesmo tempo que estica a sua mão ainda trémula. Sónia põe a mão sob a sua. – Pois, se não fosses constantemente à manicura, e não arranjasses o cabelo dia sim, dia não serias uma dona de casa perfeita. Com respeito, aos ciúmes não me esqueci. – O sorriso na cara de Sónia desvanece-se. - Sim tenho-os mas não são teus, melhor até tenho raiva, ódio seja o que for, mas quero que saibas que eu não aguento ver os outros homens a babarem-se e a olharem para ti como se tu lhes pertencesses! – Grita John.

- Mas eu sou uma actriz! Eles não olham para mim, olham apenas para as personagens que eu represento! Tu não tens que ter ciúmes… – justifica-se Sónia.

- Para mim acabou – afirma John com a lágrima no canto dos olhos.

- O que queres dizer com isso? – Pergunta Sónia de repente aflita e super preocupada.

- Não vou dormir com uma mulher que se oferece aos outros homens – declara John.

Sónia dá-lhe um estalo a que John vira a cara para o lado. Em seguida, vê-se agarrada pelos pulsos abanada de forma violenta pelo marido. Este aproxima de Sónia de modo a impor-lhe respeito.

- Olha lá, minha menina, tu nunca mais me voltas a tocar, percebido?!

Um som vindo do exterior, uns faróis que iluminam o recinto, pára um carro à porta de Sónia, uma pessoa alta e trajada de preto ouve a discussão e pensa, duas vezes antes de agir. No entanto, mete a chave à porta e roda-a na fechadura empurrando a porta e depara-se com a discussão.

As almofadas do sofá pelo chão, Scott muito violento, e uma mulher que chora. As lágrimas de dor, de tristeza, de angústia de Sónia que lhe deixaram a cara toda vermelha e inchada, o ranho que entrava na boca, e fazia bolas nas narinas. Os cabelos despenteados abanavam-se no ar. A visita fica chocada com tal situação.

- Larga-a já, John! – Ordena-lhe Pipa.

Pipoca Castro, ou Pipa como frequentemente lhe chamam, é a confidente e assistente pessoal de Sónia. Próxima da família Scott, é testemunha do grande Amor que John nutre por Sónia e da dedicação que ele tinha a Lisa. Assim, não podia acreditar que John conseguisse levantar um dedo contra Sónia. Ele não seria capaz…

Mas agora que via aquela cena, as coisas mudavam. É sempre muito diferente quando ouvimos alguma coisa ou quando a vemos com os nossos próprios olhos.

- John, eu defendi-te sempre! Como é que tu pudeste? Não, como é que tu podes?! – Pergunta Pipa sem obter respostas para o que acaba de acontecer. Scott, tomando consciência de si e vendo o olhar enraivecido de Sónia, afrouxa o aperto na mulher.

- Eu vou passar a noite a um hotel! – Anuncia John, tentando esconder-se de si mesmo.

Sentia uma vergonha intensa e súbita, ele estava louco de ciúmes. Atira Sónia a tossicar para o chão e sobe as escadas a correr. Entra no seu quarto, abre o guarda-fatos, e pega na mala de viagem e atira com a sua roupa lá para dentro. Em seguida desce para a sala novamente.

Pipa entra na sala vinda da cozinha, de onde trouxe um copo com água da torneira e aproxima-se de Sónia, que ainda está sentada no chão. Ajudando-a a levantar-se, é abraçada por ela com força e Sónia começa então a chorar.

- Chiu! Já passou… – informa Pipa, na tentativa de acalmar Sónia.

- Obrigada, eu não sei o que seria de mim sem ti, Pipa! – Declara Sónia tentando recuperar o fôlego.

- Aquele brutamontes nunca mais te vai fazer mal, Sónia – adianta Pipa, dando-lhe o copo com água e tentando fazer com que ela o bebesse.

Sónia recusa e aproxima-se a passos pequenos do sofá da sala. Senta-se e começa a desabafar com a sua assistente.

- Pipa, minha amiga – diz Sónia, ao mesmo tempo em que retorna a chorar. A outra mulher abraça-a transmitindo-lhe afecto e carinho.

- Vá, calma, calma Sónia… – E dá-lhe o copo novamente. – Bebe com cuidado.




:star:
Fora da casa de Sónia estava Scott, que arrastava o seu pesado trolley até a bagageira já aberta do seu jipe, fechando-a em seguida e dirigindo-se para trás do volante. Fica um tempo parado e sem dar à ignição, para pôr o carro a trabalhar. Scott não consegue acreditar no que acabava de acontecer: ele que era sempre tão calmo… Como é que podia fazer tal coisa à sua família? Como podia perder o controlo à situação e espancar Sónia de uma forma tão violenta? Por fim, decide-se a pôr o motor a trabalhar engata a primeira velocidade e arranca no escuro da noite, só com a luz branca do luar. Apesar da imensa luz existiam árvores que se elevam aos céus e com as suas ramagens faziam desenhos no chão, tentando esconder a lua.

Era uma noite magnífica e, contudo mágica. A luz que a Lua irradiava era demasiado forte, demasiado intensa, demasiado esplendorosa.

Enquanto isso, Sónia, já mais calma, conversa com Pipa na sala.

- Tu viste! Oh Pipa, tu viste que eu estava a trabalhar!

- Sim, Sónia… E de facto esta atitude do Scott, não me agrada nada.

- Ele tem andado muito exaltado… Eu até comentei contigo no outro dia, lembras-te? Ele às vezes recebe uns telefonemas estranhos, e depois fica assim!




:star:
Sérgio entra na sala da sua casa, uma divisão ampla, só com uma mesa ao meio, e um móvel encostado cheio de salvas de prata. As persianas abertas deixavam entrar o Luar brilhante que inundava a sala, o ambiente era iluminado por um candeeiro de cristal pendurado no tecto, oito lâmpadas que transmitiam luz:

- Boa noite, família! – Cumprimenta Sérgio, em seguida sentando-se à cabeceira da mesa.

- Eu perdi o apetite – diz Pedro tirando o pano de cima das penas e pondo-o em cima da mesa.

- É por minha causa? – Pergunta Sérgio, antes do filho sair.

Pedro encara o pai, estica os olhos e não lhe responde, saindo bruscamente da sala e, de seguida, subindo as escadas a correr. Já no seu quarto, ele fecha a porta atrás de si e dá início ao seu plano. Atira a roupa da cama para trás e põe, varias almofadas sobre o colchão, cobrindo-as em seguida. Um assobio desperta-lhe os sentidos. Pega depois na chave do seu quarto, bem como na chave de casa, e mete-as ao bolso das suas calças de ganga. Abre a janela, senta-se no parapeito e passa as pernas para fora, e salta para o jardim. Tomás já o esperava em baixo:

- Tu estás louco? – Pergunta-lhe Tomás.

- Cheguei – declara Pedro. Olhando para a lua. – É bonita, hoje! – Pausa – então vamos a isso? – Desafia Pedro.

- Então conseguiste arranjar as miúdas?

- Não. Vamos arranjar quando lá chegarmos – afirma Pedro, totalmente confiante.
Ambos prosseguem caminho a pé, está uma noite agradável, com céu limpo. Nem uma nuvem, nem um sinal de chuva para o dia seguinte, até estava uma noite quente com as temperaturas acima dos dezoito graus Celsius. Havia inúmeras pessoas na rua que passeavam a travessa dos beijos, cheia de pessoas que a esta hora falavam entre si.

- Foi pena tu não trazeres o carro – comenta Pedro.

- Yah, podes crer, meu! Mas a minha mãe ainda não se tinha ido deitar – justifica Tomás – Mas, também é perto é já ali. Olha! – Aponta ele.

- Pois, é o que te vale.

Chegam à porta. Um segurança intervém.

- Ei! Vocês aí, que idade têm?

- Eu? – Responde Pedro – Dezoito anos. E ele tem dezanove – mente.

- Tudo bem, Silva Lobo, entrem lá – concede o Segurança depois de olhar bem para Pedro e de o
reconhecer.

Os dois rapazes entram num edifício em PH (Propriedade horizontal) o Bauhaus Club, uma discoteca tinha aberto há pouco. Era um lugar enorme e escuro e entrava-se ao contrário de qualquer casa. Isto é a Baubaus Club, tinha três andares, entrava-se no segundo e era iluminado por milhões de luzinhas que todas piscavam. Pedro e Tomás desceram as escadas cobertas a granito bege antiderrapante. No tecto existem múltiplas bolas penduradas de espelhos e, num salão em baixo, a escuridão dominava o ambiente e as luzes alternavam consoante a música que o DJ Lewis escolhia do seu set para pôr a tocar. Só uma luz se mantinha acesa – a do bar, para onde Pedro se dirigiu e onde se sentou ao balcão, aguardando a aproximação do barman.

- O que deseja?

- Pode ser dois martinis, por favor! – Tomás sentou-se a seu lado.

- Estás bem, Pedro?

- Sim, estou, só tenho sede – explicou o Silva Lobo.

- Ah, sim, sede? Tudo bem.

- Deixa lá que as miúdas vêm aqui – garante Pedro ao amigo com um sorriso. – Não me esqueci já
para não dizer que eu também preciso de uma – acrescenta.

Tomás sente-se estranho, sente ciúmes de Pedro. Ele não sabia ao certo o que significavam, mesmo que lhe perguntassem não vos saberia responder. O barman traz os martinis que serve a Pedro e a Tomás. Entretanto chegam duas mulheres ao pé do Silva Lobo e começam a brincar com ele. Pedro pousa o copo vazio em cima do balcão e gesticula para voltar a chamar o barman.

- Outro – pede.

O empregado serve-lho, Pedro traga-o. A seguir, decide pedir outra coisa mais forte, que despacha num instante. Com isto, tenta apresentar Tomás a uma das mulheres.

- Tommy! Oh Tommy! – Chama. – Tu onde estás, meu?

- Oh, Pedro. Estou aqui!

Pedro já se mostrava alterado com a bebida, que provavelmente teria começado a fazer efeito.

- Olá, borracho! – Chama o Silva Lobo a uma das mulheres.

- Olá, olhinhos. Como é que te chamas?

- Olha, isso é que é uma boa pergunta. – E começa a rir às gargalhadas – Mas, então e vocês?
Como é que se chamam?

- Deves estar bêbedo, não?

- Quem eu? – Aponta para si próprio – Não, ainda não bebi nada. – Responde Pedro em seguida aponta para Tomás – Eles é que estão, os três. Eu ainda consigo fazer o sessenta e nove! – Pedro engana-se, querendo dizer antes que “ainda conseguia fazer o quatro”. – Mas como é que vocês se chamam? – Insiste.

- Beta.

- Ah, que giro! As duas?

- Como queiras… – responde Beta.




:star:
Na casa Valentino.
Lisa conseguiu adormecer desde que a casa ficou em silêncio com à saída do pai e Sónia tenta ir para o quarto, precisando do precioso auxílio de Pipoca Castro para subir as escadas e chegar lá. Já dentro da divisão, a actriz espreita o armário e repara que a roupa de Scott não está lá.

- Pipa!! Ele deixou-me! – Exclama.

- Estavas à espera de quê? – Pergunta Pipa. – Até é melhor assim: ele volta para Nova Iorque, a terra de onde ele não nunca devia ter saído, reconstrói a sua vida, e são os dois felizes para sempre.

- Não, não, tu não entendes! Não percebes que ele se pode vingar na Lisa? Eu sei que vai.

- Não, Sónia, estás a ser paranóica. Ele é o pai dela, no final de contas – tranquiliza-a Pipa. – Pronto, já passou! Agora devias dormir, Sónia.

A noite avança no seu curso normal, o luar entra no quarto de Lisa, bate no espelho e reflecte para o candeeiro de cristal. Ao fim de algum tempo ela acorda, não consegue dormir devido à discussão entre os pais na noite anterior.

Levanta-se e veste o roupão de seda branca, abre a porta e em seguida desce as escadas. Não encontra ninguém na sala, entra na cozinha, dirigindo-se ao armário que está em cima do lava-loiça. Pega num copo com água e bebe a água.

Regressa à sala. Desta vez não está só:

- Pipa! A mommy? – Pergunta Lisa, francamente preocupada.

- A tua mãe está a descansar.

- Tem algo a ver com o meu dador de espermas?– Lisa advinha o que acontecera.

- Não, Lisa não tem. – Pipa mente por que quer proteger a Lisa e não quer que esta sofra.




:star:
No Bauhaus, Pedro ainda lá estava, sentado agora no balcão com o cotovelo em cima deste e com a palma da mão a segurar os seus lindos cabelos pretos. Beta não o largara, nem um só minuto, agarra-o:

- Anda lá para ali. – Pedia ela, tentando fazer com ele a seguisse, até um sofá situado no meio do salão. Pedro já via tudo ao contrário – Por favor!

- Não – Ele recusa o convite de seguir Beta, talvez por ver tudo turvo. – Estou bem aqui! – Emenda, a voz já lhe arrastava. E deixa que Beta se aproxime dele.

- Sabes que tu és um rapaz muito bonito – diz ela baixo ao ouvido.

- Sei sim… – é interrompido por Beta.

De facto, Pedro era um lindo rapaz tinha os olhos azuis tal como Sérgio, era alto tinha aos catorze anos um metro e setenta, magro e muito conquistador. Enfim o seu sorriso era irresistível, fazia parte do seu charme. Pedro era um diletante, gostava de oferecer imensos presentes caros às suas namoradas mas ainda era virgem, embora faça de tudo para parecer o contrário.

- Eu acho que me apaixonei por ti – Diz Beta.

- Achas ou tens a certeza?

- Não sei se a tenho! – E aproxima-se dele, agarra-o, puxando-o para si, e beija-o.

Ora Pedro reage muito mal a esta situação,

- Então pah isto agora é assim chega-se aqui e beija-se?

- Desculpa achei que te devia animar… – Responde Beta meio, confusa.

- E quem te disse que eu precisava de animação? – Beta fica furiosa. E Pedro começa a rir a
bandeias despregadas.

- O que foi? – Pergunta Beta, lixada com o fora de Pedro.

- Anda cá. – Pedro agarra-a pela cintura. – Eu agora só te quero beijar! – E ambos recomeçam a beijar-se.


Tomás olhava incrédulo, como ele era capaz de tais façanhas? Pensava agora neles, de cada vez que Pedro lhe contava que tinha uma namorada, ele sentia-se a morrer cada vez mais por dentro. Tomás ainda não sabia o que significava aquele sentimento forte e tão puro que sentia por Pedro mas sentia que por vezes ia explodir, a cada momento que visse a sofrer, Tomás só o queria consolar. Que estranho haver este sentimento entre amigos, não é?
Voltando agora à história, Tomás vai buscar Pedro:

- Olá D. Juan, vamos embora?

- Tu quem és? – Pergunta Pedro, não reconhecendo Tomás.

- O Tomás, o teu melhor amigo. – Beta escreve alguma coisa num papel, dobra-o em quatro e em
seguida dá-o a Pedro, ao mesmo tempo apalpando-o, e indo-se embora, Pedro dá-lhe uma palmada no rabo que a fez tremer.

- E se for contigo, para onde vamos? – Pedro puxa a Beta para si, dando-lhe o último beijo.

- Para casa. Pedro

- O que é isso de casa? – Pergunta o rapaz, totalmente fora de si – Alguma bebida que ainda não bebi, quero provar.

Tomás apercebendo-se do estado em que estava Pedro e com pena por este estar bêbedo, fala.

- Não achas que já bebeste demasiado por hoje, Pedro? – Pergunta, indignado.

- Beber? Quê, eu? – Tomás não liga muita a este facto.

- Pedro, anda que eu levo-te a casa que também tenho sono…

Tomás, a muito custo, conseguiu convencer Pedro. Este levantou-se da cadeia na qual estava sentado e sentiu as pernas trémulas e bambas, até que por fim provou o sabor do chão do bar. Tomás ajudou-o a levantar-se e foram abraçados até à porta de saída, lá fora Pedro torna a cair e Tomás deixa-o ir no chão.


Rompe o dia, a brilhante Lua dá lugar aos primeiros raios de Sol ainda laranja, os negócios nocturnos fecham as portas e esperam pela próxima noite. Pedro e Tomás seriam os últimos a abandonarem o Bauhaus Club.

Nos altos prédios de uma cidade do centro já se ouvem os despertadores, as pessoas levantam-se ainda adormecidas e tacteiam até à casa de banho mais próxima para fazerem a sua higiene pessoal.

Numa rua, fora de uma discoteca, encontravam-se Pedro e Tomás. Este fazia os possíveis para segurar o Pedro, que caía frequentemente ao chão e Tomás acabou por deixar que ele fosse de gatas para casa. Já se vislumbrava a casa Silva Lobo, e quando Pedro entra no jardim de gatas, o Tufão lhe larga: - Olá. Tu cresces-te, ou fui eu que baixei. – Pedro constata o seu estado. E prossegue caminho até à porta de entrada da moraria dos Silva Lobo.


Em seguida, sobe as escadas assim de quatro, e entra no seu quarto que teria a porta já aberta pelo Tomás. Este ajuda-o a levantar-se e a sentar-se numa cadeira. Abre-lhe a cama, pega no rapaz e atira-o para a cama, despindo-o e deixando que ele durma só em cuecas.

Boas Leituras!
Capítulo 2- A Outra Realidade




Video elaborado por: Walk Up Proud


Última edição por Fan Joana Alvarenga em Dom Jun 30, 2013 4:17 pm, editado 10 vez(es) (Motivo da edição : Adicionar Capa e Trailer (Actualizado))
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Mensagem por Fox* Seg Set 03, 2012 1:15 pm

Ah, olá! :D Já cá puseste (bem me disseste que irias começar dia um! Passa rápido!)
Já li e continuo com a minha opinião! Estou bastante curiosa para ver ver a opinião dos outros leitores quanto à vossa história de amor turbulenta!
Beijinhos e boa continuação :D
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Mensagem por Anne Margareth Ter Set 04, 2012 9:32 pm

Olá minha Fox!

Venho por este meio agradecer-te por teres comentado. Sim a Fic é stressante nem tu sabes o quanto. E ainda bem que gostas. Por que nós (= Eu e Walk) estamos a adorar escreve-la.

Beijinhos,

Graça.
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Mensagem por CatariinaG' Seg Set 17, 2012 8:10 am

Uma pequena pergunta... Esta fanfic é sobre o quê?!
Tens de me dar a categoria disto, para pudermos encaixá-la no fórum.
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Mensagem por Anne Margareth Sex Set 21, 2012 11:16 pm







Capitulo 2 – A Outra realidade
O dia amanhece, o Sol levanta-se cor de laranja, os pássaros voam nos Céus, em cima de uma árvore um deles abre as suas enormes asas e voa, deixa um ninho cheio de passarinhos novos a chilrearem, talvez estranhando um pouco a atitude do progenitor, que voa de repente. Pobres criaturas, deixam-nos sozinhos em tão tenra idade. Uma cadela vadia está grávida e há um rebentamento das águas, chegou a hora de ter as suas crias, pobre animal que uiva de dores.
Uma rua de terra batida vai levar a uma fileira de casas de ambos os lados, casas construídas com tijolos e uma chapa de zinco, da cor do alumínio, por cima, a servir de telhas. As habitações rudimentares não tinham condições no seu interior não existia uma casa de banho ou uma cozinha, por vezes era apenas uma divisão ampla, com tudo no seu interior, cama e um mísero fogão, sem uma tiragem. Não tinham sequer uma placa que separasse a terra do chão de casa e estas eram iguais umas às outras e, naquela localidade, a maioria não tinha porta. A pobreza era asfixiante, habitavam, na sua maioria, africanos e pescadores que viviam do mar, maioritariamente desempregados. No extremo oeste desta realidade começa a ver-se uma zona que aparenta ser mais rica, começam a visualizar prédios amontoados uns atrás dos outros, já com condições mínimas cada apartamento tinham três assoalhadas, uma casa de banho, electricidade e água canalizada.
Um grupo de africanos, lábios grossos e cabeças rapadas, trajava umas calças largas em que a cintura lhes chegava até aos joelhos, com umas t-shirts, e com bonés na cabeça postos com a pala para trás, reúne-se debaixo de um telhado de um prédio e prepara o próximo assalto. Conversam enquanto esperam pelo líder, limpando as suas armas, armas brancas e de fogo de calibres ilegais. O líder está atrasado e teima em não chegar.
- Brother, o Alex nunca mais chega, e se foi preso? – Pergunta um dos que espera, ansiosos pela chegada do chefe.
- Mano, não me parece, aliás ele é muito esperto. A bófia não o apanha. – Afirma outro. – Vais ver que está com uma dama. E atrasou-se. Daqui a nada ele aparece.
- Mas, mas, mas… não é dele. – Diz o primeiro.
- Sim mas há damas que são muito exigentes – justifica.

