Lindsay Forbes & The Murder of Mikael Davis

Sinopse:
Lindsay Forbes dormia o seu sono calmo numa noite típica quando uma chamada fá-la entrar em choque. Mikael Davis, um homem de grande prestigio, é assassinado, torturado sem dó nem piedade e Lindsay vê-se envolvida no caso sem possível escapatória. Um romance policial onde tudo o que parece, não é.

****



Ainda era de madrugada quando o telemóvel de Lindsay Forbes tocou de forma estridente.
Balançou-se para o lado esquerdo da cama onde, mais uma vez, havia esquecido o telemóvel sobre a almofada de fronha branca e atendeu.
- Sim? – Esfregou os olhos, ensonada, e olhou em redor.
- O Peter ligou. – Disse apenas uma voz masculina do outro lado.
Lindsay deixou-se cair sobre os lençóis, também eles brancos, de barriga para o ar.
- O que foi? A namoradinha irritante dele partiu uma unha novamente? Que enorme urgência! – Troçou Lindsay.
- Não, é pior que isso Forbes. – Respondeu Ethan, o homem com quem falava.
A sua voz apresentava-se rouca e parecia um tanto quanto preocupado.
- O que houve? – Pediu Lindsay para que ele fosse directo ao assunto.
- O Mikael morreu. – Respondeu.
Os olhos azuis de Lindsay abriram-se perante o espanto. Mikael não podia ter morrido! Era um absurdo!
O silêncio que se instalou foi tão profundo que Ethan começava a perguntar-se se Lindsay ainda estaria do outro lado.
- Forbes. – Chamou-a algum tempo depois.
- De causas naturais? – Questionou-o com a voz a fraquejar.
- Duvido, acho que uma pessoa que morre de causas naturais não aparece numa banheira com as vísceras á mostra.
- Local do crime. – Não foi uma pergunta, mas sim uma afirmação, Lindsay exigia saber onde tinha ocorrido o delito.
- No apartamento dele, parece que a namorada do Peter está prestes a cortar os pulsos.
- Eu acho que ainda sou capaz de a incentivar a tal acto! – Retorquiu Lindsay ainda atónica com a recente notícia.
O silêncio voltou a instalar-se.
- Forbes? – Voltou a chamá-la Ethan.
- Estou a caminho do local do crime. – Lindsay desligou o telemóvel e rapidamente começou a preparar-se para sair de casa.
***
- Miss Forbes! Temos um diagnóstico sobre a morte de Mr. Davis? – Perguntou o seu chefe entrando na morgue onde Lindsay Forbes acabara de depositar o corpo de Mikael Davis após uma longa observação.
- Segundo o que tudo indica, algum psicopata terá torturado Mr. Davis das mais variadas maneiras. – Iniciou entregando ao patrão um pequeno rascunho do que havia escrito antes de redigir um relatório pormenorizado.
Thomas Collins pegou na folha de papel branca rabiscada a lápis mas nem se deu ao trabalho de a ler, preferia ouvir os acontecimentos vindos da boca da própria médica legista contratada para os serviços secretos dos Estados Unidos da América á cerca de cinco anos.