Um quarto de luxo, com cortinas brancas, a tábua e os pendentes amarelos com pequenos motivos, o chão alcatifado a rigor e uma cómoda encostada a uma parede, uma secretária com um aparelho musical uma cama ao meio um guarda-fatos as duas mesas-de-cabeceira uma a cada lado da cama.
Havia a roupa pelo chão espalhada e um barulho estranho, as molas de um colchão chiavam, numa cama, os lençóis cobriram dois corpos, já desnudados que se beijavam e se apertavam, um corpo de homem musculado, esmagava e apertava, com força o corpo de uma mulher, as respirações ofegantes, uma coisa dura incha e pesa nas coxas da mulher, esta abre as pernas e ele introduz-lhe o instrumento dentro da sua vagina, mais uma vez, em seguida um liquido espesso e gelado entra nela, e começa o movimento do “vai e vem”, os testículos batem á entrada da vagina e ouvem-se gritos de prazer. Trocam de posição, ela está por cima dele, e tenta fazer com que o seu cliente fique satisfeito. E ele retira o pénis dentro da sua vagina e põem-na na posição mais favorável para o sexo anal, onde ejacula, com um dedo introduzido na vagina, ao fim de ele atingir o auge da sua relação sexual retira o pénis e ela, com as suas mãos delicadas, massaja no meio dos peitos. A seguir mete-o na boca, chupando-o, onde ele ejacula e ela engole o líquido. A seguir ele introduz-lhe a língua na vagina e chupa.
Ele levanta-se, ela ainda deitada olha-o, tirando-lhe as medidas:
- Que foi, Rita? – Pergunta – Não gostaste?
- Não, eu não gostei, Alex. – Responde Rita. – Eu amei.
- Foda-se, já estou atrasado. – Constata Alex ao reparar no relógio.
Em seguida saiu deixando uma nota em cima da mesa ao lado da cama, fechou a porta atrás de si. E corre até à porta do prédio ainda pondo o boné na cabeça, como os seus amigos.
Alex era o único miúdo branco que tinha vinte anos e agilidade necessária para não se deixar apanhar. É ele o chefe de quadrilha. Fora do prédio começa a andar a um passo rápido. Atravessa a rua e entra naquela zona mais pobre do bairro, caminha por entre barracas degradas e chega ao local de encontro, um alpendre velho, resultante de um vão entre duas barracas cobertas pela mesma folha de zinco.
- Desculpem o atraso, pessoal. – Diz o branco, chegando perto do grupo. – Tenho o salto perfeito para esta noite… – declara o mesmo.
- E se a bófia aparecer entretanto, como é que é? – Responde o black, intimidado.
- Fónix, não vai aparecer… – diz o branco com toda a confiança. – Então é assim, se por acaso aparecer alguém, vós só lhes tendes que limpar o sebo.
- Mano, eu não vou matar ninguém. – Declara outro interlocutor
- Fosgasse pah, tu queres ficar rico, ou não? – Pergunta Alex, francamente irritado
O black engole em seco e começa a ficar tímido e muito nervoso. O black trajava umas calças pretas largas uma camisola branca com o cabelo apanhado dentro do boné escuro. Era conhecido por Tó.
Tó completou apenas o nono ano de escolaridade e saiu da escola, é de descendência africana. O pai desempregado e a mãe só trabalha em casa, vendo-se obrigada a procurar emprego. Tó é explorado por Alex. Tó quer emigrar para Angola sendo esse o seu principal objectivo, pois ainda não conhece África e acha que lá consegue emprego.
Quando deixa a escola, depara-se com a miséria do seu bairro, e vê que tem de ajudar os seus pais logo após o pai, que trabalhava num supermercado e foi despedido sem justa causa porque alguém roubou e depois atirou com as culpas para cima do Aníbal, vir para casa e não querer saber de mais nada a não ser passar os dias inteiros sentado em frente à televisão. E é Marta, a esposa, que tem de trabalhar. Ela que estava só habituada a cuidar da casa.
- Deixa-o, Alex desde que ele anda com a dama que vem todo estranho…
- Eu sei Caijô que desde que ele come a dama dele…
Caijô é da confiança de Alex, é um negro que não olha a limites para cumprir com os objectivos a que Alex lhe obriga, para assim provar a sua fidelidade, para com ele.
- Chega… Só não acho justo, que seja assim, porque é que temos de abater alguém? – Pergunta Tó. – Já pensaram que esse branco ou branca que vão matar pode ter filhos, filhas, alguém a cargo e vocês não matam só essa pessoa mas sim uma família inteira?
- Tu ainda não me obedeces, não sabes que sou quem mando, caralho? Ou queres que eu te foda os cornos… – Vocifera Caijô que se revolta, já com a faca encostada ao pescoço de Tó.
- Ei meu acalma-te, aqui ninguém mata ninguém – Declara Alex que vê a cena e não lhe agrada. – Parece que estamos entendidos! – Exclama ele.
Acabada a reunião Alex vai embora e Caijô vai atrás dele, chamando-o:
- Alex! – Ele espera por Caijô – Estás chateado?
- Como é que queres que eu esteja? – Olha para ele por baixo da testa – já viste os teus comportamentos, achas que agiste bem? Vê tu próprio e diz-me se o Tó tem culpa… De alguma coisa.
- Desculpa – pede o outro.
Ambos vagueiam pelo bairro, vêem as mulheres que passam para os seus empregos, mandam piropos. As mulheres olham para eles, e riem.
Tó, por sua vez dirige-se para a parte mais rica do bairro. Anda por entre casas, e jardins até à paragem, ele quer ir ao centro comercial ver as novidades e os preços, enfim mentir que é rico. Enganar assim a pobreza e a miséria em que vive.

Na zona mais rica do Bairro vive a Carla. A Carla é branca, frequenta o décimo ano da escola, sonha em ser médica e ir para Angola quem sabe um dia, talvez. É filha de uma florista e de um marchante desempregado. Custodia, a mãe, é branca e racista. Não quer que a sua filha se dê com negros, vê-os com fracos olhos, devido à onda de assaltos que se vive no bairro.
A melhor amiga de Carla, Ana Maria, vem chamá-la. Carla despede-se de sua mãe e desce:
- Logo quero-te lá na loja, ouviste? – Pergunta Custodia.
- Não te preocupes, a partir das três lá estarei. – Promete Carla pegando nas torradas e saindo de casa.
Ambas dirigem-se para a paragem do autocarro. Descendo a rua e sentando-se no banco de madeira debaixo do coberto, as duas amigas conversam.
- Temos que combinar para irmos ver as notas. – Afirma Ana Maria.
- Sim, senão tu vais e depois envias-me as minhas, pois a minha mãe quer que eu a vá ajudar lá na loja. – Declara Carla.
- O Verão inteiro? – Questiona Ana Maria.
- Não sei, mas penso que sim. – Afirma Carla – Porquê?
- Porque assim, não dá para sairmos. – Responde Ana Maria, tristemente.
- Penso que sim, que dá até porque o trabalho só deve ser umas horas.
Tó, que está encostado ao pilar da paragem, olha para as duas raparigas. Ana Maria repara que ele está a olhar para a Carla, e aproxima-se da amiga, as duas cochicham. Carla olha para Tó e volta a olhar para Ana Maria.
Pela cabeça de Tó só lhe passa uma coisa. “Que linda ela é. A amiga também mas ela é a mais linda.” O autocarro chega finalmente, Tó aproxima-se, mostra o passe e entra, assim como Carla e Ana Maria também entram as duas amigas conversam e riem muito, sob o olhar atento de Tó.







*
O sol sobe no horizonte, sendo cada vez mais tarde. Um amontoado de casas junto à Ribeirinha do Porto recebe uma faixa do astro Rei que aquece as paredes das casas e dá bom ambiente às ruas da cidade nortenha.
As faixas de Sol entram dentro das janelas dos prédios altos da faixa frontal perto da freguesia de São Nicolau, junto ao Rio Douro, recentemente faz parte do Centro Histórico do Porto, que recebeu destaque graças à nomeação de Património Mundial da UNESCO. O som de um rabelo que dava à costa é acompanhado por um bando de gaivotas que começa a voar.
Num quarto iluminado pela luz do sol existia roupa espalhada pelo chão, umas calças que se encontravam perto da janela e uma camisa preta que se localizava junto à cama e também havia um vestido que anunciava que a presença feminina em casa. Uma cama estava no meio com duas pessoas completamente nuas. Só o lençol as tapa. À cabeceira da cama de casal, encostada à parede, em cima do colchão, localiza-se um revólver preto de calibre 6.5.(anexo) O estridente barulho do velho despertador dançava em cima da mesa-de-cabeceira, fazendo com que Tiago acorde.
- Ai, já? – Tiago dá um murro pouco amistoso ao relógio, fazendo com que este caia, com o barulho abre os olhos e vê a doce Raquel ao seu lado – Olá querida Raquel! – Beija-lhe os lábios fazendo com que esta acorde.
- Bom dia, Tiago. – Cumprimenta ela, com um sorriso de orelha a orelha.
- Dormiste bem? – Pergunta o judiciário.
- Contigo é impossível que dormisse mal, não achas, Silva Lobo. – Responde ela, fazendo com que ele fique logo bem-disposto pela manhã.
- Ok! Quero-te levantada dentro de cinco minutos, vestida e essas coisas – diz Tiago dando um pulo fora da cama pegando na sua arma que a põe em cima da mesa-de-cabeceira.
Em seguida, apanha o despertador e devolve-lhe o olhar de destaque em cima da mesa ao lado da cama. Circunda-a e Raquel, que ainda está deitada, olha para um corpo musculado e bem feito que tinha o Tiago. Este sorri.
- Que foi?
- Nada. A não ser que… – Raquel pensa melhor – não é nada – diz por último.
- Hum, hum. Vou tomar banho – informa-a Tiago. De seguida entra na espaçosa casa de banho do seu apartamento de luxo.
Posteriormente, entra na banheira de hidromassagens e sorri ao pensar que parte o coração a todas as mulheres há sua volta, mas no fundo é triste e sofre porque ainda não encontrou o seu amor.
Raquel, por fim levantasse e cheira uma camisa de Tiago, esfrega-a na cara é macia vestindo-a posteriormente






*
O Sol está elevado no horizonte, o dia começa a aquecer. São nove horas da manhã junto Praça Nova, que resulta do cruzamento com as Ruas da nova Alfândega, Ferreira Borges e Mouzinho da Silveira que leva a um novo eixo rectilíneo desde a rua do Infante D. Henrique ao Convento de São Bento de Ave – Maria. Subindo mais um pouco, localiza-se a Praça do Infante, onde se situam vários edifícios importantes do Porto como Tribunais e companhias de Seguro, e também o DEC. Em frente à esquadra situa-se uma rotunda que dá acesso a um pequeno jardim que separa a esquadra de uma igreja. Ao lado da polícia localiza-se um hospital.
Na esquadra da Policia Judiciaria todos os agentes e inspectores começavam a chegar e passam pela secretaria picando o ponto.
- A Raquel? – Pergunta um homem que vem do interior de um escritório.
- Ainda não chegou, Castro – responde a mulher que está sentada junto ao balcão abrindo o computador.
- E o Tiago Silva Lobo?
- Esse também não.
- Ok! Quando chegar diga-lhe, Anna, para vir ao meu Gabinete.
- Está bem meu comandante.

Tiago Silva Lobo tem vinte e cinco anos formou-se em Direito há um ano, não sabe o que é o amor ainda, ainda não encontrou a mulher da sua vida e dá-se ao luxo de ir experimentando varias mulheres até encontrar a tal. É inspector da Policia Judiciaria, sempre foi inteligente no seu curso e por isso foi destacado para o Porto sabe que não se quer casar, detesta o casamento e nem foi feito para tal, dando desgostos há mãe que nunca lhe apresentou as suas namoradas. É muito parecido com Pedro, é “um puto no corpo de um homem”. Vive num prédio de luxo. Tem tudo quanto quer, e consegue dar a volta à cabeça de qualquer mulher. É o único filho preferido de Sérgio, Tiago nunca lhe deu trabalhos, sempre frequentou o Prestigie e tirava notas altas, nunca Sérgio teve que ser chamado para repreender Tiago. Quando o pai queria falar com ele, ele lá aparecia. Sem nunca ser preciso pô-lo de castigo.
Raquel Santos trabalha na secretaria da Policia Judiciaria, pensa que é amada por Tiago, tem vinte e quatro anos. Gosta da companhia do Tiago e esta é a primeira noite que passa com ele. Ela sabe que é de ocasião, até pelo comportamento de Tiago, mas gostava que fosse para sempre. No entanto, e como não se pode ter tudo, contenta-se com o pouco que tem. Sabe que Tiago nunca iria desobedecer a Sérgio e ela não seria a indicada para sua nora.

Raquel é alta loira e magra, tem todas as qualidades que um homem pode crer, no entanto é apaixonada por Tiago. Desde que ele entrou para chefe do departamento que ela se tem disponibilizado muito para o ajudar em tudo que ele quisesse.
Anna Segurado é quem manda no terreno. Nas missões, quando alguém vai fazer uma ronda, a Anna é quem indica por onde há-de ir. Tem vinte e oito anos, mas é estudante, ainda. Tiago ainda não a conseguiu conquistar, é para ele como um troféu. E logo ele, que quer fazer uma colecção de namoradas.
António Castro é o chefe da esquadra e “manda no pessoal”. Tem cinquenta e sete primaveras já feitas, é robusto e abastado tem celulite na barriga.
………………………………………………………………………………………………

O Sol continua a subir no horizonte. Os galos cantam, os pássaros chilreiam, as casas de comércio abrem as suas portas e as grades de ferro sobem. As persianas das janelas começam a levantar-se e incomodam Pedro, que acaba por acordar perto das dez horas. Por fim, com uma bruta dor de cabeça, olhou à sua volta e viu que estava em casa. Reconheceu o seu quarto e a sua cama mas não se lembrava do que acontecera na noite anterior, só se lembrava de uma discussão que tinha tido com o seu pai e de o Tomás chegar. Nada mais, apenas aquela terrível e enfática dor de cabeça o denunciava. Pedro olha de repente para o chão e vê Tomás a dormir. Pega numa garrafa de água, que está em cima da mesinha de cabeceira, e deita a água por cima de Tomás com o intuito de o acordar, o que produz um grande susto no rapaz, que acorda logo.
- Então, meu, passaste-te? – Pergunta Tomás, todo encharcado.
- Chiu, dói-me a cabeça – diz Pedro. Estava bastante enjoado, tanto que parecia uma mulher grávida, levanta-se e vai a correr para a casa de banho. De seguida ajoelha-se no chão, perto da sanita, levanta o tampo e vomita. Tomás levanta-se muito calmamente e vai ter com Pedro à casa de banho. Encosta-se à ombreira da porta e assiste à queda do seu amigo. Por fim, resolve…
- Então, estás melhor? – Pergunta Tomás preocupado.
- Tomás, eu sou o grande Silva Lobo, nada me destrói… Isto não me vai destruir… – Tomás fica parvo com a arrogância de Pedro.

Começa a abrir os estores de uma varanda virada para a rua dos Amores, a rua principal do bairro de Portugal.
- Pipa, fecha isso, por favor – pede a Lisa.
- Vá são horas de te levantares. – Informa-a Pipa.
- Mas eu não tenho aulas – protesta Lisa.
- Eu sei. Mas não podes ficar na cama o dia todo. – Explica a assistente.

Pipa sai do quarto e, em seguida, desce as escadas passa pela sala e entra na cozinha.
- Bom dia, Sónia – cumprimenta-a dando-lhe um beijo na cara.
- Ai, oh Pipa, bom dia – responde Sónia ainda com sono e apoiando o cotovelo em cima da mesa. – A Lisa?
- Essa ainda está no quarto.
- Já a foste chamar?
- Sim – Pipa põe a mesa para o café da manhã. – Tira o braço, colabora lá.
Em seguida aproxima-se da banca para colocar o pão na torradeira e fazer o sumo de laranja. Põe as torradas com manteiga num prato pequeno e o jarro de sumo em cima da mesa e dirige-se ao átrio:
- Lisa, desce, vá, são horas. – Grita Pipa.
A Lisa está sentada na cama a pensar no que se passou naquela noite, na discussão que os pais tiveram e sente que a sua vida vai mudar a partir dali daquele dia. Não sabe como mas acha que irá sofrer alterações. Basta para já o seu pai não ter dormido em casa e se separar da sua mãe. Nunca mais terá os pais juntos, isso não acontecerá nunca mais e de certa forma aquele ambiente deixava-a nostálgica. Era uma nova situação para a qual ainda não estava preparada. Lisa levanta-se e vai tomar banho e reflecte em tudo e tudo lhe causa imensa confusão. Dirige-se para o quarto onde se veste e se calça. Em seguida desce as escadas e entra na cozinha.
- Cá estou eu – diz Lisa à entrada, com um belo sorriso na cara.
- Ah, filhota, que bom… – declara Sónia, dando-lhe um beijo na cara.
Lisa senta-se no seu habitual lugar. Não estava para conversas hoje, nunca estaria mas este dia seria especial em tudo.
- Lisa, que tens? – Pergunta Pipa muito preocupada com a rapariga e estranhando o facto de ela não dar os bons dias como habitualmente o fazia.
- Não é nada, Pipa, só tenho sono.
- Sabes que tu tens que manter o ritmo e as horas de acordar e de deitar como se estivesses em aulas. – Comenta Pipa.
- Sim eu sei. – Diz Lisa enquanto deita um pouco de sumo de laranja no seu copo e põe manteiga na sua torrada.
- O que vais fazer hoje? – Pergunta a Sónia.
- Vou à praia. – Depois reflecte melhor e acaba por responder. – O que é que tu tens a ver com isso?
Pipa e Sónia olham uma para a outra. E as três ficam em silêncio. Comem, a Lisa bebe metade logo de seguida, e fica com um ar pensativo.
- Que lindo dia está hoje, não é Pipa? – Pergunta Sónia com a intenção de pôr termo ao silêncio mórbido entre as três.
- Sim, é verdade Sónia. – Concorda a Pipa.
- Sabes, estava a pensar em ir às compras. – Propõe Sónia.
Lisa está absorta em pensamentos quando algo a faz despertar ela não podia com tanta hipocrisia por parte da mãe em planear uma ida ao shopping em vez de querer saber de Scott. Será que mais ninguém se preocupava com ele naquela casa.
Lisa resolve romper o silêncio, sobre o assunto que rodava Scott:
- Mumi, onde está o papi? – Questiona Lisa.
- Lisa, o pai foi-se embora – explica Sónia.
- E então porquê? – Inquire a filha
- Teve que ser, filhota… – declara a mãe.
- Tu nem me digas que ele já se encheu de ti… – Troça ela.
- Lisa Maria Valentino Scott! – Ralha Sónia. Lisa já estava a subir as escadas.

Uma paisagem verdejante, uma rotunda e um arco do Triunfo. Ao longe começa-se a ver a Torre Eiffel um casal de namorados passeia de mão dada por entre as montras da cidade de Paris. Ele é de estatura baixa com um capacete na mão e de mochila às costas. Com o cabelo preto e cortado curto, trajava umas calças de ganga e uma camisa coberta com um blusão ao passo que ela era alta, loira e tinha os olhos azuis. Trazia um capacete na mão e uma mala às costas, vestia um vestido e um casaco de ganga, falava mal português.
Manuel Guerreiro era um rapaz simpático que só queria fazer parte de uma banda. Tinha talento. O pai era empresário do ramo de alta-costura, trabalhando com os grandes empresários de moda. Manel, como todos lhe chamavam, orgulhava-se do pai que tinha e queria ser como ele em tudo. Um bom pai mas, acima de tudo, um excelente marido. A irmã de Manel é a Sarah, tem oito anos. É a irmã que Manel quer proteger sendo a sua predilecta. Manuel tem dezasseis anos.
- Manel, mon amour, rentrer avec moi… - pedia-lhe Natalie.
“””- Manel meu amor volta comigo para casa…”””
- Não dá, Natalie – mexe-lhe no cabelo – ma mère est chez lui.
“””- Não dá Natalie, a minha mãe está em casa”””
-Oui – concorda a Natalie- Je t’aime.
“””- Sim – concorda a Natalie – Amo-te.”””

Natalie é uma francesa, filha de um empresário que dá trabalho a Miguel Guerreiro, o pai de Manuel. Este gosta muito de Manuel, e aprova o namoro, dando a sua bênção para se casar com sua única a filha.

Na câmara de Lisboa Sérgio chega e a secretária fala com ele:
- Sérgio Silva Lobo… – Sérgio abre bem os olhos e olha para a funcionária – Quer dizer, Senhor Doutor, tem aqui a sua agenda para hoje.
- Oiça bem – poisa as mãos em cima da secretaria – Eu ainda sou o Vereador desta câmara e você é uma reles funcionária por isso, meta-se no seu lugar, imediatamente. Se não quer ser despedida, Mafalda.

Em seguida, Sérgio entra no seu gabinete. Era uma sala espaçosa, com estores de banda num rosa muito claro, que se confunde com o branco das paredes, sobre a janela voltada para a Avenida do Campo Grande, a mais movimentada de Lisboa. Ao lado de um pequeno vaso branco, com uma planta dentro, uma cadeira preta almofadada conjugava-se com uma mesa de madeira com o tampo envernizado. O chão era coberto por uma tijoleira e sobre a secretária estava uma pilha de dossiers sobre projectos que necessitavam de um despacho para dar andamento.
Sérgio senta-se na sua cadeira, encosta-se elegantemente para trás e põe os pés em cima da mesa a ler o primeiro ficheiro. Liga o computador e põe-o a trabalhar. Posteriormente, lembra-se de Pedro. E retira os pés de cima da mesa, senta-se como deve de ser, arrasta a sua cadeira de Rodas até ao telefone e marca uma sequência de quatro números. Do outro lado da porta toca um aparelho. A secretaria atende:
- Mafalda pode chegar aqui, por favor. – Pede Sérgio.
- Com certeza, Doutor. – Poisa o telefone.
Em seguida levanta-se e bate à porta de Sérgio, espera cinco minutos e recebe ordem afirmativa. Abre a porta e entra.
- O que deseja? – Pergunta Mafalda.
- O meu filho não está aí? – Questiona Sérgio
- Qual deles, doutor? – Duvida a funcionária
- O Pedro, sua imbecil. – Sérgio cospe as palavras rebaixando Mafalda.
Mafalda respira fundo. E conta até dez.
- Não senhor, não está. – Responde por fim.
- Então chame-o com urgência, eu quero falar com ele, peça para ele vir aqui imediatamente. E não quero desculpas, senão despeço-te. – Declara Sérgio.


Mafalda Soares é solteira e é a secretaria da câmara de Lisboa, sempre conheceu Sérgio Silva Lobo e sabe previamente que o casamento de Sérgio e Dora é só de fachada para aparecer nas capas das revistas como um casamento feliz rodeado pela mulher e pelos seus três filhos.






*

Dora dava instruções aos empregados para preparar o almoço. Não sabia se Sérgio viria almoçar ou não, e não sabia se Pedro iria acordar a tempo. No quarto, Pedro ainda dormia na cama, e Tomás no chão. Pedro abre um olho e depois outro e vê o tecto de uma casa, não se lembra de se ter deitado, olha em volta, e reconhece o seu quarto, não se lembra de nada o que fez na noite anterior nem de ter ido dormir apenas uma brutal dor de cabeça o denunciava, o que lhe era estranho, Pedro boceja, sente-se cansado até que olha de relance para o chão, e vê Tomás o seu fiel amigo e companheiro a dormir ainda, olha para cima da mesa-de-cabeceira encostada à parede e vê uma garrafa com água, estende o braço e alcança-a, desaperta a tampa e deita água por cima de Tomás com o intuito de o acordar:
- Quantos são? – Tomás ergue o punho pronto a bater em alguém. Pedro ri da figura de Tomás – Então meu? Isso, são maneiras de se acordar alguém?
- Xiu – reclama Pedro, e afasta a roupa de cima dele – dói-me a cabeça – diz Pedro já em pé dirigindo-se rapidamente para a casa de banho, pois parecia uma mulher grávida.
- O que tens? – Pergunta Tomás preocupado com o amigo.
Pedro não responde, entra na casa de banho abre o tampo da sanita e ajoelha-se no chão vomitando em seguida para dentro da sanita. Tomás ouve os urros de Pedro e o líquido a cair dentro da sanita levanta-se muito devagar e também ele se dirige à casa de banho, mas não entra, encostando-se à ombreira da porta a ver a destruição de Pedro, quando por fim resolve perguntar-lhe:
- Então estás melhor?
- Tomás eu sou o grande Pedro Silva Lobo nada me destrói… logo isto também não me vai destruir – Responde Pedro todo vermelho.
- Precisas de ajuda? – Pergunta-lhe Tomás ainda abismado com a arrogância de Pedro.
- Ajuda? Para quê? – Pergunta Pedro pondo-se em pé, e indo lavar os dentes.
De repente ouve-se o telemóvel de Pedro a tocar
– Atende tu – diz Pedro entregando o telemóvel a Tomás.
- É a Mafalda – informa-o – É melhor seres tu a atender, Pedro – diz, entregando-lhe o telemóvel.
Pedro ainda está enjoado mas já não vomita e atende a Mafalda com sublime indiferença.
- Olá Mafalda pode dizer ao meu pai que não faço nada do que ele me mandar… – é interrompido por Mafalda.
- Bom dia Pedro, eu vou-lhe dizer isso, mas é que sabe, o senhor doutor Silva Lobo mandou-me que o chamasse para falarem aqui na câmara.
- Não vou, não me apetece, ir qualquer assunto tratamos logo…
- E então o que é que digo ao senhor seu pai?
- Isso que eu lhe disse agora mesmo, bom tenho muito gosto em a ouvir mas tenho que desligar, passar bem.
- Pedro escusas de responder assim à Mafalda – repreende Tomás.
- Porquê? – Pergunta Pedro – Eu sei que ela não tem culpa mas o meu pai tem – acrescenta Pedro.
Tomás há muito que queria chamar Pedro à razão só que não sabia como
- Pedro, não achas que estás a beber demais?
- Como, Tommy?
- Eu aconselho-te a parar de beber pois já não é a primeira vez que tu te embriagas.
- Ai, oh Tommy, tu és tão chato! – diz Pedro fechando a torneira, – Com licença – Passa por Tomás entrando no seu quarto e na sua cama.
- Está um dia bonito – diz Tomás, abrindo as cortinas do quarto de Pedro e deixando o sol entrar – não vais estar na cama e ver o dia a passar, pois não? Vá, levanta-te, vamos à praia, vamos jogar Voleibol, vamos ver as miúdas em biquini. – Tomás tenta convencer Pedro, só que em vão, pois o sono deste é enorme.
- Tenho dores de cabeça.
- Isso é lá desculpa para te deitares, vá, levanta-te, tomas um banho, comes que isso passa – diz Tomás, que tenta convencer Pedro a não ficar todo o dia na cama.
Pedro estava cada vez mais cansado, a sua cama parecia que gritava aos seus ouvidos para que ele se deitasse. Pedro não resiste.
- Tomás, o que é que eu fiz ontem? – Pergunta Pedro ainda sentado encostado ao catre e coberto com a roupa de cama até à cintura.
- Tu? Ontem bom, eu telefonei-te e convidei-te para sairmos, quando cheguei tu já estavas bem atestado… – é interrompido.
Tomás volta as costas para Pedro.
- Sim e depois? – Pergunta Pedro ansioso.
- Depois fomos ao Barhaus. Era a noite do DJ Lewis.
- Espera, o Lewis não é família daquela… daquela actriz muito boazona.
- Sim como é o nome dela?
- É qualquer coisa Alvarenga.
- Joana?
- Sim, é a Joana Alvarenga, exacto. Mas continua.
- Onde é que ia? – Pergunta Tomás.
- No DJ Lewis… – recorda-o Pedro
- Então logo que lá chegamos, tu deixaste-me, sentaste-te ao balcão e começaste a beber ainda mais, conheceste uma mulher que meteu conversa contigo e tu só te sabias rir e disseste-lhe que não estavas bêbedo e que ainda sabias fazer o sessenta e nove – Pedro cora um pouquinho, baixando a cara e deixando-se escorrer até se deitar na cama. – Ela começou-te a beijar. – Informa-o Tomás, caminhando em direcção há janela e sendo atraído pela claridade.
Pedro estava muito entusiasmado mas encontrava-se deitado e aproveitando o facto de Tomás estar mais próximo da janela e por isso não o ver.
- E depois?
- Depois, como eu estava muito cansado, fui chamar-te. Tu ainda resististe, mas acabei por te convencer e quando tu por fim te levantaste, caíste – Pedro sente-se cansado, tanto que não sabe como ele próprio ouve o Tomás ao longe e a voz do amigo não é clara. Pedro adormece deixando Tomás a falar sozinho – Eu ajudei-te a levantar e tu abraçaste-te a mim, e viemos para fora quando chegamos cá fora tu tornaste a cair e como és mais alto do que eu, deixei-te vir de gatas para casa. Passamos pela rua e tu vieste sempre a par de mim, só que de gatas, até que chegamos a casa viemos logo para o quarto. Subiste as escadas a quatro, Pedro, e eu ajudei-te a despir e a deitar-te na cama, tapei-te com roupa … – Tomás vira-se para a cama, e vê que Pedro adormecera em quanto o ouvia a falar. Aproxima-se da cama de Pedro e resolve tentar acordá-lo.
- Pedro, Pedro – chama-o sem sucesso. Pedro vira-se de costas para Tomás – desisto. – Diz, furioso com a atitude de Pedro. E dirige-se para a sala.
Pedro suspirava num sono profundo, tornou-se a voltar de encontro há luz da janela mas não acordou. De repente, Pedro estava num local cheio de areia e, com a sua guitarra ao lado, começa a tocar.

- Isto é que é vida.

Havia sol, e estava muito calor, o mais estranho é que não havia ninguém naquele espaço mas estava a ser bem tratado. Até que chega uma rapariga alta e bonita e começa a dançar ao som da sua música. A cada movimento que fazia com o corpo seduzia-o, por fim ele levantasse da areia que estava sentado e vai dançar com a rapariga mas, por mais estranho que parecesse, cada vez que lhe toca esta acaba por se escapar, e cada vez que a tenta beijar acaba por lhe fugir, até que por fim a rapariga lhe diz ao ouvido:

- Anda atrás de mim, tenta apanhar-me…

E corre, escondendo-se atrás desta rocha ou atrás daquela. Pedro acaba por a conseguir agarrar e beija-a intensamente. As suas bocas unem-se e as suas línguas tocam-se.
Pedro acorda com um sorriso de orelha a orelha mas olha em volta e vê que está no seu quarto não vê a rapariga. Pensa que o sonho se deve ao mau estar e aos factos evidenciados no dia anterior.


Lisa abre a porta do seu quarto e entra, uma terrível sonolência apoderando-se dela. Lisa é incapaz de resistir e sente-se tonta, vê a imagens turvas e o quarto a andar à sua volta em imagens duplas, o que a obriga a palpar os objectos antes de se sentar ou até de andar. Lisa senta-se na sua cama e sente o corpo a desfalecer, as articulações ficam sem força e ela acaba por adormecer.

Vê-se a ela própria à beira de um muro, ao longe ouve o som das gaivotas, o som do mar e o som de uma guitarra, Lisa resolve ir até ao mar, mas o mais estranho é que tem medo a grandes quantidades de águas, mas algo no seu íntimo a conduz até lá e Lisa deixa-se levar pelos sentimentos e caminha por cima da areia escaldante de uma praia deserta, até que encontra o que anda à procura, um rapaz que até é bonito, alto e de olhos azuis que pareciam de cristal, duas pedras preciosas que davam de beber aos dela. A princípio é estranho mas Lisa acaba por dançar ao som da sua música até que o rapaz se levanta e vem dançar para o pé dela. Esta foge, começando a correr e, em seguida, o rapaz apanha-a. Os dois cantam e por fim beijam-se, a sua língua tocou na dele e acariciavam-se dentro da boca alheia.

Lisa acorda e não vê o rapaz olha em volta e reconhece o seu quarto e pensa que o sonho tem a ver com a terrível discussão entre os pais na noite anterior.
Capítulo 3- A entrega.
Boas leituras!






Anexo:
Apresento-vos a arma 6.5, não é da PJ, é de uso comum :)
A Força d'um Amor (+18) 23007-DEFAULT-L

Ora, é uma arma de porte fácil e de fácil manusiamento. Normalmente, utilizada em Defesa de corpo a corpo, ou em assaltos.




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Mensagem por Anne Margareth Qui Nov 01, 2012 9:43 pm

Olá a todos!
Como somos dois que escrevemos esta história, vamos passar a postar alternadamente, por outras palavras um Capitulo Eu e outro Capítulo o Miguel, sempre passado três semanas do último existente no fórum.
Peço desde já desculpas pela demora, mas andamos com pouco tempo.

Agradeço que entendam.
Beijinhos,
Fan Joana Alvarenga
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Mensagem por Anne Margareth Sáb Dez 15, 2012 5:22 pm

Ora boa Tarde!
Peço-vos desculpa por publicar isto tão tarde, mas é que o tempo realmente é mesmo escasso não estou a reclamar.
Aqui vos targo mais um capitulo, o terceiro.

Capitulo 3 – O desejo
O sol sobe no horizonte e a sua luz amarela e muito quente entra em forma de raio numa varanda. A persiana mal fechada transparece as suas marcas no chão de um quarto, a luz embatendo contra uma estante de madeira de cerejeira de cor castanha clara. As luzernas de sol aquecem a planta verde ao canto do quarto, posta num vaso branco, e resplendem-se no espelho que logo conduz a luz para a cama defronte a este. Deitado na cama está um corpo que se move ainda devagar devido ao sonho que tivera naquela manha de verão. De repente, senta-se na cama, puxa as pernas, e mete a cabeça em cima dos joelhos:
- Bolas, porquê que o raio do sono me afectou tanto? Lisa foi só um sonho, okay… – Ela queria que tudo se resumisse à sua vontade – eu não posso… não quero perder o controlo desta maneira, quero ter calma… – e reprime-se – Porque estou eu a pensar nisto? Nem tenho namorado… – Lisa zanga-se consigo mesmo, em seguida bate com força na cama. Era, contudo, estranha aquela reacção. Lisa levanta-se da cama e olha para o espelho, entrando em hipnose. Em seguida dirige-se para o quarto de banho, abre a torneira e deixa a água correr.
Despe-se e entra na banheira. Os seus movimentos eram monótonos e vagarosos, molemente mitigados. Lisa abre o champô e põe na mão, esfrega a mão na cabeça e deixa a água a correr por cima dela. Instantaneamente, passa o gel de banho de aroma a mel e leite no corpo, mais cinco minutos debaixo de água e sai da banheira, rodando a torneira para fechar a água. Lisa lava os dentes e abandona a casa de banho enrolada numa toalha vermelha. Entra no seu quarto e algo a prende. Olha para o espelho posicionado em cima da cómoda e de lá reproduz a imagem de uma bola que roda e transmite uma luz violeta. A rapariga ouve um som parecido com as ondas do mar e deixa cair a toalha, quando ouve uma voz grossa e não muito clara que lhe diz Vem, estou a tua espera. De repente a imagem desaparece e já não se ouve o som do mar. Lisa volta ao seu estado normal. O seu olhar desprende-se do espelho mas uma súbita vontade permanece, uma ideia de ir à praia. Está um óptimo dia, o Céu azul, mas não é um azul daqueles muito carregados, não! É um azul ciano, não existem nuvens que possam ameaçar alguma corrida de aguaceiros.
Lisa abre o guarda-fatos e vê o seu biquini laranja dobrado no fundo do abrigo, retira-o e veste as cuecas, depois o seu sutiã. Aperta-o pega, no seu páreo vermelho com a parte superior dourada, enrola-o e aperta-o. Mete a ponta para dentro e, após essa tarefa, põe a outra ponta ao pescoço e com a outra parte dá um nó atrás do colo. Depois aperta-o à cintura dá um nó na parte lateral, lança mão de um saco de praia castanho feito de verdinha e abre o fecho, metendo no interior um frasco de protector solar, uma garrafa de água e uma toalha vermelha. Calça as suas havaianas, põe os óculos de sol à cabeça e, em seguida, arruma a cama e abre a janela para o quarto ficar a arejar. E sai, descendo as escadas. Já na sala, pega no seu telemóvel e nas chaves e sai de casa.

*

Tomás sai do quarto de Pedro, em seguida desce as escadas e quando chega à sala…
- Olá Tia – Tomás cumprimenta Dora.

- Olá Tomás – retribui, dando-lhe um beijinho na face – não sabia que tinhas cá passado esta noite.

- É verdade, o Pedro ontem, bom…
- Tu nem me digas que ele bebeu? – Pergunta Dora
- Quer dizer, também não foi uma coisa assim por aí além, nós fomos sair, e ele bebeu umas cervejas – coça a cabeça
- Cervejas? E mais? – Dora conhece bem Pedro e sabe que ele não se iria ficar só por umas cervejas.
- Martini… – Tomás vomita a palavra
- Só?
- Sim só – Tomás põe-se de costas para Dora. Nunca soube mentir bem e, para não encarar a verdade, voltava as costas, assim não descaía, tão facilmente – Tomás eu conheço-te, sei que és um bom menino – encara Tomás nos olhos.
- Whisky e Vodka – diz ao fim de algum tempo.
- Ah! Está melhor… mas o estado de Pedro é preocupante, ele assim onde é que acaba? Vai morrer em breve…
- Não, não tia. Ele só bebeu ontem…
- Ontem e na passagem de ano – acrescenta a Dora, com pena do caminho que levava o filho – posso pedir-te uma coisa?

Boas leituras.
Fan Joana Alvarenga
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Mensagem por Fox* Dom Dez 16, 2012 2:58 am

Ah, vejo que dividiste os capítulos, é de mais fácil leitura e deixa um suspense no ar!
Gosto muito das descrições da noite e da lua... :)
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Mensagem por Anne Margareth Dom Dez 16, 2012 6:41 pm

Eu sei e também é muito mais fácil a publicação.
Ah gostas? Muito me contas! Lol.

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Mensagem por Walk Up Proud Ter Jan 01, 2013 7:57 pm

Capitulo 4 – “A espera pode ser impaciente” [Parte 1]
-Ontem e na passagem de ano – acrescenta a Dora, com pena do caminho que levava o filho – posso pedir-te uma coisa?


 *


No andar de cima da casa, Pedro já não está enjoado, apenas tinha um desejo de se levantar, tomar banho e de ir há praia. Neste intuito, dirige-se ao quarto de banho, despe-se e abre a água. Não se lembra de nada do sonho daquela manhã e a água escorre-lhe pela cara abaixo. Pedro sai do duche, enrola uma toalha amarela à cintura e, em seguida, lava o próprio duche. Desliga a água, limpa-se e veste o roupão amarelo de banho. Entra no seu quarto e contorna a cama, dirigindo-se ao guarda-fatos. Retirando umas cuecas, umas calças de ganga azul, um cinto preto com as fivelas em metal e os buracos também em metal e uma camisa bege clara, quase branca, Pedro veste-se e calça uns ténis. Depois alcança uns óculos de sol, o seu relógio e a sua guitarra e desce as escadas apressado, quase a correr. Tomás está sentado no sofá branco da sala, Pedro fala-lhe ao ouvido por detrás.
 - Olá Tommy – diz, a sorrir.
- Ai – mão ao peito – tu queres-me matar do coração! – Pedro ria muito das partidas que fazia a Tomás – Espera, tu não estavas cansado e coisa e tal?
- Dizes bem… Estava, mas tive um sonho com…
- Muito vago, sonhaste com… o quê exactamente, Pedro?
- Acho que tive um sonho erótico… – Pedro poisa a guitarra pensante, encostando-a às costas do sofá.
- Com uma babby?
- Não com uma galinha, queres ver? – Pedro goza Tomás mais uma vez, estava a ficar perito nisso – é claro que foi com uma miúda, e até era bonita por acaso.
- Espera, deixa ver se eu entendi, – pausa, tenta arranjar a melhor forma de provocar Pedro – tu tiveste um sonho erótico com uma babby… – acrescenta Tomás – e apaixonaste-te por ela? Olha, oh Pedro, cura-te – conclui com tom provocador.
Pedro apercebe-se e bate-lhe na cabeça. Entra na cozinha, e dirige-se ao frigorífico. - Menino Pedro! Diga o que quer que eu lhe preparo – declara a empregada que fazia o almoço.
A cozinha tinha os azulejos brancos, com uma moldura na qual aparecem motivos propícios ao espaço. Tinha uma bancada em granito cor-de-rosa suave do cumprimento da parede, que levava à porta que dava acesso ao jardim. Esta divisão estava decorada com os móveis castanhos com os electrodomésticos dentro. O primeiro era um frigorífico, a seguir estava a banca com o microondas colocado em cima e o lava-loiça que levava ao fogão de seis bicos. Por cima, existia um armário no qual se arrumavam os pratos e copos. Pedro abre uma das portas do frigorífico cinzento e retira um jarro de sumo.
- Deixe-se estar, Rosa, eu mesmo sirvo-me. – Afirma o jovem sorridente.
Rosa era a cozinheira da casa Silva Lobo, tinha perto de cinquenta anos, trajava um avental branco e um uniforme azul-escuro só com os botões da parte detrás junto ao pescoço e a gola em folhos de uma malha preta. Pedro costumava fazer tudo sozinho sem ser preciso empregados.
- Ah menino…
- Diga Rosa. – Declara Pedro sorridente.
- A senhora sua mãe há bocado andava à sua procura – informa Rosa.
- Okay. Não deve ser nada de importante.
- Olhe que a Doutora Dora esteve a falar com o menino Tomás na sala.
- Obrigado Rosa. – Agradece Pedro com uma simpatia anormal. Rosa vai buscar as cebolas dentro da arrecadação que se localizava no jardim nas traseiras da moraria dos Silva Lobo, deixando Pedro sozinho na cozinha. Este abre o armário por cima da banca de cozinha e tira um copo, sentando-se à mesa. Rosa regressa do quintal trazendo uma cebola na mão, dirige-se à banca e pega numa faca começando logo a cortar a cebola. Pedro olha-a enquanto deita o sumo no copo, e pensa coitado do Tommy isto é de mais para ele, ele ainda é novo de mais para estas coisas…
-
Rosa, a Aurora está boa? – Pergunta Pedro.
- Sim, está sim senhor. – Declara Rosa.
- Ela ainda não ouve, pois não? - Não, menino. Ela não ouve nada. Mete confusão que, ainda o outro dia, eu e o meu homem para a chamar para comer tivemos que gritar para aí umas trinta vezes. – Explica Rosa.
- Em que ano ela anda? – Inquire Pedro.
- Passou agora para o nono ano.
- Vai ver que tudo se resolve. Ela vai ouvir.
- Deus o oiça.


Aurora é filha de Rosa e Arménio, tem quinze anos. Anda noutra escola. É surda, a única coisa que ouve é a melodia das notas musicais. Pedro prime a torneira, a água corre trémula, e lava o copo, limpa-o e devolve o seu lugar no armário. Sai da cozinha, atravessa a sala, pega na viola e põe-na às costas. Em seguida alcança o móvel à saída de casa, encostado há parede branca, e escolhe de dentro de um prato, no qual estão milhares de outros objectos, aquele que quer e mete ao bolso. Sai de casa, dirige-se para a garagem e tira a bicicleta para fora, monta nela e pedala o mais que poder rua a baixo. Pedala para longe, bem longe dali e Tomás, que saiu de casa atrás de Pedro, seguia-o na sua bicicleta à distância. Mas Pedro tinha presa em chegar ao seu destino e pedalava o mais que podia para longe, bem longe dali. Só queria estar com o mar, ele e o mar tinham uma estranha relação, quase considera o mar como seu pai. O jovem chega por fim há praia, põe a bicicleta trancada com uma corrente presa à renda da parede do muro e caminha em direcção à praia. O sabor do ar salgado, a brisa que provém do mar, todos estes factores eram, para ele, mágicos. Pedro vai ter com o mar e, quando chega, senta-se na areia. As ondas vêem-no cumprimentar, banhando-o. Pedro não se entendia, não entendia o porquê daquela aproximação ao mar. Uma espécie de água salgada escorre-lhe pela face e o jovem limpa o fio de água que corre pelas suas faces, os olhos azuis aparecem mais brilhantes. Tomás, por sua vez, alcança-o, põe-lhe a mão em cima do ombro.
- Tomás, como é que vieste cá ter? – Pergunta-lhe Pedro.
- Seguindo-te. – Declara o seu melhor amigo com um sorriso, sentando-se de seguida ao pé dele.
- Quero ficar sozinho, é tão difícil para ti compreenderes isso?
- Desculpa, Pedro – Pedro levanta-se – mas estás bem? – Pergunta Tomás, preocupado.
- Estou, acho que estou – Tomás ia-se a levantar para seguir Pedro, este porém põe-lhe um braço em frente – desculpa mas não quero estar só, preciso deste tempo para mim, entendes? – Balbuciou isto a custo.
- ok! Já vi que estás com a neura… – responde Tomás. – Mas que bicho te mordeu.
- Não foi nada… não se passa nada, eu é que estou cansado – Grita Pedro. – Apetece-me estar sozinho. Não posso?