- Mr Davis, apresenta descontinuidades de tecidos orgânicos causadas por facadas profundas em ambas as mãos, marcas de cordas nos pulsos, o que é um indício de que talvez Mr Davis tenha sido atado, talvez a uma cadeira que é o mais típico, sendo que se debateu de forma a ficar com notáveis sinais de mãos tratos em ambos os pulsos, as facadas são um índice de tortura praticada para com o mesmo, sem falar na falta do polegar que ao que tudo aponta terá sido cortado á cerca de 29 horas atrás. – Lindsay fez uma pausa para retirar as suas luvas de látex e deitá-las ao lixo. – Pedi ao Detective Hudson que revistasse o apartamento de Mr Davis até me encontrar o polegar, as cordas usadas para torturar Mr Davis, cabelos e provas que nos possam levar a um possível assassino. – Caminhavam calmamente pelo corredor cinzento quando Lindsay volta a parar perto da máquina do café. – É servido? – Perguntou ao seu patrão.
- Dispenso. – Recusou Collins parando para olhar Lindsay colocar uma cápsula na máquina e pegar num copinho de plástico branco.
- E agora meu caro patrão, você, como pessoa extremamente curiosa, pergunta: e se não encontrarmos quaisquer cordas ou mesmo o polegar recentemente cortado a Mr Davis? – Lançou a pergunta para o ar e colocou um cubo de açúcar no café.
- Alguém eliminou as provas que pudessem conter DNA. – Respondeu Collins.
Lindsay recomeçou a passeata pelo longo corredor cinzento.
- É uma das opções que já se alojaram na minha mente. – Concordou esta.
- Qual é a outra, ou outras? – Quis saber Thomas Collins.
- A outra opção – Lindsay levou o copo de plástico á boca – é que talvez Mr Davis tenha sido torturado em um outro local antes da sua morte que, segundo o meu diagnóstico, ocorreu 5 horas após ter sido negado a Mikael Davis o próprio polegar.
O seu chefe avaliou a situação pensando em mais possibilidades para não existir qualquer prova de que Mikael Davis havia sido torturado.
- Continue Dr.ª Forbes. – Pediu educadamente interessado no caso do assassínio de um dos empresários mais famosos deste mundo.
- Ao que me parece, após longas horas de tortura, o assassino, ou os assassinos, resolveram fazer… digamos, uma cirurgia ao querido Mikael, sendo que… o resolveram esventrar, por assim dizer. – Lindsay mexeu o café que ainda fervia. – Fizeram-no com um cuidado subtil sendo que após lhe conseguirem ver as vísceras esfaquearam o estômago e ficaram a observar o suco gástrico destruir tudo á sua passagem. – Lindsay fez um sorriso irónico para o seu patrão e voltou a beber um pouco mais do café.
- Então o nosso homem foi torturado até á morte? – Lindsay revirou os olhos perante a pergunta mais que óbvia do seu patrão.
- Quem quer que lhe tenha feito tal coisa devia ter fortes motivos. – Ripostou Lindsay.
- Muito bem. – Collins balançou a cabeça de forma afirmativa. – Vou colocar o agente Ethan Hudson a fazer questionários á vizinhança, família, pessoas que nos possam dar pistas sobre o caso. – Collins preparava-se para telefonar a Ethan Hudson quando Lindsay colocou a sua mão sobre o visor do telemóvel.
- Deixe-me participar nos questionários, ambos sabemos que o caso é importante e ninguém é tão bom quanto eu a analisar pessoas, os seus sentimentos e as suas manhas. – Pediu de forma sincera Lindsay.
Thomas Collins ficou pensativo a olhar os profundos olhos azuis e inexpressivos da médica.
- Você é melhor que um polígrafo mulher! – Gracejou Collins acedendo ao pedido dela.