Tomás não o entendia, não valeria a pena, ele conhece bem aquele Pedro, até bem de mais. Viu nos olhos de Pedro, que estavam baços e prontos a despejar a água que a todo o custo tentava conter. Tomás saberia de antemão a máxima de Pedro “um homem não chora!” e de facto, o Silva Lobo tinha dificuldades em mostrar os seus sentimentos. Pedro afastou-se, subiu umas dunas com a guitarra na mão e foi para longe, para um lugar onde pudesse estar só, sozinho com aquele que considera que nunca o traem, porque as traições pertenciam aos seres humanos. Pedro queria pensar, precisava de reflectir, necessitava de alguém que o fizesse totalmente feliz, afinal todos nós precisamos de uma companhia e Pedro carecia de encontrar um bom amigo em que pudesse confiar. Despe-se e atira-se para aquele que, por agora, lhe parece ser o amigo mais fiel que alguma vez teve. Pedro nada sente a não ser a água salgada no seu corpo, e apraz-lhe sentir isso. No mar, chora, e as suas lágrimas misturam-se com a água que se agita de repente. A dor no peito de começa por desaparecer e algo no seu interior se modifica e Pedro acaba por se sentir feliz no momento em que, das profundezas daquele oceano, se solta uma voz.


 “Petrus salvans te, suus tempus? Extulit caput omne opus tu ... Sperabam vos multus.” – Profere o mar.


- Salva-te Pedro, chegou a tua hora! Ergue a cabeça, e terás tudo o que precisas... Esperava-te há imenso.


 Pedro regressa à praia, vestindo-se. Senta-se na areia e olha o mar confuso. Pensa no que se passou e como o mar acalmou a sua dor. Cada vez mais agitado, o mar forma ondas gigantes que se desfazem nas rochas. Aparece uma figura metade homem e metade animal fora de agua, que é invisivel a Pedro, mas a sua presença causa-lhe dores de cabeça. A sua voz, mais fina do que qualquer um ser humano e impossivel de ouvir, ordena ao mar:


-Clausa! Suus non tamen tempore.
- Cala-te! Ainda não chegou a hora.


Quem é esta criatura? 
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Mensagem por Anne Margareth Qua Jan 23, 2013 6:13 pm

Capítulo 5 – O Primeiro Encontro
E pensa. Era tão bom que tu já tivesses o teu coração aberto, que não sofresses tanto com coisas fúteis nem com a minha presença que me pudesses ver. Mas serei paciente, saberei esperar. Até breve, meu bom Pedro. A enorme figura arrasta-se para um portal que se abre. Volta-se para trás e olha de novo para Pedro e diz, estarei sempre contigo. Sempre que precisares, ainda nos vamos conhecer e vai chegar a hora e o dia em que só confias em mim, que me pedes e me procuras com a tua dor, cravada no teu peito. O portal abre-se e a criatura desaparece.
Ao fim de algum tempo a dor de cabeça passa e os olhos de Pedro param de brilhar. O mar acalma-se e tudo volta ao seu lugar. Pedro pega na sua guitarra e começa a tocar uma linda melodia. A brisa leva as notas de para longe e o mar dança o seu ritmo. Pedro começa a cantar a sua música.

*

Lisa desce a rua dos Amores, não tem mais nada a fazer e atravessa a rua para o passeio da praia e entra nela descalça, as suas havaianas anda sob a areia, e ouve um som, alguém que canta. Movida pela curiosidade, Lisa segue a sintonia das notas musicais e avista ao longe, muito perto do mar, um vulto que parece que está a sofrer. Ainda tem medo mas algo, uma força interior, empurra-a para aquele estranho, uma voz que a chama. Lisa, como que hipnotizada, caminha descalça pela areia de uma praia deserta, uma imagem aclara o seu horizonte, um corpo de rapaz. Chega ao pé do rapaz, que está de costas, e poisa a mão no seu ombro.
- Eu já te disse para tu me deixares sozinho, Tomás! – Ordena Pedro.
- Não é o Tomás. – Declara Lisa.
Pedro volta-se e vê uma rapariga muito bonita. Nunca tinha visto uma menina tão bonita, com uma boca tão, tão, tão carnuda que lhe apetecia trincar. O jovem ficou encantado com a sua beleza e com o seu ar de mulher fatal, embora ainda fosse uma menina.
- Está tudo bem? – Pergunta Lisa.
- Sim está… só estou a pensar em acabar com tudo que me rodeia… – desabafa Pedro.
- Não faças nada que te arrependas… Luta, luta com todas as forças e verás que consegues…luta e consegues ser tudo aquilo que quiseres… seja qual for o motivo tudo se vai compor… irás ver que logo, logo todos os teus problemas têm uma solução.
- Quem és e como vieste aqui parar?
- Sou a Lisa e estamos numa praia … vim aqui porque queria pensar e não queria ficar em casa presa de comando na mão, todo o dia. E tu, quem és?
- Pedro Silva Lobo, prazer – faz uma ligeira vénia – o teu nome é tão lindo, como tu. – Lisa sorri para ele – o teu sorriso é muito bonito também. Costumas ser sempre assim?
- Assim como?
- Assim tão… tão… sei lá, faladora…
- Eu faladora? Eu? Ainda não falei nada… tu é que não paraste de falar…
- Não – diz Pedro irónico – aliás, tu ainda não falaste nada de nada, coitadinha – troça-a.
- O que estavas a cantar? – Indaga Lisa.
- Uma música minha… – Fala Pedro, gabando-se.
- Pois, tretas…
- A sério! – Tenta convence-la.
- Prova. – Desafia-o Lisa.
Pedro sorriu e pegou na guitarra, começando a tocar e a cantar.

Hoje eu vi
Algo de novo em ti,
E nos teus olhos vi
Que há algo de novo em mim

Não há tristezas,

Nem solidão,


Sim eu quero,

Sim eu espero,


E há noite peço aos céus

Que apareças cá


E te possa chamar meu amor.

Que felicidade é poder-te ter

Nos meus braços meu Amor.


Lisa acompanha o solo de Pedro com a sua voz e a música fica perfeita. Lisa levanta-se, e Pedro pega-lhe na mão a tensão existente entre ambos dá um choque.

- Fica aqui comigo… – pede Pedro ao levantar-se

- Não te quero chatear. – Justifica Lisa

- Não chateias.

Pedro toca na cara de Lisa afasta-lhe os cabelos e sem saber como nem porquê ela sorri, ele aproxima-se dela e beija-a. Mas há uma coisa que não corre bem, uma coisa incha nas calças de Pedro, que o faz ficar branco, e pesa sobre as pernas de Lisa. Esta assusta-se e dá-lhe um pontapé, em cheio no meio das pernas. Pedro cai na areia de joelhos, cheio de dores.
- Cabra, ai! – Choraminga, cobrado.
O que vai saír daqui?
Anne Margareth
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Mensagem por Fox* Sex Jan 25, 2013 12:20 pm

Oh, eu sei o que vai sair deste encontro entre os dois... Muahahaha!
E agora que sei, estou mesmo muito curiosa para ver a continuação!
Fan e Walk, muita sorte com este bando de tresloucados a quem dão vida, porque eu quero ler mais das suas aventuras :D
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Mensagem por Anne Margareth Dom Jan 27, 2013 12:02 am

Oh Fox*! Vais ter que esperar, lol! São mesmo tresloucados mas eu gosto, é algo que me faz pensar muito nas decisões ao escrever porque realmente não passa na cabeça de ninguém hehehe!
Xiu, segura se der prá segurar...
Beijinhos,
Fan Joana Alvarenga.
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Mensagem por Walk Up Proud Ter Fev 12, 2013 8:22 pm

Capitulo 6 – O primeiro beijo

Pedro toca na cara de Lisa afasta-lhe os cabelos e sem saber como nem porquê ela sorri, ele aproxima-se dela e beija-a. Mas há uma coisa que não corre bem, uma coisa incha nas calças de Pedro, que o faz ficar branco, e pesa sobre as pernas de Lisa. Esta assusta-se e dá-lhe um pontapé, em cheio no meio das pernas. Pedro cai na areia de joelhos, cheio de dores.
- Cabra, ai! – Choraminga, cobrado.
*

Lisa, extremamente assustada, foge do alcance de Pedro. Sobe umas dunas, e senta-se, voltada para o mar, numa pedra que ali encontra. Vê ao longe o vulto de Tomás, recorda-se do sonho que teve com o rapaz, e sorri, será mesmo possível? Pensa, e não sente medo, mas sim um calor estranho que se apodera dela. Umas borboletas no estômago. Lisa decide dar continuação ao sonho e volta para ao pé de Pedro.

Tomás continua a olhar para o mar, sentado na areia, e pensa no que há-de fazer em relação a Pedro. Este parece-lhe doente pela rapariga com que sonhou e normalmente os sonhos nunca acontecem, nunca são reais, mas Pedro insiste que aquele sonho é real.

Lisa pensa no beijo que deu à pouco a Pedro, só pensa nisso, no toque suave dos seus lábios que logo encontraram os dele. Este já se sente melhor, mas ainda se queixa com dores:

- Então estás melhor, não queres que te chame o INEM?

- Ahah, que piadinha que ela tem!

Lisa começou a treinar passos de dança e Pedro levanta-se, ainda que curvado, e vai ter com ela. Ele não sabia porquê mas sentia que tinha que ir para lá. Põe-se por trás de Lisa, agarrando-a pela cintura e puxando-a para si e beijando-lhe o pescoço. Lisa tomba a cabeça para cima do ombro dele e fica sem reacção. Pedro controla-a, ela vira-se para ele, ele mexe-lhe no cabelo encosta a sua cara à dela e diz-lhe baixinho:
- Não sei porquê mas acho que já vivi isto em antes…
- Não sejas convencido, pára de falar e beija.
Pedro beija-a de maneira diferente agora, a sua língua toca nos lábios de Lisa, esta abre a boca e Pedro insere a sua língua dentro da boca dela e sente os seus seios a endurecer. Pedro desaperta-lhe o nó de cima do páreo e este cai. Ele pega então na mão de Lisa e anda para uma zona ainda mais deserta da praia, os seus olhos brilhando de um azul celestial que encantam os de Lisa, que acaba por fazer tudo o que Pedro quer. Este desaperta-lhe o outro nó do páreo de Lisa, caindo para o chão. Pedro toca no corpo da rapariga, ambos ajoelham-se e Lisa desabotoa a camisa dele e deita-se sobre ele. Pedro acaricia-lhe as pernas, ela cada vez mais perdia a noção da realidade enquanto desaperta os botões da camisa bege do rapaz e massaja o seu corpo. Ele tira-lhe a parte de cima do biquini laranja e deita-a na areia, acariciando-lhe os plúmbeos peitos. Esta soltava pequenos gritos enquanto desapertava o cinto das calças. E com a ajuda de Pedro que empurra as calças para baixo, seguidamente dos boxeres.
Lisa abre as penas e Pedro encaixa o seu pénis nas paredes vaginais de Lisa causando uma sensação de prazer em ambos. Um líquido escarlate e espesso sai de Lisa correndo por entre as suas pernas. O pénis de Pedro rebenta a sua glande e aumenta o tamanho ainda mais. As respirações ofegantes batem na cara um do outro. As pernas de Lisa circundam o corpo de Pedro, encaixando-o no seu interior.

Param, Pedro deita-se e abraça Lisa beijando-a numa felicidade que ele transporta.
- Lisa, nunca me deixes, por favor. – Pede-lhe
- Não, eu prometo que não – declara Lisa.

E recomeçam-se a beijar. Desta vez, Lisa sobe para cima de Pedro, apesar da sua dor aguda e do sangue perdido por ela. Pedro introduz-lhe o pénis erecto na vagina, fazendo com que ela grite de prazer e sue muito. Um líquido branco e muito gelado entra no corpo de Lisa, fazendo com que ela delirasse. Pedro apalpa os seios de Lisa e ouvem-se os seus testículos a baterem à entrada da vagina dela. Esta deita-se sobre o corpo de Pedro, e reiniciam o “vai e vem”.
*

Ao pé do cemitério, por entre as campas, andam dois padres de batinas pretas. Um era mais velho e pançudo e já mal andava, e outro era mais novo e mais alto. Ambos conversam entre si.
- Senhor Padre Manuel! – Aclama o Padre Filipe. – A que horas o Padre Bernardo deve de estar aqui?
- Ora, isso é muito complicado. – Declara olhando para o relógio. – Salvo erro daqui a dez minutos. – Informa o padre Manuel, já cansado.
- Vamos-lhe fazer uma surpresa – propõe o Senhor Padre Manuel – e se o fôssemos esperar à paragem?
Os dois padres andam até à paragem. Um autocarro vem na estrada, dentro dele viaja varias pessoas, um rapaz bem aparecido vem a ler a bíblia. E pára na paragem. O rapaz sai do autocarro, trajava uma camisa amarela e umas calças brancas com uns sapatos castanhos.
O rapaz pega na sua mala e sai na sua vez, colocando os óculos de sol na cara. Os dois padres aproximam-se do autocarro e esperam o padre, mas não vêem nenhum. O rapaz aproxima-se deles.
- Boa Tarde, estão bons? – Pergunta o rapaz.
- Sim estamos, sim – Respondem os Padres – se não se importa nós esperamos um amigo nosso. – Declaram os padres, tentando fazer com que aquele rapaz se vá embora.
- A sério. E como se chama o vosso amigo?
- Bernardo Salcene, quer dizer Padre Bernardo Salcene. – O rapaz cruza os braços e sorri.
- Eu não me importo que me chamem Bernardo. – Declara ele.
Os padres recuam e cumprimentam-no.
- Senhor Padre Bernardo como é que vai? – Indaga Filipe. – Peço desde já desculpa, por o não ter reconhecido. – Pede o mesmo com vergonha.
- Não tem importância! – Sorri o Padre Bernardo. – Eu não me apresentei. – Conclui o mesmo. – Disseram-me que por aqui estavam muito necessitados de mais um padre.
- Sim é verdade! Mas vamos andar… – Fala o padre Filipe. – É só essa mala que traz? – Pergunta com desdém.
- É sim… – Responde o padre Bernardo.
- Esta paróquia é um pouco diferente. – Explica o Padre Manuel.
- Diferente? Em quê? Porquê?
- Sabe, Padre Bernardo… Esta paróquia é composta por muitas pessoas, todas elas trabalham e agora, nas férias escolares, deixam os seus filhos em casa. – Comenta o Padre Filipe.
- Percebo, perfeitamente. E o grupo de Jovens da paróquia?
- Grupo de Jovens da paróquia?! – Pergunta o Padre Manuel.
- Sim, Grupo de Jovens que cantam na missa, podem ajudar nos tempos livres – Pausa – Ahm, quantos paroquianos tem a missa?
- Poucos, muito poucos. – Lamenta o Padre Manuel. – Quer dizer quando há a catequeses são mais, mas depois decresce.
- Poucos, quantos? Há missa, certo?
- Sete, sete paroquianos. Sim há.
- Estou a ver, que precisais muito de mim.

*
Carla desce com Ana Maria e ambas se dirigem para o centro comercial. Tó segue ao longe as duas amigas. As duas entram no enorme edifício, Carla vê as montras de roupa.
- É tudo tão caro. – Diz Carla. – Se eu tivesse dinheiro.
E dirigem-se para a loja de flores. A florista já está aberta.
- Bom, tenho que ir. – Informa Carla.
- Será que a tua mãe nos, deixa sair logo? – Pergunta Ana Maria triste.
- Logo… logo, não sei. – Declara Carla. – Depende.
- Eu falo com ela, queres?
- Combinado.

E agora? Qual será a influência de Bernardo?
Será que Lisa perdeu a cabeça de vez?
Não percam o 7º episódio!
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Mensagem por Fox* Dom Fev 17, 2013 3:24 am

Hahahah, eu acho que sou demasiado dura com a Lisa! Talvez ela tenha alguma coisa de jeito naquela cabeça, mas certas atitudes dela não batem certo na minha xD!
E este Padre Bernardo... Hum, ainda não sei bem o que achar dele! Também acabou de chegar :)
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Mensagem por Walk Up Proud Seg Fev 18, 2013 12:59 am

Lol! Acho a Lisa um pouco arisca, de mais, estou a ser bonzinho demasiado com ela, tenho medo à colher de Pau XD!
Obrigadinho pelo comentário,
Teu, mas só até certo ponto (:
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Mensagem por Anne Margareth Ter Mar 05, 2013 1:16 am

Código:
 Atenção!
A Dona Olga é mesma Gaga! Logo, não confere nenhum tipo de descriminação a gaguez tipica desta personagem, agradecida!
Capitulo ViI– Relógio Temporal • Troca de Papeis
Pedro abraça Lisa e ambos adormecem. Tomás, que por sua vez já está bastante preocupado como seu amigo, quer ir à sua procura, mas algo o detém. O jovem vê ao longe, por cima do mar, um lindo cavalo branco com asas que lhe chama a atenção. Tomás está encantado com a sua beleza, o cavalo tem um dorso feito de uma crina, toda ela em branco. Montada nele vem uma mulher, a mais bela à face da terra. Ela está a olhar para ele, mas passa ao largo e não o vê. Tomás segue atentamente a mulher, os seus olhos brilham de um castanho muito claro.
Lisa desperta do sono e pensa: o que eu estou aqui a fazer? Olha para Pedro e pergunta de si para si: Quem és tu? O que me fizeste? Porquê eu estou nua? Pedro desprende Lisa, esta sai com cuidado, no fundo até sabia quem ele era, mas parecia que estava bêbeda… ou então drogada. Lisa não se lembrava de nada. Consegue soltar-se de Pedro e levanta-se, veste o biquini e aperta o soutien depois enrola o páreo em volta da cintura e dá um nó com a ponta. Põem-na ao ombro e puxa a parte amarela para a frente dando-lhe um nó que una as duas partes, calça os chinelos e começa a andar, afastando-se mais de Pedro.
Lisa anda pela praia, agora deserta apesar de ainda ser de manhã. A jovem não sabia o que estava ali a fazer nem como fora ali parar, ela detestava a praia, o mar, as rochas, a areia. Não conheceu o rapaz que estava a seu lado. Não sabia o que ele significava. Era algo muito estranho.

*
Decidido a ir chamar Pedro, Tomás levanta-se da areia ainda que intrigado, onde estaria Pedro? Porquê ele estava assim preocupado, com ele? O que ele estaria a fazer ali, sentado junto ao mar? Também Tomás não se lembrava de nada, só da noite anterior, da lua brilhante que viu no céu, de sair com Pedro, deste se embriagar, mas daí a vir para uma praia, Tomás não estava a ver a lógica. Se bem que Pedro gostava do mar, da areia, do Sol, do calor. Ainda com algumas dúvidas Tomás foi à procura de Pedro para se ir embora. Levanta-se da areia, e sacode-se. Caminha em direcção às rochas e vem de contra ele uma rapariga. Os dois esbarram-se:
- Ai! – Dizem ao mesmo tempo que se sentam no chão.
- Ei! Tem cuidado por onde andas!
- Eu? Ora essa, é preciso ter lata… tem cuidado tu! Menino do papá…
- O que é que me chamaste? – Indaga Tomás ao aproximar-se da rapariga.
- Menino do papá. – Provoca Lisa.
- Ah! – Tomás leva a mão há testa – Se tu não fosses mulher…
- Que me fazias? – Inquire Lisa. – Batias-me? – Advinha – Não és homem nem és nada… – Conclui ela.
- Repete! – Exclama Tomás muito sério.
- Pois repito… – Começa por dizer – Não és homem nem és nada…
Foi o que bastou, e Tomás deu meia volta e foi-se embora tapando os ouvidos com as duas mãos.
- Oh tu! Volta aqui… – Grita Lisa.
Sem sucesso pois Tomás já ia longe suficiente para que não ouvisse nada do que aquela louca acabava de dizer.

*
Carla está no interior da florista, havia arranjos por todos os lados, baldes meios de água com sacos nos quais estavam as flores, uma tesoura preta em cima do balcão de mármore. Um spray de água para refrescar os ramos. Depois de arranjados, entra uma senhora de idade, que trajava uma mala pequena nas mãos e uns óculos nos olhos, e dirige-se ao balcão:

- O que deseja? – Pergunta Carla.
- Oh minha fi…, fi… filha – as placas batiam umas nas outras – A sua mãezinha?
- D. Olga, a minha mãe está por detrás da senhora. – Informa Carla.
- Ah… Ah! Isto, to, to já, á, á são, ão, ão as s, s cataratas tas, tas… – Volta-se – Oh, Oh Senhora, ra, ra, Eulipia, ia, ia você ê, ê nem em, em sabe be, be o que ue, ue me e, e aconteceu, eu, eu…
- Então Sê Olga, bons olhos a vejam. – Cumprimenta Eulipia – Diga-me cá o que lhe aconteceu?
- Antão tão, tão ná á, á é, que, ue, ue eu, u, u ontem em, em vinha nha, nha a, a, a sair, ir, ir da, a, a caixa, xa, xa e, veio, eio, eio um rapaz, az, az e arrancou-me me, me a mala, la, la e disse-me, me, me que ue, ue era ra, ra um assalto, alto, alto – a Dona Olga esbugalha os olhos – e não ão, ão tive ve, ve mais ais, ais que ue, ue fazer er, er. Foi oi, oi num um, um instante, te, te que ue, ue ele le, le me roubou, ou, ou…
- Pois, D. Olga, de facto isto não se tem respeito por quem é mais velho…- Comenta Carla.
- Ah! Carla la, la o assunto, to, to que me trouxe xe, xe cá á, á tem em, em a ver er, er contigo, go, go… – Pausa a D. Olga faz uma figura seria, altiva depois muda de voz para uma mais calma – O meu eu, eu neto to, to Edgar gar, gar está tá, tá interessado do, do em ti…


Última edição por Fan Joana Alvarenga em Qua Abr 24, 2013 3:41 pm, editado 3 vez(es) (Motivo da edição : Correcção da Numeração)
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Mensagem por Walk Up Proud Sáb Abr 06, 2013 7:10 pm

Código:
 Ora, então boa tarde!
Passaram bem a Páscoa? Espero que sim. Hoje trago-vos o Capitulo VIII da Fanfic desculpem demorar tanto. Beijinhos, a todos. Walk Up Proud

Capitulo VIII
“Interesses & Primeiro desgosto”

- Olha, Carla é um óptimo partido. – Declara Eulipia. – Podem casar, têm a minha permissão. – Conclui.
Carla tem dezasseis anos e, envergonhada atrás do balcão, olha para o chão sem saber o que responder.
- Sim im, im seria ia, ia um prazer, er, er… – Comenta Olga.
- Mãe – repreende Carla.
- Pronto está decidido, no próximo fim-de-semana a Sê Olga vem lanchar connosco e traz o Edgar. Será um prazer enorme recebe-los na minha casinha. – A notícia não agrada nada a Carla. A Dona Olga estava encantada.
- Mãe! O Edgar e a D. Olga devem ter mais do que fazer… – intervém Carla.
- Perfeito, eito, eito nós, ós, ós aceitamos os, os… – decide a dona Olga.


*
Tomás vê a viola de Pedro no chão e corre até ao local, pensando que ele está ali. Quando lá chega, é a desilusão de não o encontrar. De olhos bem abertos e postos no mar, talvez Pedro fosse nadar, olha atrás de si. Vê muitas rochas, as mais pequenas levam às maiores. Tomás, com medo de escorregar e cair na areia em zona acidentada e que o mar o arraste, começa a subir a primeira mais pequena ao pé da viola. Tira os ténis e leva-os ao ombro. A seguir, passa para outra e anda em cima dela, os olhos fechados tacteando com a ponta do pé. Depois passa para uma rocha enorme à sua frente e caminha sobre ela. Há uma fenda, ele deita-se no chão para atravessar e, no meio, a uns cinco metros de altura, entra a água cristalina do mar. Tomás resolve virar-se ao contrário rastejando, de costas para atravessar com sucesso os dez centímetros de rocha perfurada, passando a sua tarefa. Existe outra subida e o jovem, cada vez com mais calor, vê-se obrigado a tirar a camisola de manga curta e pô-la à cintura. A posteriori sobe ainda mais, para uma rocha de grandes dimensões. Cruzando-a com algum receio, Tomás cai e aleija-se no rabo; começa a esfregar e jura por tudo que ao fim de encontrar Pedro, lhe vai bater. Tomás levanta-se, a rocha escalda e ele quase que salta de pé em pé, até chegar à ponta. À sua frente está uma outra rocha de dimensões idênticas, mas mais fria. O jovem sobe a rocha pela parte mais fácil e caminha sobre ela, até à ponta que a liga a uma rocha mais alta. Consegue a todo o custo escalar até ao cume e vê uma escada do outro lado. Assim, sobe mais outra está a uma altura de cinquenta metros do solo, o calor é imenso mas Tomás não desiste, aquele era o passatempo predilecto de Pedro, ele adorava explorar a natureza, Tomás sobe outra rocha de enormes dimensões, caminha sobre ela, até à ponta e falta pouco para alcançar a escada, depois existe outra de pequenas dimensões e Tomás sobe para cima dela uma pequena rocha cai há água e Tomás por curiosidade vai à borda vê as ondas do mar a desfazerem-se em baixo, ele cai em cima da rocha aflito e consegue agatanhar para o centro, Tomás põe-se de pé, e caminha tremulo até à escada e consegue alcançar uma descida, era quase impossível que Pedro estivesse mais para a frente mas Tomás queria ver onde é que aquelas pedras levavam e caminha de pedra em pedra até à última e quase por espanto Pedro está deitado à sombra dessa rocha, a dormir de lado:
- Pedro! Oh Pedro! – Chama Tomás. Era impossível, a voz de Tomás ia para todos os lados menos para o que ele queria.
Tomás tem a ideia de ir ter com o amigo. Pendura-se na rocha, e os pés tocam na areia da praia, Tomás assusta-se e sobe para a rocha, e anda para o outro lado, atravessando de novo a rocha, e pendura-se outra vez pela rocha abaixo, toca nas calças de Pedro, o telemóvel começa a vibrar e Tomás assusta-se e sobe de novo para cima da rocha, e instala-se de novo o problema como é que Tomás iria chegar a Pedro? Tomás perde o medo e desce pela outra parte da rocha, verifica que tem o pé em areia firme e começa a andar. Ainda temendo, cai de costas em cima da areia da praia:
- Auch! Eu sabia, consegui, Uhuh! Viva. – Exclama pondo-se de pé e elevando os braços para o firmamento. Vê o corpo nú de Pedro no chão, a dormir ainda, e aproxima-se dele.
À medida que avança, Tomás vê sangue e teme que Pedro esteja ferido ali, no meio do nada, ou quiçá morto. Pondo esta hipótese em pensamento, aquele, embora não creia, leva a mão à boca de espanto.
Tapa os olhos e aproxima-se do corpo musculado e esbelto de Pedro.
- Pedro, Pedro! – Aproveita e apalpa Pedro. – Ui, que músculos! Ai! Minha nossa… Senhora do poço Eucalipto! – Pedro continua a dormir. – Controla-te Tomás – ralha consigo próprio. – Pedro, Pedro!
- Hum, chato! – Diz, meio ensonado, Pedro. – Que mania, praia, praia… sempre a mesma coisa. – Desperta por fim.
- Vamos embora? – Pergunta Tomás.
- E ela? – Indaga Pedro.
- Ela… – Responde Tomás – Ela quem?
Pedro abre os olhos. Levanta-se com os cotovelos na areia, olha em toda a volta mas não vê mais ninguém. Ergue-se e caminha para o mar, entristecendo-se ao pensar que aquilo foi uma coisa de ocasião.
Nada onda vai, onda vem e sai fora de água. Veste-se mas não fala a Tomás. Seguidamente, caminha praia fora.
- Espera! – Corre atrás dele. – Ai! Ui! – Escaldando-se aqui e ali nos pés.
Pedro já ia bem longe, de olhos pregados no chão da praia, ora esperando por Tomás, ora pensativo:
- Oh Tommy! Queres que te dê colo? – Inquire – Pára de ser bebé… e anda lá. – Brada Pedro. – Tem vergonha. Vá, está quase…
- Só se for para ti… – Vocifera o amigo – quase, quase uma ova. - Resmunga
O mar vem beijar os pés a Pedro, que está sentado numa rocha, de olhos postos no mar, triste porque sabe que fez mal a Lisa. Mas, na sua perspectiva, não tem culpa da sua vida estar num caos, de não falar a s eu pai, de ver aquilo que viu. Na sua cabeça, recorda: “ Uma rua, junto à estação de Entrecampos, um Modelo na esquina, e defronte à câmara Sérgio. Sim, lá estava ele acompanhado por uma mulher magra, alta. Eu ia a passar nos sinais. E o Sérgio beija a mulher. “ Tomás consegue, por fim, alcançar Pedro.
- Então, meu? – Cumprimenta Tomás. – Já cansado?
- Não. – Esquiva Pedro. -É já aqui que é a saída. – A água do mar banha os pés de Tomás e Pedro.
- Ai! Pedro, vou morrer… – Declara Tomás agarrando Pedro – Não me deixes.
- Tomy! Larga-me! – Ordena-lhe Pedro. – Vamos subir a praia! – Pedro levanta-se.
- Pedro! Posso-te pedir um favor? – Pergunta Tomás, timidamente.
- Vá! Diz.
- Vai mais devagar!
-E posso saber como faço isso? – Interroga-o Pedro.
- Dando-me a mão, por exemplo!
- Ok! Já entendi tudo. – Declara Pedro dando em seguida a mão a Tomás.
*
Lisa, por sua vez entra no bairro de luxo, e caminha até à casa amarela com gradeamento branco a toda a volta. Posteriormente lembra-se que não tem chave. Em seguida, dirige-se para a praça Dom Pedro IV, sobe as sete escadas do D. Maria II e entra, dirigindo-se à bilheteira logo à entrada da porta.

- Paulo! – Lisa chama o empregado.
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Mensagem por Anne Margareth Dom Abr 28, 2013 5:16 pm

Capítulo IX
Comportamento de Lisa [Parte I]
- Paulo! – Lisa chama o empregado.
- Olá Lisa! Que surpresa Lisa? Que surpresa boa, é sempre agradável rever-te. – Paulo sai do balcão onde vende os bilhetes para as revistas que estreiam no teatro – Ai, miúda, dá cá dois beijinhos. – E cumprimenta a Lisa. – Como é que vais?
- Oh, vai-se andando. E tu?
- Eu também estou bem. Então porquê vieste cá? – Pergunta o empregado. – Não me digas que me vais comprar um bilhete para ver a diva Sónia?

Paulo é um rapaz de vinte e quatro anos. Ele organiza as matinés a estrear em cartaz, adora a Lisa e sempre a viu crescer, apesar de esta o detestar.

- Mas vais-me dizer ou não se a minha mãe está cá – interroga-o Lisa sem paciência – ou preferes continuar a engonhar?
- Ah, sempre sensual, esta miúda… – Põe o cotovelo em cima do balcão – a Sónia está lá trás com a Pipa. – Conclui Paulo.
- Obrigada.
Lisa dirige-se para o camarim da mãe. Após de virar para um corredor estreito, encontra uma porta pintada a marrom escuro e com purpurinas espalhadas pela porta toda. Ao centro encontra-se uma estrela amarela com um nome gravado numa placa branca.

“A estrela
Sónia Valentim “
Lisa bate à porta e espera até ouvir a voz de Pipa do outro lado da porta.
- Sim. – Lisa entreabre a porta.
- Olá Pipa, a minha mãe? – Entrando de seguida.
Era um quarto vermelho com uma janela branca. Tinha uma espécie de um roupeiro onde se guarda a indumentária que se utilizou nas peças de teatro. Ao lado, um cabide de metal com vários apliques de visual que cada personagem utilize e, em frente, um espelho com luzes, suspenso em cima de uma secretária com duas cadeiras. Desce-se um degrau e, na outra parte do camarim, existe uma chaise lounge e um sofá. Sónia visualiza Lisa através do espelho.
- Por onde andaste Lisa Maria? – Pergunta Sónia, preocupada.
- Eu detesto que me chames isso – Responde Lisa – E ainda que mal pergunte, o que tens tu a ver com isso?
- Lisa, Lisa, eu ainda, sou a tua mãe… – ralha Sónia.
- O que eu fiz? – Indaga Lisa, inocentemente.
- Lisa! Eu acho que, desta vez, passaste dos limites! – Intervém Pipa.
- Pára de seres a advogada de defesa da minha mãe… Pipa, isso é ridículo. – Refila Lisa – O meu pai foi-se embora e não querem saber dele?
Sónia aflige-se.
- Ai! Oh Lisa, diz ao que vieste e vai embora, por favor! – Pede Pipa – Vá, a Sónia vai entrar daqui a dois minutos.
- Vim buscar a chave de casa, quando sai esqueci-me de a trazer comigo, e pensei que trouxe.
*
Finalmente, os três padres chegaram à casa paroquial. Isaura, a empregada deles, preparava o jantar. O padre Bernardo, que acabou de arrumar o seu trolley, regressa à varanda voltada para a Igreja.
- Há quem tenha medo de viver ao pé dos mortos – declara o padre Filipe.
- Pois, são os melhores vizinhos. – Acrescenta o padre Manuel.
O padre Bernardo chega e o padre Filipe propõe:
- E se nós fôssemos mostrar a freguesia ao Padre Bernardo?
- Ah, vão vocês… – resmunga o Padre Manuel – eu estou mal disposto…
- Não, ou vamos todos ou não vai nenhum… – Declara o Padre Bernardo.
- Mas eu estou tão bem aqui – justifica o Padre Manuel.
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A Força d'um Amor (+18) Empty Re: A Força d'um Amor (+18)

Mensagem por Walk Up Proud Dom Set 08, 2013 7:40 pm

Capítulo X - " O Comportamento de Lisa (Parte final)"

Finalmente, os três padres chegaram à casa paroquial. Isaura, a empregada deles, preparava o jantar. O padre Bernardo, que acabou de arrumar o seu trolley, regressa à varanda voltada para a Igreja.

– Há quem tenha medo de viver ao pé dos mortos – declara o padre Filipe.

– Pois, são os melhores vizinhos. – Acrescenta o padre Manuel.

O padre Bernardo chega e o padre Filipe propõe:

– E se nós fôssemos mostrar a freguesia ao Padre Bernardo?

– Ah, vão vocês… – resmunga o Padre Manuel – eu estou mal disposto…

– Não, ou vamos todos ou não vai nenhum… – Declara o Padre Bernardo.

– Mas eu estou tão bem aqui – justifica o Padre Manuel.

– Eu sei, senhor padre, mas venha fazer um pouco de exercício. – Argumenta o padre Bernardo com um belo sorriso.

– Tem a certeza que é padre? – Inquire Padre Manuel. – Cá para mim, acho que deveria ser advogado. – O padre Filipe vem a correr auxiliar o padre Bernardo.

– Ah! E você, padre Filipe, vem a correr auxiliá-lo… – Os dois levantam o padre Manuel da cadeira em que estava sentado. – Vocês não têm juízo…

– Não, nós temo-lo todo, mas o senhor não pode ficar todos os dias deitado ou sentado. – Explica o padre Filipe.

– E a casa? – Pergunta, preocupado, o padre Manuel.

– Deixe que a Rapariga cuida da casa. – Declara padre Bernardo.

– Bom, ainda vimos de dia? – Pergunta Pr. Manuel.

– Acho que sim…

– Se tiver um luar como ontem… – Comenta Padre Bernardo, em seguida sobe a soleira da porta – Olhe desculpe – chama uma mulher que lava o chão.

– Sim. – Responde Isaura.

– Você não se vai embora já, não? – Interroga o Padre Bernardo.

– Estou a despachar o serviço, Senhor Padre – Declara a empregada – Porquê?

– Se, por um acaso, se for embora antes de aqui estar alguém, feche a porta. – Ordena o Padre Bernardo.

– Hum, hum e, oh Senhor padre, e a chave onde é que fica? – O Padre Bernardo fica zonzo.

– Você não tem uma chave daqui? – Pergunta o padre admirado

– Não senhor! – Responde a mulher.

– Pode deixá-la na janela da casa de banho. – Ordena-lhe o Padre Bernardo.

– Ah, ok – concorda.

Pr. Bernardo sai de casa, desce de imediato as escadas, ordinariamente colocadas à porta. Os Padres Manuel e Filipe esperam-no ao fundo da escadaria de pedra. Bernardo chega finalmente ao pé daqueles e os três abandonam o quintal. Saem o portão fora e o padre Filipe fecha-o atrás de si. Caminham a pé pelas ruas daquele bairro, conversando entre si, rindo. Cada vez mais tarde, padre Filipe começa a ter medo.

– Olhem, nós não devíamos voltar? – Pergunta o padre Filipe.

– Já vamos. – Responde padre Bernardo, que caminhava mais atrás junto do padre Manuel.

*

Pedro mete a chave ao portão, roda-a na fechadura, e entra, deixando Tomás entrar também. Apesar de estar em silêncio e absorvido em pensamentos. Pedro não se esqueceu do amigo. Ambos circundam a parede de pedra, o Silva Lobo sempre com os olhos postos no chão sem uma palavra. Apesar de caminhar a par com Tomás, não falavam. Entram pela porta da cozinha, que estava sempre aberta, dirigindo-se para a sala. Pedro estava estoirado.

No sofá branco da sala, Sérgio tomava o seu whisky.

– Onde é que tiveram o dia inteiro?

– Pai, já em casa? – Estranha Pedro.

– Sim, Pedro… – Sérgio bebe o último gole de whisky e olha para o pulso – são agora mesmo vinte horas – informa o pai – mas tu ainda não me respondeste.

– Fui… Fui… Fui… – Pedro de repente lembra-se de Tomás – Quero dizer, fomos dar uma volta, os dois.

– Uma volta? – Sérgio tenta descobrir a mentira.

– Sim, senhor vereador! – Pedro põe-se em sentido e faz uma continência – não sabia que estava preso – ironiza com as palavras, para disfarçar a tristeza que sente ao ser abandonado.

– Menos teatro, Pedro! – Ralha Sérgio – Não é que estejas preso, ainda não – e vira-se para Tomás na esperança que este lhe diga a verdade – Tomás e onde é que foram?

– Ah Tio! – Começa por dizer Tomás – Fomos à praia, comemos um gelado e depois fomos ver um filme.

– E que filme foram ver?

– Foi, foi, foi… – Tomás fica gago. Decididamente, ele não foi feito para mentir.

– Fomos ver a ressaca 2, pai! – Intervém Pedro – Não foi, Tomás? – Bate nas costas ao amigo – Fartámo-nos de rir…

Sérgio põe-se de pé e coloca o copo na mesa pequena de madeira com o tampo em vidro que está no meio dos sofás, onde se põe os comandos da televisão e um arranjo de flores de plástico que enfeita a sala, e caminha na direcção do filho.

– Ah e não tiveste tempo para ires à Câmara? – Pergunta Sérgio.

– Pai desculpe, eu estou muito cansado… – declara Pedro.

– Estás cansado… Pedro? – Sérgio sorri – tu já vais dormir. – Sérgio põe o braço por cima dos ombros de Pedro – mas antes quero que venhas tomar chá.

– Chá? – Estranha Pedro, que não gostava muito de chá e só queria chorar à sua vontade, mas não o deixavam.

. Pedro é conduzido até à sala, onde normalmente era servido o jantar. O pai fê-lo sentar-se à mesa, com o Tomás.

– Sandra, pode servir o chá, por favor! – Ordena Sérgio.

– Com certeza, senhor doutor.

– Mãe? – Estranha Pedro.

– Sim, filho.

– Mas o que é que se passa? – Inquire Pedro.

O chá é servido, uma água amarelada numas chávenas brancas sobre uns pires com uns pacotes de açúcar, a de Pedro com dois pacotes com uns caracteres algo estranhos estampados. Ele abre um e coloca o açúcar no chá, ainda fumegante, e com a sua colher mexe-o. O chá sabia mal:

– De que é o chá? – Interroga Pedro.

– De cacto – Afirma Sérgio.

Pedro tenta beber:

– Parece que tem veneno. – Comenta Pedro, ao mesmo tempo que Dora levanta os olhos para Sérgio.

– Não tem nada. – Declara o vereador. – Tu é que não gostas de chá.

– Não é isso, cheira mal. – Constata Pedro.

–Vá, bebe lá o chá, sê um bom menino. – Pede Sérgio.

– Isso não te vai matar, prometo – Comenta Dora.

Pedro, muito contrariado, engole o chá.

– Então como te sentes, filho? – Pergunta Sérgio.

– Normal. – Responde o filho – Posso subir?

– Podes!

Saem os quatro daquela luxuosa sala e Sérgio dirige-se para a biblioteca

– Ahm Tomás – chama Sérgio. – Preciso de falar contigo… – e ambos se dirigem à biblioteca. – Entra. – Ordena-lhe Sérgio.

Tomás entra numa grande sala com estantes a toda a volta, o chão em madeira brilhante. À entrada existia um bengaleiro e uma pequena mesa com jornais e revistas. Uma janela que dava acesso ao jardim e é vista uma piscina. Na janela estava uma cortina branca com os pendentes vermelhos e uma risca preta ao centro. A secretária, uma mesa com uma luz e um telefone preto na ponta, ligada a outra encostada à parede, tinha o computador ligado ao cabo telefónico e duas cadeiras. Tomás senta-se numa e na outra, enfrente a ele, senta-se Sérgio, que apoia os braços em cima da mesa e conversa com o jovem. Na parte de frente da biblioteca existia uma parede branca que não era coberta por uma estante. A meio da parede estava uma lareira e, em frente, dois sofás verdes. Ao canto estava uma mesa que tinha garrafas de bebidas, um balde de gelo e um termo de café.

– Queres beber café, Tomás – oferece Sérgio.

– Não, tio! O que é que o fez chamar-me aqui a estas horas? – Pergunta o rapaz.

– Tomás, eu sei que tu és o melhor amigo do Pedro – começa por dizer o vereador – e por conseguinte, pretendo que tu tomes conta dele. Sabes que ele é muito rebelde e eu tenho medo que alguma coisa lhe aconteça de mal… – acrescenta – eu tenho um plano. – Conclui.

Sérgio explica o seu plano a Tomás ao pormenor. Ambos discutem os interesses que têm no Pedro.

No andar superior desta moradia, Pedro está sentado na cadeira de seu quarto. Pensa na menina mulher que é a Lisa e sente uma inveja no seu interior, porque também ele gostava de ser independente como a Lisa era. Ela sim. Ela era-o. De repente, Pedro sente uma estranha sonolência. Vai para a cama, deita-se e acaba por adormecer.

Sérgio leva Tomás à porta e ambos se despedem um do outro.

– Lembre-se que, se ele está assim tão doente, pode contar comigo…

– Eu sei Tomás, eu sei, infelizmente é verdade. – Dizia Sérgio tristemente. – Mais uma coisa, ele não pode saber desta conversa, nem que está mal…

– Sim, tio, não se preocupe. – Um estranho sorriso apareceu-lhe nos lábios.

– Óptimo, boa noite – Sérgio abraça Tomás.

*

Lisa estava na sala da sua casa, a mãe e a Pipa ainda estavam no teatro. Ela sente uma enorme soneira, mas queria fazer o jantar e depois ir dormir. Apaga a televisão no comando, levanta-se e caminha até à cozinha. Abre o frigorífico e retira uns bifes, a seguir vai à dispensa, pega no arroz encetado, volta para junto da banca, põe água para uma panela e põe ao lume. Posteriormente, abre a janela e prende a cortina com uma mola, coloca o arroz dentro da panela e vai à procura da margarina. Com a faca, corta um nó e põe dentro da panela mexendo com uma colher de pau para o arroz não queimar. Tapa a panela em inox, vai buscar uma frigideira e coloca ao lume com um nó de margarina. Abre o pacote dos bifes e mete no recipiente, deixando-o estar em cima do lume. Pega num alguidar, volta ao frigorífico, tira uma alface e começa a desfaz para dentro da almofia. Corta um tomate e põe-no dentro do alguidar e Voilà ! Começa por pôr pão num recipiente e coloca em cima da mesa, no centro. Uma chave roda na fechadura e duas mulheres entram em casa:

– John! – Chama Sónia, quando sente o cheiro de comer.