Oh, mortes, sangue, mortes, tortura, mortes! Venham elas!
Quem será frio e calculista ao ponto de torturar um homem assim? E porquê? Dinheiro? Informações? Vingança?
O que quer que seja, esta mulher astuta vais descobrir!
Boa história, Mia! :D

O porteiro do prédio de Mikael Collins acabava de se sentar na sala de interrogatório á frente de Ethan Hudson e de Lindsay Forbes.
- Dois agentes só para me interrogar? – Perguntou o porteiro. – Até me sinto um tanto intimidado. – Gracejou.
Lindsay fez um dos seus sorrisos irónicos.
- É melhor que se sinta mesmo. – Murmurou esta.
Ethan conteve o riso ao ver a expressão do porteiro que se afundou um pouco na sua cadeira de estofos pretos.
- Então… Cameron McKenzie, 24 anos, sabe-me descrever o movimento de entradas e saídas desde as 2 da manha do passado dia? – Questionou Ethan.
- Nada fora do comum, alguns habitantes do prédio que tinham saído para uma discoteca ou festa e chegaram mais tarde, algo muito habitual de um sábado á noite. – Respondeu de forma calma Cameron.
- E Mr Davis? Viu Mr Davis entrar por volta dessa hora? Estava acompanhado? – Prosseguiu Lindsay.
O porteiro ficou pensativo.
- Mr Davis chegou antes da meia-noite, creio que ainda nem eram onze quando pisou a carpete bege da entrada do prédio. – Continuou.
Tudo indicava que estava a ser sincero.
- Estava acompanhado? – Voltou a insistir Ethan.
- Sim, vinha acompanhado por uma aspirante a modelo da Victoria Secrets. – Replicou sorrindo com algum pensamento erótico que lhe havia acalorado a mente e bem mais que isso.
- Como era ela? – Quis saber o detective.
- Alta, morena, cabelo comprido negro e muito jeitosa. – Voltou a sorrir.
- Essa personagem a quem se refere tinha nome? – Questionou Lindsay.
- Não que eu soubesse, Mr Mikael Davis não era muito de partilhar as parceiras sexuais com o simples porteiro, era um bocado protector se bem que ele tinha idade para ser pai dela. – Esmiuçou, parecia sentir um tanto ódio ao mesmo.
- Sente rancor de Mr. Davis. – Afirmou Lindsay observando-o.
O porteiro mostrou-se admirado com a afirmação da médica.
- Porque haveria de sentir rancor a Mikael Davis? Ele dava boas gorjetas, não me maltratava, apenas teria amado se ele partilhasse mais as mulheres com quem dormia. – Esclareceu e depois olhou fixamente para Lindsay.
- Sabe que mais? Estou a reconhecê-la, é aquela médica boazona com quem Mr Davis namorou durante bastante tempo e depois, simplesmente, o deixou num dia qualquer. – Lindsay viu-se admirada por o porteiro a reconhecer, ela nem sequer se lembrava que o prédio onde Mikael Davis vivia tinha um porteiro tão novo quanto Cameron.
- Pobre Davis, ficou destroçado. Foi a época em que me lembro de ele cheirar a álcool, depois disso dedicou-se a beber alguns copos de whisky e a comer umas quantas miúdas só por diversão. – Nada que Lindsay Forbes já não soubesse, o fim do seu tórrido namoro com Mikael Davis tinha-o lançado para a sarjeta.
Esta tossiu para clarear a voz.
- A minha vida pessoal para nada é chamada nesta conversa Mr McKenzie. – Advertiu-o, com um tom frio, a médica.
Ele olhou-a de forma pensativa como se a estivesse a avaliar.
- Mr Davis voltou a sair do prédio? – Quebrou Ethan o silêncio.
As faces de Cameron McKenzie ficaram um tanto avermelhadas e este lambeu os lábios fitando as mãos.
- Não. – Respondeu simplesmente.
Ethan e Lindsay colocaram o seu olhar fixo sobre o pobre porteiro, até um simples miúdo da primária tinha mentido melhor.
- Estamos á espera Mr McKenzie, as confissões não se fazem sozinhas. – Incentivou-o Lindsay a falar, sentando na cadeira á frente dele.
Cameron abanava as pernas de nervosismo, e mexia os dedos de forma enérgica.
- Eu… - Iniciou ele. – A…Ador…meci. – Gaguejou fitando depois os outros dois.
Lindsay e Ethan entre olharam-se e suspiraram.
- Havia alguém que costumava visitar com frequência Mr Davis nos últimos tempos? – Interrogou Ethan para o questionário não ficar por ali.
- Sim, uma loira que estava sempre com ele, tinha um olhar frio mas um sorriso lindo. – Respondeu de forma imediata e sincera o porteiro.
- E essa mulher de lindo sorriso tinha nome? – Prosseguiu o detective Hudson.
- Sim, ouvi Mr Davis chamá-la por Caroline. – O porteiro respirou fundo já mais calmo.
A médica legista abriu a boca para questionar qual é apelido de Caroline, mas alguém bateu á porta da sala de interrogatórios.
Era um polícia.
- Está aqui uma mulher que deseja falar com os senhores, diz que é urgente. – Comunicou.
Ethan moveu-se de imediato até á porta e Lindsay imitou-o.
- Fique de olho nele. – Comandou Ethan ao polícia.

Olha a Caroline a aparecer aqui assim... Isto é que é sorte!
E porteiro com boa memória, lembrando-se da médica e do que aconteceu depois deles acabarem! :D