– Sónia… – Pipa chama a amiga à realidade – o John foi-se embora. – Acrescenta.

– Mas então quem é que? – Aponta para a cozinha.

– De facto… – fala Pipa com um ar pensativo – a não ser, que… não, não pode ser. – Pipa entra na cozinha. – Tu cozinhas? – Pergunta espantada. – Não sabia que sabias cozinhar.

– Olha nem eu sabia. – Diz Lisa - Mas a verdade é que estava com muita fome. – Afirma. – Vá, o jantar está pronto, chama a grande Sónia Valentim. – Informa e em seguida pede a Pipa.

– Cheira bem, é um facto. – Elogia Pipa.

E regressa à sala.

– Ahm, Sónia! Vem comer, por favor.

– Conseguiste fazer o jantar em três minutos? Pipa, és bestial! – Exclama Sónia.

– Ah, o jantar? Oh Sónia, estava feito… Não fui eu que o fiz. – Esclarece.

– Então? - Inquire Sónia.

*

Tomás vai embora. Pelo caminho uma voz zoava na sua cabeça, a voz de Sérgio. Ele ouvia Sérgio e agora pensava que Pedro nunca o iria perdoar, mas era para o bem dele e aceitara a resolução que lhe parece ser mais acertada.

Sérgio, por sua vez chega ao seu quarto e Dora poisa um livro aberto em cima da mesa ao lado da cama.

– Tu não tens emenda – o olhar de Dora era agora de raiva.

– O quê?

– Tu és um monstro… Aquilo que estás a fazer ao Pedro não se faz a ninguém. – Diz Dora.

Sérgio tira o cinto das calças e enrosca lentamente na mão, pensando em tudo o que Dora lhe estava a dizer.

– Porquê o defendes tanto?

– Por que é teu filho, Sérgio, e tu também o deverias defender… não o deverias condenar.

– Será que é mesmo meu filho? – E Sérgio bate em Dora. – Conta-me a verdade, desgraçada. Será que tu não te deitaste com mais ninguém?

– Ai.

Sérgio agarra nos cabelos a Dora e fá-la rastejar pelo chão. – Agora não tens quem te defenda… Posso matar-te. – Sérgio cospe as palavras com nojo. – Imunda!

Dora é arrastada pelo quarto batendo com a cabeça, no chão e Sérgio provoca cada vez mais hematomas na sua pele. O sangue dela mancha o chão castanho do quarto. Na sua aflição, ela chora, grita, estrebucha de dores mas, ainda assim, continua a querer saber do seu filho muito amado.

Por fim, Sérgio se agacha com um intenso olhar de acusação sobre Dora.

– Minha querida esposa – diz Sérgio com sarcasmo – há coisas que nunca vais compreender.

– On, on, onde esssssssssssss, es está o P, P, Pedro – pergunta Dora com alguma dificuldade no falar em seguida recomeça a chorar.

Mas Sérgio aperta as calças põe o cinto e veste o casaco.

– Que dizes, amor? – Pergunta Sérgio mais calmo. Dora desiste. – Assim está melhor. Olha lá, se alguém te perguntar não digas nada disto, senão… – Dora assentiu. – Não sei quando volto. – Sérgio cospe para cima dela, deixando a pobre criatura ensanguentada no meio do chão, junto ao guarda-fatos.

*

Ana Maria atravessa o bairro e toca à porta de um prédio. A porta abre-se e Ana liga a luz das escadas sobe os escassos degraus e toca à campainha, que faz ding dong. Dona Eulipia espreita pelo buraco da porta e, ao reconhecer Ana Maria, abre e deixa-a entrar.

– Boas noites, a Carla não me disse que vinhas – declara Eulipia.

– Ela não sabe – Começa por dizer Ana – quero falar com a senhora e com o senhor Fernando, se puder ser…

– Agora? – Pergunta Eulipia.

– Sim mas, se não lhe convém, eu venho cá outra altura.

– Não é nada disso, entre Ana, entre. Sabe que a gente ia já dormir. Mas para si há sempre tempo, vamos para aí para a cozinha.

Era uma casa humilde, apesar de ser a mais mobilada do bairro. A cozinha tinha poucas dimensões, com o chão branco e os azulejos com riscas pretas. Os armários eram de madeira cor de castanha envernizada, um fogão, o frigorífico, uma arca e a mesa e as cadeiras de cor branca, encostadas à parede que tinha a janela.

– Senta-te! – Diz a Eulipia apontando-lhe um banco. – Queres alguma coisa?

– Não, deixe estar!

– Vou chamar o meu homem. – Eulipia sai da cozinha e vai para o quarto. – Nando! Nando…

O quarto era muito simples, tinha um roupeiro, as mesas-de-cabeceira de madeira, uma a cada lado da cama, um candeeiro de papel no tecto e uma cómoda situada perto da parede. A seguir existe uma janela com um pau de cor castanha por cima com argolas que pendura a cortina branca de croché.

– Quem é que está aí? – Pergunta Fernando, já deitado na cama.

– É a Ana Maria que quer falar contigo.

– Diacho, que ela quer…? – Pergunta Fernando ao levantar-se.

– Pode ser alguma coisa importante.

E os dois saem do quarto e vêm até à cozinha, Fernando entra em primeiro e senta-se na sua habitual cadeia junto à arca.

– Então Ana, o que a traz por cá? – Indaga Fernando.

– Senhor Fernando e senhora Eulipia, em primeiro lugar, desculpem a hora ser tão tardia – começa por dizer Ana – eu sei que a Carla está a trabalhar durante todo o verão apesar de ter boas notas na escola, mas quero pedir a vossa autorização para sair com a minha amiga Carlinha uma noite.

– E para onde ‘stás a pensar levar a minha filha? – Intervém Fernando.

– Que tal se formos a uma discoteca, sei lá podemos lá encontrar alguns colegas…

– A uma Discoteca?! – Fernando bate com o punho cerrado no tampo da mesa – nem pensar… a minha filha, a minha menina não vai para esses sítios.

– Oh homem, pensa bem… a Ana também lá vai estar. – Dizia Eulipia

– Desculpa Ana mas não me parece. – Levanta-se e dirige-se para a porta da cozinha, roda sobre si mesmo – A Carla tem, muito trabalho lá na loja. Onde é que já se viu, uma discoteca? – Conclui Fernando.

– Mas, senhor Fernando, não é nada disso que está a pensar… – Argumenta Ana.

– Eu sei muito bem o que vão fazer a uma discoteca. E não quero que a minha filha seja uma puta!

– Posso falar? – Pergunta Ana.

– Podes, mas não quero ter mais esta conversa.

– Senhor Fernando, a Cristina faz anos, uma colega da nossa escola, e a festa de anos vai ser na discoteca, se a Carla não for não tem a mesma piada… – Alega a amiga. – Por favor, eu peço-lhe, ela antes da meia-noite está em casa.

– E quando é essa festa?

– Daqui a dois dias.

– Vou pensar e depois digo.

– Obrigada! Assim é que se fala.

– Eu só disse que iria pensar.

– Oh, é meio caminho andado.

*

A mãe de Lisa tenta saber com quem a filha passou o dia e onde ela o passou:

– Lisa, onde tu estiveste o dia todo? – Pergunta Sónia, cada vez mais preocupada com Lisa.

– Ai, oh mommy, por aí! Na rua, acho eu…

– E é por isso que estás assim tão pálida? – Pergunta Pipa.

– Ai, oh Pipa! Tu também? Confiem em mim, bolas! – Brada Lisa a subir a escada.

– Lisa, Lisa! – Chama Sónia – ainda não acabámos a conversa!

Lisa entra no quarto e deita-se sobre a sua cama. Tinha uma vaga ideia de onde esteve e com quem, mas pensava que tudo era um sonho, um pesadelo. No fundo, nada lhe parece real, com certeza estaria a ver filmes a mais, aqueles filmes nojentos nos quais se vêem princesas que acabam sempre com os seus príncipes. Lisa não gostava desses filmes, achava-os demasiado cor-de-rosa para o seu género.

Levanta-se e vai à casa de banho e tem uma dor. Caminha para a sanita e vê que sangra. Lisa pensa “não pode ser! Eu não fiz nada, é uma ilusão tem de ser”, uma voz grita do alto:

“ Oportet implere fuerint res magna humanitate tua facta desempenhas BENE quam dependere.”

“Tem de ser, foram escolhidos para cumprir o grande plano da humanidade, está tudo dependente de como desempenhas as tuas acções.”

– Quem está aí, quem és tu? – Pergunta Lisa assustada.

Mas a voz continua. Apenas vê um enorme clarão, uma luz que lhe cega os olhos e que a obriga a fechar:

“... Tu in multis iudiciis Hoc est munus, tua missio commissa vobis, ite Lisa erit lenta sed et sunt fortis ad resistere”

“Vais passar por muitas provações... Esta é a tua tarefa, a tua missão que confiei de ti, Lisa. Segue o teu caminho vai ser duro mas ambos são muito fortes para aguentar”
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Mensagem por Anne Margareth Dom Set 15, 2013 3:25 pm

Capitulo XI - Comportamento de Lisa
Tomás pega nas chaves e mete na fechadura rodando-a em seguida o que faz com que o trinque salte entra contente e a assobiar num pequeno corredor que daria acesso directo a uma espaçosa sala:

– Tomás é você, filho?

– Sim sou eu – responde Tomás à entrada da espaçosa divisão mobilada a rigor.

Havia um grande plasma preto e os sofás amarelos, onde estariam sentados um casal já de meia-idade, os móveis pretos uma mesa ao canto ao pé da parede branca da sala, ao pé de uma difanvarga, num vaso branco, vários quadros, da artista Paula Rêgo pendurados na parede, um móvel de cor preta e trabalhado com uma vitrina onde se podia ver algumas peças de loiça caras. Sara, vem da cozinha, trajada a rigor.

– Senhora Doutora poderá mandar que sirvam o jantar… – Sugere a empregada.

– Pode Sara.

Tomás dá um beijinho à mãe e ao pai.

– Hum… Filho! Então como está o Pedro Silva Lobo?

– Está bom, pai! – Tomás ri mas algo o detém – aliás ainda vai melhorar mais.

– Quê mas ele está doente? – Preocupasse a Dona Olga.

– Não, não… - mente.

– Ah! Okay… Como não dormiu cá, pensamos…

– Não… só fomos sair e eu fiquei na casa dele para o ajudar.

Gostinho Bettencourt era o pai de Tomás, era bissexual, estava casado com a Olga Cadaval sendo a segunda mulher de Gostinho, a mãe de Tomás era uma rameira insuportável encontram-se na sua luxuosa sala. E esperam pelo filho.

Gostinho era um empresário rico da confiança de Sérgio e amava a Olga apesar desta estar interessada no seu dinheiro.

– Filho não vai comer? – Pergunta Olga.

– Não, mãe – Responde Tomás.

Tomás sobe as escadas para o seu quarto não queria acreditar no que ouvira de Sérgio, não podia ser verdade, ele sempre fora amigo de Pedro o melhor e agora esta confiança era de mais… mas se fosse verdade, ele tendia para arriscar.

O quarto de Tomás era igualmente belo, tinha um roupeiro africano, depois localizava-se uma estante cheia de livros, e de discos, a seguir uma janela, uma porta que abria para uma casa de banho constituída por um móvel à entrada com um espelho suspenso na parede com duas luzes sobre o espelho, seguindo o vide, a sanita e uma banheira, de loiça verde, o chão era verde até meio da parede, a meio tinha uma cinta com motivos a toda a volta da casa de banho e a parede continuava para cima branca, saindo pela porta, de regresso ao quarto há uma mesa de cabeceira, uma cama de solteiro o chão em taco envernizado, que levava até há porta que dava para o corredor.

Tomás senta-se na cadeira, pensa em tudo o que Sérgio lhe disse, ele não acreditava, não podia ser. E recorda a conversa tida com Sérgio na biblioteca:

“ Sabes que o meu filho, o Pedro, tem que receber um castigo” diz Sérgio “Ele não me quer ouvir… eu tenho um plano”

“Que plano tio?” Indaga Tomás.

“Não te posso dizer… mas preciso que obedeças às minhas ordens, eu quero o melhor para Pedro” declara Sérgio. “Estás disposto a isso?” Propõe o Tio.

“Estou, confio nas suas intenções…” conclui Tomás. “O que quer que eu faça?”

“Para começar quero, que escrevas a Dora…” ordena Sérgio.

Tomás acende a luz da escrivaninha, senta-se numa cadeira com umas folhas brancas à sua frente, poisadas sobre a mesa e uma bic sem tampa ao lado, tinha que conseguir mas não lhe vinha nada à memoria, mas a felicidade do seu amigo dependia daquela clausula contratual que fez.

*

Sérgio, por sua vez, caminha por uma estranha, que cheirava muito mal, a rua tem pouca luz, os excrementos de animais no meio da rua feita a pedra as casas todas estranhas compostas umas ao lado das outras eram todas do mesmo tamanho e todas com uma luz à porta Sérgio pára e bate à porta iluminada por uma luz vermelha no parideira da porta, uma loira alta que trajava um maiô preto e uns sapatos também pretos de salto alto pontiagudo entreabre-a:

– Quem és e ao que vens? – Pergunta ríspida.

– Deixa-te disso, sabes perfeitamente o que quero… – Declara Sérgio.

– Lamento mas estamos lotados. - Informa

– Que atrevimento tens tu para me dizeres isso? – E Sérgio empurra a porta, a loira é violentamente encostada à parede e treme.

– Ai

– A outra? – Pergunta Sérgio olhando de relance para a sala.

– Está ocupada.

– Muito bem espero.

– E não te preferes ir divertindo?

– Não. Quero a outra só para mim.

Sérgio caminha para o interior da sala, e senta-se num sofá redondo coberto por uma colcha escarlate faz de seguida sinal à mulher que está de traz do balcão. Esta vai ter com ele, traja um maio rendada e uns grandes sapatos com uns saltos ponte agudos que parecem agulhas com os cabelos loiros encaracolados e uma bambelete com duas orelhas de coelho a mulher aproxima-se de Sérgio toda sorridente e limpa a mesa em frente a este baixando-se demasiado ao ouvido deste. E diz numa voz sensual:

– O que vai ser hoje?

– Pode ser um Wishky. – Diz Sérgio batendo nas pernas da mulher.

– AU!

A mulher retira-se e de volta para trás do balcão prepara o wisky para Sérgio. Que a olha, por debaixo da testa, enquanto tira do bolso interior do casaco do seu fato um charuto, que logo o acende pensante. A mulher traz-lhe o copo com o wisky e entrega-o a Sérgio.

– A outra? – Pergunta Sérgio

– Está ocupada. Ana?

– Sim.

– Não informaste o Doutor.

– Informei. Só que o Doutor prefere esperar…

No quarto de Tomás este estava sentado na sua cadeira à secretaria, com um bloco de papel à sua frente e com a caneta que desenha símbolos letras que compõe frases seguidas dos mais variados tipos de pontos que lhe dão a intonação necessária, de forma a ser compreendidas pelo seu destinatário. No cesto cheio de folhas amarrotadas debaixo da secretaria estavam as ideias que não seriam conexas com o seu objectivo final.

Num chão de uma casa está uma mulher ensanguentada ainda imóvel apenas respira cansada, uma lágrima escorre-lhe ao longo da face que esborrata o rímel do olho. Uma mão tenta levantar o corpo cansado, só que este não lhe obedece.

– Ai – a pobre mulher cai, imóvel no chão. – Sérgio o que fizeste ao nosso filho Pedro? – Sem a obtenção de respostas, Dora chora. – Ai vida, minha cruz o que será de mim quando descobrires toda a verdade, o que será de nós, mas o pior não será comigo, o pior é com o Pedro que não tem culpa de nada, ele não pediu para nascer – Dora chora – as dores… que eu sinto agora, são a agonia de anos, a fio, que senti durante toda a minha vida.

*

Sérgio estava a beber na sala, até que uma mulher vem acompanhada de um homem.

– Foi bom… deixa pago ao Amaral, oki! – Bate, há mulher.

Amaral homem de negócios de estatura mediana e forte tem o “Oticlam”, o bar nocturno, que à noite funciona como bar de alterne e de dia funciona como restaurante. Está bem localizado ao largo da Segunda Circular. Amaral tem 51 anos, é divorciado.

– Oki! – O homem beija a mulher, mordendo-lhe os lábios delicados. E desce as escadas.

Sérgio sobe-as e agarra-lhe pelo braço, com força.

– Pensei que só fosses minha… – Diz-lhe Sérgio ao ouvido.

– Tua? Só se me libertares, mas estás-me a magoar.

– Desculpa?

– Não, larga-me primeiro, Sérgio, é uma ordem…

– Depois de responderes à minha pergunta.

– Eu grito.

– Grita, tenho a certeza que ninguém te vai ouvir, afinal és uma puta, imunda e ordinária. – Sérgio encosta a mulher à parede, e agarra-lhe no pulso com força. – És a escumalha da sociedade. Todos nós temos nojo de ti. Que custa abrires as pernas a mais um? Hen.

– Ai! Sérgio…

– A mim ninguém dá ordens, cabra!

A meretriz abre a porta do seu pequeno quarto mais publico que privado, decorado com uma cama de solteiro, de ferro branco cromado uma mesa de cabeceira, tendo empilhados plásticos de preservativos usados, as paredes pintadas a negro com boomerangs lilases, laranjas, rosas e verdes florescentes, com uma bola de espelhos pendurada no tecto que serve de candeeiro, e perto de uma janela há uma cómoda branca, perto da porta existe um balde de lixo, com os preservativos usados e com pedaços das suas roupas Sérgio empurra-a para cima da cama, enquanto desaperta o cinto das calças e o enrosca lentamente na mão, a seguir bate à galdéria, ela encolhe as pernas:

– Sérgio assim não… – declara – estás-me a magoar, muito – conclui.

– Cala-te, Dora*. – Dá um murro no olho ela chora – Ah, puta agora choras…

Sérgio puxa-a para si, fazendo com que a rameira se levante ele desce o fecho das calças, e retira o pénis, a prostituta ajoelhasse e ele agarra-lhe pelos cabelos loiros:

– Faz o teu trabalho já, puta. – Ordena-lhe Sérgio.

Ela abre a boca e ele introduz-lhe o pénis na cavidade oral dela, chupando-o como quem come um gelado, fazendo movimentos delicados e abocanhando-o com os seus lábios sedosos, ao mesmo passo que ele esbofeteei-a com força, sentido o seu pénis dentro da boca dela, ao mesmo tempo que inicia uma masturbação com as suas mãos astutas, uma água salgada escorre-lhe dos lindos olhos verdes, e pinga para o chão.

– Chora mas não pares. – Diz Sérgio de olhos fechados sentindo prazer.

Ele levanta-a do chão e abraça-a na cintura e ela sobe por ele acima, apoiando as pernas em cima do rabo do seu cliente que a beija nos ombros, e a mama nos seios de cristal, ela deixa cair a cabeça para trás ele volta a pô-la no chão e desta vez deixa cair as calças pretas ficando nú da cintura para baixo, e ela dá-lhe um empurrão afastando-se e voltando-se para a mesa de cabeceira à procura de um preservativo sem estar usado, mas não encontra ele abraça-a por trás e apalpa-lhe os seios hirtos. Em simultâneo beija-a no pescoço:

– Uma cadela vadia não precisa disso. – Declara ele.

– Já vou. – Responde ela desiludida pois quando uma rameira tem um homem entre suas pernas não sabe o que pode acontecer, até pode apanhar uma doença sexualmente transmissível.

Ele arranca as poucas roupas que ela tem ela por sua vez deita-se na cama e ele arranca-lhe as cuecas, apalpando a sua bainha, ela suspira ele introduz-lhe o dedo na vagina ela grita seguindo à introdução da língua que a chupa, e depois delira quando o pénis dele rasga a sua costura, os testículos batem à entrada da vagina satisfazendo o Doutor Silva Lobo, que apalpa a barriga da meretriz, depois ele coloca-a na posição mais favorável ao sexo anal dando-lhe murros nos seios.

Sérgio veste-se e puxa a meretriz pelos seus cabelos de ouro, fazendo com que ela se deite no chão e dando em seguida pontapés no abdómen da mulher, depois pega no dinheiro e deita-o para o chão e abandona a mulher ensanguentada no chão.

– Verme nojento. – Bate com a porta do quarto, com força.

Aquele dia, ela não iria à faculdade. Mal se podia mexer, mal aguentava as dores no corpo. Ela chama-se Telma Carrascal tem 21 anos, está no primeiro ano de direito, trabalha à noite para o Amaral, a fim de pagar com o seu corpo o curso que tanto quer. Sujeita a maus-tratos como tantas outras que trabalham na prostituição e que precisam de dinheiro para sobreviverem. Às vezes por um quilo de arroz essas mulheres vendem o seu corpo para se auto sustentarem a elas e aos seus filhos.

Ana que ouvia Telma a chorar sai dos seus aposentos e caminha por um estreito corredor bate a uma porta castanha espera sem obter resposta, abre-a:

– Telma, estás bem? – Pergunta Ana preocupada.

Olha para a cama desfeita, mas Telma não está lá

*********************
* Sérgio chama a Rameira de Dora, porque nestes negócios a pessoa não tem nome e, o "cliente" pode-as renomerar a seu belo prazer.


Última edição por Anne Margareth em Dom Set 29, 2013 12:31 pm, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Numeração)
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Mensagem por Walk Up Proud Dom Set 22, 2013 2:19 pm

Capítulo XII - O Plano
*
O dia amanheceu as árvores crescem nos campos. Os pássaros chilreiam nos ninhos, a temperatura começa por ser escaldante. Mais um dia com muito sol se aproxima.
Tomás sentado à secretária piscava os olhos, levanta-se estava mole aquela manha, passeia pelo quarto, até que estala os dedos no ar, ele tinha resolvido o problema senta-se à secretária e numa folha escreve. Começa por escrever, imitando a letra de Pedro, teria que ficar o mais fiel possível, que parecesse mesmo que Pedro o escreveu e de repente, Tommy pega na caneta e escreveu:                  
       

A Força d'um Amor (+18) Pa2b















Desta vez teria saído perfeito. Tomás curvou-se sob o papel e beijou-o, tinha finalmente conseguido, estava, contente os seus dedos doíam com a mesma letra, a mão mal se firmava para escrever no envelope branco com a outra mão a segurar o pulso daquela que desenhava a letra sob o envelope o mais perfeccionista possível.
Os insectos da noite fazem ruído fora das portas, Tomás tinha salvo a vida a Pedro segundo ele agora só bastava pôr a carta no correio elogiava aquilo que tinha feito era uma verdadeira obra-prima, que ele queria emoldurar talvez na manha seguinte se pudesse fazer isso, para guardar para recordação. Exausto e abatido pelo cansaço Tomás apoia os braços sobre a mesa, em seguida a cabeça e cerra os olhos e traído pelo sono deixa-se adormecer.
A Lua esconde-se e o escuro da noite dá lugar à claridade. De um novo dia ainda que no horizonte houvesse um cor de laranja suave. Os galos cantam, os pássaros voam no céu e a neblina matinal que caía sobre a praça D. Pedro IV, começam as primeiras chegadas à cidade de Lisboa no interior da estação do Rossio, chega um comboio com as pessoas já em pé, pára no cais da estação, abre-se as portas e as pessoas começam as suas corridas matinais umas para apanharem os restantes transportes e outras para irem para os empregos. As pessoas correm nas escadas rolantes descendo-as apressadamente, e dirigindo-se à posteriori para a Praça D. Pedro IV, atravessando a Rua do Ouro até ao Cais do Sodré, para apanharem o Barco, e assim chegarem a Almada.
Os prédios são aquecidos por uma réstia de sol que dava e entrava nos últimos andares dos prédios urbanos, um raio de sol ilumina e aquece a cara agora voltada para a claridade de Tomás que esfrega a cara com uma mão, ainda de olhos fechados.        
A Tomás só lhe apetecia dormir só que não podia levanta-se da cadeira e dobra a carta em quarto põe-a dentro do envelope e cola sentia-se feliz desta vez tinha contribuído para a cura de Pedro.
- Hum…
Tomás ainda se encontrava sentado e dobrado em cima da mesa. Acorda sobressaltado, e vê a carta com uma caligrafia memorável Tomás recorda a conversa tida no dia anterior com Sérgio Silva Lobo e sorri. Beija mais uma vez a carta, levanta-se e sai do quarto. Desce as escadas, apressadamente.
- Filho, bom dia.
- Bom dia mama.
E sai.
- Mas ele está tudo louco, nesta casa.
Gostinho desce as escadas já vestido, entra na sala de jantar.
- Bom dia, Olga – cumprimenta dando-lhe um beijo.
- Ah, olá Gostinho.
- O Tomás?
- Saiu agora.
- Ah oki.
Sara, serve o pequeno-almoço com requinte:
- Chega, minha senhora?
- Gostinho o que vai fazer hoje – indicando com a mão à empregada que chega.
- Vou ao banco, e depois combinei com Victor ir jogar golfe, porquê?
- A sério, eu combinei com a Isilda e a Matilde de jogarmos à canastra…

Sérgio entra em casa todo contente, de repente algo o desperta e Pedro o que ele faria em relação ao seu filho. Sérgio sobe as escadas até ao segundo andar. Entra no quarto de Pedro, este dorme profundamente, Sérgio pega no filho ao colo e espreita através da porta, para o corredor, não vê ninguém ainda era cedo e os empregados não tinham chegado sai com o filho no colo, este deita a cabeça para trás e continua a dormir, Sérgio espreita para a sala desce as escadas com o máximo de cuidado entra na sala atravessando-a senta o filho num sofá perto da porta da biblioteca enquanto que abre a porta da livraria pega no seu filho e entra no colo e entram no escritório a seguir Sérgio toca numa estante que roda e apresenta uma escada estreita feita a cimento tinha pouca luz mas parecia um grande espaço Sérgio deita-o num colchão de palha que cobria uma cama de ferro ferrugento devido à passagem do tempo, cheirava a bolor apenas tinha uma janela, trancada com portadas de madeira. O chão feito a cimento grosso. Sérgio algema os braços de Pedro aos ferros da cama e os pés com uma corda aos pés da cama.
Após esse evento, administra uma injecção no braço de Pedro este dorme ainda com mais cansaço.

Tomás sai de uma loja com um envelope na mão tentando meter a carta lá dentro, e desce a rua até aos correios em seguida entra e dirige-se logo à entrada a uma mesa que está colocada à parede, preenche o envelope endereçando-o a casa Silva Lobo.


A Força d'um Amor (+18) W8s

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A Força d'um Amor (+18) Empty Re: A Força d'um Amor (+18)

Mensagem por Anne Margareth Dom Set 29, 2013 12:26 pm

Capitulo XIII – Amor e Racismo

Uma campainha soa por toda a casa. Carla desce e vai ter com Ana Maria. Eulipia recomenda à filha:
- Tu a ver se não chegas tarde! – Grita esta, do alto de uma varanda.
As amigas cumprimentam-se e entram num táxi que as conduz até a uma casa grafitada. Ana Maria paga ao taxista; entram na casa, o espaço era escuro e amplo, luzes florescentes; saía sons em berros altos das colunas. Existiam pufs brancos, e uma escada interna que dava acesso a uma varanda, da qual se via todo o ambiente em baixo. Fora de portas estava um recinto, com uma espécie de piscina com peixes de várias cores e um bar externo. No interior existiam mesas de madeira e um palco a meio, onde o DJ Carlos Manaça escolhia e misturava as músicas à medida que a noite ia avançando. A Lua estava esplendorosa e brilhava no firmamento; entre os toldos, as plantas germinavam.
As duas amigas entraram dentro da discoteca e olharam em redor e Carla vê um preto sentado num puff branco que a olhava, atentamente.
- Olha aquele ali, não deixa de te olhar. – Comenta Ana Maria, ao ouvido de Carla.
- Quem? – Indaga Carla com curiosidade. Olha em redor a pouca luz do espaço permite ver que Tó disfarça olha para o chão. – Bem, isto está magnífico… – Declara Carla com um sorriso de orelha a orelha.
Uma jovem, que fazia dezasseis anos, aproxima-se das duas:
- Olá, boa noite. Ana Maria, bem-vinda à festa. – Diz a morena depois reparando em Carla – Carla? Por momentos pensei que não eras tu. Mas ainda bem que resolveste vir. Vamos já tirar uma foto.
O fotógrafo tira uma foto às três amigas.
- Olá Cristina, muito obrigada por nos vires receber… – Começa por dizer Ana Maria. – E os meus Parabéns.
- Cristina, obrigada por me teres convidado. – Agradece Carla.

Cristina é uma miúda que hoje completa dezasseis anos, pertenceu ao bairro, mas agora vive do outro lado da cidade. É snob e tem mania que é muito vivida, mas não é. Diz que sabe muito de sexo quando, na verdade, ainda não teve essa experiência. Traja umas calças brancas, uma camisola sem alças clara, uns ténis rosa claros e um cinto de metal; uma mala nas mãos, de fecho com o necessaire básico e com um telemóvel preto.
Manaça põe música ritmada, Cristina paga uma ronda de bebidas aos amigos. Ana Maria sentasse com Carla e Cristina a uma mesa que está vazia. Carla levanta-se e vai ao bar buscar um copo de vodka; Tó levanta-se e vai dançar. Sem darem por isso, ambos tropeçam um no outro e ele olha nos olhos de Carla. Esta fica envergonhada.
Ana Maria resolve ir à procura da amiga, quando a encontra:
- Carla! Vamos embora? – Propõe Ana Maria.
- Já vou. – Aproxima-se de Tó. – Como te chamas? – Tó bebia cada palavra da voz de Carla mas afastou o olhar.
- Não te interessa. – Sussurra baixo. E dá meia volta. Carla pega-lhe na mão e puxa-o para si.
- Se eu perguntei é porque me interessa. Não? – Responde Carla.
- Queres saber como me chamo? – Pergunta Tó retoricamente – António, António Silva.
- Ah! Eu chamo-me Carla. – Dirigindo-se a Ana Maria – tens uma caneta? – Cochicha ao seu ouvido.
- Toma-a.
Carla pega na mão de Tó e escreve uma sequência de nove números que ordenados formavam um código.
- Que é isso? – Indaga Tó.
- O que tu queres, mas não tens coragem para me pedires. – Declara Carla, em seguida Tó fecha a mão caminha olha para trás e ambos sorriem. Ele encosta a mão ao peito, e beija-a, abre-a em direcção de Carla soprando.
Ana Maria e Carla despedem-se de Cristina e vão-se embora. No caminho de regresso ao bairro, as duas amigas falam:
- Então, tu arranjas-te um namorado? – Questiona Ana Maria.
- Oh, não é nada disso… apenas um amigo.
- Ui! Chama-lhe amigo, chama! Cá para mim, isso vai dar molho.
- Tu não vais contar à minha mãe, pois não?
- E conto o quê? Não há nada para contar.


*

Num caminho acidentado de terra batida, um grupo de rapazes experimentam as suas motos. As raparigas estão numa espécie de bancada improvisada.
- Un, deux, trois, et que le meilleur gagne! – Brada o juíz de arma apontada para o céu.
“””- Um, dois, três, e que ganhe o melhor!”””
Entretanto, ouve-se o tiro e as motos começam a acelerar e a correrem, caminho abaixo - Manuel é o que vai à frente, consegue passar a primeira curva com alguma vantagem mas é logo por Gustave, que alcança com algum privilégio o primeiro lugar. Dá-se a segunda volta e Manuel quer passar, vamos ver se consegue mas quase cai, o perigo está à espreita… Lá vem mais outra curva, perde o equilíbrio, escorrega em terra fresca, agarra-se ao volante da moto, consegue manter o equilíbrio e ganha velocidade. Grande Manuel. E, nas bancadas, Natali rói as unhas de nervosismo. O jovem consegue passar o seu adversário de peso, e em primeiro lugar chega à meta.
Ele não acredita, nem quer acreditar. Pára a moto, desmonta e cumprimenta os seus adversários.


- Félicitations, Manoel! – cumprimenta Ferdinand
« « «  - Parabéns, Manoel ! » » »
- Félicitations, Manoel! – Cumprimenta Gustave
- Félicitations, Manoel ! - Cumprimenta o júri da partida, Pierre
- Félicitations, Manoel ! – Cumprimenta Pashy
- Merci beaucoup – Agradece Manuel de  braços no ar – Il n’était pas facile de vous vaincre, mes amis!
« « « Obrigado, muito obrigado não foi fácil vencer-vos, meus amigos”””

De repente, Natali vem ter com ele.
- Manoel mon amour, mon héros, Je t'aime, amour, tu sais?
“””-Manoel meu amor, meu herói, eu amo-te, adoro-te sabias?”””
- Avez savait!- Declara Manuel com um sorriso maroto.
“””- Por acaso sabia!”””
Ambos beijam-se e os amigos de Manuel troçam:


- Avons-nous mangé lá d’un site? – Propõe Manuel.
“”” -Vamos comer aí a um sítio?”””
- Oui. – Concordam.
- Sim.
Manuel e Natali sobem para a moto ssim como os restantes companheiros e vão todos atrás de Manuel. Descem até ao sopé da montanha, e vêm o nascimento do sol, em seguida seguem até à tasca mais próximo dali. Estacionam e mandam vir umas sandes e umas cervejas para a uma mesa, onde aguardam pela comida. Gustave toca na sua viola uma melodia, e Manuel canta.
No fim pagam e regressam a casa. Natali fica em casa de Manuel esta noite.
- Pai! Mãe… – chama Manuel assim que estaciona a moto na garagem. – Sara! – Depois para Natali – Come on!

As horas passam, os barcos chegam com peixe fresco à lota, as persianas são abertas e janelas escancaradas. Um Mercedes preto entra por uns portões que se abrem de par em par numa vivenda no meio de um jardim. Um forte um senhor de idade, sentado no banco de trás do carro, manda o seu choufer estacionar num lugar livre, acendendo um cachimbo pensante.
Dentro da casa vermelha, erguida por fortes paredes rígidas  e medonhas, onde se torturam tantos prisioneiros, existia um forte, cujos muros, se abanassem seriam das crueldades dos que por ali passam e que saiem. O chofer abre a porta ao seu senhor, que usava uma bengala, com um óculo cravado no olho e os sapatos devidamente engraxados, põe a ponta de fora do carro e pisa o solo de areia daquele jardim. Outro pé sai, sendo visíveis umas calças cinzentas e um elegante paletó, rachado de ambos os lados até aos sapatos pretos envernizados.
Sobe as oito escadas de pedra de corrimão ferrugento. Ia dando instruções ao choufer que apontava no seu bloco de notas.
- Herculano, não se esqueça de me dizer para mandar pintar o corrimão a verde.
O chofer, devidamente trajado com o seu fraque azul e com o chapéu a condizer preso ao queixo, bate à porta.
Uma pessoa desce a escada ainda em pijama.
- Já vai, Já vai! – Diz o homem de pijama às riscas, e com uma touca na cabeça. – Mas será possível que a Glória se esqueceu das chaves? - Abre a porta.
- Você saiu-me cá um irresponsável, hein? – Reclama o senhor que entra porta a dentro.
- Drº Bragança!?
- Sim homem, sou eu. – Grita Bragança. – Além de irresponsável você também é cego?
- Quero aqui uma sala onde os alunos possam ver televisão. – Ordena apontando para o grande largo que tem há sua frente, de chão lajeado em granito, preto e branco.
- Drº Bragança, o Sr. já viu que horas são?
- São 6:30 Doutor Eduardo. Porquê?
- É um pouco cedo.
- Oiça uma coisa, Doutor, os grandes impérios constrói-se com pessoas capazes, e não com preguiçosos.
- Mas é que a menina Glória ainda não chegou!
- Seu anegromono! Vamos ter a nossa reunião? – Indaga Bragança.
- Com certeza. Senhor doutor sinta-se à vontade, faça de conta que está na sua casa… – E indicando o caminho ao Doutor Bragança com o braço estendido. – Por aqui.
Ambos entram num corredor estreito que dava acesso à secretaria e entram na sala de Director.
- Sente-se.
- Isto está perfeito… – comenta Dr. Bragança – Parabéns, professor Eduardo.
- Oh Doutor, muito obrigado. – Eduardo sorri, aquele era o melhor presente que receberia do dono do Prestigie.


*

Chega ao Prestigie um carro branco, estaciona ao lado do Mercedes preto uma mulher que deveria ter mais ou menos trinta anos, alta e loira com o cabelo apanhado num rabo-de-cavalo. Veste umas calças pretas, uma camisa de mangas vermelha, um casaco preto e os sapatos rasos, também pretos. Sai do carro, caminha pelas pedras. Olha para o lado e vê Herculano. Fecha o carro e vai ter com ele.
- Bom dia, Herculano – cumprimenta o empregado – então, o Doutor Bragança está cá? – Indaga ela.
- Bom dia Gloria. Sim é verdade, vim trazer o Senhor Doutor, mais uma vez, ao Prestigie.
- Bom então já, vi que hoje o dia vai ser atarefado. – Declara Glória afastando-se de Herculano.
Glória Bastos é extraordinariamente bela e bem formada, com classe e requinte. É solteira. Quem não a conhece parece ser uma mulher moderna e bastante liberal mas ao contrário dos que assim a julgam é bastante conservadora. De espírito aberto, mas é mais conservadora do que parece. Para ela, a disciplina é fundamental. É muito rigorosa e o perfeccionismo persegue-a. Não admite erros nem faltas de educação. No entanto, e apesar de mostrar muita rigidez na relação que tem com os alunos, preocupa-se verdadeiramente com eles. Embora não admita, ensina-lhes mecanismos que quebrem as regras e que os levem para aquilo que mais desejam. No fundo, tenta fazer com que eles sejam mais livres do que ela por causa da educação que teve. Ela é a assistente de Eduardo e vive para o colégio.
É muito eficiente naquilo que faz e Eduardo dá-lhe muita responsabilidade. Entra agora a porta dentro O cheiro a tinta abundava. Havia plásticos por todo o lado.
Glória dirige-se para a secretaria, o seu lugar naquele colégio. Entra para trás do balcão e põe a mala de senhora do lado de dentro.
Vai à sala de arrecadação e pega numas caixas pesadas. Trá-las para a secretaria, essas caixas contém inúmeros quilos de papéis, são as entidades dos alunos.
Do lado de dentro da porta, ouve:
- Senhor Doutor Castelão, falta cerca de três semanas para começar as aulas… – informa o Doutor Bragança. – Eu quero tudo a postos.
- Pois, de facto sabe que a Glória tem andado a fazer limpezas e eu não sei onde ela pôs a minha agenda. – Justifica Eduardo, olhando para todos os lados. – Se me permite Doutor.
- Oh homem é claro que permito! Ah, e aproveite e vista-se… – autoriza Bragança -Onde é que já se viu um director do Prestigie com um pijama – murmura o dono do colégio.

*


O dia amanhece em São Paulo, os carros começam a encher as avenidas daqueles que se dirigem até ao centro, uma menina de cabelos de oiro levanta-se já chegava de cama aquele dia. Entra no quarto do pai:
- Papai, você ainda tá dormindo?
- Não Mar! Não estou…
A mulher acorda.
- Chiu! Pouco barulho, está-me doendo a cabeça.
- Olá querida. Bom dia.
- Olá João, meu amor. Olá Mar!
João levantasse.
- Já ta saindo? – Pergunta a mulher.
- Tem que ser Teresa. Olha se não melhorares, tens que ir ao médico.
- Mais… – João beija-a para a calar.
- Está combinado, não se fala mais nisso. Eu não te quero perder. Por favor.
- E vale a pena contestar?
- Não.
- Óptimo.
João Pedro Garrett Soares tem trinta e cinco anos, tem cerca de um metro e noventa, os olhos azuis e um corpo musculado. É maduro devido à idade. A profissão de João é advocacia e é casado com Teresa Cristina Buarque Siqueira Velmont de Soares há cerca de dez anos. É mais um português que vive em São Paulo, o que não é de estranhar, apesar de também se poder pensar ok é por causa da crise, em São Paulo paga-se melhor, tem-se um custo de vida melhor.
Teresa Cristina é filha de um velho fazendeiro. Adoptou o sobrenome Soares desde que se casou com João. Eles amam-se e João deu a sua filha à mulher estéril, atribuindo-lhe assim o gosto pela vida.


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A Força d'um Amor (+18) Empty Re: A Força d'um Amor (+18)

Mensagem por Walk Up Proud Dom Out 06, 2013 4:00 pm

Capítulo XV • «Situações opostas»
João Pedro Garrett Soares tem trinta e cinco anos, tem cerca de um metro e noventa, os olhos azuis e um corpo musculado. É maduro devido à idade. A profissão de João é advocacia e é casado com Teresa Cristina Buarque Siqueira Velmont de Soares há cerca de dez anos. É mais um português que vive em São Paulo, o que não é de estranhar, apesar de também se poder pensar ok é por causa da crise, em São Paulo paga-se melhor, tem-se um custo de vida melhor.
Teresa Cristina é filha de um velho fazendeiro. Adoptou o sobrenome Soares desde que se casou com João. Eles amam-se e João deu a sua filha à mulher estéril, atribuindo-lhe assim o gosto pela vida.

Marlisa Soares tem catorze anos. É desprendida de tudo o que é material, é a melhor aluna da sua escola. Luta pelos ideais que acredita, em casa não deixa ninguém fazer nada, ela tem pilhas para tudo, cozinha, põe a mesa, ao fim levanta a mesa, lava a loiça, e arruma-a no armário, faz a sua cama, enfim é uma criança feliz. Mar, como lhe chamavam, gosta de desporto, faz paraquedismo com o seu pai. Ela é muito divertida, no seu núcleo de amigos com quem convive, todos gostam muito dela.
- Papai! Depois eu vou fazer surf, ok? – Pedia ela, com um belo sorriso nos lábios que sabia que seu pai não resistia.
O pai chega à sala e senta-se à mesa, já posta.
- Filha, outra vez que fazes o trabalho doméstico, eu não quero… – ralha com Marlisa.
- Mas, e o surf?
- Surf? Com quem vais?
- Com o Atenor.
- Hum, isso não está a ficar muito sério, não? – Diz João enquanto se serve de sumo de laranja.
- Não, eu não gosto dele.
- A sério, olha que os grandes amores começam assim. – João bebe um pouco do seu sumo e come um bocado do seu pão.
- Bom dia! – Cumprimenta Teresa.
- Olá querida.
- Olá mãe. Senta-te!
Teresa senta-se e serve-se de sumo de laranja.
- Oh Mar, obrigada! O que vão fazer hoje?
- Eu estava a comentar com o pai que ia fazer Surf com o Atenor – diz Marlisa. – Isto é, se ele deixar.
- E adianta alguma coisa dizer que não? – Indaga João.
Teresa vê tudo duplo na sua cabeça, uma nuvem que a faz ouvir as vozes longe.
- Mãe?
- Teresa!
- Ai, ai, tenho dores de cabeça. – Queixa-se Teresa levando as mãos há cabeça. – João!
- ‘Tou aqui!
Mas o desespero da mulher era enorme. - Aqui, onde?
- O que vês? – Pergunta João Pedro aflito. – Tens que ir ao médico!
De repente passa, e a Dona Teresa Cristina começa a ver tudo nitidamente outraves.
- Ok! Tem razão. – Concorda.
- Posso marcar?
- Pode.  

*
Sérgio leva a carta a Dora. Sobe as escadas, com uma carta nas mãos ainda com o roupão vestido. Entra no quarto de Dora, esta vê-o e encolhe-se. Sérgio põe-lhe a mão à frente:
- Não se preocupes, não lhe vou fazer mal. – Dora olha para o outro lado da cama – trago-te uma carta do teu filho, Pedro!
- Deixe-a aí, por favor. – Pede Dora que estranha um pouco o seu filho lhe escrever.
- Não a vai ler?
- Não lhe interessa… – Responde Dora.
- Dora, Dora! Aconselho a ter mais moderação se não já sabe… – ameaça Sérgio.
Sérgio sai do quarto. Dora vira-se e ainda lhe custava a mexer. Tinha marcas no rosto. Os olhos negros. Com custo vira-se para a mesa-de-cabeceira e estica o braço para chegar à carta. Com muita dificuldade, pois os pulsos doíam-lhe e os ombros também.
Cada vez mais intrigado com a história que Sérgio lhe contou acerca de Pedro, Tomás está ainda mais preocupado, não sabe nada do amigo e isso assusta-o. A verdade é que Pedro nunca conta a sua vida, nunca lhe contava os seus problemas, era muito ao contrário do que ele queria que fosse, Pedro não era nada sensível aos olhos de Tomás, nunca ele o vira a chorar, porque “um homem não chora”. Agora isto, Pedro poderia muito bem estar doente, mas não dizia nada! Das duas uma, nada o comovia ou então entendia que ninguém teria de saber da sua própria doença. E se assim fosse, seria imperdoável. Decidido a falar com Pedro, Tomás pega no seu telemóvel e manda a seguinte mensagem:

“ Tio, posso ir aí falar consigo um bocadinho?”

   
 
Sérgio sai do quarto e desce as escadas, para o primeiro piso que atravessa quando ouve um apito do seu telemóvel. Silva Lobo vê um objecto a brilhar por debaixo das folhas de um jornal que estava em cima da mesa do escritório, senta-se à secretaria e pega no engenho, encostando-se à cadeira. Lê a mensagem e logo envia outra.

“ Tomás, tu não foste corrido, é sempre um prazer e uma honra, receber-te. Até já!” Escreve Sérgio, enviando logo de seguida.

No piso superior do domicílio Dora relê a carta sem acreditar numa única palavra.
“Mãe
Decidi tirar uns dias de férias, não te preocupes, está tudo bem graças a Deus.
Estou em Roma com o Tomás e amo a Cidade, o meu único senão é a escola, mas o pai trata disso. Acho eu?
Pai, muito obrigado pela viagem. É o máximo, Roma – Itália.”
Isto de facto, nunca foi do Pedro, viajar e depois portar-se bem e dizer logo onde estava. Devia de ser alguma partida, porque Pedro não era assim…

Tomás sai de casa. Vestia umas calças de ganga e uma camisola amarela. Dirige-se a pé para casa de Pedro. Caminha pensativo por entre as ruas, cabisbaixo até chegar em frente a um portão de madeira envernizada. Abre o portão e entra fecha-o atrás de si, subindo de seguida os degraus de uma escada de granito, e premindo a campainha de uma porta.
Sérgio, no interior do seu escritório, ouve a campainha.
- Já vai! – Informa – Já vai.
 Atravessa a sala até à porta. Em seguida, abre a entrada. Deixa Tomás pisar o chão da sua casa e fecha a porta.
- Anda para a biblioteca para falarmos mais à vontade…
- Como queira, tio – profere Tomás com cara séria e caminha atrás de Sérgio para o escritório.
Sérgio abre a porta:
- Entra – ordena – Senta-te.
- Não é preciso. Estou muito bem em pé. – Pronuncia.
- Óptimo, então o que é que te traz por cá? – Interpela o Vereador da câmara.
- Tio, diga-me por favor, o que fez ao Pedro?
- Eu, nada. – exprime o pai de Pedro inocentemente.
- Então onde está o Pedro?
- O que é que tu escreveste na carta à Dora? – Demanda Sérgio.
- O quê? – Questiona sem entender o fim da questão.
- Então se calhar deverias acreditar mais em ti… – responde Sérgio muito friamente.
- Sim, mas na carta também diz que eu estou com Pedro em Roma. – Fala o amigo de Pedro, quase sem pensar.
- O Pedro é um rato, nunca olha aos seus amigos, nunca responde por eles, é um cobarde, um sacripanta qualquer – Declara Sérgio muito calmamente – o Pedro comete erros, não é perfeito, nunca o foi. – Agora Sérgio pretende testar Tomás, quanto Pedro valeria para ele.
- Ok, já entendi, quer que eu me vá embora? Pois fique sabendo que, se eu sair por aquela porta, vou contar tudo aquilo que sei. – Tomás ameaça Sérgio. – Ah! E não é só aos meus pais, é também à polícia.
- Faz isso faz, eu sou um pai muito preocupado com a saúde do seu filho.
Sérgio olha para Tomás de rompante e pensa: “que quer este traste, será que também tenho que lhe acabar com a vida vais ter que aprender a obedecer” à posteriori para Tomás esboça-lhe um sorriso amigável:
- Vejamos bem, Tomi, só quero que tu tires umas férias. Se tu vais para Roma ter com o Pedro ou para qualquer outro sítio…
- Escute bem tio, eu sou muito bom rapaz mas onde está o Pedro?
Os dois conversam e Sérgio convence Tomás a aceitar uma avultada quantia para não aparecer sem que Sérgio o chame novamente.
- Obrigado, Tio – os olhos verdes de Tomás brilham para a quantia exorbitante que Sérgio lhe escrevera num cheque  
- Vai, vai e não voltes sem te chamar, nem me telefones a toda a hora. Chega?
- Se chega, eu acho que nunca recebi tanto dinheiro em toda a minha vida.
- Óptimo!


Dora não consegue dormir, só chora deitada na almofada e pensa agora no caos em que se tornou a sua vida, também ela preocupada mais com Pedro do que ela própria ou do que as dores que sentia no seu corpo, do que as dores de alma que agora sente, e que toda a sua vida sentiu. Só encobria porque os seus filhos eram pequenos. Agora, não haveria mais que esconder, até Pedro parece que a deixou, e ele que fora sempre o seu enfermeiro de serviço, o seu melhor e único amigo que a apoiava em tudo quanto fazia e em tudo quanto dizia.
- Onde estás, onde estás tu agora? – Dora grita no seu desespero e na sua aflição.  
Ela tenta-se levantar, mas cai sobre os lençóis de linho, a frescura deles acalmavam as dores do seu corpo molestado pelas feridas e pelos rasgões de carne, que eram abundantes em todo o corpo.
A maçaneta da porta roda devagar.
- Quem está aí?
Uns chinelos entram dentro do quarto, e logo a seguir um vulto que vestia um pijama.
- Dora! Dora vejo que estás melhor, hen? – Diz num tom arrogante, Dora encolhe-se toda – Calma, não te venho fazer mal, prometo.
- Sérgio… – balbucia ela com medo.
- Pára de chorar, Dora, não te faças de coitadinha, levanta-te dessa cama e faz-te, à vida. – Pausa Sérgio, olhando de relance para a mesa-de-cabeceira, onde tinha posto a carta – já a leste? Ao que parece, Dora, também ele te abandonou – uma lágrima rola pela cara de Dora, enquanto Sérgio caminha até ao guarda-fatos abre e tira um fato castanho – Ainda não percebi a vossa estranha ligação, porquê é que defendes tanto o teu filho, Pedro. E porquê são tão próximos. – Comenta enquanto veste as calças castanhas.
 - Acho que é normal uma mãe amar o seu próprio filho, não? E defendê-lo assim tanto! Ainda para mais sendo ele o mais novo. – Dora olha para a outra parte do quarto enquanto Sérgio veste a camisa.
- O que foi? – Indaga – Imunda maldita – Afirma com desdém.
- Nada! Não foi nada. – Responde ela envergonhada.
- Vou sair, não sei a que horas volto, ok? – Sérgio veste o casaco e caminha para a porta do quarto – cuida-te! – Fecha-a atrás de si e desce as escadas.      
Dora deixa-o sair e sente saudades de Sérgio, de quando ele é carinhoso com ela, de se sentir amada por ele. Embora, saiba que nada volta atrás, ela tinha desejos de se sentir mulher ao lado dele. Há muito tempo que as coisas entre eles não resultavam bem. Enfim, era uma crise conjugal como tantas outras, mas iria  passar.
- Ernesto! Ernesto! – Sérgio chama pelo empregado.
- Senhor Doutor. – Ernesto chega à sala a correr.
- Tira o meu carro, vou sair e não sei a que horas volto, percebeste bem?
- Sim senhor, quer que conduza?
- Não, Ernesto! Eu levo o carro. Mexe-te.
O empregado corre para a garagem e faz as manobras necessárias para que o veículo saia da garagem. Já no recinto, Sérgio pega nas chaves.
- Oh Senhor Doutor, para onde vai diga-me ao menos.
- Vou tratar de assuntos pessoais, Ernesto.
- Vá então boa sorte!
- Obrigado, Ernesto.
E Sérgio arranca.


*

O Sol esbatia contra a uns prédios degradados. No alto de um forte, alguém limpa uma metralhadora e aponta acertando assim a mira enquanto uns rapazes tentam o seu Rap. Debaixo de um alpendre estava uma cama e alguém estava acompanhado por uma jovem negra quando outro entra:
- Filomena, o que estás aqui a fazer, pira-te!
- Vim avisar a quadrilha que logo há reunião à noite.
Filomena é uma jovem mestiça de quinze anos. Ela sozinha toma conta de mais dez putos que são conhecidos pelos anjos negros. Os anjos negros são responsáveis pelo maior tráfico de droga e por muitos assaltos nas redondezas.
- Yah meu, logo à noite apareço.
- Temos trabalho.
- Ok! Relaxe… tenho que ir antes levar a minha dama, páh.
Ouve-se um grito vindo da rua:
- Alerta, Alerta desconhecido aproxima-se.
Um Mercedes de cor preta e metalizado avança numa rua feita de terra batida com muitas rochas.
Edson vai ter com Filomena:
- Mas isto agora virou a casa da Joana, ou o quê? Ponham-se na alheta.
- E agora?
- Deixem passar mas atenção, estejam de olho.
- Mano, que se passa? – Pergunta Edson.
- Não se vê que estou acompanhado?
- Yah, tens razão. – Concorda Filomena, em seguida ordena - Edson! Vamos para outro lugar.
Os dois saiem, deixando Quimbé.
- Onde é que íamos?
- Agora a lado nenhum… – diz a rapariga levantando-se e apanhando o sutiã – eu vou para casa.
- Teresa, fica aqui comigo. Numa boa. Afinal o que é que vais fazer para casa?
- Os meus pais já devem estar preocupados.
- Yah, os teus velhos… Deixa que eu te dou boleia até casa.
 Teresa é uma jovem branca e delicada, de pele muito clara, alta e com os cabelos encaracolados e loiros.  
O carro preto avança mais no interior do bairro, passa por várias casas degradadas e outras com as paredes grafitadas até que alguém surge e o faz parar, abrindo a porta e apontando uma arma à cabeça.
- Quem és, e o que queres?
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Mensagem por Anne Margareth Dom Out 13, 2013 10:48 pm

Capítulo XVI  Os Negócios Clandestinos das Sociedades;)
O carro preto avança mais no interior do bairro, passa por várias casas degradadas e outras com as paredes grafitadas até que alguém surge e o faz parar, abrindo a porta e apontando uma arma à cabeça.
- Quem és, e o que queres?
- Não respondo.
O evento chamou muitos curiosos que assistiam à chegada ao bairro daquele homem engravatado que parecia um polícia.
- Eu estoiro-te a puta da cabeça.
A maioria dos presentes censurava as atitudes do homem, o som abundante das vozes que se ouvia não faziam com que o homem pensasse muito numa forma de se salvar a si próprio. De facto, ele era corajoso, talvez por não saber com quem lidava, via o inimigo como uma cambada de pretos que não tinham mais nada para fazer na vida a não ser aterrorizar as pessoas que passavam e que queriam entrar naquele bairro.
- Pára – ordena a Filomena – dispersem, não há nada para ver.
- Obrigado. – Agradece o homem que foi salvo.
Apesar de Filomena o ter salvado, a sua curiosidade aumenta.
- Quem és, engravatadinho?
- És tu a que mandas? – Gagueja o homem, que recupera do susto.
- Depende, vieste só?
- Sim vim…
- Agrada-me.  
- Eu preciso saber quem manda aqui.
- És bófia? – Pergunta Filomena.
- Não. Porquê?
- Porque não tens aspecto de seres como nós…
- Acho que tenho um negócio que vos poderá interessar. – Acrescenta o homem com pouca coragem.
- Que negócio é esse? – Quer saber Filomena.
- O negócio da China…
- Primeiro, como é que te chamas?
- Chamo-me Sérgio e tu?
- Sou a Filomena. – Responde-lhe com um rasgado sorriso – E sim, sou eu quem manda aqui. Anda comigo.
- E o meu carro?
- Deixa-o aí, ninguém vai fazer nada ao teu popó. – Os dois andam a par para o interior do bairro, passando por ruelas estreitas – Sabes Sérgio aqui todos habitamos em harmonia à base da confiança – até que chegam a uma casa caiada a branco – entra – Sérgio entra na casa e vê uma mesa com quatro cadeiras. Filomena senta-se numa – senta-te.
- É aqui que tu vives?
- Não. É onde trabalho.
- Ah, ok.
- Mas vai directo ao assunto, por favor, não quero perder muito mais tempo contigo.
- Bom o que me trouxe por cá foi o facto de isto ser um bairro, o pior bairro de Lisboa, e um bairro assim costuma ter negócios ilegais, percebes?
- Nós não temos negócios ilegais.
- Não…? – Sérgio está surpreendido.
- Prefiro antes chamar-lhes fora da lei. Mas continuando…
- Bom, eu sou amigo do Touro. Ele disse-me que vocês negociavam em droga é verdade?
- Só entre nós – diz baixinho e aproximando-se de Sérgio – sim é verdade.
- Ah bom! Eu precisava de droga. Olha, pago bem.
- Não sei porquê, mas estou a gostar de ti. – Pausa – e para que queres a droga não tens aspecto de seres um drogado, tens aspecto de seres político. E bom, a um político não convém certos assuntos. Não sei se fui clara o suficiente?
- Foste, foste mais do que clara.
- Quanto queres de droga?
- Ai uns doze quilos.
- Ah, ah, ah e tu pensas que eu tenho isso tudo?
Sérgio não gosta que o tratem por tu, no entanto ele e Filomena chegam a um acordo, e ele compra a droga Sérgio regressa ao carro e chega a casa.
*
Dora só consegue pensar em Sérgio. Há tanto tempo que ele não dormia em casa, que viviam numa crise conjugal. Sérgio, antes do nascimento de Pedro, era um marido exemplar e um óptimo pai para os seus dois filhos mais velhos. Tratava-a bem, ele dormia sempre em casa, chegava cedo, “quem me dera poder voltar a confiar em Sérgio, afinal ele é meu marido” pensa Dora “Se bem que ele continua bem feito…” quando de repente “não posso acreditar, Dora, o Sérgio bate-te, ele é um monstro, ele deve ter feito alguma coisa a Pedro, agora por falar em Pedro ele já deve desconfiar de que este não é parecido nem tem nenhum traço do Sérgio” engole em seco lembra-se “ ai meu Deus e se ele descobre? Estou perdida.” Levanta-se e em seguida veste o roupão e desce as escadas para a sala. Ao mesmo tempo, Sérgio entra em casa.  
- Olá Dora, meu amor. – Sentindo que a reconciliação está para breve – Então a enxaqueca? – Pergunta preocupado.
- Olá Sérgio, a enxaqueca passou. – Declara Dora dando-lhe um terno beijo – muito obrigado por perguntares e por te preocupares tanto comigo – dando um abraço a Sérgio – Quero dizer connosco, comigo e com o Pedrinho, tens sido um pai exemplar.
*
Em casa de Lisa, ela própria também estranha muito a sua situação. E está muito preocupada pois cada vez sente mais fome, e enjoos, tonturas, sono e desmaios até desarranjo intestinal. Lisa está sozinha em casa, a Pipa foi para o teatro, com Sónia… Lisa aproveita para sair de casa e sozinha ir à farmácia.
Lisa apaga a televisão e sobe as escadas a correr, como sempre. Em seguida entra no seu quarto e pega na sua mala. Estende o cabelo e desce. Já no primeiro andar, Lisa verifica se leva tudo, abre a mala e olha; tem o telemóvel, a carteira com o habitual cartão de crédito, bem como algumas moedas, um caderno onde escreve algumas coisas importantes, como por exemplo, alguns compromissos e algumas listas de livros a comprar ou a procurar, uma caneta e um par de óculos pretos.
- Acho que está tudo – declara ao fim de algum tempo, enquanto calça os seus ténis preferidos – Ah! Já me esquecia, pois claro, faltam as chaves de casa… – caminha até ao móvel que está junto ao sofá da sala, tira de lá o seu porta-chaves e em seguida abre a porta e sai.
O dia está solarengo, muitas pessoas andam nas ruas, muitos carros buzinam nas pontes e viadutos.
O senhor Augusto vem à janela.
- Boa Tarde, Senhor Augusto. – Acena Lisa, enquanto fecha o portão.
O Senhor Augusto é vizinho de Sónia Valentim, tem mais de oitenta anos, está reformado e casado com a Senhora Clotilde, que é uma coscuvilheira, e mete o nariz em tudo e dá a opinião acerca de tudo, mesmo que não lha peçam.
- Boa Tarde, menina Lisa Scott, então não dizia nada? – Cumprimenta o Senhor Augusto.
Lisa abre a mala e retira de lá os seus óculos de sol, e põe-os nos olhos e desce a rua pelo passeio. De repente pensa, espera e se eu fosse à praia? Pode ser que encontre lá o Pedro… ahm não Lisa, aquele betinho outra vez não, por favor, ele é um menino do papa.

*
Sérgio espera até que seja tarde o suficiente… dirige-se ao escritório, pega no telefone e marca o número de Tomás.
- ‘Tou.
- Olá Tomi… Temos muito que falar… – informa Sérgio.
- Agora, Tio? – Inquire Tomás, que ainda estranha o tom amistoso de Sérgio.
- Sim de preferência, preciso da tua ajuda… – Declara Sérgio que tenta a vantagem, mais uma vez, pois este sempre pensara que Tomás era um fraco e, acima de tudo, um arrogante e um prepotente…  
- Ok – Responde Tomás – só se prometer que desta vez me conta onde o Pedro está! – Propõe o mesmo. Na qualidade de melhor amigo de Pedro, o seu desaparecimento preocupava-o imenso ainda mais ao ver a inércia com que Sérgio trata do assunto. Era preocupante.

Agora Tomás pode ver finalmente o despeito e a vergonha que Pedro causa, a destruição do mundo que ele causa a seu redor. Pedro não é boa companhia, tal como Sérgio refere.
- Hum, talvez não seja preciso contar… – e desliga.
- Tio, não me tente enrolar.    
Um silêncio infernal seguiu-se, Tomás desliga o telemóvel muito preocupado com Pedro.
- Está lá. Tio. – Chama o Tomás, mas aquele silêncio que se segue é um terrível e assustador som contínuo – Desligou. – Tomás prime a tecla e fica bastante confuso ponderando as duas hipóteses de fazer a vontade a Sérgio e ir a casa dele ou de não a fazer, uma vez que Sérgio pensa que poderá manipular as pessoas. Tomás decide por fim em ir a casa de Pedro, mas se Sérgio o enrolar novamente, ele está disposto a cortar relações com o pai de Pedro.
Tomás sai de casa e desce a rua até casa de Pedro. Em frente ao portão, Tomás pondera em não entrar, porém toca à campainha. O portão abre de par em par, ele entra, o portão electrónico fecha atrás de si e abre-se de imediato a porta principal de casa.
Entra, pisando o lindo motivo de um lobo feito na tijoleira brilhante à entrada da porta. Sérgio vem recebe-lo à sala.
- Olá Tomi, bem – vindo a casa – anuncia, com um ar amistoso.
- Boa tarde! Vamos falar, tio?
- Vamos! Vamos aqui para a biblioteca.    
 
*
Lisa entra a porta da farmácia e tira uma senha numa máquina electrónica que está ali logo à entrada. Fica com o número sessenta e cinco. Lisa senta-se num banco e lê uma revista enquanto espera pela sua vez. D. Isilda, D. Noémia e D. Clotilde são três senhoras já na casa dos setenta anos, reformadas, que vivem economicamente confortáveis mas gostam muito de uma boa fofoca. D. Isilda era viúva, o seu marido morreu novo, bom rapaz que, na flor da idade, cumpriu orgulhosamente a sua vida de militar; tinha apenas vinte e cinco anos quando prestou o juramento de bandeira para confrontar um dos militares mais audazes que a história da humanidade tive o desprazer de conhecer, Hitler, ou melhor Adolfo von Hitler. António Zimerman foi chamado a prestar juramento de bandeira pelos aliados e, no seu acto mais heróico, ele morreu num campo de batalha em Achwitz, a 1 de Maio de 1945.
Deixando Isilda só, nunca mais se casou, não amou outro homem na sua vida senão a ele. António era o único homem que a fazia brilhar, que a fazia sentir segura, apesar de serem dez anos de diferença. Casaram-se quando Isilda completou os quinze anos, com consentimento dos pais da menor, foi uma festa esplendorosa. Logo no dia seguinte ele teria que se apresentar ao exército para uma partida militar. Porém um filho nasceu, António teria deixado Isilda grávida. António, seu filho, tinha agora sessenta e sete anos, parecido com o seu pai. A mãe, Isilda, só quer saber de revistas cor-de-rosa, sabe muito sobre a vida dos famosos, enfim uma mulher beata.  
D. Noémia é viúva há um ano, Artur não aguentou o cancro nos intestinos que o ceifou da vida. A sua filha Isabel morrera num acidente de carro, ao lado daquele que a amou. É uma mulher bastante liberal, devido aos inconstantes encontros entre o casamento dos netos, Maria é casada com Pedro Antunes ou melhor divorciada três vezes, agora parece que se entenderam tem dois filhos com Pedro.
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